sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Lição 10 – Uzias, vencido pela soberba





Quem Foi o Rei Uzias?

Por Daniel Conegero
Para muitos cristãos, tudo o que sabem sobre quem foi o Rei Uzias, está na famosa frase “no ano em que morreu o rei Uzias” no capítulo 6 do livro do Profeta Isaías. Esse mesmo capítulo é certamente um dos mais utilizados em sermões, e nem sempre a referência a Uzias é feita de forma correta. Vejamos nessa breve biografia um pouco mais sobre a história desse importante rei de Judá.

Quem foi o Rei Uzias? Uzias foi rei de Judá, entre 792 e 740 a.C. Ele foi filho e sucessor de Amazias no trono do reino do sul. Após a morte do rei Salomão, Israel se dividiu em dois reinos, ficando o Reino de Israel ao norte, e Reino de Judá ao sul. Enquanto Uzias governava o Reino do Sul, Jeroboão II era o rei do Reino do Norte (no período de 793-753 a.C.), e foi com ambos os reis que esses reinos experimentaram o maior período de prosperidade e poder desde a morte de Salomão.

O que significa o nome Uzias? Uzias vem do hebraico uziyah e significa “Jeová é a minha força” ou “força de Jeová”. Muitos estudiosos acreditam que esse era o lema de seu governo. Uzias também é chamado de forma alternativa por Azarias (hebraico azaryah), e significa “Jeová tem ajudado” (2Rs 14:21; 15:1,6-8; 1Cr 3:12). O reinado de Uzias: Uzias tinha apenas dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou durante um longo período de 52 anos. Existe a possibilidade de Uzias ter reinado de forma conjunta com seu pai Amazias, desde alguns anos antes de sua morte, porém a Bíblia não faz qualquer referência sobre isso, embora um período de co-regência parece ser exigido quando estudamos a cronologia dos reis de Judá. O que sabemos é que Uzias foi escolhido livremente pelo povo para suceder Amazias (2Rs 14:21; 2Cr 26:1). Quando Uzias subiu ao trono, reformou as defesas de Jerusalém e reorganizou o exército, trazendo novas tecnologias no rearmamento (2Cr 26:15), já que a insensatez de seu pai havia enfraquecido as defesas do reino.

Uzias consolidou a posição do Reino de Judá nas rotas comerciais, e reabriu portos e indústrias de Eziom-Geber (2Cr 26:7,8; 2Rs 14:22), proporcionando rande prosperidade ao Reino de Judá. Uzias também realizou campanhas de sucesso contra os filisteus e contra os árabes, além de recolher tributos dos amonitas e de outros povos. Uzias também construiu fortalezas em localizações estratégicas. Uzias também investia bastante na agricultura e na criação de gados. Sua reputação, devido às seguidas campanhas vitoriosas que empreendia, chegou até o Egito (2Cr 26:6-8). Escavações arqueológicas confirmam com precisão os relatos bíblicos sobre o período de governo de Uzias.

A doença de Uzias: Uzias não foi como Davi, mas também não foi um rei conhecido por casos de corrupção (principalmente religiosa) que eram frequentes entre os reis do Reino do Norte. A Bíblia diz que Uzias iniciou seu reinado temendo, buscando e rendendo culto a Deus, fazendo o que era reto perante o Senhor (2Cr 26), e Deus o abençoou. Ele foi muito amado por seu povo, e reconhecido como um grande rei. Durante muito tempo ele se espelhou no sacerdote Zacarias.

Em um determinado momento se sua vida, inflado pelo orgulho de seus triunfos que lhe renderam grande poder e riqueza, ele entrou arrogantemente no templo e, contrariando os sacerdotes, tentou oferecer incenso no altar. Esse direito havia sido conferido por Deus apenas aos sacerdotes, mas ele quis reivindicar esse direito para si. Uzias ficou irado com os sacerdotes que tentaram lhe impedir, e, ainda em sua fúria, foi ferido por Deus com lepra, que logo surgiu em sua testa. Por causa da doença, ele foi forçado a viver o restante de sua vida isolado (2Rs 15:5), e passou a administração de seu reino a seu filho Jotão (2Cr 26:16-21), embora os estudiosos acreditem que ele continuou sendo o verdadeiro governante até sua morte, em um provável sistema de co-regência com seu filho.

Durante o período de seu reinado, houve um grande terremoto (Am 1:1; Zc 15:1) que ficou marcado na memória do povo até o período pós-exílico (Zc 14:5). O historiador Flávio Josefo defendeu uma antiga tradição que atribui esse terremoto ao ato de sacrilégio cometido por Uzias.
Uzias e os profetas: Os profetas que foram contemporâneos de Uzias foram Isaías, Amós e Oséias (Is 1:1; Os 1:1; Am 1:1). Quando Isaías tem a visão do trono de Deus (Is 6) foi o ano em que Uzias morreu. Muitas pessoas entendem que o fato de Uzias estar vivo, de alguma forma, impedia o ministério de Isaías e a manifestação da glória de Deus, porém isso é um excesso de alegoria de muitos pregadores em seus sermões. Uzias pecou, e foi castigado por Deus devido ao seu pecado (2Cr 26:19). Mas Uzias foi um grande monarca, amado pelo povo, e símbolo de esperança para eles, tanto é que, após a morte de Uzias, reis que desagradaram e muito a Deus subiram ao trono, levando o povo ao paganismo e à pobreza. Mesmo com a vergonha de seus últimos anos por conta do pecado que cometeu, quando Uzias morreu houve um período de luto nacional. A nação estava desestabilizada, e o povo buscando algum consolo. O maior rei que haviam tido após Salomão estava morto, e a crise havia se instalado em Judá.

É nesse cenário que Isaías vai ao templo, e seus olhos foram abertos para que ele contempla-se o verdadeiro Rei da nação, o legítimo trono que de fato governa e, este trono, não estava vazio, nem nunca estará.

Extraído do site: estiloadoracao.com


                                                 Texto Bíblico Básico:

 2 Crônicas 26.3-5,11-15
3 - Era Uzias da idade de dezesseis anos quando começou a reinar e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jecolias, de Jerusalém.
4 - E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fi zera Amazias, seu pai.
5 - Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias, sábio nas visões de Deus; e, nos dias em que buscou o SENHOR, Deus o fez prosperar.
11 - Tinha também Uzias um exército de homens destros nas armas, que saíam à guerra, em tropas, segundo o número da lista feita por mão de Jeiel, chanceler, e Maaseias, ofi cial, debaixo das mãos de Hananias, um dos príncipes do rei.
12 - Todo o número dos chefes dos pais, varões valentes, era de dois mil e seiscentos.
13 - E, debaixo das suas ordens, havia um exército guerreiro de trezentos e sete mil e quinhentos homens, que faziam a guerra com força belicosa, para ajudar o rei contra os inimigos.
14 - E preparou-lhes Uzias, para todo o exército, escudos, e lanças, e capacetes, e couraças, e arcos, e até fundas para atirar pedras.
15 - Também fez em Jerusalém máquinas da invenção de engenheiros, que estivessem nas torres e nos cantos, para atirarem flechas e grandes pedras; e voou a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado até que se tornou forte.

                                                      Texto áureo: 


  2 Crônicas 26.16
Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se corromper; e transgrediu contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso.

                                             Orientações pedagógicas

Caro professor, a aprendizagem tem como objetivo principal satisfazer uma necessidade que surgiu frente às demandas da vida. Aprender é a satisfação de uma necessidade criada dentro de nós. E quando a necessidade é criada, justifica-se a aprendizagem.

[...] O bom professor deve ter sensibilidade e discernimento quanto às necessidades dos alunos antes de decidir sobre o assunto que trará à tona em suas aulas. Ensinar qualquer coisa sem conexão com o que é necessário e importante para quem ouve inevitavelmente resultará em desmotivação total e frustração.

[...] A aprendizagem sempre será seguida de mudança de conduta. Uma transformação sempre ocorre em nosso interior toda vez que aprendemos algo novo [Ef 3.17-19 NTLH (cf. Rm 12.2)] (CHAVES, G. Central Gospel, 2012, p. 57,58).


Boa aula!


                Palavra introdutória


Baseados nos textos de 2 Reis 15.1-7 e 2 Crônicas 26.1-23, estudaremos a história de Uzias, um dos maiores reis da nação de Judá (792—740 a.C.), que iniciou sua gestão fazendo o que era reto aos olhos do Senhor (2 Cr 26.4), e assim permaneceu durante muitos anos, a ponto de sua fama voar até muito longe (2 Cr 26.15). No entanto, no decorrer de seu governo, devido ao pecado da soberba, ele foi ferido com lepra.
Depois de 52 anos de reinado, Uzias foi sepultado no cemitério dos reis em Jerusalém, mas não nos túmulos dos reis, por causa da sua doença (2 Cr 26.16-23 NTLH).


1. Uzias uma biografia breve

Uzias, que é também chamado de Azarias no texto bíblico (2 Rs 15.1,2; 2 Cr 26.1), foi apresentado pelos conselheiros reais como soberano do Reino do Sul aos 16 anos de idade, logo após a morte de seu pai, Amazias (2 Cr 26.1).
Uzias aprendeu de forma amarga o que a soberba pode causar na vida de um homem — aliás, vale lembrar que seu pai também fora soberbo, fato que lhe custou uma grande derrota contra Jeoás, rei de Israel (2 Cr 25.17-24; 2 Rs 14.9-14). Depois de vencer os edomitas, Amazias cometeu o desvario de adorar ídolos pagãos, supondo que, com tal atitude, poderia vencer o Reino do Norte. O Senhor, então, permitiu que Amazias fracassasse, mas ele não aprendeu coisa alguma com sua derrota (2 Cr 25.27-28).


As versões ARA, NVI, ACF e NTLH afirmam que Uzias reinou por 52 anos em Jerusalém; a versão ARC informa que foram 55 anos. Historiadores datam o reinado de Azarias entre 792—740a.C. Embora, a partir de mais ou menos 752 a. C., ele tenha contraído lepra e partilhado o trono com seu filho Jotão (2 Rs 15.1- 5) (MALAFAIA, S. Central Gospel, 2014, p. 82).


1.1. Poderoso guerreiro e competente administrador

Em Uzias iniciou-se um dos mais prósperos governos que o Reino do Sul já havia experimentado. O texto bíblico faz-nos saber que Uzias foi bem-sucedido não apenas como poderoso guerreiro, mas também como competente administrador (2 Cr 26.9-15); seus feitos trouxeram-lhe grande fama, a ponto de o seu reinado ser comparado ao de Salomão em termos de ampliação territorial (MALAFAIA. S. Central Gospel, 2014, p. 82).


Uzias é lembrado por suas políticas domésticas; suas inovadoras medidas de prevenção militar (2 Cr 26.9,11-15); sua atenção à política e à economia nas fronteiras ao Sul e a Leste (2 Cr 26.2,7,8,10-16; Jl 3.19; Am 1.11,12); e por ter resolvido a questão dos filisteus na fronteira a Oeste, que tanto se arrastara (2 Cr 26.6,7) (MALAFAIA. S. Central Gospel, 2014, p. 83).


2. Os feitos de  Uzias O texto bíblico informa-nos que enquanto Zacarias viveu, Uzias serviu a Deus fielmente, pois Zacarias o ensinou a respeitar o Senhor (2 Cr 26.5a NTLH).


2.1. A expansão dos domínios de Uzias
No apogeu de sua regência, Uzias lutou contra vários povos, sendo vitorioso sobre todos eles (2 Cr 26.6-8 NTLH).

Uzias fez guerra contra os filisteus e derrubou as muralhas das cidades de Gate, de Jâmnia e de Asdode; depois construiu cidades protegidas por muralhas perto de Asdode e em outros lugares da região dos filisteus (2 Cr 26.6) — De acordo com os editores do Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento, o padrão geográfico das campanhas militares de Uzias sugere que ele estava tentando ganhar acesso ao mar Mediterrâneo e neutralizar a influência filistina (p. 707).
Deus o ajudou a derrotar os filisteus, os árabes que moravam em Gur-Baal e os meunitas (2 Cr 26.7) — Uzias conquistou as tribos nômades que invadiam as fronteiras para saquear as cidades e os campos de cereais.
O poder de Uzias aumentou; a sua fama espalhou-se até o Egito; e os amonitas pagavam-lhe impostos
(2 Cr 26.8) — O soberano do Sul estendeu a sua influência até a fronteira do Egito. Salomão colaborou com Hirão, rei de Tiro, na criação de um porto em Elate, no mar Vermelho, para que
seus navios pudessem alcançar o litoral da África e da Arábia (1 Rs 5.1-6; 9.26) (HINDSON; YATES. Central Gospel, 2014, p. 15).


2.2. A fortificação do reino em múltiplas áreas

No início do capítulo 26 do segundo Livro de Crônicas, o autor sagrado informa-nos que Uzias edificou e restituiu a Judá a cidade de Elate (2 Cr 26.1,2), um destacado centro comercial marítimo que, no passado, pertencera aos edomitas (2 Cr 8.17).
Na construção civil — Uzias edificou torres em Jerusalém, à Porta da Esquina, à Porta do Vale e aos ângulos, fortificando- as com guarnições de soldados. Também edificou torres no deserto (postos de vigilância avançados, que impediam ataques-surpresa de possíveis inimigos) (2 Cr 26.9).
Na agropecuária — Este filho de Amazias foi chamado de amigo da agricultura. Uzias cavou poços em vários lugares, tanto nas campinas (espaços abertos) quanto nos vales, isto representou um incremento na qualidade de vida dos seus súditos pelo fato de eles terem a possibilidade de manter uma dieta equilibrada (2 Cr 26.10).
Na arregimentação militar — Uzias formou um exército regular, municiando-o com armas de guerra: escudos, e lanças, e capacetes, e couraças, e arcos, e até fundas (2 Cr 26.11-14).
No desenvolvimento bélico — Uzias mandou construir catapultas, potentes máquinas de guerra que lançavam grandes pedras e inúmeras flechas simultaneamente (2 Cr 26.15).


3. A soberba precede a ruína

Infelizmente, após conquistar terras e povoados, edificar e fortificar cidades e implementar densos avanços militares e agropecuários em seu reino, o rei Uzias passou a seguir os passos da soberba deixados por seu pai; em razão disso, caiu em desgraça (2 Cr 26.16).
O soberano de Judá imaginou-se invencível contra os seus inimigos externos; porém mostrou-se absolutamente vulnerável aos ataques de seu pior algoz: o ego vaidoso.


3.1. Uzias usurpou as funções sacerdotais
Uzias adentrou o Templo para queimar incenso no altar, usurpando levianamente as funções sacerdotais, e isto se constituía em uma afronta direta ao Senhor (2 Cr 26.18), pois apenas os sacerdotes ungidos por Ele poderiam exercer tal função (Nm 3.5-10; Hb 5.4). Diferentemente dos reis das nações vizinhas, o rei de Judá não tinha permissão para entrar em seu próprio templo particular, porque ele não era um sacerdote, como a maioria dos reis no antigo Oriente Próximo o era (RADMACHER; ALLEN; HOUSE. Central Gospel, 2010a, p. 707).
Além de o sistema sacrificial não estar sob a responsabilidade dos reis, o ato de Uzias revelou o desprezo que ele destinava às determinações de Jeová.


3.2. A punição de Uzias

Deus aborreceu-se de Uzias, pois ele quebrou um princípio espiritual elementar: o respeito às autoridades constituídas (1 Cr 16.22; Sl 105.15).
Por ter-se insurgido contra a lei divina, o rei foi punido rápida e publicamente. Deus feriu-o com lepra, doença com a qual conviveu até o fim de seus dias (2 Cr 26.16-20). A auto exaltação e autopromoção de Uzias levaram-no ao completo isolamento (2 Cr 26.18; Lv 13.45,46).
Uzias deixou-se corromper pela soberba (olhar altivo), que é a primeira das seis coisas que aborrecem o Senhor (Pv 6.16-19; 2 Cr 26.16a). Este é o pecado fundamental, pois conduz o indivíduo à prática de outros. Desde o mais remoto período da Igreja primitiva, a soberba foi vista como a mais perigosa ofensa a Deus (Tg 4.6) (MALAFAIA, S. Central Gospel, 2014, p. 86).


3.2.1. A lepra no Antigo Testamento

A lepra e seu diagnóstico têm orientações claras na lei levítica — em especial nos capítulos 13–14 do referido livro. Tal enfermidade era examinada cuidadosamente pelo sacerdote que, em muitos casos, colocava o suspeito de tê-la adquirido em reclusão para, depois de algum tempo, reavaliá-lo (Lv 13.1-8) — era uma prerrogativa sacerdotal a avaliação do doente e sua absolvição, que se dava mediante o sacrifício (Lc 17.14).
A lepra era uma doença terrível e incurável que excluía o indivíduo da santa congregação, fazendo-o viver em reclusão (Lv 13.45,46). Observe o tratamento dispensado aos leprosos: eram considerados como mortos (Nm 12.12); não podiam viver em sociedade (Nm 12.14,15); eram considerados imundos (Lv 13.12,14,15).


3.2.2. O tratamento dado a Uzias

Uzias, tendo sido ferido de lepra, foi expulso imediatamente do Templo pelos sacerdotes (2 Cr 26.21). Ele não poderia aparecer em público, nem mesmo viver no palácio (Lv 13.45,46).
Como bem observou o Pr. Silas Malafaia, o fato de Uzias ter cobiçado o sacerdócio não foi motivado pela ignorância, pois ele conhecia a Lei Mosaica; tentar exercê-lo à força foi uma ousadia, pois ele sabia o que acontecera com todos os outros que tentaram reivindicar o que não era deles por direito (Lv 10; Nm 12; 16) (Central Gospel, 2014, p. 86).
O poderoso guerreiro e competente administrador foi posto em uma casa retirada e, no fi m da vida, em vez de honra, recebeu a vergonha (2 Cr 26.17).
A punição que Uzias recebeu favoreceu seu filho, Jotão, pois o jovem passou a atuar como corregente e futuro rei de Judá (2 Cr 26.21b). Jotão era temente a Deus e fez o que era correto aos olhos do Senhor (2 Cr 27.2). O jovem monarca aprendeu com os erros de seu pai (2 Cr 26.23).

                                   Conclusão. 

Uzias iniciou seu reinado em um tempo de conspirações e guerras, isto devido ao fato de seu pai, Amazias, ter-se afastado do Senhor. Apesar de Uzias ter feito Judá ascender em diversas áreas, ele chegou ao fi m de seus dias só e excluído do Templo (2 Cr 26.21). Se o monarca do Sul sinceramente tivesse se arrependido, Deus o perdoaria, mas não foi o que aconteceu (2 Cr 26.19).
Uzias deixou-se corromper pelo poder.
Muitos começam bem sua trajetória de vida, mas, infelizmente, por descuido, displicência ou negligência, terminam mal. Outros, no entanto, começam mal, mas arrependem-se de seus erros e chegam a um belo final. Uzias fortificou-se, mas não soube usar o que Deus lhe deu; o Senhor o fez prosperar (2 Cr 26.5b), mas ele perdeu a bênção divina.
As lições deste personagem bíblico são perfeitamente aplicáveis à nossa vida; e, talvez, a mais emblemática de todas seja esta: mais importante que alcançarmos nossos objetivos são os caminhos que percorremos para atingi-los.
Aprendamos com Uzias; entendamos e aceitemos nossas limitações e o propósito de Deus para nossa vida; mas, acima de tudo, jamais permitamos que a soberba e a vaidade apropriem-se de nós (Sl 19.13).

FONTE : https://www.seliganainformacao.com.br

E, como Uzias, há muitos...

Uzias era considerado um bom rei. Reinou em Judá por 55 anos e fez o que era reto aos olhos do Senhor. "Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias, entendido nas visões de Deus: e nos dias em que buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar" (2 Crônicas 26:5). Ele guerreou com filisteus e edificou casa entre eles. Por tanto obedecer ao Senhor e prosperar por causa disso, os amonitas presentearam o rei Uzias e seu nome ficou conhecido até no Egito.

A história diz que no tempo em que Uzias reinou havia muito gado, muitos campos férteis e a agricultura parecia ser uma das prioridades de sua administração (2 Cr.26:10). Debaixo de suas ordens havia um grande e poderoso exército que lutava contra os inimigos de Judá e estava sempre bem equipado. Uzias se fortaleceu grandemente, mas como homem pecador, caiu em perdição por causa da tamanha fama.

Interessante como a vida de Uzias não foi tão diferente da vida de muitos hoje em dia. Um rei que obedecia a Deus se corrompeu por causa do seu próprio coração. Uzias chegou ao ponto de se sentir superior aos sacerdotes e entrou no templo do Senhor a fim de queimar incenso no altar. Ele foi repreendido pelo sacerdote Azarias e por mais 80 sacerdotes que disseram: “A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Aarão, que são consagrados para queimar incenso; sai do santuário, porque transgrediste; e não será isto para honra tua da parte do Senhor Deus” (2 Crônicas 26:18).

Então o rei Uzias se indignou contra os sacerdotes e começou a queimar o incenso no altar no Senhor! Mas a mão de Deus pesou sobre ele... E pesou no mesmo instante! “A lepra lhe saiu à testa perante os sacerdotes, na casa do Senhor, junto ao altar do incenso” (2 Cr. 26:19b). Que horror! Que situação humilhante para aquele tão famoso rei!

Apressadamente os sacerdotes colocaram Uzias para fora do templo, e até ele mesmo teve pressa em sair, pois percebeu que Deus o ferira por causa daquela transgressão. Por ser leproso, Uzias perdeu o conforto do seu reinado: passou a viver isolado até a sua morte em uma casa separada, enquanto seu filho Jotão tornou-se o julgador do povo, sendo um tipo de “rei interino”.

Que triste fim para aquele que um dia foi tão abençoado por Deus por causa de sua obediência, de sua subserviência com relação ao Senhor. Uzias foi enganado pelo seu próprio coração, mas pelo fato de ter percebido rapidamente sua transgressão, creio que ele deve ter se arrependido amargamente, mas Deus não o poupou. Uzias sofreu por causa de sua soberba, de seu coração altivo que o cegou, fazendo-o acreditar que as ordenanças do Senhor e a seleção de Deus com relação ao ofício sacerdotal pudessem ser menores que o seu ego.

Como o rei Uzias, tem muito ministro do Evangelho que tem caído por causa de sua própria arrogância. Começam sempre bem: orando, jejuando, lendo a Bíblia, estudando a doutrina cristã. São pessoas obedientes a Deus, servos do Senhor. Por causa de tal obediência e exemplo, muitos cristãos que procuram desesperadamente um Cristianismo autêntico na atualidade, começam a enxergar esses ministros como o próprio Deus na Terra... E quando esses ministros começam a se sentir o próprio Deus, é o início da queda...

E, da mesma maneira como aqueles sacerdotes tentaram abrir os olhos de Uzias, para que ele se retirasse do templo porque aquela situação era de tamanha agressão à santidade de Deus, tem muito cristão (o sacerdócio santo – 1 Pe. 2:5) tentando abrir os olhos pastorais de muitos ministros do Evangelho. O problema é que há muitos líderes que colocaram vendas nos próprios olhos e, por isso, não consegue enxergar os gritos alarmantes da Igreja do Senhor.

É lamentável como há pastores (sem renome nacional e renomados também) que estão seguindo a mesma direção que o rei Uzias seguiu... Estão sendo direcionados por um coração altivo e desobediente. Inventam doutrinas, burlam algumas (para satisfazer sua própria ganância), dividem igrejas, entristecem ovelhas, não ouvem colegas de ministério, não colocam a Bíblia como única regra de fé e prática.

Uzias caiu... E não foi por falta de aviso. Muitos pastores estão aí, caindo ou prestes a cair... E também não é por falta de aviso. Espero sinceramente que Deus possa abrir os olhos de inúmeros ministros do Evangelho, para que eles possam voltar a serem exemplos para os cristãos e afastar a ira de Deus sobre eles próprios, pois se Deus não poupou o grande rei Uzias, será mesmo que irá poupar a vida de certos pastores que transgridem a Palavra de Deus, são alertados e não se consertam?



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