INTRODUÇÃO
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este
capítulo, mostraremos por que as ordenanças de Levítico fizeram de Israel o
povo mais avançado na área médica, urbanística e jurídica de todo o Oriente
Médio. Não exageraremos se considerarmos os hebreus, nesse mesmo período, mais
adiantados do que os chineses, egípcios e babilônios. Quanto aos gregos e
romanos, ainda lutavam por se firmarem como civilização.
Acredito que, sem as orientações
levíticas, o Ocidente jamais teria alcançado o seu atual estágio de
desenvolvimento. A razão é bastante simples. A Igreja Cristã, ao fazer uso da
Bíblia Sagrada, jamais deixou de aplicar os princípios mosaicos ao seu dia a
dia. Não quero dizer, com isso, que os teólogos patrísticos e medievais
porfiaram em judaizar a sociedade na qual estavam inseridos. Mas, sabiamente,
souberam como separar os mandamentos específicos a Israel daqueles que devem
ser observados por todos os povos. E, dessa forma, lançaram os alicerces da
Civilização Ocidental.
Acompanhemos, pois, o processo de
santificação dos israelitas. Esse processo, aliás, não contemplava apenas a
interioridade humana, mas também a sua exterioridade, porque esta deveria ser
um reflexo perfeito daquela. Para que isso ocorresse, a Universidade Levítica
fez-se indispensável.
I. A UNIVERSIDADE LEVÍTICA
Ao separar
os levitas para servirem como sacerdotes e ministros do altar, Deus lançava,
naquele instante, os alicerces de uma instituição que faria dos hebreus o povo
mais civilizado do mundo. Vejamos em que consistia a epistemologia dessa
entidade que, com muita justiça, poderia ser chamada de Universidade Levítica.
1.
Teologia,
a verdade sobre o único Deus. Os sacerdotes levitas, por serem os grandes
mestres e catedráticos de Israel, partiam de um pressuposto que faz toda a
diferença no campo filosófico, científico e literário: Deus existe. Mas, ao
contrário dos deístas atuais, acreditavam eles que Deus não se limitou a criar
os Céus e a Terra, mas continua a preservá-los e a intervir em todos os seus
negócios, pois Ele é o Senhor de todas as coisas (Gn 1.1).
A
teologia levítica não se embasava em meras teorias ou simples assentimentos
intelectuais; firmava-se em algo profundo e experimental: o temor de Deus. Como
diria mais tarde o sábio rei de Israel, “o temor do SENHOR é o princípio do
saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino” (Pv 1.7, ARA).
Tendo esse texto de ouro como a pedra
de esquina de sua epistemologia, os levitas avançaram nos mais diversos campos
das ciências e saberes humanos.
Façamos uma pausa, a fim de explicar o
que é a epistemologia. Essa palavra é formada por dois vocábulos gregos:
episteme, conhecimento, ciência; e logos, estudo, ou discurso racional. A
epistemologia, portanto, é a reflexão em torno da natureza, estágios e
abrangências do conhecimento produzido, adquirido e transmitido pelo homem.
2.
Cosmologia, o Universo é de Deus. Os sacerdotes do Senhor não se
perdiam em teorias loucas e bizarras acerca do aparecimento dos Céus e da
Terra. Eles sabiam que, no princípio, Deus criara tudo quanto existe. Se tudo
quanto existe é criação divina, depreende-se logo que somente o Criador é quem
deve ser adorado; não a criatura. Tal proposição é fundamental para se estabelecer
uma epistemologia segura, eficaz e que conduza o ser humano ao progresso.
Quando os levitas oficiavam a Deus,
apresentando-lhe alguma oferenda ou dom, sabiam estar reconsagrando-lhe algo
que já lhe pertencia. Por isso, tratavam a Terra não como a deusa intocável dos
gregos, nem como a mãe caprichosa dos ecologistas atuais; tratavam-na como
criação divina. Tinham eles ciência suficiente para entender que a Terra fora
criada por causa do homem, e não o homem por causa da Terra. Que esta, pois,
seja o santuário do Senhor, pois do Senhor é a Terra (Sl 24.1).
3.
Antropologia, o homem é a imagem de
Deus. Já imaginou se
os levitas tivessem sido educados por Charles Darwin (1809-1882)? Como iriam
eles tratar os filhos de Israel a partir de uma antropologia bizarra,
fantasiosa e sem a mínima base científica? Mas, sabendo eles que o homem foi
criado à imagem e semelhança de Deus, jamais deixariam os hebreus
embrenharem-se nas promiscuidades egípcias, cananeias e mesopotâmias. Todos
eles porfiavam por serem reconhecidos como o povo escolhido do Deus de Abraão,
Isaque e Jacó.
Eis porque os sacerdotes do Senhor
obrigavam-se a cuidar tanto da interioridade quanto da exterioridade dos
hebreus. Eles estavam cientes de que Deus exigia de seu povo santidade, pureza
e distinção. Todos deveriam ser santos, porque Santo é o Senhor. Diante de tal
reivindicação, como devemos nós, hoje, proceder? Que o Espírito Santo nos ajude
a ter uma vida irrepreensível perante Deus e diante dos homens.
Como seria bom se os médicos e os demais
profissionais de saúde tivessem uma antropologia realmente bíblica. A partir
dessa perspectiva, tratariam melhor seus pacientes, pois nestes veriam a imagem
e a semelhança do Criador. E, assim, seriam banidos das universidades e dos
hospitais experimentos cruéis e desumanos como aqueles realizados pelos alemães
e japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
4.
Direitos e deveres. Os sacerdotes do Senhor, orientados
pelos Dez Mandamentos e pelas demais ordenanças do Pentateuco, foram além dos
mestres e juristas da antiguidade. Se Hamurabi, por exemplo, que viveu por
volta do século XIX a.C., teve uma influência meramente local, o código levita
fez-se universal; eterno. E, hoje, em não poucos tribunais, encontramos uma
cópia dos Dez Mandamentos.
Se compararmos a
Lei de Moisés à de Dracon ou à de Solon, ambos legisladores gregos do século
VII a.D., constataremos que estes jamais lograram alcançar a excelência da
legislação que Deus, por meio de Moisés, entregara aos levitas. Por isso, devem
os sacerdotes ser vistos como os juristas, advogados, promotores e juízes de
Israel. Além disso, lançaram a base jurídica da civilização ocidental.
5.
Contrastes entre a Universidade
Levítica e a Faraônica. Antes de encerrarmos este tópico,
faremos um pequeno contraste entre a academia egípcia, formada, em sua maior
parte, por magos e astrólogos, e a hebreia, representada pelos levitas. A
egípcia, apesar de suas notáveis conquistas científicas, centrava-se em
ciências ocultas e duvidosas (Êx 7.11). Quanto à hebreia, tinha à sua
disposição não os conhecimentos escondidos e entretecidos nas profundezas de
Satanás, mas o saber verdadeiro que o próprio Deus revelara a Moisés e ainda
mostraria aos profetas que viriam depois do grande legislador.
Por essa razão, quem hoje se interessa pelas
ciências egípcias dos magos e astrólogos de Faraó? No entanto, a Bíblia Sagrada
é lida todos os dias do Ocidente ao Oriente como a inspirada, inerrante e
infalível Palavra de Deus.
II. O INÍCIO DOS HOSPITAIS MODERNOS
Parece que os médicos
egípcios existiam apenas em função dos faraós. Quanto ao povo, que se arrumasse
com as suas doenças, moléstias e enfermidades.
No que tange aos levitas, observamos que estes, apesar de não serem médicos
profissionais, dedicavam-se desvelada e sagradamente aos cuidados preventivos
da saúde hebreia. E, assim, vieram a lançar as bases dos modernos hospitais.
1.
O hospital, a Casa do Bom Samaritano. Na língua alemã, a palavra
“hospital” tem um significado interessante e que, em sua essência, revela um
pouco da filosofia pagã. O termo Krankenhaus significa, etimologicamente, casa
do enfermo.
Se buscarmos a
etimologia da palavra “hospital”, descobriremos não somente um novo significado
linguístico, mas também uma renovada filosofia. O termo, proveniente do latim
medieval, vem de hospes que, naquele período, significava “hospedeiro” ou
“hospede”. A partir daí, nasceu o vocábulo “hospital”: local onde os viajantes
eram bem recebidos e muito bem cuidados. Com o tempo, devido à influência da
Igreja Cristã, o hospital começou a ser visto não mais como uma simples
hospedaria, mas como um lugar para se acolher os enfermos.
Em seus primórdios,
o hospital não era uma casa de enfermo ou de enfermidade, mas um lugar onde o
hóspede, se enfermo, podia receber cuidados médicos. A parábola do Bom
Samaritano é um quadro que ilustra muito bem a fundação dos hospitais como hoje
os conhecemos. Nessa belíssima narrativa, observemos algo muito importante. Os
desvelos ministrados pelo samaritano àquele pobre homem refletiam, de certa
forma, as funções de um sacerdote levita. Se bem que tanto o sacerdote como o
levita, nessa narrativa, embora até possuíssem alguma ciência médica, passaram
de largo e ignoraram o seu paciente.
Segundo a
história, o primeiro hospital moderno foi estabelecido, em 370 d.C., na cidade
de Cesareia, como resultado de um benévolo édito imperial. Mais tarde, Basílio,
o Grande (329-379), recomendou a criação de hospitais, tendo como referência um
famoso e eficiente hospital de Roma. Não nos esqueçamos da Ordem dos
Hospitalários que, apesar de sua forte vocação militar, não deixou de cuidar
dos peregrinos que se dirigiam à Terra Santa.
Na história de Israel, as práticas clínicas
dos levitas precederam a medicina. É o que podemos inferir do texto sagrado. A
seguir, vejamos como os sacerdotes cuidavam da saúde dos hebreus, não
propriamente curando-lhes as enfermidades, mas prevenindo-as. Esse cuidado
torna-se mais visível em relação à lepra que, naquele tempo, além de ser uma
doença incurável, era socialmente repulsiva.
2. Lepra, o símbolo do pecado. Libertos de uma terra idólatra e
insalubre, os israelitas corriam o risco de transmitir à próxima geração
enfermidades como a lepra, a doença mais repelente da antiguidade (Dt 7.15).
Por isso, Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar clinicamente o seu povo.
Nos tempos bíblicos, a lepra causava repulsa devido ao seu aspecto e contágio (Lv
13.2). Se Deus não a curasse, médico algum poderia fazê-lo. Haja vista o caso
do general sírio Naamã (2 Rs 5.1-14). O Senhor Jesus, durante o seu ministério
terreno, curou a diversos leprosos e ordenou a seus discípulos a que os
purificasse (Mt 10.8; 11.5).
3. A inspeção clínica. Em sua peregrinação à Terra
Prometida, os israelitas não contavam com médicos e sanitaristas. Era um luxo
restrito aos nobres egípcios (Gn 50.2). Portanto, sempre que alguém apresentava
algum dos sintomas da lepra, deveria encaminhar-se ao sumo sacerdote para ser
examinado (Lv 13.1-30). De acordo com o diagnóstico, o paciente era declarado
limpo ou impuro. Se constatada a doença, o enfermo era imediatamente apartado
da comunidade (Lv 13.46).
4. A limitação do sacerdote. Os sacerdotes, por conseguinte,
encontravamse habilitados a diagnosticar, mas não a curar os leprosos; era uma
função mais preventiva que curativa. O próprio Senhor Jesus reconheceu a
perícia do sacerdote na diagnose da enfermidade (Lc 5.14).
Durante o seu ministério terreno, o
Senhor Jesus, louvado como o Médico dos médicos, admitiu a utilidade dos
médicos humanos. Embora limitados e, às vezes, até inúteis diante de algumas
situações, eles aí estão para aliviar-nos a dor (Mt 9.12). Pelo que deduzimos
desta saudação tipicamente paulina, Lucas era um médico mui amado entre os
cristãos primitivos (Cl 4.14).
III. O INÍCIO DA URBANIZAÇÃO MODERNA
Às vezes, pergunto-me por que uma cidade como
o Rio de Janeiro, que já foi alcunhada de maravilhosa, possui tantas mazelas urbanísticas.
Ao lado de condomínios, que vivem no luxo, há comunidades que tentam sobreviver
do lixo e no lixo. Dessa forma, vemos proliferar doenças que, há mais de um
século, já haviam sido debeladas. No Israel do Antigo Testamento, tal situação
era inadmissível.
1.
O urbanismo e o sanitarismo do
sacerdócio levítico.
O urbanismo é a disciplina relacionada ao estudo, regulação, controle e
planejamento da cidade. Nessa ciência, não se pode confundir urbanismo com ação
urbanizadora. Se esta não promover a melhoria de vida da população não é
urbanismo; é mera preocupação estética. A cidade, pois, antes de ser bonita,
tem de ser saudável.
O urbanismo deve caminhar de mãos dadas
com o sanitarismo. Modernamente, o sanitarismo, conhecido também como
higienismo, é conhecido como a ciência que tem por objetivo promover a saúde
pública. A menos que tenhamos uma população saudável, qualquer projeto
urbanístico, por mais belo e aprazível, será inútil. Eis por que Deus
recomendou aos sacerdotes que zelassem pela saúde de seu povo.
De acordo com as leis urbanas que
encontramos no Levítico, a urbanização de Israel deveria começar de dentro para
fora; do interior das casas ao centro da cidade. Se uma casa estava doente,
todos os demais domicílios corriam perigo; a epidemia era eminente. Vejamos,
pois, como agiam os sacerdotes na fiscalização urbana de Israel. Aliás, a sua
função incluía, também, o sanitarismo.
2. A função urbanista e sanitarista
dos sacerdotes.
Apesar de ser a terra que mana leite e mel, Canaã, por causa dos povos que a
habitavam, tornara-se tão doentia e insustentável quanto o Egito (Lv 14.34).
Até suas casas e vestes estavam sujeitas a uma espécie de lepra, fatal aos
israelitas. Por isso, Deus instruiu os sacerdotes a atuarem também como
sanitaristas e urbanistas.
3. A função sanitarista do sacerdote. O sanitarista é um especialista em
saúde pública; sua função é mais preventiva do que curativa. Sua obrigação é
manter a cidade livre de focos de doenças e infecções. Por isso, os sacerdotes,
em Israel, inspecionavam casas e roupas (Lv 14.34-57).
4. A lepra na casa. A lepra numa casa é descrita como
manchas esverdinhadas e avermelhadas que, via de regra, pareciam mais fundas
que a parede (Lv 14.37). Sempre que isso ocorria, o proprietário deveria
recorrer ao sacerdote que, após examiná-la, ordenava o seu despejo, para que a
praga não se espalhasse, contaminando toda a propriedade (Lv 14.36).
Em seguida, a casa era interditada por
sete dias (Lv 14.38). Caso a praga não cedesse, as pedras contaminadas eram
retiradas e as paredes todas eram raspadas. Em último caso, o sacerdote tinha
autoridade para ordenar a demolição do imóvel (Lv 14.45). Para que a lepra não
contaminasse outras propriedades, todo o seu entulho era jogado fora do
perímetro urbano.
6.
A lepra nas vestes. As vestes e objetos domésticos
também estavam sujeitos à lepra. No caso destes, tratavam-se de mofos e fungos
igualmente nocivos à saúde (Lv 13.47-50). De imediato, a roupa deveria ser
levada ao sacerdote (Lv 13.51). Caso a praga se mostrasse persistente, a roupa
deveria ser queimada, a fim de evitar a propagação de doenças (Lv 13.52).
Deus advertiu solenemente os israelitas
a guardarem-se da praga da lepra, pois a doença abria a porta a outras
enfermidades e moléstias (Dt 24.8). Era um dos mais fortes símbolos do pecado
(Is 1.6).
IV. A ESTRUTURA JURÍDICA DE ISRAEL
No Israel dos sacerdotes e levitas, o direito
estava sempre ao alcance dos pobres, porque a Lei de Deus havia sido proclamada
a toda a nação, e não apenas a uma minoria privilegiada. Ali, pobres e ricos,
pequenos e grandes, nobres e plebeus; todos, enfim, estavam sujeitos aos
mandamentos divinos. Não havia minoria privilegiada, nem maioria ignorada; eram
todos iguais diante da Lei de Deus.
1. A função judicial dos sacerdotes. Judicialmente, o livro de Levítico
apresenta várias disposições, a fim de proteger a família, a propriedade
privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o sacerdote atuava
também no campo jurídico. No Israel do Antigo Testamento, não havia uma
lei-maior para dirigir o país; uma espécie de constituição. Ali, toda a Palavra
de Deus funcionava como a ordenança que não podia ser ignorada quer pelo rei,
quer pelo plebeu. E, para zelar pelo fiel cumprimento dos estatutos divinos, os
sacerdotes e demais levitas faziam-se presentes.
2. Proteção da família. Com o objetivo de manter a pureza e
a legitimidade no relacionamento familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés,
proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil (Lv 20.2); o incesto, (Lv 18.6-9);
o abuso sexual doméstico (Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv
19.29); o homossexualismo e a bestialidade (Lv 18.22,23). Os israelitas, como
adoradores do Único e Verdadeiro Deus, eram obrigados a honrar seus pais e a
preservar-lhes a autoridade (Lv 19.3; 20.9).
2.
Proteção da propriedade privada. A posse de uma propriedade, em
Israel, era considerada algo sagrado; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx
3.7,8). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de
maneira responsável e amorosa (Lv 19.9). As colheitas eram feitas de tal
maneira, que os pobres jamais deixavam de ser contemplados (Lv 23.22).
Sendo, pois, a terra propriedade do
Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à
natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por
obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.
A propriedade da terra não era considerada
roubo, conforme diria o francês Pierre-Joseph Proudhon (1809 – 1865), mas uma
herança pela qual valia a pena lutar (1 Rs 21.3). No Israel de Deus, os
governantes não se digladiavam hoje pela esquerda, e, amanhã pela direita;
punham-se todos no centro da vontade divina .
. Ali, nas terras do Senhor, não havia
lugar para o comunismo assassino e mentiroso, nem para o fascismo desumano e
cruel, pois a Lei de Moisés supria todas as carências e lacunas sociais. E,
quando do advento da injustiça, Jeová enviava os seus mensageiros que,
corajosamente, clamavam contra a opressão, o roubo, o crime e a infidelidade
doméstica.
3.
Proteção da vida. Também estava sob o encargo do
sacerdote a inspeção das casas (Dt 22.8) e da criação de animais (Êx 21.36). A
mulher grávida recebia proteção especial (Êx 21.22). Enfim, a vida na sociedade
judaica era e é sagrada; um dom do Criador (Nm 16.22). Por isso, Deus determina
no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de
refúgio que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o
querer, matava alguém (Nm 35.10-15).
Oremos, para que o nosso país seja
realmente justo e misericordioso. Não nos faltam leis, nem legisladores, nem
juízes. Ei-los pelos tribunais; ei-los saindo das faculdades e academias.
Todavia, falta-nos o temor do Senhor, sem o qual não pode haver princípio algum
de sabedoria. É chegado o momento de rogarmos ao Senhor que nos cure a terra.
Achamo-nos tão enfermos, hoje, quanto o Israel dos tempos de Isaías (Is 1.1-9).
Neste momento, conscientizemo-nos de nossa responsabilidade como sal da terra e
luz do mundo.
CONCLUSÃO
Conforme
profetizou Malaquias, a aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem
conhecida de todo o Israel. Nesse sentido, seus descendentes deveriam ser o
mais alto referencial da nação no que tange à Lei de Moisés, à instrução e à
administração da justiça (Ml 2.4-7). Infelizmente, os sacerdotes não souberam
como guardar o concerto levítico.
Se o Senhor exigiu excelência e correção
dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir? Que o nosso culto
seja marcado pelo amor e pela não conformação com este mundo.
Nós, obreiros de Cristo, temos de ser um
padrão na sã doutrina, segundo recomenda o apóstolo: “Torna-te, pessoalmente,
padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência” (Tt 2.7, ARA).
Ainda que não sejamos sacerdotes como os filhos de Levi, nossa
responsabilidade, diante do povo de Deus, não é menor. Se o Senhor exigiu deles
excelência, o que não exigirá de nós, seus despenseiros? Ou será que já não
tememos ser reprovados no Tribunal de Cristo? Que o Senhor nos ajude.
ADORAÇÃO, SANTIDADE E SERVIÇO
CLAUDIONOR DE ANDRADE
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