quarta-feira, 21 de março de 2018

Lição 12 – O Juízo do Trono Branco


TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Atos 17.30,31
30 - Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam,
31 - porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos.

Apocalipse 20.11-15
11 - E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
12 - E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.

13 - E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
14 - E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
15 - E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – 1 Samuel 24.8-12: Julgue o Senhor
3ª feira – Eclesiastes 3.16,17: Deus julgará o justo e o ímpio
4ª feira – Daniel 5.17-28: Pesado foste na balança
5ª feira – João 5.16-24: Não entrará em condenação
6ª feira – Romanos 2.1-16: Julgar os segredos dos homens
Sábado – Hebreus 12.12-23: Deus, o Juiz de todos
TEXTO ÁUREO
E os céus anunciarão a sua justiça, pois Deus mesmo é o Juiz. Salmo 50.6

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
- saber que o juízo não é uma figura de linguagem; ao contrário, ele é real e vindouro;
- conscientizar-se de que o pecado afasta o homem de Deus e leva-o, mormente, ao inferno por toda a eternidade;
- compreender que a obediência aos mandamentos do Senhor Jesus livra-nos da condenação eterna.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Esta lição, que versa sobre o Juízo Final, foi elaborada com o objetivo de fazer seus alunos enriquecerem-se com um conteúdo teológico sadio e maduro. Esperamos que ao fim da exposição todos possam ser fortalecidos na fé em Cristo.

Se possível, realize uma dinâmica de grupo para tratar dos seguintes temas: julgamento, tribunal, condenação e absolvição. Peça a quatro alunos para falarem, em 30 segundos, o que entendem a respeito do assunto. Esse recurso didático é bastante útil para ilustrar o argumento exposto e, ao mesmo tempo, provocar a conscientização dos alunos sobre o tipo de conduta que eles têm adotado em sua vida cristã.

Faça desse momento uma experiência vívida, não apenas teórica. Ensine, no decorrer da dinâmica, que qualquer pessoa pode livrar-se do julgamento do grande trono branco, por meio de uma vida de dedicação a Cristo e santificação pessoal.
Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nas primeiras páginas da Bíblia, no Livro de Gênesis, temos uma clara descrição da Criação de Deus: todas as coisas eram boas e perfeitas. Nossos primeiros pais tinham livre acesso ao Paraíso, um lugar destinado à habitação do homem, que deveria ser conquistado e desfrutado pelo primeiro casal e seus respectivos descendentes (Gn 1.22).
Não se sabe ao certo por quanto tempo Adão e Eva gozaram da exuberância do Éden e da tranquilidade proporcionada pela presença do Criador; fato é que a cena de absoluta perfeição foi alterada para a cena do juízo divino sobre a história humana. O homem, a mulher, a serpente e a Terra foram julgados pelo Senhor, e cada um recebeu sua respectiva sentença (Gn 3.14-24).

Além deste primeiro e definitivo juízo divino, outros tantos são citados no texto bíblico. Observe:

OUTROS JULGAMENTOS NA BÍBLIA
REFERÊNCIAS

Juízo do pecado deste mundo, que viria por meio da morte de Cristo
Jo 12.31,32

O autojulgamento dos cristãos por toda a vida, para não sermos condenados com o mundo
1 Co 11.31,32

Julgamento de Israel por seus muitos séculos de rebelião
Ez 20.33-44

Julgamento dos anjos, devido à rebelião contra Deus
2 Pe 2.4; Jd 6,7

Julgamento das obras dos cristãos
Rm 14.10; 2 Co 5.10,11

Julgamento das nações que estiverem vivas no segundo advento
Mt 25.31-46

Julgamento dos ímpios mortos
Ap 20.11-15; At 17.31; Rm 2.16

Nesta lição, estudaremos o Juízo do grande trono branco, que marca o fim dos tempos e a consequente entrada no Estado Eterno — esse acontecimento foi anunciado por João nas últimas páginas da Bíblia.
O vaticínio bíblico serve basicamente a dois propósitos:
(1) convocar-nos ao estado de alerta, a fim de não sermos condenados naquela ocasião;
(2) dizer às pessoas, como atalaias do Senhor, como elas poderão escapar da condenação eterna, que será promulgada neste evento escatológico (Ez 3.17-21).
1. O GRANDE JULGAMENTO
O texto bíblico, insistentemente, ressalta a grandiosidade de Deus. Observemos alguns aspectos da majestade divina, destacados no Livro dos Salmos, por exemplo: Deus é grande em bondade (Sl 31.19); justiça (Sl 36.6); misericórdia (Sl 25.6); notoriedade (Sl 76.1); obras (Sl 92.5); glória (Sl 138.5); e poder (Sl 145.5). Tal como o salmista, o apóstolo utilizou a expressão grande trono branco (Ap 20.11) para indicar a imensidade da pessoa divina: o termo grande alude ao tribunal que alcança os mortos, grandes e pequenos (Ap 20.12a NVI); o termo branco, por sua vez, revela que quem sobre o trono se assenta não é outro senão o perfeito e justo Juiz, como declarou o apóstolo Paulo: [...] aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo (Tt 2.13).

trono branco representa a pureza e a santidade (Ap 20.11), atributos de Deus, que o qualificam para julgar com justiça e imparcialidade (CAITANO, J. Central Gospel, 2010, p. 205).

1.1. Quem estará diante do trono branco?
Quem será julgado neste evento? Todas as pessoas, exceto os salvos em Cristo que foram arrebatados na primeira ressurreição. Estes não serão julgados (CAITANO, J. Central Gospel, 2010, p. 205).

Além de tais pessoas — de todas as épocas e classes sociais, sejam grandes ou pequenas (At 17.31) —, estarão presentes neste juízo os anjos caídos que aderiram à rebelião satânica; estes receberão, individualmente, sua sentença final (Jd 6).

1.2. Falsos cristãos e falsos obreiros
Segundo as palavras de Jesus, naquele Dia — no dia do Juízo Final —, falsos cristãos comparecerão diante do grande trono branco e tentarão escapar da condenação eterna. Tais pessoas argumentarão que serviram ao Senhor e agiram em Seu nome, e a confirmação de suas palavras estaria nos sinais e maravilhas que operaram entre os homens durante toda a vida. Cristo, no entanto, as chamará de praticantes da iniquidade, ou seja, elas não escaparão ao Juízo do trono branco (Mt 7.22,23).

1.2.1. A manifestação do fruto do Espírito
Esses homens e mulheres, autodenominados cristãos, demonstraram os dons espirituais, contudo não manifestaram o fruto do Espírito — precisamos lembrar-nos sempre disto: dons, sem fruto, não garantem a salvação eterna.

Tais pessoas supostamente conheceram a Deus, mas não foram conhecidas por Ele (Lc 13.27); utilizaram-se do nome de Cristo, mas aceitaram a proposta satânica de praticar a desobediência (Gn 3.5); produziram ações contrárias à vontade de Deus; foram amantes do dinheiro (1 Tm 6.10); adoraram a si mesmas; buscaram para si admiradores e estiveram cercadas de discípulos que não seguem a Cristo (2 Tm 3.1-5).

1.3. A ressurreição de Cristo e o Juízo Final
A ressurreição de Jesus é o fundamento da nossa fé (1 Co 15.14). Observemos os testemunhos deste milagre incomparável:

- o testemunho da Palavra (Sl 16.10; Jo 11.25; 1 Co 6.14);
- o testemunho da Natureza (Mt 28.2);
- o testemunho do túmulo vazio (Mc 16.8);
- o testemunho dos anjos (Lc 24.4-7);
- o testemunho das mulheres (Lc 24.1);
- o testemunho dos discípulos (Mt 28.9; Mc 16.9; Lc 24.15,36; Jo 20.19; 21.1,14).

Assim como nosso Salvador ressuscitou, todos os homens ressuscitarão para serem julgados por Ele (At 17.31; 1Co 15.1-23): uns para a salvação, na primeira ressureição; outros para a condenação, após o Milênio (Ap 20.5).

2. A PRESTAÇÃO DE CONTAS
Todos os homens, de todos os tempos e lugares, terão de prestar contas a Deus, seja diante do Tribunal de Cristo (2 Co 5.10), seja diante do trono branco (Ap 20.11-15). Essa prestação de contas evidenciará a trajetória terrena de cada um de nós.

O sábio Salomão, inspirado por Deus, já havia dito: [...] há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou (Ec 3.2). Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau (Ec 12.14).

2.1. O registro dos livros
No texto bíblico, são mencionados os seguintes tipos de livro:
- o livro da redenção (Ap 5.1);
- o livro das lágrimas (Sl 56.8);
- o livro das palavras (Mt 12.36,37);
- o livro da consciência (Rm 2.15,16);
- o livro da natureza (Rm 1.25-27);
- o livro das escolhas (Js 24.15);
- o livro do Senhor (Is 34.16);
- o livro do concerto (2 Rs 23.2);
- o livro de Deus (Sl 139.16); e
- o livro da vida (Sl 69.28).

Os livros terão um papel essencial no Juízo do trono branco. O mais importante deles é o livro da vida, no qual estarão escritos os nomes dos salvos.
Observe:
Paulo, ao escrever aos filipenses, mencionou as mulheres que trabalharam com ele no evangelho, Clemente e os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida (Fp 4.3).

No Livro do Apocalipse, João, em várias passagens, igualmente, fez menção a esse livro (Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27).

O livro das obras (2 Co 5.10 NVI), tão importante quanto o da vida, também será aberto no dia do Juízo. Grande parte dos comentaristas bíblicos afirma que cada pessoa tem um livro específico; nele, todos os nossos atos e pensamentos — exatamente da forma como os concebemos — estão sendo registrados e jamais serão apagados ou esquecidos (Is 65.6).

2.2. Fazer o bem
A recomendação paulina é extremamente relevante e pode ser parafraseada da seguinte maneira: façamos o bem e não olhemos a quem (Gl 6.9). Nunca deixemos de praticar o que é bom, direito, honesto, puro e cuja finalidade seja beneficiar, levantar, encorajar e ajudar aqueles que cruzarem o nosso caminho.
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O tempo para a prática de boas obras — que serão julgadas no Juízo do trono branco — é agora (Gl 6.10; Jo 9.4). Cada um de nós deve ser ensinável, ou seja, ter o coração aberto e disposto a aprender, com o Senhor, a contar o tempo de sua existência (Sl 90.12).

As recompensas são para cujos nomes estão escritos no livro da vida (Ap 3.5; 20.12; 21.27). Pela divina graça, o Cordeiro morreu para redimir cada povo, tribo e nação (Ap 5.9,10; 20.15; 21.27); no entanto, as pessoas são responsáveis por suas escolhas, como
enfatizado pelo conteúdo de outro conjunto de livros (Ap 20.12-13) (ROTZ, C. Central Gospel, 2015, p. 52).


3. O ÚLTIMO JULGAMENTO
O dia do fim é uma realidade que não pode ser ignorada — o próprio Senhor Jesus anunciou que esse tempo chegaria (Mt 24.1-14):

Diante dessa realidade bíblica, precisamos considerar com muita seriedade e responsabilidade alguns fatos sobre o Juízo do trono branco — o derradeiro julgamento estabelecido no plano divino —, que ocorrerá nos últimos dias da história humana.
Vejamos:
- será universal, e todos, obrigatoriamente, estarão de pé diante do trono do juízo (Ap 20.12);
- o Senhor Jesus, junto com o Pai, procederá o julgamento (Jo 5.22,27);
- os mortos ressuscitados, grandes e pequenos, serão julgados (Ap 20.12);
- haverá um veredito final, inapelável e inafiançável, para os julgados;
- o destino dos condenados será a segunda morte, ou seja, o espírito separa-se de Deus eternamente (Ap 20.15).

CONCLUSÃO
O apóstolo João viu um grande trono branco; essa visão, por si só, deveria levar-nos a refletir sobre nossa caminhada cristã. O trono é grande, para fazer-nos lembrar de quão ilimitado é o poder de julgamento do Altíssimo; ele é branco, para não nos deixar esquecer de que a justiça divina é perfeita (Sl 96.10).

Matthew Henry disse que ninguém é tão mau que não tenha algum talento para apresentar a Deus, e ninguém é tão grandioso para evitar a jurisdição do grande trono branco.

Mantenhamos nossos olhos fixos em Cristo Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2); apeguemo-nos até o fim à confiança que tivemos no princípio (Hb 3.14); sejamos fiéis até a morte, para recebermos do Senhor a coroa da vida (Ap 2.10); e, por último, mas não menos importante, não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido (Gl 6.9)

                                         
                                                REVISTA CENTRAL GOSPEL



Lição 12 – O Juízo do Trono Branco
                      (Pr. Alexandre Ouverney)

1 – INTRODUÇÃO

Sl 50.6 “E os céus anunciarão a sua justiça, pois Deus mesmo é o Juiz”.
Gn 18.25 “Não fará o juiz de toda a terra o que é justo?

Somente quando o próprio Deus for o Juiz teremos certeza que a justiça será feita, uma vez que a Bíblia diz que as nossas justiças são como trapo de imundice:
Is 64.6 “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas como um vento nos arrebatam”.

2 – AMBIENTE DO PLENÁRIO:

2.1 – Quem são os participantes deste julgamento
Juiz – O próprio Deus - Ap 20.11 “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele...”
Nossos juízes se vestem de preto, significando seriedade e austeridade – Respeito;
O grande Juiz se assentará num Trono Branco – Fala de santidade e justiça.
Jr 16.17 “Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; não se escondem perante a minha face, nem a sua maldade se encobre aos meus olhos.”
Pv 15.3 “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.”
Réu – Aquele que comete ou é acusado de cometer crime.
Ap 20.12 “E vi os mortos, grandes e pequenos...”. Percebemos que não há privilégios. Os grandes estavam em pé de igualdade com os pequenos.
Ap 20.13 “E deu o mar os mortos que nele havia e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia,...”
Todos os mortos hão de comparecer diante do Juiz.
Advogado e promotor - Este tribunal não precisará de defesa nem acusação, muito menos de testemunhas.
Testemunhas – Serão apenas observadores e não participantes – A Igreja e os anjos.
Nós participaremos deste tribunal apenas como espectadores - Sl 91.8 ”Somente com os teus olhos olharás, e verás a recompensa dos ímpios.“

2.2 – Materiais:
Provas – Os livros:
Ap 20.12 “... e abriram-se os livros. ... E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”.
Sl 139.16 “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia”.

2.3 – Desenrolar do julgamento
Ap 20.12 “E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”.
Apresentação de provas – O que estava escrito nos livros.
Argumentação – Ao se abrirem os livros dá-se a seguinte situação: Contra fatos não há argumentos.

2.4 – Definições:
Veredito – Juízo emitido a respeito de qualquer questão – culpado ou inocente.
Sentença – Julgamento pronunciado por juiz, tribunal ou árbitro – decisão, despacho (pena).
Prisão preventiva – Ap 20.13 “E deu o mar os mortos... e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia...”
Cumprimento da pena – Execução da sentença.
Prisão definitiva (após o julgamento) – Cumprimento da pena – Ap 20.15 “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.

3 – COMO ESCAPAREMOS NÓS...

3.1 - Como não ser réu neste julgamento
Jo 17.3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.
Jo 3.16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.”
Hb 2.3a “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação...”

4 – CONCLUSÃO

Ap 3.11 “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”.
Ap 20.6 “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes não tem poder
a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”.

A Igreja será julgada no Tribunal de Cristo para galardão (IICo 5.10), na vinda do Senhor, após o arrebatamento da Igreja (Mt 24.27). Teremos nossas obras passadas no fogo (ICo 3.13), receberemos o nosso galardão e entraremos no reino (Mt 25.34).
Os mortos serão julgados no Tribunal do grande Trono Branco (Ap 20.11) para a condenação eterna (Ap 20.15).

Para nós hoje:

O Senhor fala: O fim está próximo... Ez 7.2b “Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra.”
Mas olhai para o alto... Lc 21.28b “... olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima”.

Prepara-te igreja – Am 4.12,13

“Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isto te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. Porque é ele o que forma os montes, e cria o vendo, e declara ao homem qual é o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e pisa os altos da terra; o Senhor, o Deus dos exércitos é o seu nome”.

O Senhor vos abençoe e vos guarde.
                                                           EBD ADVEC TAQUARA




O Juízo Final


Escatologia — a Doutrina das Ultimas Coisas
Depois da condenação definitiva do Diabo e suas hostes, ocorrerá o último de todos os julgamentos, o do Trono Branco. Um grande trono branco, A palavra “grande”, aqui, denota poder e glória; e o termo “branco” indica santidade e justiça. Quem poderia se assentar num trono com esses adjetivos? O Senhor Jesus Cristo, o Justo Juiz — que disse: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” (Jo 5.22) — conduzirá esse último julgamento. Ele foi designado pelo Pai (At 17.31); “Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com retidão” (Sl 9.8). De acordo com a Palavra de Deus, o Senhor Jesus será o Juiz em todos os julgamentos escatológicos: 1) N o Tribunal de Cristo, logo após o Arrebatamento, Ele galardoará a Igreja (2Tm 4.8; Ap 22.12). 2) No Julgamento de Israel, no fim da Grande Tribulação, Ele, que também é o Advogado (I Jo 2.1), será misericordioso ao ouvir o clamor do remanescente arrependido (Dn 12.1; J1 2.32). 3) No Julgamento das Nações, Ele julgará com imparcialidade os que sobreviverem ao Armagedom (M t 25.31,32; 13.40-46). 4) No Julgamento do Diabo e suas hostes, após o Milênio, o Senhor porá termo ao poder das trevas (Ap 20.10; Rm 16.20). 5) No Trono Branco, depois da última revolta de Satanás e sua derrocada, Jesus condenará, segundo as obras de cada um, os pecadores impenitentes (Ap 20.13; 21.8; 22.15). O poder e a glória do Justo Juiz serão tão intensos, que a Terra e o Céu, ofus- cados (assim como o Sol ofusca a Lua), fugirão da sua presença. Essa descrição se encaixa com Apocalipse 2 I.I: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”. Stanley Horton afirmou:
A glória do trono branco é intensa. O universo físico não pode suster-se diante do fogo do julgamento. A terra atual, contaminada pela transgressão de Adão, foge da presença daquele que se encontra no trono. A declaração: “Não se achou lugar para eles” indica que os componentes do universo material deixarão de existir. Será a preparação para 0 novo céu e a nova terra de Apocalipse 21.38
Quem participará desse julgamento? Em 2 Timóteo 4.1 está escrito que o Senhor Jesus Cristo há de julgar os vivos e mortos, na sua vinda e no seu Reino. Os vivos, no tempo desse julgamento final, já terão sido julgados. O Juízo Final é o julgamento dos “mortos”, termo que aparece em Apocalipse 20.11-15 quatro vezes. Todos os mortos em pecado que ainda não tiverem sido julgados estarão em pé diante do Trono Branco. Quem serão eles? 1) Os que permanecerem mortos no Arrebatamento da Igreja. 2) Os mortos na batalha do Armagedom. 3) Os que não ressuscitarem antes do Milênio. 4) Os pecadores contumazes que morrerem durante o Milênio. Não serão proferidas, nesse último grande juízo, duas sentenças, como ocorreu no Julgamento das Nações (Mt 25.46). Haverá uma única condenação para os ímpios (Ap 20.15). Alguns dizem que os salvos também hão de ser julgados, mas isso contraria o que Jesus afirmou, em João 5.24: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo [gr. krisiri], mas passou da morte para a vida” (ARA). O termo “juízo”, na passagem acima, segundo W.E. Vine, “denota primaria- mente 'separação', portanto, ‘decisão, julgamento, juízo’, muito freqüentemente no sentido forense, e, especificamente, acerca do ‘julgamento’ divino”.39 O salvo em Cristo, por conseguinte, tem a vida eterna hoje e não será julgado mais quanto ao pecado (cf. Rm 8.1,33,34), a menos que se desvie do caminho da justiça (2 Pe 2.20-22; Mt 24.13; Ap 3.5). A morte e 0 Hades darão os mortos. Em Apocalipse 20.13 está escrito que o mar dará os mortos que nele há. Jesus também afirmou que “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz” (Jo 5.28). Onde quer que estiverem, os pecadores ressuscitarão para comparecer diante do Trono Branco. Segundo a Palavra de Deus, a morte (gr. thanatos) e o inferno (gr. hades) darão os seus mortos, os quais, após o Juízo Final, serão lançados no Lago de Fogo (Ap 20.13,14). O vocábulo “morte”, na passagem em análise, tem sentido figurado; trata-se de uma metonímia (figura de linguagem expressa pelo emprego da causa pelo efeito ou do símbolo pela realidade), numa alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de todas as partes da Terra, seja qual for a condição deles.40 Há pessoas cujos corpos são cremados; outras morrem em decorrência de grandes explosões, etc. Todas terão os seus corpos reconstituídos para que, em seu estado tríplice (cf. I Ts 5.23), compareçam perante o Juiz. No entanto, para que alguém compareça ao julgamento em seu estado pleno — espírito, alma e corpo — , estes elementos terão de ser reunidos. Daí a ênfase de que “a morte” e também “o inferno” darão os seus mortos. O termo “inferno” aqui é hades, também empregado de forma metonímica. Em outras palavras, assim como a “morte” dará o corpo, o Hades dará a parte que não está neste mundo físico, isto é, a alma (na verdade, alma+espírito). Todos os sentenciados ao Lago de Fogo, no Trono Branco, serão pecadores já condenados (cf. Jo 3.18,36), haja vista o Hades ser um lugar de tormentos onde os injustos aguardam a sentença definitiva (cf Lc 16.23). Nenhuma alma salva em Cristo se encontra no Hades, mas no Paraíso (Lc 23.43; 2 Co 12.2-4). Nesse caso, os mortos salvos durante o Milênio, como já vimos, ressuscitarão antes do Juízo Final, mas não para comparecerem diante do Justo Juiz como réus (cf. Jo 5.22-29). Com base no que foi dito acima, podemos entender melhor a frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14). Isso denota que os corpos e as almas dos perdidos — que saíram do lugar onde estavam e foram reunidos na “segunda ressurreição”, a da condenação (Jo 5.29b) — , depois de ouvirem a sentença do Justo Juiz, serão lançados no Inferno propriamente dito, o Lago de Fogo. A frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de logo” (Ap 20.14) tem uma correlação com o que Jesus disse em Mateus 10.28: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (ARA). Ou seja, as almas (“o Hades”) e os corpos (“a morte”) serão lançados no Geena. Depois disso, nunca mais haverá morte, o último mimigo a ser vencido (I Co 15.26). Todo joelho se dobrará diante de Cristo. No Juízo Final, todos estarão em pé ante o trono (Ap 20.12, ARA), mas haverão de se prostrar diante do Justo Juiz para receber a sentença (Jo 5.22,23). Todos aqueles que não quiseram se prostrar diante do Rei dos reis, antes da Segunda Vinda, durante a Grande Tribulação e por ocasião do Milênio, estarão ali, onde terá pleno cumprimento o que diz Filipenses 2.10,11: “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. No Trono Branco, todos os ímpios, sem exceção, quer queiram, quer não, terão de reconhecer que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai! Mui- tos obreiros infiéis dirão naquele Dia: “Senhor, Senhor” (Mt 7.21,22), mas será tarde demais (v.23). “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm I4.11,12). Grandes e pequenos serão julgados. Participarão do Juízo Final os mortos considerados grandes e pequenos pelos homens (Ap 20.12), pois perante o Senhor não valerão títulos e posições ostentados nesta vida. Os adjetivos “grande” e “pequeno” estão relacionados a importância, prestígio e influência naTerra. Em Mateus 7.22, Jesus se referiu a uma parte desses “grandes”: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?” Os falsos mestres mencionados por Pedro com certeza estarão entre os que argumentarão ante o Justo Juiz (2 Pe 2.1-3). Esses “doutores” — que terão apostatado da fé (I Tm 4.1), negando o Se- nhor que os resgatou, e empregado palavras fingidas, por avareza — entenderão o porquê de o apóstolo Pedro ter empregado estas palavras: “melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2 Pe 2.2!).Títulos, sermões, profecias, exorcismos e milagres não poderão livrá-los da condenação. Deus não considerará posição social, cor de pele ou títulos recebidos na Terra. Hoje, Ele divide a humanidade em duas categorias: os que estão do lado de dentro, e os que estão de fora (Mc 4.11; I Tm 3.7). Naquele Dia, isso se confirmará, pois os que já estão do lado de fora ficarão de fora do Céu, de acordo com Apocalipse 22.15 e 21.8:
Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicános, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; 0 que é a segunda morte.
As passagens acima especificam quem serão esses “grandes e pequenos” que não entrarão no Reino dos Céus: I) Os cães. E claro que este termo (gr. kynes) é metafórico e diz respeito à im- pureza moral e espiritual (cf. 2 Co 7.1). Segundo W.E. Vine, “Os judeus usavam o termo para se referir aos gentios, sob a idéia de impureza cerimonial. Entre os gregos, era um epíteto de impudência”.41 O apóstolo Paulo empregou o vocábulo “cães” em relação aos maus obreiros, que pervertiam a sã doutrina (Fp 3.2). Naquele Dia, muitos falsos obreiros, a despeito de terem optado por fazer a própria vontade, a do povo ou a do Diabo, em detrimento da von- tade do Pai que está nos Céus (M t 7.21; I Jo 2.17), vão querer se justificar perante o Senhor (M t 7.22). Para sua tristeza, esses “cães” ouvirão uma dura sentença: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (M t 7.23).
2) Os tímidos. Alguém poderá pensar que o Juiz será rigoroso ao extremo, ao sentenciar tímidos ao Inferno. No entanto, a timidez em apreço não é aquele acanhamento natural, como em pessoas introvertidas. O termo empregado (gr. deilos) implica, pelo menos, duas atitudes negativas: vergonha de ser reconhe- cido como cristão e medo de testemunhar (cf. M t 10.32,33; I Co 9.16). 3) Os incrédulos. O adjetivo apístois (gr.) significa “incrédulo”, “infiel”, “de- scrente”, “cético” (I Co 6.6; 7.I2-I5; 2 Co 4.4; 6.15; I Tm 5.8). Quando não reconhecida, combatida, nem abandonada por seu portador, a incredulidade se torna um pecado capital (M t 17.17; Mc 9.24; Lc 17.5). A permanência nela foi a causa de a maioria do povo israelita, oriundo do Egito, não ter entrado em Canaã (Hb 3.15-19). Da mesma forma, os incrédulos contumazes serão lançados no Lago de Fogo (Mc 16.16b; Jo 3.36). 4) Os abomináveis. O termo “abominável” (gr. ebdelygmenois) é sinônimo de repugnante, detestável, odioso (lit. “que faz alguém se afastar como que de um mau cheiro”); está associado a idolatria, impureza e mentira (Ap 21.27). A Pa- lavra de Deus descreve assim os abomináveis: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis [gr. bdelyktos], e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra” (Tt I.I6; cf. Ap 3.14-16). 5) Os homicidas. Nas passagens em apreço, o termo phoneus (gr.) significa “homi- cida”, “assassino”. De acordo com o código penal vigente em cada país, quem comete um homicídio com a intenção de matar, se julgado e condenado, pode ser submetido à prisão perpétua ou até à pena de morte. Mas, qual é a pena para quem mata espiri- tualmente alguém (I Jo 3.15)? O crente que permanece nessa prática está sujeito à pena capital do sofrimento eterno constante do Código Divino (Mt 5.22). 6) Osfornicários. O termo “fornicário” (gr. pornois), literalmente “homem que se vicia em fornicação ou prostituição”, possui significação vasta e apli- cação abrangente; implica permanência numa vida de imoralidade e maus pensamentos, além de prática continuada e sem arrependimento do sexo ilícito e de outros pecados contra o corpo (Ap 22.15). A relação íntima, dentro do casamento, é algo puro diante de Deus (H b 13.4). Fora dele, constitui-se pecado digno de pena capital (IC o 6.19,20; 7.9; M t 5.28). 7) Os feiticeiros. Este termo (gr. pharmakois) também é vasto em sua aplicação (Ap 22.15). Pode envolver o manuseio de drogas e poções, embora o seu sentido usual e comum esteja associado a práticas como feitiços, encantos, necromancia, espiritismo, uso de rituais mágicos, bruxaria, evocação de espíritos, emprego de diversas formas de adivinhação, uso de amuletos e talismãs, etc. 8) Os idolatras. O vocábulo “idólatra” (gr. eidololatrais) traduz um amor exces- sivo, uma paixão exagerada, a um ídolo (gr. eidolon, “aquilo que é visto”). Pode um crente tomar-se idólatra? Ora, para quem Paulo escreveu: “Não vos façais, pois, idólatras”? Aos crentes de Corinto (I Co 10.7). Para quem João disse: “Fílhmhos, guardai-vos dos ídolos” (I Jo 5.21)? O amor mal-direcionado constitui-se idola- tria (Mt 10.37; I Jo 2.I5-I7; I Tm 6.10; Ef 5.5). E a permanência nesse pecado conduz à perdição (Ap 22.15). 9) Os mentirosos. A palavra pseudes (gr.) significa “mentiroso”, “falso”. O servo de Deus deve deixar a mentira (Cl 3.9), pois a Palavra do Senhor diz: “Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo... deixai a mentira, e falai a verdade...” (Ef 4.15,25). Os que permanecerem amando e cometendo a mentira serão lançados no Inferno (Ap 22.15). Cada um será julgado segundo as suas obras. Nesse julgamento, cada um será res- ponsabilizado pelos seus atos. Se a máxima predestinalista “Uma vez salvo, salvo para sempre” fosse verdadeira, o Juízo Final seria uma grande contradição. Afinal, admitiríamos que o Justo Juiz, que de antemão ordenara uns para vida e outros para a perdição, agora os condena “segundo as suas obras”! Os teólogos predestinalistas insistem em argumentar que a salvação e a con- denação ocorrem por decreto divino, independentemente de as pessoas decidirem por esta ou aquela. Eles supervalorizam o poder da graça de Deus, em detrimento do livre-arbítrio (essas doutrinas são analisadas com muita clareza no capítulo 7 desta obra). Que culpa terão os pecadores diante do Juiz, posto que já vieram ao mundo destinados ao Inferno? A luz da Palavra de Deus, o Senhor anuncia a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam, pois tem determinado um dia em que, com justiça, há de julgar o mundo por meio do Senhor Jesus Cristo (At 17.31). Sim, o Juiz de toda a Terra, que ofereceu oportunidade de salvação a todos (I Tm 2.4; Hb 2.9), há de julgá-los mediante à livre aceitação ou não de seu plano redentor (Jo 3.16,36). Como será 0 julgamento dos que tiverem morrido sem ouvir 0 evangelho? Estes, certamente, serão julgados, mas não sabemos ao certo quais serão os critérios, exceto quanto à infalível justiça divina. Principalmente por se tratar de uma exceção, o Justo Juiz não deixará de tratar desse caso com imparcialidade. Como disse Abraão ao Senhor, em sua intercessão por Ló, “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). Não cabe a nós tirar conclusões precipitadas, porém o texto de Romanos 2.12-16 (ARA) lança luz sobre o assunto, apresentando algumas certezas quanto ao Juízo Final no que concerne às pessoas mortas sem nunca terem ouvido a mensagem salvadora do evangelho de Cristo:
1) Tendo conhecido ou não o evangelho, todos serão julgados segundo as suas obras; e os pecadores impenitentes serão condenados: “Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados” (v. 12). Em Ezequiel 18.20-24 fica claro que Deus pune a alma pecadora (v.20), além de considerar tanto o arrependimento do ímpio (w.2I-23), quanto o desvio do justo (v.24). 2) O julgamento não se dará com base no que uma pessoa dizia ser, e sim no que de fato ela praticou na Terra: “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (v. 13). 3) A lei aqui não é propriamente o evangelho, mas aquilo que a pessoa as- similou durante a sua vida em relação a Deus: “Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos” (v. 14). Como aqueles que não têm lei pode- riam proceder de acordo com ela? O Senhor não se revela ao ser humano apenas pela sua Palavra. A própria criação manifesta a sua glória e a sua divindade ("Sl 19.1-3; Rm 1.20). 4) Essa lei fica gravada no coração dos homens, e as suas consciências e os seus pensamentos os acusam ou os defendem, a fim de que não tenham recla- mações, naquele Dia: “Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (v. 15). 5) Tudo o que está gravado no coração dos seres humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona. Os livros se abrirão no dia do juízo, e Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos de cada um: “... no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho” (v. 16). Os livros. Quanto aos livros abertos no último grande julgamento, o pastor Antonio Gilberto afirmou: Alguns desses livros devem ser:
O livro da consciência (Rm 2.15; 9.I). O livro da natureza (Jó 12. 7-9; Sl 19.1-4; Rm 1.20). O livro da Lei (Rm 2.12; Is 34.16). Ora, a Lei revela 0 pecado (Rm 3.20). O livro do Evangelho (Jo 12.48; Rm 2.16). O livro da nossa memória (Lc 16.25: “Filho, lembra-te...”; Mc 9.44 — ai deve ser uma alusão ao remorso constante no Inferno). (Ver 0 contexto: vv.44-48 e Jeremias 17.1.) O livro dos atos dos homens (Ml 3.16; Mc 12.36; Lc 12.7; Ap 20.12). O livro da vida (Sl 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 20.12).
A presença do livro da vida nessa ocasião é certamente para provar aos céticos que estão sendo julgados que seus nomes não se encontram nele. (Ler 0 incidente de Mateus 1.22,23(f2
Os mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras (Ap 20.12). E aquele cujo nome não constar do livro da vida será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.15). Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que fazemos (SI 139.16; Ml 3.16; SI 56.8; Mc 4.22). O que é 0 livro da vida? È o registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12.1; Ap 13.8; 21.27). Os teólogos predestinalistas têm afirmado que Deus inseriu nesse livro apenas os nomes dos salvos antes da fundação do mundo. Mas, em Apocalipse 17.8, está escrito que os nomes estão relacionados no livro da vida “desde a”, e não “antes da” fundação do mundo. Há uma enorme diferença entre “antes da” e “desde a”. No grego, o termo “desde” (apoj significa “a partir de”. A expressão “desde a fundação do mundo”, portanto, denota que os nomes dos salvos vêm sendo inseridos no livro da vida desde que o homem foi colocado na Terra criada por Deus (Gn I), e não que haja uma lista previamente pronta antes que o mundo viesse a existir. A expressão em apreço foi empregada também em Apocalipse 13.8 para denotar que todos os cordeiros mortos desde o principio apontavam para o sacrifício expiatório do Cordeiro de Deus (Is 53; Jo 1.29). Uma pessoa só pode ter o registro do nome em cartório depois de seu nascimento; ninguém é registrado antes disso. Da mesma forma, o nome de uma pessoa salva só passa a constar do livro da vida após o seu novo nasci- mento. Afinal, “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Não existe listagem prévia dos eleitos, como pensam os predestinalistas. Na medida em que os indivíduos crêem em Cristo e o confessam como Senhor (Rm 10.9,10), eles são inscritos no rol de membros da Igreja dos primogênitos, a Universal Assembléia (At 2.47, ARA; Hb 12.23). De acordo com a Palavra de Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao fim, terem os seus nomes riscados do livro da vida do Cordeiro (Ap 3.5). Em Exodo 32.32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro”. Serão riscados os que permanecerem desviados do Senhor e em pecado (cf. Ap 3.3-5; 21.27). Em Lucas 10.20, Jesus disse aos discípulos da missão dos setenta, provavelmente distintos dos doze (“outros setenta”, v.I): “alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus”. Judas, porém, um dos discípulos do Senhor, desviou-se do Caminho. Por isso, o apóstolo Pedro afirmou: “[judas] foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério... se desviou, para ir para o seu próprio lugar” (At 1.17,25). Alguns, ainda, afirmam que Deus relacionou toda a humanidade no livro da vida e só risca quem não recebe a Cristo como Salvador. Não obstante, a promessa “de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap 3.5) é dirigida aos salvos que vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao fim (Mt 24.13). Em Filipenses 4.3, o apóstolo Paulo mencionou cooperadores “cujos nomes estão no livro da vida”, porém antes ele asseverara: “estai sempre firmes no Senhor, amados” (v.I). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Ásia ouviram do Senhor a mensagem: “Quem vencer” (Ap 2-3). A manutenção no nome de alguém no livro da vida está condicionada à sua vitória até ao fim (Ap 3.5). Somos filhos de Deus hoje (Jo I.I 1,12), mas em devemos atentar para o que diz Apocalipse 21.7: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”. Como será 0 sofrimento no Inferno. Alguns autores têm escrito livros com “divinas revelações” do Inferno, mas tudo o que precisamos conhecer sobre o assunto está nas Escrituras. E sabemos que não se trata de um lugar de sofrimentos físicos, como os que conhecemos aqui, haja vista ter sido preparado para o Diabo e seus anjos (M t 25.41), seres espirituais. Os nomes do Inferno, como vimos, revelam dão uma idéia de que será um lugar de terríveis e eternos sofrimentos: “fogo eterno” (gr. pur to aionion); “tormento eterno” (gr. kolasin aionion) e “lago de fogo” (gr. limnem tou puros). Stanley Horton afirmou:
A Bíblia é muito cuidadosa em informar-nos que 0 destino final dos perdidos é horrível; vai além da imaginação. Envolverá tribulação, angústia, choro e ranger de dentes (Mt 22.13; 25.30; Rm 2.9f É uma fornalha de fogo (Mt 13.42,50), que resulta em prejuízo e destruição eternas (2 Ts 1.9). O seu fogo é por natureza inextinguível (Mc 9.43), e a fumaça do seu tormento subirá para todo 0 sempre; não terão descanso (Ap 14. II; 20.10). E neste sentido que a Bíblia diz: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” .
                                                        Teologia Sistemática Pentecostal
Antonio Gilberto, Claudionor de Andrade, Ciro Sanches
Zibordi, Elienai Cabral, Elinaldo Renovato, Esequias Soares,
Geremias do Couto, Severino Pedro da Silva, Wagner Gaby


Fonte: 


Apocalipse 20.7-15 - Espada Cortante - Vol. 1 - Orlando Boyer - CPAD 


6 Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de DEUS e de CRISTO, e reinarão com ele mil anos.
Há uma idéia entre o povo de DEUS de que a primeira ressurreição acontecerá ao mesmo tempo de uma ressurreição geral. Mas aqui no Apocalipse (v. 5) declara que haverá um intervalo de mil anos entre as duas: Os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabassem. Não é somente no Apocalipse que mostra haver um período de tempo entre as duas ressurreições. Vide Heb. 11:35; Fil, 3:11; I Cor. 15:23; ITes. 4:16, João 5:28,29; Luc. 14:14; Dan, 12:2.
Ë claro também que haverá dois grupos dos da primeira ressurreição,
(1) A maior parte dos crentes ressuscitarão imediatamente antes do arrebatamento prévio ao começar a Grande Tribulação (I Tes. 4:13-17).
(2) Sete anos depois da ressurreição desse grupo ao terminar a Grande Tribulação, ressuscitarão os que foram degolados... (6:9-11), que não adoraram a besta...(c. 13), e viveram e reinaram com CRISTO durante mil anos (v. 4).

A BATALHA DE GOGUE E MAGOGUE. Vs. 7-10.
20:7 E, acabando-se os mil anos. Satanás será solto da sua prisão. 8 E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. 9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu, e os devorou. 10 E o Diabo, que os enganava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta: e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.

O milênio não é o estado final. No fim dos mil anos a terra estará cheia duma população que por multo tempo gozará amplamente a luz da verdade. Porém esse povo terá de ser provado. Satanás, o grande cirandelro (Luc. 22:31), será solto do abismo para cirandar os homens da terra, separando-os para o último grande juízo. Incitará um espírito de descontentamento e rebelião nas nações, simbolizadas pelos termos Gogue e Magogue (vide Ezeq. 38). Haverá uma mudança tão grande, durante os mil anos, que não podemos identificar agora essas nações com qualquer das nações atuais.A grande loucura dessas nações findará de repente: desceu fogo do céu e os devorou.
Satanás será encerrado no abismo a primeira vez, mas a segunda vez será lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta, note que, depois de mil anos, a Besta, e o Falso Profeta ainda se acharão no lago de fogo. É um lugar onde os perdidos de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. Com o ato de lançar Satanás no lago de fogo, findará toda a rebelião do povo da terra — findará todo o pecado e toda a morte em nosso planeta.

O GRANDE JUÍZO DO TRONO BRANCO. Vs. 11-15.
20:11 E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele de cuja. presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. 12 E vi os mortos, grandes e pequenas, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro Livro, que é o da vida; e os mortos foram Julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. 13 E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. 14 E a morte e o Inferno foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte. 15 E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

Queremos considerar agora os outros mortos que não reviveram, até que os mil anos se acabaram (v. 5).
E vi um trono branco (v. 11): João viu um trono semelhante ao do inicio dos grandes juízos que precederam o milênio (4:2-8). O primeiro trono foi posto no céu; quanto ao segundo não sabemos o lugar. Havia, no primeiro, um arco-íris , indicando que DEUS permaneceria fiel no cumprimento das promessas da aliança; o segundo está nu, isto é, não oferece esperança, nem tem aliança para cumprir. Do primeiro procediam relâmpagos, trovões e vozes, indicando juízos sobre a terra; do último está escrito que era grande e branco, que nos fala de poder ilimitado e de justiça, pura e completa.
Ê evidente que o grande juízo do Trono Branco, não é o mesmo do julgamento das nações (Mat. 25: 31-46). O primeiro será "Quando vier o Filho do homem na sua glória" (Mat. 25:31; Col.3:4; II Tes.1:10); o segundo será depois do milênio. No primeiro não ha, ressurreição, mas no segundo há. No primeiro as nações serão julgadas; no segundo serão "os mortos".
De cuja presença fugiu a terra e o céu... (v. 11):
A presença de DEUS em juízo é terribilíssima, o universo fugirá. Todos os ímpios, uma vez face a face com o Criador, abandonarão sua temeridade. Lembra c. 6: 15,16.
E vi os mortos, grandes e pequenos (v. 12): Todos, desde o principio, serão ressuscitados. Aqui podem evitar os cultos e lugares onde se sente a presença de DEUS, mas aí terão de assistir. Terão de comparecer os grandes e os pequenos — Caim, Faraó, Jezebel, etc.,etc. Grande e vasto, além da concepção humana será esse concurso de gente!
Foram julgados... segundo as suas obras (v. 12):
Vide 2 Cor. 5:10; Tiago 2:24. Como é que seremos julgados, então, segundo as nossas obras, quando somos salvos, pela fé? Rom. 4:3. As obras são a prova da fé que salva. Calvino assim o explicou: "Só a fé justifica, porém a fé que justifica não está só."
E a morte e o inferno (hades) foram lançados no lago de fogo (v. 14): Será o fim da morte, a garantia de ela nunca invadir a nova ordem do c. 21.
Esta é a segunda morte (v. 14): Vede 2:11; 21:8; 20:14. A morte não é o cessar de existir, mas sim a existência fora do que DEUS planejou. Vede por exemplo I Tim. 5:6. Não era plano de DEUS que o homem existisse fora do corpo (a primeira morte), nem que existisse fora da presença de DEUS (a segunda morte, 21;8; 22:15). A segunda morte não quer dizer que a pessoa morta não existe mais, como algumas seitas ensinam. Isto é evidente porque a Besta e o Falso Profeta se acham ainda na segunda morte depois de mil anos. Compare vs. 10 e 14 c. 19:20. Que a pessoa fora do corpo (ou como se diz: "morta") está cônscia (pode ouvir, etc.) é claro, também, nas passagens como II Cor. 12:3,4. Que os mortos não cessam de existir é evidente em Rom. 5:8. CRISTO, sendo DEUS não pode cessar de existir, contudo a passagem declara que morreu.
A segunda morte é tanto mais horrível que a primeira, quanto o inferno é mais terrível que a morte física.
E aquele que não fui achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo (v. 15): Todos os nomes que estiverem escritos no livro, serão escritos ali antes desse dia. Nada consta que qualquer nome será escrito no Livro da vida nesse dia. Diz. "Aquele que não foi achado escrito..." É fato que nos comove até as profundezas de nosso ser!



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