TEXTO
BÍBLICO BÁSICO
Atos
17.30,31
30 - Mas
Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os
homens, em todo lugar, que se arrependam,
31 -
porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por
meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos
mortos.
Apocalipse
20.11-15
11 - E vi um
grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu
a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
12 - E vi os
mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os
livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados
pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
13 - E deu o
mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles
havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
14 - E a
morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
15 - E
aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
SUBSÍDIOS
PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – 1 Samuel 24.8-12: Julgue o
Senhor
3ª feira – Eclesiastes 3.16,17: Deus
julgará o justo e o ímpio
4ª feira – Daniel 5.17-28: Pesado foste
na balança
5ª feira – João 5.16-24: Não entrará em
condenação
6ª feira – Romanos 2.1-16: Julgar os
segredos dos homens
Sábado – Hebreus 12.12-23: Deus, o
Juiz de todos
TEXTO ÁUREO
E os céus
anunciarão a sua justiça, pois Deus mesmo é o Juiz. Salmo 50.6
OBJETIVOS
Ao
término do estudo bíblico, o aluno deverá:
- saber que o juízo não é uma figura de
linguagem; ao contrário, ele é real e vindouro;
-
conscientizar-se de
que o pecado afasta o homem de Deus e leva-o, mormente, ao inferno por toda a
eternidade;
-
compreender que
a obediência aos mandamentos do Senhor Jesus livra-nos da condenação eterna.
ORIENTAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Caro
professor,
Esta lição,
que versa sobre o Juízo Final, foi elaborada com o objetivo de fazer seus
alunos enriquecerem-se com um conteúdo teológico sadio e maduro. Esperamos que
ao fim da exposição todos possam ser fortalecidos na fé em Cristo.
Se possível,
realize uma dinâmica de grupo para tratar dos seguintes temas: julgamento,
tribunal, condenação e absolvição. Peça a quatro alunos para falarem, em 30
segundos, o que entendem a respeito do assunto. Esse recurso didático é
bastante útil para ilustrar o argumento exposto e, ao mesmo tempo, provocar a
conscientização dos alunos sobre o tipo de conduta que eles têm adotado em sua
vida cristã.
Faça desse
momento uma experiência vívida, não apenas teórica. Ensine, no decorrer da
dinâmica, que qualquer pessoa pode livrar-se do julgamento do grande trono
branco, por meio de uma vida de dedicação a Cristo e santificação pessoal.
Boa aula!
COMENTÁRIO
Palavra
introdutória
Nas
primeiras páginas da Bíblia, no Livro de Gênesis, temos uma clara descrição da
Criação de Deus: todas as coisas eram boas e perfeitas. Nossos primeiros pais
tinham livre acesso ao Paraíso, um lugar destinado à habitação do homem, que
deveria ser conquistado e desfrutado pelo primeiro casal e seus respectivos
descendentes (Gn 1.22).
Não se sabe
ao certo por quanto tempo Adão e Eva gozaram da exuberância do Éden e da
tranquilidade proporcionada pela presença do Criador; fato é que a cena de
absoluta perfeição foi alterada para a cena do juízo divino sobre a história
humana. O homem, a mulher, a serpente e a Terra foram julgados pelo Senhor, e
cada um recebeu sua respectiva sentença (Gn 3.14-24).
Além deste
primeiro e definitivo juízo divino, outros tantos são citados no texto bíblico.
Observe:
OUTROS JULGAMENTOS
NA BÍBLIA
|
REFERÊNCIAS
|
Juízo do pecado deste mundo, que
viria por meio da morte de Cristo
|
Jo 12.31,32
|
O autojulgamento dos cristãos por
toda a vida, para não sermos condenados com o mundo
|
1 Co 11.31,32
|
Julgamento de Israel por seus muitos
séculos de rebelião
|
Ez 20.33-44
|
Julgamento dos anjos, devido à
rebelião contra Deus
|
2 Pe 2.4; Jd 6,7
|
Julgamento das obras dos cristãos
|
Rm 14.10; 2 Co
5.10,11
|
Julgamento das nações que estiverem
vivas no segundo advento
|
Mt 25.31-46
|
Julgamento dos ímpios mortos
|
Ap 20.11-15; At
17.31; Rm 2.16
|
Nesta lição,
estudaremos o Juízo do grande trono branco, que marca o fim dos tempos e a
consequente entrada no Estado Eterno — esse acontecimento foi anunciado por
João nas últimas páginas da Bíblia.
O
vaticínio bíblico serve basicamente a dois propósitos:
(1)
convocar-nos ao estado de alerta, a fim de não sermos condenados naquela
ocasião;
(2) dizer às
pessoas, como atalaias do Senhor, como elas poderão escapar da condenação
eterna, que será promulgada neste evento escatológico (Ez 3.17-21).
1. O GRANDE
JULGAMENTO
O texto
bíblico, insistentemente, ressalta a grandiosidade de Deus. Observemos alguns
aspectos da majestade divina, destacados no Livro dos Salmos, por exemplo: Deus
é grande em bondade (Sl 31.19); justiça (Sl 36.6); misericórdia (Sl 25.6);
notoriedade (Sl 76.1); obras (Sl 92.5); glória (Sl 138.5); e poder (Sl 145.5).
Tal como o salmista, o apóstolo utilizou a expressão grande trono branco (Ap
20.11) para indicar a imensidade da pessoa divina: o termo grande alude ao
tribunal que alcança os mortos, grandes e pequenos (Ap 20.12a NVI); o termo
branco, por sua vez, revela que quem sobre o trono se assenta não é outro senão
o perfeito e justo Juiz, como declarou o apóstolo Paulo: [...] aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo (Tt 2.13).
O trono branco representa a pureza e a
santidade (Ap 20.11), atributos de Deus, que o qualificam para julgar com
justiça e imparcialidade (CAITANO, J. Central Gospel, 2010, p. 205).
1.1. Quem
estará diante do trono branco?
Quem será
julgado neste evento? Todas as pessoas, exceto os salvos em Cristo que foram
arrebatados na primeira ressurreição. Estes não serão julgados (CAITANO, J.
Central Gospel, 2010, p. 205).
Além de tais
pessoas — de todas as épocas e classes sociais, sejam grandes ou pequenas (At
17.31) —, estarão presentes neste juízo os anjos caídos que aderiram à rebelião
satânica; estes receberão, individualmente, sua sentença final (Jd 6).
1.2.
Falsos cristãos e falsos obreiros
Segundo as
palavras de Jesus, naquele Dia — no dia do Juízo Final —, falsos cristãos
comparecerão diante do grande trono branco e tentarão escapar da condenação
eterna. Tais pessoas argumentarão que serviram ao Senhor e agiram em Seu nome,
e a confirmação de suas palavras estaria nos sinais e maravilhas que operaram
entre os homens durante toda a vida. Cristo, no entanto, as chamará de
praticantes da iniquidade, ou seja, elas não escaparão ao Juízo do trono branco
(Mt 7.22,23).
1.2.1. A
manifestação do fruto do Espírito
Esses homens
e mulheres, autodenominados cristãos, demonstraram os dons espirituais, contudo
não manifestaram o fruto do Espírito — precisamos lembrar-nos sempre disto:
dons, sem fruto, não garantem a salvação eterna.
Tais pessoas
supostamente conheceram a Deus, mas não foram conhecidas por Ele (Lc
13.27); utilizaram-se do nome de Cristo, mas aceitaram a proposta satânica
de praticar a desobediência (Gn 3.5); produziram ações contrárias à vontade de
Deus; foram amantes do dinheiro (1 Tm 6.10); adoraram a si mesmas; buscaram
para si admiradores e estiveram cercadas de discípulos que não seguem a Cristo
(2 Tm 3.1-5).
1.3. A
ressurreição de Cristo e o Juízo Final
A
ressurreição de Jesus é o fundamento da nossa fé (1 Co 15.14). Observemos
os testemunhos deste milagre incomparável:
- o
testemunho da Palavra (Sl 16.10; Jo 11.25; 1 Co 6.14);
- o
testemunho da Natureza (Mt 28.2);
- o
testemunho do túmulo vazio (Mc 16.8);
- o
testemunho dos anjos (Lc 24.4-7);
- o
testemunho das mulheres (Lc 24.1);
- o
testemunho dos discípulos (Mt 28.9; Mc 16.9; Lc 24.15,36; Jo 20.19; 21.1,14).
Assim como
nosso Salvador ressuscitou, todos os homens ressuscitarão para serem julgados
por Ele (At 17.31; 1Co 15.1-23): uns para a salvação, na primeira ressureição;
outros para a condenação, após o Milênio (Ap 20.5).
2. A
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Todos os
homens, de todos os tempos e lugares, terão de prestar contas a Deus, seja
diante do Tribunal de Cristo (2 Co 5.10), seja diante do trono branco (Ap
20.11-15). Essa prestação de contas evidenciará a trajetória terrena de cada um
de nós.
O sábio
Salomão, inspirado por Deus, já havia dito: [...] há tempo de nascer e tempo de
morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou (Ec 3.2). Porque
Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja
bom, quer seja mau (Ec 12.14).
2.1. O
registro dos livros
No texto
bíblico, são mencionados os seguintes tipos de livro:
- o livro da
redenção (Ap 5.1);
- o livro
das lágrimas (Sl 56.8);
- o livro das
palavras (Mt 12.36,37);
- o livro da
consciência (Rm 2.15,16);
- o livro da
natureza (Rm 1.25-27);
- o livro
das escolhas (Js 24.15);
- o livro do
Senhor (Is 34.16);
- o livro do
concerto (2 Rs 23.2);
- o livro de
Deus (Sl 139.16); e
- o livro da
vida (Sl 69.28).
Os livros
terão um papel essencial no Juízo do trono branco. O mais importante deles é o
livro da vida, no qual estarão escritos os nomes dos salvos.
Observe:
Paulo, ao escrever aos filipenses,
mencionou as mulheres que trabalharam com ele no evangelho, Clemente e os
outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida (Fp 4.3).
No Livro do Apocalipse, João, em
várias passagens, igualmente, fez menção a esse livro (Ap 3.5; 13.8; 17.8;
20.12,15; 21.27).
O livro das
obras (2 Co 5.10 NVI), tão importante quanto o da vida, também será aberto no
dia do Juízo. Grande parte dos comentaristas bíblicos afirma que cada pessoa
tem um livro específico; nele, todos os nossos atos e pensamentos — exatamente
da forma como os concebemos — estão sendo registrados e jamais serão apagados
ou esquecidos (Is 65.6).
2.2.
Fazer o bem
A
recomendação paulina é extremamente relevante e pode ser parafraseada da
seguinte maneira: façamos o bem e não olhemos a quem (Gl 6.9). Nunca deixemos
de praticar o que é bom, direito, honesto, puro e cuja finalidade seja
beneficiar, levantar, encorajar e ajudar aqueles que cruzarem o nosso caminho.
====300====
O tempo para
a prática de boas obras — que serão julgadas no Juízo do trono branco — é agora
(Gl 6.10; Jo 9.4). Cada um de nós deve ser ensinável, ou seja, ter o coração
aberto e disposto a aprender, com o Senhor, a contar o tempo de sua existência
(Sl 90.12).
As recompensas são para cujos nomes
estão escritos no livro da vida (Ap 3.5; 20.12; 21.27). Pela divina graça, o
Cordeiro morreu para redimir cada povo, tribo e nação (Ap 5.9,10; 20.15;
21.27); no entanto, as pessoas são responsáveis por suas escolhas, como
enfatizado
pelo conteúdo de outro conjunto de livros (Ap 20.12-13) (ROTZ, C. Central
Gospel, 2015, p. 52).
3. O ÚLTIMO
JULGAMENTO
O dia do fim
é uma realidade que não pode ser ignorada — o próprio Senhor Jesus anunciou que
esse tempo chegaria (Mt 24.1-14):
Diante dessa
realidade bíblica, precisamos considerar com muita seriedade e responsabilidade
alguns fatos sobre o Juízo do trono branco — o derradeiro julgamento
estabelecido no plano divino —, que ocorrerá nos últimos dias da história
humana.
Vejamos:
- será
universal, e todos, obrigatoriamente, estarão de pé diante do trono do juízo
(Ap 20.12);
- o Senhor
Jesus, junto com o Pai, procederá o julgamento (Jo 5.22,27);
- os mortos
ressuscitados, grandes e pequenos, serão julgados (Ap 20.12);
- haverá um
veredito final, inapelável e inafiançável, para os julgados;
- o destino
dos condenados será a segunda morte, ou seja, o espírito separa-se de Deus
eternamente (Ap 20.15).
CONCLUSÃO
O apóstolo
João viu um grande trono branco; essa visão, por si só, deveria levar-nos a
refletir sobre nossa caminhada cristã. O trono é grande, para fazer-nos lembrar
de quão ilimitado é o poder de julgamento do Altíssimo; ele é branco, para não
nos deixar esquecer de que a justiça divina é perfeita (Sl 96.10).
Matthew
Henry disse que ninguém é tão mau que não tenha algum talento para apresentar a
Deus, e ninguém é tão grandioso para evitar a jurisdição do grande trono
branco.
Mantenhamos
nossos olhos fixos em Cristo Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2);
apeguemo-nos até o fim à confiança que tivemos no princípio (Hb 3.14); sejamos
fiéis até a morte, para recebermos do Senhor a coroa da vida (Ap 2.10); e, por
último, mas não menos importante, não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu
tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido (Gl 6.9)
REVISTA
CENTRAL GOSPEL
Lição 12 – O
Juízo do Trono Branco
(Pr. Alexandre Ouverney)
1 –
INTRODUÇÃO
Sl 50.6 “E
os céus anunciarão a sua justiça, pois Deus mesmo é o Juiz”.
Gn 18.25
“Não fará o juiz de toda a terra o que é justo?
Somente
quando o próprio Deus for o Juiz teremos certeza que a justiça será feita, uma
vez que a Bíblia diz que as nossas justiças são como trapo de imundice:
Is 64.6 “Mas
todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da
imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas como um vento
nos arrebatam”.
2 – AMBIENTE
DO PLENÁRIO:
2.1 – Quem
são os participantes deste julgamento
Juiz – O
próprio Deus - Ap 20.11 “E vi um grande trono branco e o que estava assentado
sobre ele...”
Nossos
juízes se vestem de preto, significando seriedade e austeridade – Respeito;
O grande
Juiz se assentará num Trono Branco – Fala de santidade e justiça.
Jr 16.17
“Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; não se escondem
perante a minha face, nem a sua maldade se encobre aos meus olhos.”
Pv 15.3 “Os
olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.”
Réu – Aquele
que comete ou é acusado de cometer crime.
Ap 20.12 “E
vi os mortos, grandes e pequenos...”. Percebemos que não há privilégios. Os
grandes estavam em pé de igualdade com os pequenos.
Ap 20.13 “E
deu o mar os mortos que nele havia e a morte e o inferno deram os mortos que
neles havia,...”
Todos os
mortos hão de comparecer diante do Juiz.
Advogado e
promotor - Este tribunal não precisará de defesa nem acusação, muito menos de
testemunhas.
Testemunhas
– Serão apenas observadores e não participantes – A Igreja e os anjos.
Nós
participaremos deste tribunal apenas como espectadores - Sl 91.8 ”Somente com
os teus olhos olharás, e verás a recompensa dos ímpios.“
2.2 –
Materiais:
Provas – Os
livros:
Ap 20.12
“... e abriram-se os livros. ... E os mortos foram julgados pelas coisas que
estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”.
Sl 139.16
“Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas
coisas foram escritas; as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda
uma delas havia”.
2.3 –
Desenrolar do julgamento
Ap 20.12 “E
os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo
as suas obras”.
Apresentação
de provas – O que estava escrito nos livros.
Argumentação
– Ao se abrirem os livros dá-se a seguinte situação: Contra fatos não há
argumentos.
2.4 –
Definições:
Veredito –
Juízo emitido a respeito de qualquer questão – culpado ou inocente.
Sentença –
Julgamento pronunciado por juiz, tribunal ou árbitro – decisão, despacho
(pena).
Prisão
preventiva – Ap 20.13 “E deu o mar os mortos... e a morte e o inferno deram os
mortos que neles havia...”
Cumprimento
da pena – Execução da sentença.
Prisão
definitiva (após o julgamento) – Cumprimento da pena – Ap 20.15 “E aquele que
não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.
3 – COMO
ESCAPAREMOS NÓS...
3.1 - Como
não ser réu neste julgamento
Jo 17.3 “E a
vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a
Jesus Cristo, a quem enviaste”.
Jo 3.16
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.”
Hb 2.3a
“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação...”
4 –
CONCLUSÃO
Ap 3.11 “Eis
que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”.
Ap 20.6
“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre
estes não tem poder
a segunda
morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”.
A Igreja
será julgada no Tribunal de Cristo para galardão (IICo 5.10), na vinda do
Senhor, após o arrebatamento da Igreja (Mt 24.27). Teremos nossas obras
passadas no fogo (ICo 3.13), receberemos o nosso galardão e entraremos no reino
(Mt 25.34).
Os mortos
serão julgados no Tribunal do grande Trono Branco (Ap 20.11) para a condenação
eterna (Ap 20.15).
Para nós
hoje:
O Senhor
fala: O fim está próximo... Ez 7.2b “Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos
da terra.”
Mas olhai
para o alto... Lc 21.28b “... olhai para cima e levantai as vossas cabeças,
porque a vossa redenção está próxima”.
Prepara-te
igreja – Am 4.12,13
“Portanto,
assim te farei, ó Israel! E porque isto te farei, prepara-te, ó Israel, para te
encontrares com o teu Deus. Porque é ele o que forma os montes, e cria o vendo,
e declara ao homem qual é o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e pisa
os altos da terra; o Senhor, o Deus dos exércitos é o seu nome”.
O Senhor vos
abençoe e vos guarde.
EBD ADVEC TAQUARA
O Juízo Final
Escatologia — a Doutrina das Ultimas Coisas
Depois da
condenação definitiva do Diabo e suas hostes, ocorrerá o último de todos os
julgamentos, o do Trono Branco. Um grande trono branco, A palavra “grande”,
aqui, denota poder e glória; e o termo “branco” indica santidade e justiça.
Quem poderia se assentar num trono com esses adjetivos? O Senhor Jesus Cristo,
o Justo Juiz — que disse: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo
o juízo” (Jo 5.22) — conduzirá esse último julgamento. Ele foi designado pelo
Pai (At 17.31); “Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com
retidão” (Sl 9.8). De acordo com a Palavra de Deus, o Senhor Jesus será o Juiz
em todos os julgamentos escatológicos: 1) N o Tribunal de Cristo, logo após o
Arrebatamento, Ele galardoará a Igreja (2Tm 4.8; Ap 22.12). 2) No Julgamento de
Israel, no fim da Grande Tribulação, Ele, que também é o Advogado (I Jo 2.1),
será misericordioso ao ouvir o clamor do remanescente arrependido (Dn 12.1; J1
2.32). 3) No Julgamento das Nações, Ele julgará com imparcialidade os que sobreviverem
ao Armagedom (M t 25.31,32; 13.40-46). 4) No Julgamento do Diabo e suas hostes,
após o Milênio, o Senhor porá termo ao poder das trevas (Ap 20.10; Rm 16.20).
5) No Trono Branco, depois da última revolta de Satanás e sua derrocada, Jesus
condenará, segundo as obras de cada um, os pecadores impenitentes (Ap 20.13;
21.8; 22.15). O poder e a glória do Justo Juiz serão tão intensos, que a Terra
e o Céu, ofus- cados (assim como o Sol ofusca a Lua), fugirão da sua presença.
Essa descrição se encaixa com Apocalipse 2 I.I: “E vi um novo céu e uma nova
terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não
existe”. Stanley Horton afirmou:
A glória do
trono branco é intensa. O universo físico não pode suster-se diante do fogo do
julgamento. A terra atual, contaminada pela transgressão de Adão, foge da
presença daquele que se encontra no trono. A declaração: “Não se achou lugar
para eles” indica que os componentes do universo material deixarão de existir.
Será a preparação para 0 novo céu e a nova terra de Apocalipse 21.38
Quem
participará desse julgamento? Em 2 Timóteo 4.1 está escrito que o Senhor Jesus
Cristo há de julgar os vivos e mortos, na sua vinda e no seu Reino. Os vivos,
no tempo desse julgamento final, já terão sido julgados. O Juízo Final é o
julgamento dos “mortos”, termo que aparece em Apocalipse 20.11-15 quatro vezes.
Todos os mortos em pecado que ainda não tiverem sido julgados estarão em pé
diante do Trono Branco. Quem serão eles? 1) Os que permanecerem mortos no
Arrebatamento da Igreja. 2) Os mortos na batalha do Armagedom. 3) Os que não
ressuscitarem antes do Milênio. 4) Os pecadores contumazes que morrerem durante
o Milênio. Não serão proferidas, nesse último grande juízo, duas sentenças,
como ocorreu no Julgamento das Nações (Mt 25.46). Haverá uma única condenação
para os ímpios (Ap 20.15). Alguns dizem que os salvos também hão de ser
julgados, mas isso contraria o que Jesus afirmou, em João 5.24: “Em verdade, em
verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a
vida eterna, não entrará em juízo [gr. krisiri], mas passou da morte para a
vida” (ARA). O termo “juízo”, na passagem acima, segundo W.E. Vine, “denota
primaria- mente 'separação', portanto, ‘decisão, julgamento, juízo’, muito
freqüentemente no sentido forense, e, especificamente, acerca do ‘julgamento’
divino”.39 O salvo em Cristo, por conseguinte, tem a vida eterna hoje e não
será julgado mais quanto ao pecado (cf. Rm 8.1,33,34), a menos que se desvie do
caminho da justiça (2 Pe 2.20-22; Mt 24.13; Ap 3.5). A morte e 0 Hades darão os
mortos. Em Apocalipse 20.13 está escrito que o mar dará os mortos que nele há.
Jesus também afirmou que “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros
ouvirão a sua voz” (Jo 5.28). Onde quer que estiverem, os pecadores
ressuscitarão para comparecer diante do Trono Branco. Segundo a Palavra de Deus,
a morte (gr. thanatos) e o inferno (gr. hades) darão os seus mortos, os quais,
após o Juízo Final, serão lançados no Lago de Fogo (Ap 20.13,14). O vocábulo
“morte”, na passagem em análise, tem sentido figurado; trata-se de uma
metonímia (figura de linguagem expressa pelo emprego da causa pelo efeito ou do
símbolo pela realidade), numa alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de
todas as partes da Terra, seja qual for a condição deles.40 Há pessoas cujos
corpos são cremados; outras morrem em decorrência de grandes explosões, etc.
Todas terão os seus corpos reconstituídos para que, em seu estado tríplice (cf.
I Ts 5.23), compareçam perante o Juiz. No entanto, para que alguém compareça ao
julgamento em seu estado pleno — espírito, alma e corpo — , estes elementos
terão de ser reunidos. Daí a ênfase de que “a morte” e também “o inferno” darão
os seus mortos. O termo “inferno” aqui é hades, também empregado de forma
metonímica. Em outras palavras, assim como a “morte” dará o corpo, o Hades dará
a parte que não está neste mundo físico, isto é, a alma (na verdade,
alma+espírito). Todos os sentenciados ao Lago de Fogo, no Trono Branco, serão
pecadores já condenados (cf. Jo 3.18,36), haja vista o Hades ser um lugar de
tormentos onde os injustos aguardam a sentença definitiva (cf Lc 16.23).
Nenhuma alma salva em Cristo se encontra no Hades, mas no Paraíso (Lc 23.43; 2
Co 12.2-4). Nesse caso, os mortos salvos durante o Milênio, como já vimos,
ressuscitarão antes do Juízo Final, mas não para comparecerem diante do Justo
Juiz como réus (cf. Jo 5.22-29). Com base no que foi dito acima, podemos
entender melhor a frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo”
(Ap 20.14). Isso denota que os corpos e as almas dos perdidos — que saíram do
lugar onde estavam e foram reunidos na “segunda ressurreição”, a da condenação
(Jo 5.29b) — , depois de ouvirem a sentença do Justo Juiz, serão lançados no
Inferno propriamente dito, o Lago de Fogo. A frase “a morte e o inferno foram
lançados no lago de logo” (Ap 20.14) tem uma correlação com o que Jesus disse
em Mateus 10.28: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma;
temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o
corpo” (ARA). Ou seja, as almas (“o Hades”) e os corpos (“a morte”) serão
lançados no Geena. Depois disso, nunca mais haverá morte, o último mimigo a ser
vencido (I Co 15.26). Todo joelho se dobrará diante de Cristo. No Juízo Final,
todos estarão em pé ante o trono (Ap 20.12, ARA), mas haverão de se prostrar
diante do Justo Juiz para receber a sentença (Jo 5.22,23). Todos aqueles que
não quiseram se prostrar diante do Rei dos reis, antes da Segunda Vinda,
durante a Grande Tribulação e por ocasião do Milênio, estarão ali, onde terá
pleno cumprimento o que diz Filipenses 2.10,11: “para que ao nome de Jesus se
dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e
toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.
No Trono Branco, todos os ímpios, sem exceção, quer queiram, quer não, terão de
reconhecer que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai! Mui- tos
obreiros infiéis dirão naquele Dia: “Senhor, Senhor” (Mt 7.21,22), mas será
tarde demais (v.23). “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo
joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira
que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm I4.11,12). Grandes e
pequenos serão julgados. Participarão do Juízo Final os mortos considerados
grandes e pequenos pelos homens (Ap 20.12), pois perante o Senhor não valerão
títulos e posições ostentados nesta vida. Os adjetivos “grande” e “pequeno”
estão relacionados a importância, prestígio e influência naTerra. Em Mateus
7.22, Jesus se referiu a uma parte desses “grandes”: “Muitos me dirão naquele
Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não
expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?” Os falsos
mestres mencionados por Pedro com certeza estarão entre os que argumentarão
ante o Justo Juiz (2 Pe 2.1-3). Esses “doutores” — que terão apostatado da fé
(I Tm 4.1), negando o Se- nhor que os resgatou, e empregado palavras fingidas,
por avareza — entenderão o porquê de o apóstolo Pedro ter empregado estas
palavras: “melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que,
conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2 Pe
2.2!).Títulos, sermões, profecias, exorcismos e milagres não poderão livrá-los
da condenação. Deus não considerará posição social, cor de pele ou títulos
recebidos na Terra. Hoje, Ele divide a humanidade em duas categorias: os que
estão do lado de dentro, e os que estão de fora (Mc 4.11; I Tm 3.7). Naquele
Dia, isso se confirmará, pois os que já estão do lado de fora ficarão de fora
do Céu, de acordo com Apocalipse 22.15 e 21.8:
Ficarão de
fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os
idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. Mas, quanto aos tímidos, e
aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicános, e aos
feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago
que arde com fogo e enxofre; 0 que é a segunda morte.
As passagens
acima especificam quem serão esses “grandes e pequenos” que não entrarão no
Reino dos Céus: I) Os cães. E claro que este termo (gr. kynes) é metafórico e
diz respeito à im- pureza moral e espiritual (cf. 2 Co 7.1). Segundo W.E. Vine,
“Os judeus usavam o termo para se referir aos gentios, sob a idéia de impureza
cerimonial. Entre os gregos, era um epíteto de impudência”.41 O apóstolo Paulo
empregou o vocábulo “cães” em relação aos maus obreiros, que pervertiam a sã
doutrina (Fp 3.2). Naquele Dia, muitos falsos obreiros, a despeito de terem
optado por fazer a própria vontade, a do povo ou a do Diabo, em detrimento da
von- tade do Pai que está nos Céus (M t 7.21; I Jo 2.17), vão querer se
justificar perante o Senhor (M t 7.22). Para sua tristeza, esses “cães” ouvirão
uma dura sentença: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniqüidade” (M t 7.23).
2) Os
tímidos. Alguém poderá pensar que o Juiz será rigoroso ao extremo, ao
sentenciar tímidos ao Inferno. No entanto, a timidez em apreço não é aquele
acanhamento natural, como em pessoas introvertidas. O termo empregado (gr.
deilos) implica, pelo menos, duas atitudes negativas: vergonha de ser reconhe-
cido como cristão e medo de testemunhar (cf. M t 10.32,33; I Co 9.16). 3) Os
incrédulos. O adjetivo apístois (gr.) significa “incrédulo”, “infiel”, “de-
scrente”, “cético” (I Co 6.6; 7.I2-I5; 2 Co 4.4; 6.15; I Tm 5.8). Quando não
reconhecida, combatida, nem abandonada por seu portador, a incredulidade se
torna um pecado capital (M t 17.17; Mc 9.24; Lc 17.5). A permanência nela foi a
causa de a maioria do povo israelita, oriundo do Egito, não ter entrado em
Canaã (Hb 3.15-19). Da mesma forma, os incrédulos contumazes serão lançados no
Lago de Fogo (Mc 16.16b; Jo 3.36). 4) Os abomináveis. O termo “abominável” (gr.
ebdelygmenois) é sinônimo de repugnante, detestável, odioso (lit. “que faz
alguém se afastar como que de um mau cheiro”); está associado a idolatria,
impureza e mentira (Ap 21.27). A Pa- lavra de Deus descreve assim os
abomináveis: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo
abomináveis [gr. bdelyktos], e desobedientes, e reprovados para toda a boa
obra” (Tt I.I6; cf. Ap 3.14-16). 5) Os homicidas. Nas passagens em apreço, o
termo phoneus (gr.) significa “homi- cida”, “assassino”. De acordo com o código
penal vigente em cada país, quem comete um homicídio com a intenção de matar,
se julgado e condenado, pode ser submetido à prisão perpétua ou até à pena de
morte. Mas, qual é a pena para quem mata espiri- tualmente alguém (I Jo 3.15)?
O crente que permanece nessa prática está sujeito à pena capital do sofrimento
eterno constante do Código Divino (Mt 5.22). 6) Osfornicários. O termo
“fornicário” (gr. pornois), literalmente “homem que se vicia em fornicação ou
prostituição”, possui significação vasta e apli- cação abrangente; implica
permanência numa vida de imoralidade e maus pensamentos, além de prática
continuada e sem arrependimento do sexo ilícito e de outros pecados contra o
corpo (Ap 22.15). A relação íntima, dentro do casamento, é algo puro diante de
Deus (H b 13.4). Fora dele, constitui-se pecado digno de pena capital (IC o
6.19,20; 7.9; M t 5.28). 7) Os feiticeiros. Este termo (gr. pharmakois) também
é vasto em sua aplicação (Ap 22.15). Pode envolver o manuseio de drogas e
poções, embora o seu sentido usual e comum esteja associado a práticas como
feitiços, encantos, necromancia, espiritismo, uso de rituais mágicos, bruxaria,
evocação de espíritos, emprego de diversas formas de adivinhação, uso de
amuletos e talismãs, etc. 8) Os idolatras. O vocábulo “idólatra” (gr.
eidololatrais) traduz um amor exces- sivo, uma paixão exagerada, a um ídolo
(gr. eidolon, “aquilo que é visto”). Pode um crente tomar-se idólatra? Ora,
para quem Paulo escreveu: “Não vos façais, pois, idólatras”? Aos crentes de
Corinto (I Co 10.7). Para quem João disse: “Fílhmhos, guardai-vos dos ídolos”
(I Jo 5.21)? O amor mal-direcionado constitui-se idola- tria (Mt 10.37; I Jo
2.I5-I7; I Tm 6.10; Ef 5.5). E a permanência nesse pecado conduz à perdição (Ap
22.15). 9) Os mentirosos. A palavra pseudes (gr.) significa “mentiroso”,
“falso”. O servo de Deus deve deixar a mentira (Cl 3.9), pois a Palavra do
Senhor diz: “Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele
que é a cabeça, Cristo... deixai a mentira, e falai a verdade...” (Ef 4.15,25).
Os que permanecerem amando e cometendo a mentira serão lançados no Inferno (Ap
22.15). Cada um será julgado segundo as suas obras. Nesse julgamento, cada um
será res- ponsabilizado pelos seus atos. Se a máxima predestinalista “Uma vez
salvo, salvo para sempre” fosse verdadeira, o Juízo Final seria uma grande contradição.
Afinal, admitiríamos que o Justo Juiz, que de antemão ordenara uns para vida e
outros para a perdição, agora os condena “segundo as suas obras”! Os teólogos
predestinalistas insistem em argumentar que a salvação e a con- denação ocorrem
por decreto divino, independentemente de as pessoas decidirem por esta ou
aquela. Eles supervalorizam o poder da graça de Deus, em detrimento do
livre-arbítrio (essas doutrinas são analisadas com muita clareza no capítulo 7
desta obra). Que culpa terão os pecadores diante do Juiz, posto que já vieram
ao mundo destinados ao Inferno? A luz da Palavra de Deus, o Senhor anuncia a
todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam, pois tem determinado
um dia em que, com justiça, há de julgar o mundo por meio do Senhor Jesus
Cristo (At 17.31). Sim, o Juiz de toda a Terra, que ofereceu oportunidade de
salvação a todos (I Tm 2.4; Hb 2.9), há de julgá-los mediante à livre aceitação
ou não de seu plano redentor (Jo 3.16,36). Como será 0 julgamento dos que
tiverem morrido sem ouvir 0 evangelho? Estes, certamente, serão julgados, mas
não sabemos ao certo quais serão os critérios, exceto quanto à infalível
justiça divina. Principalmente por se tratar de uma exceção, o Justo Juiz não
deixará de tratar desse caso com imparcialidade. Como disse Abraão ao Senhor,
em sua intercessão por Ló, “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo
com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça
o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). Não cabe a nós tirar conclusões
precipitadas, porém o texto de Romanos 2.12-16 (ARA) lança luz sobre o assunto,
apresentando algumas certezas quanto ao Juízo Final no que concerne às pessoas
mortas sem nunca terem ouvido a mensagem salvadora do evangelho de Cristo:
1) Tendo
conhecido ou não o evangelho, todos serão julgados segundo as suas obras; e os
pecadores impenitentes serão condenados: “Assim, pois, todos os que pecaram sem
lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão
julgados” (v. 12). Em Ezequiel 18.20-24 fica claro que Deus pune a alma
pecadora (v.20), além de considerar tanto o arrependimento do ímpio (w.2I-23),
quanto o desvio do justo (v.24). 2) O julgamento não se dará com base no que
uma pessoa dizia ser, e sim no que de fato ela praticou na Terra: “Porque os
simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a
lei hão de ser justificados” (v. 13). 3) A lei aqui não é propriamente o
evangelho, mas aquilo que a pessoa as- similou durante a sua vida em relação a Deus:
“Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de
conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos” (v.
14). Como aqueles que não têm lei pode- riam proceder de acordo com ela? O
Senhor não se revela ao ser humano apenas pela sua Palavra. A própria criação
manifesta a sua glória e a sua divindade ("Sl 19.1-3; Rm 1.20). 4) Essa
lei fica gravada no coração dos homens, e as suas consciências e os seus
pensamentos os acusam ou os defendem, a fim de que não tenham recla- mações,
naquele Dia: “Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração,
testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente
acusando-se ou defendendo-se” (v. 15). 5) Tudo o que está gravado no coração
dos seres humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona. Os livros se
abrirão no dia do juízo, e Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos
de cada um: “... no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os
segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho” (v. 16). Os livros.
Quanto aos livros abertos no último grande julgamento, o pastor Antonio
Gilberto afirmou: Alguns desses livros devem ser:
O livro da
consciência (Rm 2.15; 9.I). O livro da natureza (Jó 12. 7-9; Sl 19.1-4; Rm
1.20). O livro da Lei (Rm 2.12; Is 34.16). Ora, a Lei revela 0 pecado (Rm
3.20). O livro do Evangelho (Jo 12.48; Rm 2.16). O livro da nossa memória (Lc
16.25: “Filho, lembra-te...”; Mc 9.44 — ai deve ser uma alusão ao remorso
constante no Inferno). (Ver 0 contexto: vv.44-48 e Jeremias 17.1.) O livro dos
atos dos homens (Ml 3.16; Mc 12.36; Lc 12.7; Ap 20.12). O livro da vida (Sl
69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 20.12).
A presença
do livro da vida nessa ocasião é certamente para provar aos céticos que estão
sendo julgados que seus nomes não se encontram nele. (Ler 0 incidente de Mateus
1.22,23(f2
Os mortos
serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as
suas obras (Ap 20.12). E aquele cujo nome não constar do livro da vida será
lançado no Lago de Fogo (Ap 20.15). Isso significa que o Senhor tem o registro
de tudo o que fazemos (SI 139.16; Ml 3.16; SI 56.8; Mc 4.22). O que é 0 livro
da vida? È o registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12.1; Ap 13.8;
21.27). Os teólogos predestinalistas têm afirmado que Deus inseriu nesse livro
apenas os nomes dos salvos antes da fundação do mundo. Mas, em Apocalipse 17.8,
está escrito que os nomes estão relacionados no livro da vida “desde a”, e não
“antes da” fundação do mundo. Há uma enorme diferença entre “antes da” e “desde
a”. No grego, o termo “desde” (apoj significa “a partir de”. A expressão “desde
a fundação do mundo”, portanto, denota que os nomes dos salvos vêm sendo
inseridos no livro da vida desde que o homem foi colocado na Terra criada por
Deus (Gn I), e não que haja uma lista previamente pronta antes que o mundo
viesse a existir. A expressão em apreço foi empregada também em Apocalipse 13.8
para denotar que todos os cordeiros mortos desde o principio apontavam para o
sacrifício expiatório do Cordeiro de Deus (Is 53; Jo 1.29). Uma pessoa só pode
ter o registro do nome em cartório depois de seu nascimento; ninguém é
registrado antes disso. Da mesma forma, o nome de uma pessoa salva só passa a
constar do livro da vida após o seu novo nasci- mento. Afinal, “aquele que não
nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Não existe listagem
prévia dos eleitos, como pensam os predestinalistas. Na medida em que os
indivíduos crêem em Cristo e o confessam como Senhor (Rm 10.9,10), eles são
inscritos no rol de membros da Igreja dos primogênitos, a Universal Assembléia
(At 2.47, ARA; Hb 12.23). De acordo com a Palavra de Deus, existe a
possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao fim, terem os seus
nomes riscados do livro da vida do Cordeiro (Ap 3.5). Em Exodo 32.32,33 vemos
essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: “Agora, pois, perdoa o seu
pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então, disse
o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu
livro”. Serão riscados os que permanecerem desviados do Senhor e em pecado (cf.
Ap 3.3-5; 21.27). Em Lucas 10.20, Jesus disse aos discípulos da missão dos
setenta, provavelmente distintos dos doze (“outros setenta”, v.I): “alegrai-vos,
antes, por estar o vosso nome escrito nos céus”. Judas, porém, um dos
discípulos do Senhor, desviou-se do Caminho. Por isso, o apóstolo Pedro
afirmou: “[judas] foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério... se
desviou, para ir para o seu próprio lugar” (At 1.17,25). Alguns, ainda, afirmam
que Deus relacionou toda a humanidade no livro da vida e só risca quem não
recebe a Cristo como Salvador. Não obstante, a promessa “de maneira nenhuma
riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap 3.5) é dirigida aos salvos que
vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os
seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao
fim (Mt 24.13). Em Filipenses 4.3, o apóstolo Paulo mencionou cooperadores
“cujos nomes estão no livro da vida”, porém antes ele asseverara: “estai sempre
firmes no Senhor, amados” (v.I). Não foi por acaso que os pastores das sete
igrejas da Ásia ouviram do Senhor a mensagem: “Quem vencer” (Ap 2-3). A
manutenção no nome de alguém no livro da vida está condicionada à sua vitória
até ao fim (Ap 3.5). Somos filhos de Deus hoje (Jo I.I 1,12), mas em devemos
atentar para o que diz Apocalipse 21.7: “Quem vencer herdará todas as coisas, e
eu serei seu Deus, e ele será meu filho”. Como será 0 sofrimento no Inferno.
Alguns autores têm escrito livros com “divinas revelações” do Inferno, mas tudo
o que precisamos conhecer sobre o assunto está nas Escrituras. E sabemos que
não se trata de um lugar de sofrimentos físicos, como os que conhecemos aqui, haja
vista ter sido preparado para o Diabo e seus anjos (M t 25.41), seres
espirituais. Os nomes do Inferno, como vimos, revelam dão uma idéia de que será
um lugar de terríveis e eternos sofrimentos: “fogo eterno” (gr. pur to
aionion); “tormento eterno” (gr. kolasin aionion) e “lago de fogo” (gr. limnem
tou puros). Stanley Horton afirmou:
A Bíblia é
muito cuidadosa em informar-nos que 0 destino final dos perdidos é horrível;
vai além da imaginação. Envolverá tribulação, angústia, choro e ranger de
dentes (Mt 22.13; 25.30; Rm 2.9f É uma fornalha de fogo (Mt 13.42,50), que
resulta em prejuízo e destruição eternas (2 Ts 1.9). O seu fogo é por natureza
inextinguível (Mc 9.43), e a fumaça do seu tormento subirá para todo 0 sempre;
não terão descanso (Ap 14. II; 20.10). E neste sentido que a Bíblia diz:
“Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” .
Teologia Sistemática Pentecostal
Antonio Gilberto, Claudionor de Andrade, Ciro Sanches
Zibordi,
Elienai Cabral, Elinaldo Renovato, Esequias Soares,
Geremias do
Couto, Severino Pedro da Silva, Wagner Gaby
Fonte:
Apocalipse
20.7-15 - Espada Cortante - Vol. 1 - Orlando Boyer - CPAD
6 Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes
de DEUS e de CRISTO, e reinarão com ele mil anos.
Há uma idéia entre o povo de DEUS de que a primeira
ressurreição acontecerá ao mesmo tempo de uma ressurreição geral. Mas aqui no
Apocalipse (v. 5) declara que haverá um intervalo de mil anos entre as duas: Os
outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabassem. Não é somente no
Apocalipse que mostra haver um período de tempo entre as duas ressurreições.
Vide Heb. 11:35; Fil, 3:11; I Cor. 15:23; ITes. 4:16, João 5:28,29; Luc. 14:14;
Dan, 12:2.
Ë claro também que haverá dois grupos dos da primeira
ressurreição,
(1) A maior parte dos crentes ressuscitarão imediatamente
antes do arrebatamento prévio ao começar a Grande Tribulação (I Tes. 4:13-17).
(2) Sete anos depois da ressurreição desse grupo ao
terminar a Grande Tribulação, ressuscitarão os que foram degolados... (6:9-11),
que não adoraram a besta...(c. 13), e viveram e reinaram com CRISTO durante mil
anos (v. 4).
A BATALHA DE GOGUE E MAGOGUE. Vs. 7-10.
20:7 E, acabando-se os mil anos. Satanás será solto da
sua prisão. 8 E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da
terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em
batalha. 9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos
e a cidade amada; mas desceu fogo do céu, e os devorou. 10 E o Diabo, que os
enganava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso
profeta: e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.
O milênio não é o estado final. No fim dos mil anos a
terra estará cheia duma população que por multo tempo gozará amplamente a luz
da verdade. Porém esse povo terá de ser provado. Satanás, o grande cirandelro
(Luc. 22:31), será solto do abismo para cirandar os homens da terra,
separando-os para o último grande juízo. Incitará um espírito de
descontentamento e rebelião nas nações, simbolizadas pelos termos Gogue e
Magogue (vide Ezeq. 38). Haverá uma mudança tão grande, durante os mil anos,
que não podemos identificar agora essas nações com qualquer das nações atuais.A
grande loucura dessas nações findará de repente: desceu fogo do céu e os
devorou.
Satanás será encerrado no abismo a primeira vez, mas a
segunda vez será lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso
profeta, note que, depois de mil anos, a Besta, e o Falso Profeta ainda se
acharão no lago de fogo. É um lugar onde os perdidos de dia e de noite serão
atormentados para todo o sempre. Com o ato de lançar Satanás no lago de fogo, findará
toda a rebelião do povo da terra — findará todo o pecado e toda a morte em
nosso planeta.
O GRANDE JUÍZO DO TRONO BRANCO. Vs. 11-15.
20:11 E vi um grande trono branco, e o que estava
assentado sobre ele de cuja. presença fugiu a terra e o céu; e não se achou
lugar para eles. 12 E vi os mortos, grandes e pequenas, que estavam diante do
trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro Livro, que é o da vida; e os
mortos foram Julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as
suas obras. 13 E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno
deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas
obras. 14 E a morte e o Inferno foram lançados no lago de fogo; esta é a
segunda morte. 15 E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi
lançado no lago de fogo.
Queremos considerar agora os outros mortos que não
reviveram, até que os mil anos se acabaram (v. 5).
E vi um trono branco (v. 11): João viu um trono
semelhante ao do inicio dos grandes juízos que precederam o milênio (4:2-8). O
primeiro trono foi posto no céu; quanto ao segundo não sabemos o lugar. Havia,
no primeiro, um arco-íris , indicando que DEUS permaneceria fiel no cumprimento
das promessas da aliança; o segundo está nu, isto é, não oferece esperança, nem
tem aliança para cumprir. Do primeiro procediam relâmpagos, trovões e vozes,
indicando juízos sobre a terra; do último está escrito que era grande e branco,
que nos fala de poder ilimitado e de justiça, pura e completa.
Ê evidente que o grande juízo do Trono Branco, não é o
mesmo do julgamento das nações (Mat. 25: 31-46). O primeiro será "Quando
vier o Filho do homem na sua glória" (Mat. 25:31; Col.3:4; II Tes.1:10); o
segundo será depois do milênio. No primeiro não ha, ressurreição, mas no
segundo há. No primeiro as nações serão julgadas; no segundo serão "os
mortos".
De cuja presença fugiu a terra e o céu... (v. 11):
A presença de DEUS em juízo é terribilíssima, o universo
fugirá. Todos os ímpios, uma vez face a face com o Criador, abandonarão sua
temeridade. Lembra c. 6: 15,16.
E vi os mortos, grandes e pequenos (v. 12): Todos, desde
o principio, serão ressuscitados. Aqui podem evitar os cultos e lugares onde se
sente a presença de DEUS, mas aí terão de assistir. Terão de comparecer os
grandes e os pequenos — Caim, Faraó, Jezebel, etc.,etc. Grande e vasto, além da
concepção humana será esse concurso de gente!
Foram julgados... segundo as suas obras (v. 12):
Vide 2 Cor. 5:10; Tiago 2:24. Como é que seremos
julgados, então, segundo as nossas obras, quando somos salvos, pela fé? Rom.
4:3. As obras são a prova da fé que salva. Calvino assim o explicou: "Só a
fé justifica, porém a fé que justifica não está só."
E a morte e o inferno (hades) foram lançados no lago de
fogo (v. 14): Será o fim da morte, a garantia de ela nunca invadir a nova ordem
do c. 21.
Esta é a segunda morte (v. 14): Vede 2:11; 21:8; 20:14. A
morte não é o cessar de existir, mas sim a existência fora do que DEUS
planejou. Vede por exemplo I Tim. 5:6. Não era plano de DEUS que o homem
existisse fora do corpo (a primeira morte), nem que existisse fora da presença
de DEUS (a segunda morte, 21;8; 22:15). A segunda morte não quer dizer que a pessoa
morta não existe mais, como algumas seitas ensinam. Isto é evidente porque a
Besta e o Falso Profeta se acham ainda na segunda morte depois de mil anos.
Compare vs. 10 e 14 c. 19:20. Que a pessoa fora do corpo (ou como se diz:
"morta") está cônscia (pode ouvir, etc.) é claro, também, nas
passagens como II Cor. 12:3,4. Que os mortos não cessam de existir é evidente
em Rom. 5:8. CRISTO, sendo DEUS não pode cessar de existir, contudo a passagem
declara que morreu.
A segunda morte é tanto mais horrível que a primeira,
quanto o inferno é mais terrível que a morte física.
E aquele que não fui achado escrito no livro da vida foi
lançado no lago de fogo (v. 15): Todos os nomes que estiverem escritos no
livro, serão escritos ali antes desse dia. Nada consta que qualquer nome será
escrito no Livro da vida nesse dia. Diz. "Aquele que não foi achado
escrito..." É fato que nos comove até as profundezas de nosso ser!
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