A SEGUNDA VINDA
DE CRISTO
Hernandes Dias
Lopes
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd0ohV0fRd7zlcRDLKeWERMs0zfWRyPh4Oq2KiXwGVhHaF0jGPwMzu176KoYniyj2XM9zO5uY9S7O4ypTpbRQAiv2K_3mM02aNLNJO-n44Fcth0J6xGFVk1ZAHwvxf2mthFMJT3aTXCAhm/s320/666.jpg)
O ANTICRISTO
O texto que estamos considerando foca sua atenção na pessoa, na atividade e na derrota do anticristo. William Barclay entende que estamos diante de uma das passagens mais difíceis de todo o Novo Testamento. Vamos, agora, examinar mais detidamente esse tema. A identidade do anticristo revelada
A palavra anticristo significa um cristo substituto ou um
cristo rival.11 O prefixo grego anti pode significar duas coisas:
"contrário a" e "no lugar de". António Hoekema diz,
portanto, que a palavra "anticristo" significa um cristo substituto
ou um cristo rival. Assim, o anticristo é ao mesmo tempo um cristo rival e um
adversário de Cristo.12 Satanás não apenas se opõe a Cristo, mas também deseja
ser adorado e obedecido no lugar de Cristo. Satanás sempre desejou ser adorado
e servido como Deus (Is 14.14; Lc 4.5-8). Um dia produzirá sua obra-prima, o
anticristo, que levará o mundo a adorá-lo e acreditar em suas mentiras.
No livro de Daniel, o anticristo é representado inicialmente
não como uma pessoa, mas como quatro reinos (leão, urso, leopardo e outro
animal terrível), numa descrição clara dos impérios da Babilônia, MedoPersa,
Grego e Romano (Dn 7.1-6,17,18). Outro símbolo do anticristo no livro de Daniel
é Antíoco Epifânio, que profanou o templo, quando o consagrou ao deus grego
Zeus e mais tarde sacrificou porcos em seu altar (Dn 7.21,25).
No ensino de Jesus, o anticristo é visto como o imperador
romano Tito que, no ano 70 d.C, destruiu a cidade de Jerusalém e o templo (Mt
24.15-20), bem como um personagem escatológico (Mt 24.21,22). A profecia
bíblica vai se cumprindo historicamente e avança para a sua consumação (Mt
24.15-28).
Nas cartas de João, o termo anticristo é usado em um sentido
impessoal (I Jo 4.2,3). Ele se referiu também ao anticristo de forma pessoal.
Mas João vê o anticristo como uma pessoa que já está presente, ou seja, como
alguém que representa um grupo de pessoas. Assim, o anticristo
é um termo utilizado para descobrir uma quantidade de gente
que sustenta uma heresia fatal (1 Jo 2.22; 2Jo 7).
João fala ainda tanto do anticristo que virá como do
anticristo que já está presente. Assim, João esperava um anticristo que viria
no tempo do fim. Os anticristos são precursores do anticristo (l Jo 2.28). Para
João, o anticristo sempre esteve presente nos seus precursores, mas ele se
levantará no tempo do fim como expressão máxima da oposição a Cristo e sua
igreja.
Na teologia do apóstolo Paulo, o anticristo é visto como o
homem do pecado (2.3). Ele surgirá da grande apostasia (2.3); será uma pessoa
(2.3), será objeto de adoração (2.4), usará falsos milagres (2.9), só pode ser
revelado depois que aquilo e aquele que o detém for removido (2.6,7) e será
total-mente derrotado por Cristo (2.8). O caráter do anticristo descrito
Paulo não usa o termo anticristo nesta carta. Essa
designação é usada no Novo Testamento apenas por João (l Jo 2.18,22; 4.3; 2 Jo
7). Mas esse é o nome pelo qual identificamos o último gran¬de ditador mundial
que Paulo chama de "homem da iniquidade", "filho da
perdição" (2.3), aquele que "se opõe a Deus" (2.4), aquele
"que se exalta acima de todos os demais" (2.4), "que se proclama
Deus" (2.4), também chamado de "iníquo" (2.8).
Vamos examinar três aspectos do caráter do anticristo.
Em primeiro lugar, ele é o homem da iniquidade (2.3). Vale
pontuar que o anticristo escatológico não é um sistema nem um grupo, mas um
homem. Toda a descrição apresentada por Paulo é de caráter pessoal. O homem da
iniquidade "se opõe", "se exalta", "se assenta no templo
de Deus", "proclama a si mesmo como Deus", e será
"morto". À luz de 2 Tessalonicenses 2.3,4,8 e 9, podemos afirmar com
sólida convicção que Paulo está fazendo uma predição exata acerca de uma pessoa
certa e específica que se manifestará e que receberá sua condenação quando
Cristo voltar.
Alguns eminentes teólogos, como Benjamim Warfield,
defenderam a tese de que o homem da iniquidade deveria ser identificado como a
linhagem de imperadores romanos, como Calígula, Nero, Vespasiano, Tito e Domiciano. John Wyclif, Martinho Lutero e muitos outros
líderes da Reforma defenderam a tese de que o papa era o anticristo. A
Confissão de Fé de Westminster é categórica nesse ponto:
Não há outro Cabeça da igreja senão o Senhor Jesus Cristo.
Em sentido algum pode ser o papa de Roma o cabeça dela, senão que ele é aquele
anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exaltava na
igreja contra Cristo e contra tudo o que chama Deus (XXV.vi).
William Hendriksen, destacado escritor reformado,
entretanto, discorda dessa interpretação, dizendo que o papa pode ser chamado
"um anticristo", um entre muitos dos precursores do anticristo final.
Em tal pessoa o mistério da iniquidade já está em operação. Chamar, porém, o
papa de o anticristo é algo que contraria toda a sã exegese.
O anticristo é o homem sem lei que viverá e agirá na
absoluta ilegalidade. Ele será um transgressor consumado da lei de Deus e dos
homens. Será um monstro absolutista. A palavra grega anomia, iniquidade,
descreve a condição de quem vive de modo contrário à lei. Ele é a própria
personificação da rebelião contra as ordenanças de Deus. O homem da iniquidade
realizará os sonhos de Satanás sobre a terra, liderando a mais ampla e a mais
profunda rebelião contra Deus em toda a História.
William Hendriksen coloca esse fato com clareza:
E importante observar que assim como a apostasia não será
meramente passiva, mas ativa (não meramente uma negação de Deus, mas também uma
rebelião contra Deus e seu Cristo), assim também o homem da iniquidade será um
transgressor ativo e agressivo. Ele não leva o título de "homem sem
lei" por jamais ter ouvido a lei de Deus, e, sim, porque publicamente a
despreza!
Em segundo lugar, ele é o filho da perdição (2.3). Não
apenas seu caráter é sumamente corrompido, mas seu destino é claramente
definido. Ele procede do maligno e se destina inexoravelmente à perdição. Ele é
um ser completamente perdido e designado para a perdição. Ele será lançado no
lago de fogo (Ap 19.20; 20.10). A palavra grega apoleia, "perdição"
traz a ideia de que o anticristo está destinado a ser destruído.
Em terceiro lugar, ele é o iníquo (2.8). A palavra grega
anomos, traduzida por "iníquo" significa ilegal, iníquo, aquele que
vive ao arrepio da lei. O anticristo será um homem corrompido em grau
superlativo. Ele será inspirado pelo poder de Satanás e terá um caráter tão
perverso quanto o daquele que o inspira.
Podemos afirmar, acompanhado por uma nuvem de testemunhas,
que o conceito de Paulo sobre o anticristo procede da profecia de Daniel.
Observemos os seguintes pontos: 1) o homem da iniquidade (2.3 - Dn 7.25; 8.25);
2) o filho da perdição (2.3 - Dn 8.26); 3) aquele que se opõe (2.4 - Dn 7.25);
4) e que se exalta contra tudo [que é] chamado Deus ou é adorado (2.4 - Dn
7.8,20,25; 8.4,10,11); 5) de modo que se assenta no santuário de Deus,
proclamando a si mesmo como Deus (2.4 -Dn 8.9-14).
A descrição do anticristo
Em Apocalipse 13, o apóstolo João destaca seis fatos acerca
da besta, ou anticristo.
Em primeiro lugar, a ascensão do anticristo se dará num
tempo de muita turbulência (Ap 13.1). João diz: "Vi emergir do mar uma
besta" (Ap 13.1). O que significa isso? As águas do mar são multidões. São
as nações e os povos na sua turbulência político-social (Ap 17.5). As águas são
símbolo das nações não regeneradas em sua agitação (Is 57.20). Antes do
levantamento do anticristo, o mundo estará em desespero, num beco sem saída.
Ele emerge desse caos.
O pequeno chifre de Daniel, o homem da desolação citado por
Jesus, o homem da iniquidade citado por Paulo, o anticristo citado por João e a
besta que emerge do mar são a mesma pessoa. Esse personagem encarnouse na
figura dos imperadores (Dominus et Deus) e também em outros reis e reinos
despóticos, mas se apresentará no fim como o anticristo escatológico. Ele com
seu grande poder vai seduzir as pessoas e conquistar as nações. Ele se
levantará num contexto de grandes convulsões naturais: Terremotos, epidemias e
fomes. Ele aparecerá num tempo de grande convulsão social: Será um tempo de
guerras e rumores de guerras, em que reinos se levantarão contra reinos.
O mundo será um campo de guerra. Ele surgirá num tempo de
profunda inquietação religiosa. Ele brotará do ventre da grande apostasia. Os
homens obedecerão a ensinos de demônios. Os falsos mestres e os falsos cristos
estarão sendo recebidos com entusiasmo. Nesse tempo haverá duas igrejas: a
apóstata e a fiel. Ele surgirá oferecendo solução aos problemas mundiais. O
mundo estará seduzido pelo seu poder. Os homens estarão dizendo: "Paz,
paz", quando lhes sobrevirá repentina destruição.
Ele surgirá num tempo de profunda desatenção à voz do juízo
de Deus (Mt 24.37-39). Esse tempo será como nos dias de Noé.
Em segundo lugar, o anticristo incorpora o poder, a força, e
a crueldade dos grandes impérios do passado (Ap 13.2). Daniel viu quatro
animais ferozes, representando quatro reinos. A força anticristã foi vista por
Daniel como quatro reinos que dominaram o mundo (Babilónia, MedoPersa, Grécia e
Roma). O anticristo incorpora todo o poder dos impérios anticristãos.
O anticristo é o braço de Satanás, enquanto o falso profeta
é a mente de Satanás. Ele será um ser totalmente mau, prodigiosamente
conquistador. Ele terá a ferocidade do leão, a força do urso e a velocidade do
leopardo. A besta que sobe do mar simboliza o poder perseguidor de Satanás
incorporado em todas as nações e governos do mundo ao longo de toda a História.
Essa besta toma diferentes formas. No fim se manifestará na pessoa do homem da
iniquidade.
Em terceiro lugar, o anticristo agirá no poder de Satanás
(Ap 13.24; 2Ts 2.9,10). O anticristo vai manifestar-se com um grande milagre
(Ap 13.3). Ele vai distinguir-se como uma pessoa sobrenatural, por um ato que
será um simulacro da ressurreição. Como já dissemos anteriormente, esse fato é
tão importante que João o registra três vezes (Ap 13.3,12,14). Certamente não
será uma genuína ressurreição dentre os mortos, mas será o simulacro da
ressurreição, produzido por Satanás. O propósito dessa misteriosa transação
será conceder a Satanás um corpo. Satanás governará em pessoa.
O anticristo será uma espécie de encarnação de Satanás. A
maioria dos estudiosos vê nessa figura a lenda do Nero redivivo. Nero se
suicidou em 68 d.C, em um ano, em meio a golpes, surgiram quatro imperadores:
Galba, Oto, Vitélio e finalmente Vespasiano. Depois surgiu a lenda de que Nero
não tinha morrido, mas escapado para o Oriente, e que voltaria em triunfo. No
tempo de João, Domiciano foi chamado o segundo Nero.
O anticristo vai realizar grandes milagres (2Ts 2.9,10).
"Ora o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo
poder, e sinais e prodígios da mentira". Hoje, vivemos numa sociedade
ávida por milagres. As pessoas andam atrás de sinais e serão facilmente
enganadas pelo anticristo.
O anticristo vai ditar e disseminar falsos ensinos (2 Ts
2.11). Nesse tempo os homens não suportarão a sã doutrina (2 Tm 4.3), mas
obedecerão a ensinos de demônios (l Tm 4.1). As seitas heréticas, o misticismo
e o sincretismo de muitas igrejas pavimentam o caminho para a chegada do
anticristo.
O anticristo vai governar na força de Satanás (Ap 13.2).
"Deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade". Na
verdade, quem vai mandar é Satanás. Os governos subjugados por ele vão estar
sujeitos a
Satanás. Será o pouco tempo de Satanás. O período da grande
tribulação. O governo do anticristo vai ser universal, pois Satanás é o
príncipe deste mundo. O mundo inteiro jaz no maligno. Aquele reino que Satanás
ofereceu a Cristo, o anticristo o aceitará. Ele vai dominar sobre as nações.
"Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação"
(Ap 13.7). O governo universal do anticristo será extremamente cruel e
controlador (Ap 13.16,17). O seu poder será irresistível (Ap 13.4). A grande
pergunta será: "Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra
ela?"
O anticristo vai se tornar irresistível (Ap 13.4). Ele será
singular e irresistível. Terá a aparência de um inimigo invencível. Contra Deus
e os santos que estão no céu vai blasfemar (Ap 13.6). Contra a igreja que
estará na terra, ele vai perseguir e matar (Ap 13.7,15b).
Em quarto lugar, o anticristo será objeto de adoração em
toda a terra (Ap 13.3,4,8,12; 2Ts 2.4). A adoração ao anticristo é o mesmo que
a adoração a Satanás (Ap 13.4). Adoração é um tema central no livro de
Apocalipse: a noiva está adorando o Cordeiro, e a igreja apóstata está adorando
o dragão e o anticristo. O mundo está ensaiando essa adoração aberta ao
anticristo e Satanás. Como já dissemos anteriormente, o satanismo e o ocultismo
estão em alta. As seitas esotéricas crescem. A Nova Era proclama a chegada de
um novo tempo, em que o homem vai curvar-se diante do "Maitrea", o
grande líder mundial. A adoração de ídolos é uma espécie de adoração de
demônios (I Co 10.19,20). A necromancia é uma adoração de demônios. O grande e
último plano do anticristo é levar seus súditos a adorarem a Satanás (Ap
13.3,4). Esse será o período da grande apostasia. Nesse tempo os homens não
suportarão a verdade de Deus e obedecerão a ensinos de demônios. O humanismo
idolátrico. O endeusamento do homem e sua consequente veneração é uma prática
satânica. Adoração ao homem e adoração a Satanás são a mesma coisa.
O anticristo fará forte oposição a toda adoração que não
seja a ele mesmo (2Ts 2.4). Ele vai se opor e se levantar contra tudo que se
chama Deus, ou objeto de culto. Assim agiram os imperadores romanos que viam no
culto ao imperador o elo de fidelidade dos súditos do império. Deixar de adorar
o imperador era infidelidade ao Estado. O anticristo também se
assentará no templo de Deus, como Deus, fazendo-se passar
por Deus. Ele vai usurpar a honra e a glória só devidas a Deus.
A adoração do anticristo será universal (Ap 13.8,16). Diz o
apóstolo João que "adorá-lo-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles
cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro" (Ap 13.8).
Satanás vai tentar imitar Deus também nesse aspecto. Ao saber que Deus tem os
seus selados, ele também selará os seus com a marca da besta (Ap 13.8,16-18).
Todas as classes sociais se acotovelarão para entrar nessa igreja apóstata e
receber a marca da besta (Ap 13.16).
O anticristo perseguirá de forma cruel aqueles que se
recusarem a adorá-lo (Ap 13.7,15). Esse será um tempo de grande angústia (Jr
30.7; Dn 12.1; Mt 24.21,22). A igreja de Cristo nesse tempo será uma igreja mártir
(13.7,10). Mas os crentes fiéis vão vencer o diabo e o anticristo, preferindo
morrer a apostatar (Ap 12.11).
Em quinto lugar, o anticristo fará oposição aberta a Deus e
à sua igreja (Ap 13.6,7; 2Ts 2.4). O anticristo será um opositor consumado de
Deus (Dn 7.25; 11.36; 2Ts 2.4; Ap 13.6) - "Proferirá palavras contra o
Altíssimo"; "[...] contra o Deus dos deuses, falará coisas
incríveis". O apóstolo Paulo diz que ele "[...] se opõe e se levanta
contra tudo que se chama Deus [...] ostentando-se como se fosse o próprio
Deus". João declara: "[...] e abriu a boca em blasfêmias contra Deus,
para lhe difamar o nome". Diz ainda: "Este é o anticristo, o que nega
o Pai e o Filho". O anticristo vai usar todas as suas armas para ridicularizar
o nome de Deus. Ele vai fazer chacota com o nome do Altíssimo.
O anticristo fará violenta e esmagadora oposição contra a
igreja (Dn 7.25; 7.21; Ap 12.11; 13.7). Ele [...] magoará os santos do
Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues
nas mãos". "Ele fará guerra contra os santos e prevalecerá contra
eles". Porém, mediante a morte os santos o vencerão (Ap 12.11). João diz:
"Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse"
(Ap 13.7). O anticristo se levantará contra a igreja, contra o culto e contra
toda expressão de fidelidade a Deus. Esse será o ponto mais intenso da grande
tribulação (Mt 24.15-22).
Em sexto lugar, o anticristo será apoiado pela segunda
besta, o falso profeta (Ap 13.11-18; 16.13; 19.20). A segunda besta seduzirá o
mundo
inteiro para adorar a primeira besta (Ap 13.11-15). Se a
primeira besta é o braço de Satanás, a segunda é a mente de Satanás. Ela é o
falso profeta. A primeira besta age no campo político, a segunda no campo
religioso. O falso profeta vai preparar o terreno para o anticristo e vai
preparar o mundo para adorá-lo. A primeira besta será conhecida pelo seu poder
conquistador, pela sua força (Ap 13.4). A segunda besta será conhecida pelo seu
poder sobrenatural, de fazer grandes milagres (Ap 13.13-16).
A segunda besta usará também a arma do controle para
garantir a adoração da primeira besta (Ap 13.16-18). Esse será um tempo de
cerco, de perseguição, de controle, de vigilância, de monitoramento das
pessoas, no aspecto político, religioso e econômico. Todo regime totalitário
busca controlar as pessoas e tirar delas a liberdade. A recusa na adoração à
primeira besta implica morte (Ap 13.15b).
A segunda besta usará um selo distintivo para os adoradores
da primeira besta (Ap 13.18; 14.9-11). Assim como a noiva do Cordeiro recebe um
selo (Ap 7.3; 9.4), também os adoradores da besta recebem uma marca (Ap 13.16).
Então só haverá duas igrejas na terra, aquela que adora a Cristo e aquela que
adora o anticristo. Como os que recebem o selo de Deus terão a vida eterna, os
que recebem a marca da besta vão perecer eternamente (Ap 14.11; 20.4). A
manifestação do anticristo
Destacaremos quatro pontos aqui:
Em primeiro lugar, sua presente dissimulação e futura
revelação (2 Ts 2.68). Diz o apóstolo Paulo que o anticristo está sendo detido
por ALGO (2 Ts 2.6) e por ALGUÉM (2 Ts 2.7). "E, agora, sabeis o que o
detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o
mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que
agora o detém" (2 Ts 2.6,7, grifos do autor). Como já dissemos
anteriormente, o que é esse ALGO? Quem é esse ALGUÉM? A maioria dos estudiosos
entende que o algo é a LEI e que o ALGUÉM é AQUELE QUE FAZ A LEI SE CUMPRIR. É
por isso que o anticristo vai surgir no período da grande apostasia, quando os
homens não suportarão leis, normas nem absolutos. Então, eles facilmente se
entregarão ao homem da ilegalidade, o filho da perdição.
Em segundo lugar, o número de sua identificação (Ap 13.18;
2Ts 2.3). O anticristo no seu cumprimento profético se deu em governos
anticristãos e totalitários, ao longo dos séculos, que perseguiram a igreja,
assim, o falso profeta simboliza as religiões e as filosofias falsas deste
mundo que desviaram os homens de Deus para adorarem o anticristo e o dragão.
Ambas as bestas se opõem à igreja durante toda a dispensação. Porém, o
anticristo aponta para um personagem escatológico que reunirá toda a maldade
dos impérios e governos totalitários.
O anticristo será uma pessoa, ele é o homem da iniquidade, o
filho da perdição, o abominável da desolação, a besta que emerge do mar, a
encarnação de Satanás. Os cristãos primitivos entenderam que ele era Nero. Os
reformadores entenderam que ele era o papa romana Estudiosos modernos disseram
que foi representado por Napoleão, Hitler, Mussolini.
Seu número é 666. Sete é o número perfeito, seis o número
imperfeito. Seis é o número do homem, o número incompleto, imperfeito, o número
do fracasso. O número do anticristo é fracasso sobre fracasso, sobre fracasso.
Ele incorporará a plenitude da imperfeição, a consumação da maldade.
Em terceiro lugar, a limitação do anticristo (Ap 13.5). O
anticristo tem um poder limitado, visto que pode matar os santos, mas não
vencê-los (Ap 12.11; 20.4). Os verdadeiros crentes preferirão a morte à
apostasia (Ap 13.8), vencendo assim a besta (Ap 15.2). Eles não temem aquele
que só pode matar o corpo e não a alma. O anticristo também não pode fazer nada
contra Deus e contra os remidos na glória, a não ser falar mal (Ap 13.6). O
anticristo tem um tempo limitado (Ap 13.5). Quando o seu tempo acabar, ele
mesmo será lançado no lago do fogo (Ap 19.20).
Em quarto lugar, a sua total destruição (2 Ts 2.8). Jesus o
matará com o sopro da sua boca e o destruirá pela manifestação da sua vinda (2
Ts 2.8). Ele será quebrado sem esforço de mãos humanas (Dn 8.25). Jesus vai
tirar o domínio do anticristo para o destruir e o consumir até o fim (Dn 7.26).
O anticristo será lançado no lago do fogo que arde com enxofre (Ap 19.20).
Cristo colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (I Co 15.24,25). A
igreja, selada por Deus (Ap 9.4), preferirá a morte à apostasia e assim vencerá
o dragão e o anticristo (Ap 12.11). Aqueles cujos nomes
estão no Livro da Vida não adorarão o anticristo (Ap 13.8).
Eles reinarão com Cristo para sempre.
Hernandes Dias Lopes
Lição 3: O Anticristo
O
Anticristo
POR PROF. FELIPE AQUINO 28 DE JUNHO DE 2017
DOUTRINA E TEOLOGIA
Do grego
“Antichristos”. Em composições, o termo anti tem diferentes significados:
antibasileus significa um rei que preenche um interregno; antistrategos, um
pretor; anthoupatos, um procônsul; em Homero antitheos significa alguém
semelhante a um deus em poder e beleza, enquanto em outras obras significa um
deus hostil. Seguindo a mera analogia alguém poderia interpretar anticristo
como significando alguém semelhante a Cristo em aparência e poder; mas é mais
seguro definir a palavra de acordo com seu significado bíblico e seu uso
eclesiástico. Sentido bíblico da palavra A palavra Anticristo ocorre somente
nas Epístolas Joaninas; mas existem assim chamados paralelismos a estas
ocorrências no Apocalipse, nas Epístolas Paulinas, e outros menos explícitos
nos Evangelhos e no Livro de Daniel. Nas Epístolas Joaninas São João supõe em
suas Epístolas que os primeiros cristãos conheciam o ensinamento concernente à
vinda do Anticristo. “Vocês ouviram que o Anticristo vem” (1Jo 2,18); “Este é o
Anticristo, de cuja vinda vocês ouviram” (1Jo 4,3). Embora o Apóstolo fale de
vários Anticristos, ele distingue entre os muitos e o agente único e principal:
“O Anticristo virá. Já agora há muitos Anticristos.” (1Jo 2,18). Novamente, o
escritor esboça o caráter e a obra do Anticristo: “Eles saíram dos nossos, mas
eles não eram dos nossos” (1Jo 2,19); “Quem é mentiroso, senão aquele que nega
que Jesus é o Cristo? Este é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho” (1Jo
2,22); “E todo espírito que nega Jesus, não é de Deus; e este é o Anticristo”
(1Jo 4,3); “Pois muitos sedutores estão à solta no mundo, que não confessam que
Jesus Cristo veio na carne: este é um sedutor e um Anticristo” (2Jo 1,7).
Também quanto ao tempo, o Apóstolo coloca a vinda do Anticristo na “última
hora” (1Jo 2,18); novamente ele mantém que “ele já está agora no mundo” (1Jo
4,3).
No Apocalipse
Praticamente todos os comentaristas encontram o Anticristo mencionado no
Apocalipse, mas eles não concordam quanto ao capítulo específico do Livro no
qual a menção ocorre. Alguns apontam para a “besta” de 11,7; outros para o
“dragão vermelho” de 12; outros ainda para a besta “com sete cabeças e dez
chifres” de 13; enquanto muitos escolásticos identificam o Anticristo com a
besta que tinha “dois chifres, como um cordeiro” e falava “como um dragão”
(13,11); ou com a besta vermelha “com sete cabeças e dez chifres” (17); ou,
finalmente, com Satanás “libertado de sua prisão” e seduzindo as nações (20,7).
Uma discussão detalhada das razões pró e contra cada uma destas opiniões
estaria fora de lugar aqui. Nas Epístolas Paulinas São João supõe que a
doutrina concernente à vinda do Anticristo já é conhecida a seus leitores;
muitos comentaristas acreditam que ela se tornou conhecida na Igreja através
dos escritos de São Paulo. São João exortava contra os hereges de seu tempo que
aqueles que negavam o mistério da Encarnação eram vagas imagens do futuro
grande Anticristo. Este último é descrito em mais detalhes em 2Ts 2,3.7-10.
Na Igreja de Tessalônica tinham ocorrido distúrbios por
causa da crença de que a segunda vinda de Jesus Cristo era iminente. Esta
impressão se devia parcialmente a uma interpretação errada de 1Ts 4,15, e
parcialmente às maquinações dos enganadores. Foi tendo em vista remediar estas
desordens que São Paulo escreveu sua Segunda Epístola aos Tessalonicenses,
inserindo especialmente 2,3-10. A doutrina Paulina é esta: “o dia do Senhor”
será precedido por “uma revolta”, e a revelação do “homem da iniquidade.” Este
irá se assentar no templo de Deus, mostrando-se a si mesmo como se ele fosse
Deus; ele irá realizar sinais e falsos prodígios pelo poder de Satanás; ele irá
seduzir aqueles que não receberam o amor pela verdade, para que eles pudessem
ser salvos; mas o Senhor Jesus irá liquidá-lo com o espírito de Sua boca, e
destruí-lo com o resplendor de Sua vinda. Quanto ao tempo, “o mistério da
iniquidade já opera; apenas esperando que aquele que o detém seja retirado do
caminho.” Resumidamente, o “dia do Senhor” será precedido pelo “homem da
iniquidade”, conhecido nas Epístolas Joaninas como Anticristo; este “homem da
iniquidade” é precedido por “uma revolta”, ou uma grande apostasia; esta
apostasia é o resultado do “mistério da iniquidade” que já “opera”, e que, de
acordo com São João, mostra a si mesmo aqui e ali por vagos tipos do
Anticristo.
O Apóstolo dá três estágios da evolução do mal: a fermentação da
iniquidade, a grande apostasia, e o homem da iniquidade. Mas ele adiciona uma
cláusula calculada para determinar o tempo do evento principal mais
precisamente; ele descreve algo primeiro como uma coisa (to datechon), e depois
como uma pessoa (ho katechon), evitando a ocorrência do evento principal: “algo
o detém” e “aquele que o detém”. Nós aqui só podemos enumerar as principais
opiniões quanto ao significado desta cláusula sem discutir os seus valores:
1. O impedimento do evento principal é “o homem da
iniquidade”; o evento principal é a segunda vinda do Senhor (Grimm, Simar).
2. O impedimento é o Império Romano; o evento principal
impedido é o “homem da iniquidade” (a maioria dos Padres Latinos e intérpretes
posteriores)
3. O Apóstolo referiu-se a pessoas e eventos de seu próprio
tempo, o katechon e o “homem da iniquidade” são variadamente identificados com
os Imperadores Calígula, Tito, Nero, Claudius, etc. (Teólogos protestantes
depois do século 17).
4. O Apóstolo refere-se imediatamente a homens e eventos
contemporâneos, que são, entretanto, tipos do katechon escatológico, o “homem
da iniquidade”, e o dia do Senhor; a destruição de Jerusalém, por exemplo, é o
tipo da segunda vinda do Senhor, etc. (Döllinger). Antes de deixar a doutrina
Paulina sobre o Anticristo, nos devemos nos perguntar, de onde o Apóstolo
derivou seu ensinamento? Novamente aqui nós encontramos várias respostas.
1. São Paulo expressa meramente seu próprio ponto de vista
baseado na tradição judaica e nas imagens dos Profetas Daniel e Ezequiel. Este
ponto de vista tem sido defendido por vários escritores protestantes.
2. O Apóstolo
expressa a impressão produzida na Igreja dos primeiros tempos pelo ensinamento
escatológico de Jesus Cristo. Esta opinião é expressada por Döllinger.
3. São Paulo derivou a sua doutrina concernente ao
Anticristo das palavras de Cristo, da profecia de Daniel, e dos eventos
contemporâneos. Esta opinião, também, é expressada por Döllinger.
4. O Apóstolo proferiu uma profecia recebida através da
inspiração do Espírito Santo. Os intérpretes católicos têm geralmente aderido a
esta opinião.
Nos Evangelistas e
Daniel Depois de estudar a figura do Anticristo na Epístola de São Paulo aos
Tessalonicenses, alguém facilmente reconhece o “homem da iniquidade” em Dn
7,8.11.20.21, aonde o Profeta descreve o “pequeno chifre”. Um tipo do
Anticristo é encontrado em Dn 7,8.23; 11,21-45, na pessoa de Antíoco Epífanes.
Muitos comentaristas encontraram alusões mais ou menos claras ao Anticristo na
vinda de falsos cristos e falsos profetas (Mt 24,24; Mc 13,6.22; Lc 21,8), na
“abominação da desolação”, e naquele que “virá em seu próprio nome” (Jo 5,43).
O ANTICRISTO NA LINGUAGEM ECLESIÁSTICA
Bousset acredita que havia entre os judeus uma lenda
completamente desenvolvida do Anticristo, que foi aceita e amplificada pelos
cristãos; e que esta lenda diverge e contradiz em importantes pontos as
concepções encontradas no Apocalipse. Nós não acreditamos que Bousset tenha provado
completamente a sua opinião; sua visão quanto ao desenvolvimento do
cristianismo e do conceito de Anticristo não excede os méritos de uma engenhosa
teoria. Nós não precisamos entrar em uma investigação da obra de Gunkel, na
qual ele traça a ideia de Anticristo ao dragão primevo das profundezas de Othe;
esta visão não merece mais atenção do que o resto das fantasias mitológicas
desse autor. O que então é o verdadeiro conceito eclesiástico de Anticristo?
Suarez mantém que é de fé que o Anticristo é uma pessoa individual, um notável
inimigo de Cristo. Isto exclui a afirmação daqueles que explicam o Anticristo
ou como toda a coleção daqueles que se opõe a Jesus Cristo, ou como o Papado.
Os hereges Valdenses e Albigenses, assim como Wyclif e Hus, chamavam o Papa
pelo nome de Anticristo; mas a expressão era somente uma metáfora no caso
deles. Não foi até o tempo da Reforma que o nome foi aplicado ao Papa no seu
sentido próprio. Isto então passou praticamente ao credo dos Luteranos, e tem
sido seriamente defendido por eles tão tardiamente quanto em 1861 no
“Zeitschrift für lutherische Theologie”. A mudança da verdadeira Igreja para o
reino de Anticristo é dita ter ocorrido entre 19 de fevereiro e 10 de novembro
de 607 DC, quando o Papa Bonifácio III obteve do imperador grego Newton, o
título “Chefe de Todas as Igrejas” para a Igreja Romana. Uma apelação foi feita
a Ap 13,8, em confirmação desta data, e foi calculado a partir de Ap 11,3, que
o fim do mundo poderia ser esperado em 1866 DC. O Cardeal Belarmino refutou
este erro tanto do ponto de vista exegético como histórico em “De Rom. Pont.”,
III. A pessoa individual do Anticristo não será um demônio, como alguns dos
escritores antigos acreditavam; nem ele será a pessoa do demônio encarnada na
natureza humana do Anticristo. Ele será uma pessoa humana, talvez de extração
judaica, se a explicação de Gn 49,17, juntamente com a omissão de Dã do
catálogo das tribos, como encontrado no Apocalipse, estiver correta. Deve ser
lembrado que a tradição extraescritural não nos fornece qualquer suplemento
revelado às informações bíblicas concernentes ao Anticristo. Enquanto estas
últimas são suficientes para fazer o crente reconhecer o “homem da iniquidade”
no tempo de sua vinda, a falta de qualquer revelação adicional confiável
deveria nos colocar em guarda contra os devaneios dos Irvingitas, dos Mórmons,
e de outros recentes proclamadores de novas revelações.
Pode não estar fora de lugar chamar a atenção do leitor para
duas dissertações do falecido Cardeal Newman sobre o assunto do Anticristo. Uma
é chamada “A Ideia Patrística de Anticristo”; ela considera sucessivamente seu
tempo, religião, cidade, e perseguição. Ela formou o número 83 dos “Tratados
sobre os Tempos”, e foi republicada no volume chamado “Discussões e Argumentos
sobre Vários Assuntos” (Londres, Nova Iorque, Bombaim, 1899). A outra
dissertação está contida entre os “Ensaios Críticos e Históricos” do Cardeal
(Vol. II; Londres, Nova Iorque e Bombaim, 1897), e traz o título “A Ideia
Protestante do Anticristo”. Para entender a significância dos ensaios do
Cardeal na questão do Anticristo, deve ser tido em mente que uma variedade de
opiniões surgiram no decorrer do tempo concernentes à natureza deste oponente
da cristandade. 1
. Koppe, Nitzsch, Storr e Pelt argumentaram que o Anticristo
é um princípio maligno, não corporificado em uma pessoa ou um governo; esta
opinião está em oposição tanto a São Paulo como a São João. Ambos Apóstolos
descrevem o adversário como sendo distintamente concreto em forma.
2. Um segundo ponto de vista admitiu que o Anticristo deve
realmente aparecer em uma forma concreta, mas identificou esta forma concreta
com o sistema do Papado. Lutero, Calvino, Zwingli, Melanchthon, Bucer, Beza,
Calixtus, Bengel, Michaelis, e quase todos os escritores protestantes do
Continente são citados como suportando este ponto de vista; o mesmo pode ser
dito dos teólogos ingleses Cranmer, Latimer, Ridley, Hooper, Hutchinson,
Tyndale,
Sandys, Philpot, Jewell, Rogers, Fulke, Bradford, King
James, e Andrewes. Bramhall introduziu qualificações na teoria, e após isso sua
ascendência começou a se desvanecer entre os escritores ingleses. Nem se deve
supor que a teoria Papa-Anticristo foi mantida por todos protestantes do mesmo
modo; o Falso Profeta ou segunda Besta do Apocalipse são identificados com o
Anticristo e o Papado por Aretius, Foxe, Napier Mede, Jurieu, Cunninghame,
Faber, Woodhouse, e Habershon; a primeira Besta do Apocalipse tem esta posição
na opinião de Marlorat, King James, Daubuz, e Galloway; ambas as Bestas são
assim identificadas por Brightman, Pareus, Vitringa, Gill, Bachmair, Fraser,
Croly, Fysh, e Elliott. Após este panorama geral das visões protestantes
concernentes ao Anticristo, nós devemos ser capazes de apreciar alguns dos
comentários críticos do Cardeal Newman sobre a questão.
1. Se qualquer parte
da Igreja for provada ser anticristã, toda a Igreja o é, inclusive o ramo
protestante.
2. A teoria Papa-Anticristo foi gradualmente desenvolvida
por três corpos históricos: os Albigenses, os Valdenses, e os Fraticelli, entre
os séculos 11 e 16: são estes os expositores dos quais a Igreja de Cristo deve
receber a verdadeira interpretação das profecias?
3. Os defensores da
teoria Papa-Anticristo cometeram erros crassos em seus argumentos; eles citam
São Bernardo como identificando a Besta do Apocalipse com o Papa, contudo São
Bernardo fala na passagem do Antipapa; eles apelam para o Abade Joaquim como
acreditando que o Anticristo será elevado à Sé Apostólica, enquanto o Abade
realmente acredita que o Anticristo irá derrubar o Papa e usurpar sua Sé;
finalmente, eles apelam ao Papa Gregório o Grande como declarando que qualquer
um que alegue ser Bispo Universal é Anticristo, enquanto o grande Doutor
realmente fala do Precursor do Anticristo que era, na linguagem de seu tempo,
nada mais que a figura de um grande mal iminente.
4. Os protestantes foram levados à teoria Papa-Anticristo
pela necessidade de opor uma resposta popular aos populares e convincentes
argumentos dados pela Igreja de Roma para sua autoridade Divina.
5. Warburton, Newton, e Hurd, os advogados da teoria
Papa-Anticristo, não podem ser comparados com os santos da Igreja de Roma.
6. Se o Papa é o Anticristo, aqueles que o recebem e seguem
não podem ser homens como São Charles Borromeo, ou Fénelon, ou São Bernardo, ou
São Francisco de Sales.
7. Se a Igreja deve sofrer como Cristo, e se Cristo foi
chamado Belzebu, a verdadeira igreja de Cristo deve esperar uma reprovação
similar; desse modo, a teoria Papa-Anticristo torna-se um argumento a favor da
Igreja Romana.
8. A chacota “se o Papa não é o Anticristo, ele tem azar de
ser tão parecido com ele”, é na verdade outro argumento a favor das alegações
do Papa; uma vez que o Anticristo simula Cristo, e o Papa é uma imagem de
Cristo, o Anticristo deve ter alguma semelhança com o Papa, se este for o
verdadeiro Vigário de Cristo.
Fonte: Enciclopédia Católica
Por : ESCOLA BEREANA ADVEC SEDE (TESOURO)
EM CONSTRUÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário