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quinta-feira, 9 de março de 2017
liçao 11 vivendo de forma moderada
Temperança versus Prostituição e Glutonaria
Ter o controle de si mesmo é a coisa que todo ser humano deseja, por isso frequentemente vai aos centros de terapias, participa de seminários, palestras, faz curso de hipnose, tudo na vasca de ter esse autocontrole.
No dicionário grego do professor C. Taylor, temperança é enkráteia, quer dizer domínio próprio, continência, domínio sobre os desejos e as paixões, especialmente os apetites sensuais.
Donald Guthrie explica a temperança assim:
Domínio-próprio: i.e., o domínio sobre os desejos do ego. O verbo correspondente é usado em 1 Coríntios 7.9 sobre o controle dos desejos sexuais, mas o substantivo no presente contexto inquestionavelmente tem uma conotação mais ampla. Na vida dirigida pelo Espírito, o “eu”, deve manter- se no seu lugar adequado. O autocontrole, no entanto, não significa a negação de si mesmo, mas uma avaliação real da função do nosso ego na forma mais nobre de vida. Não poderá haver exemplo melhor do que o de nosso Senhor, que jamais enfatizou sua própria vontade, mas nunca deixou de impressionar os demais com o poder da sua personalidade. O Espírito reproduz no crente o mesmo tipo de conceito equilibrado do “eu”. (GUTHRIE, 1999, p. 180)
Pelas palavras de Donald, o Espírito Santo não mata o eu, ele não é excluído de nós, mas Ele não deixa que o tal esteja em primeiro lugar, por isso Paulo disse: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (G1 2.20).
Nas páginas do Novo Testamento, encontraremos a excentricidade do eu na concepção de Paulo, evidenciando que ele está em nós, mas que para barrar sua atividade egocêntrica é preciso o fruto da temperança, a fim de que o autocontrole aconteça.
a) Paulo destacou a importância da temperança (At 24.25).
b) A temperança deve ser sempre acrescentada à vida cristã (2 Pe 1.6).
c) Ê um domínio próprio que não comete coisas fora do controle (1 Co 7.9)
d) E uma prova de uma vida bem disciplinada (1 Co 9.25).
e) Os pastores devem priorizar esse fruto, tendo domínio de si (Tt 1.8).
A derrota de um homem está em não ter controle de si, dos seus desejos e suas paixões. Por vezes ele luta para isso, mas tudo em vão, pois a natureza pecaminosa com suas obras falam mais alto. Deus disse para Caim que o desejo estava dentro dele, cumpria a ele dominá-lo, mas não pôde. “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Gn 4.7).
Para muitos estudiosos, é difícil manter o domínio de si mesmo. Nesse particular, Freud tentou dar suas explicações e como alcançar o equilíbrio certo. Analisando a personalidade humana, ele disse que nela existem três elementos chamados de:
a) Id. E a parte irracional ou animal. Ela é o lado biológico, hereditário, e que procura sempre os nossos impulsos sexuais, isto é, a nossa libido.
b) Superego. Pode ser definido como um tipo de força que é adquirida lentamente por influência da nossa vida em sociedade. Por viver em sociedade, o homem sempre está recebendo influência do seu meio, como por exemplo: ideias morais, religiosas, regras de conduta. Elas terão forças em nossa própria personalidade.
c) Ego. Seria a nossa razão. Por meio dele é que se consegue manter o equilíbrio; ele é a nossa inteligência.
Freud ensinava que os impulsos do Id eram inconscientes, ignorados, despercebidos. Ele dizia que entre o Id e o Superego havia constante conflito, pois, o Superego não se coadunava com a satisfação animal; já o Id queria sempre se realizar. Freud dizia que esse conflito interno jamais seria percebido por nós.
O ego era o responsável para manter o equilíbrio entre essas duas forças opostas. Sendo assim, a pessoa passaria a ter uma saúde mental normal, mas quando ele não consegue manter esse equilíbrio, aparecem os distúrbios. Para Freud, a nossa personalidade é bem dinâmica, nela estão presentes duas forças opostas.
Pela Palavra de Deus, não há nada dentro do próprio homem que possa lhe dar forças para vencer as obras da carne, pois até sua justiça é como trapo de imundícia (Is 64.6). Obviamente, podemos dizer que Freud e outros educadores não atentaram para a questão espiritual, mas está claro que a inclinação da carne é sempre para a carne, e que nela o homem não pode agradar a Deus (Rm 8.5-9; Gl 5.22,25), para vencer e reprimir seus desejos é preciso ter o fruto do Espírito.
Na temperança, o homem não se entrega a diversões ou pra- zeres dissolutos, corruptos, mas tem a posse de si mesmo, sabe controlar seus desejos, emoções (Gn 43.31). Muitos estudiosos falam que no aspecto ético o homem que tem controle de si é prova de que sua alma está agindo, de modo que ele repele aquilo que pode prejudicá-lo. Mas como isso é possível quando tudo no seu ser está contaminado pelo pecado?
Alguns filósofos falaram da importância de se ter a enkráteia na vida, mas isso ficou só na teoria, pois muitos deles se entregaram aos mais infames prazeres. Os pais da igreja destacaram a importância da temperança, afirmaram que ela era a maior virtude que um homem podia ter, uma dádiva de Deus. Segundo Clemente, a temperança era uma das colunas que sustentavam a fé cristã, era a expressão maior do amor cristão.
O cristão que deseja ter um viver controlado, que não quer se entregar aos mais baixos prazeres, a não perder o equilíbrio, mas que quer manter a boa disciplina, o autocontrole, deve ser dominado pelo fruto da temperança.
Prostituição, uma Obra Carnal
Provérbios 6:27
É possível alguém atear fogo
ao próprio peito sem queimar a roupa?
No grego, a palavra para prostituição épomeia. Na sua primitiva raiz, pomé quer dizer prostituta, mas prostituição é mais abrangente. No seu prosseguimento de definições, essa palavra vai apontar também para uso do corpo para a venda do sexo, daí o verbo pemumi. Muitos gramáticos gregos preferem fazer a tradução depomeia para “imoralidade”, pois desse modo ela aponta para uma série de pecados imorais praticados com o corpo.
Na palavra porneia está implícito também o sentido de adultério, e para os judeus tal pecado estava relacionado com a religião, pois nos cultos de fertilidade, os atos imorais praticados nos templos pelas prostitutas sagradas eram vistos como atos religiosos. O dinheiro que as prostitutas cultuais recebiam era considerado “sagrado”, e era usado para a expansão ainda maior do pecado de idolatria. Historicamente, a cidade de Corinto tinha mais de mil prostitutas (Rm 1.18-27). Paulo era consciente dos males que essa prática pecaminosa poderia causar, por isso bateu de frente contra esse pecado.
A prostituição deve ser evitada porque nela há uma quebra geral da valorização da pessoa humana. Quando um homem se entrega aos braços de uma prostituta, a relação não é feita por amor, carinho, respeito, consideração, mas se baseia apenas em uma venda, uma compra de um prazer sexual, em que a mulher é apenas um mero objeto para o homem realizar suas fantasias e desejos. Perceba o quanto as obras da carne são maléficas. Enquanto Deus deseja o melhor para o homem e a mulher, criando o casamento para a felicidade, onde os dois podem ser respeitados, valorizados, a prostituição entra em cena tão somente para fms luxuriosos. Essa é a razão de Paulo dizer: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6.18).
No meu livro Tesouros nas Cartas Missionárias, ao explicar o versículo acima digo:
Paulo fala que existem coisas que são para o corpo e que não trazem nenhum problema espiritual, mas, quanto à porneia, que é a prostituição, relação sexual ilícita (Ap 2.21), que fala também de imoralidade praticada no corpo, ela causa pecado, pois o corpo é para o Senhor. Paulo faz uso do dativo grego para expressar essa ideia: tô kyriô. O corpo do crente é membro do corpo de Cristo, o substantivo méle no grego significa parte do corpo (Mt 5.29; Mc 7.5; Ef 5.30), portanto, sendo o nosso corpo membro do corpo de Cristo, o mesmo não pode ser usado como membro de uma prostituta, pois quando isso acontece a união com Cristo é desfeita, pois nesse caso desenvolve aquilo que Paulo chama de kollómenos, isto é, uma união, um abrasamento, grudamento (Gn 2.24; Lc 10.11; Mt 19.5; At 5.13). A prostituição tira o lugar de Cristo, (no prelo)
O mundo moderno fala do ficar, da moça e do rapaz serem livres para fazer o que quiserem com o seu corpo, inclusive manter relações sexuais fora do casamento sem qualquer compromisso, não levando em consideração os efeitos que um relacionamento sem responsabilidade pode causar, pois a prostituição não cria amor, respeito, mas leva o outro ou outra a serem vistos simplesmente como objetos.
Olhando para trás, vemos que os povos antigos eram libertinos na questão dos prazeres, especialmente no sexo. Muitos diziam que era normal manter sexo fora do casamento, e que o homem poderia ter sua esposa apenas para gerar filhos, mas jamais deveria abrir mão de prostituas para a realização dos mais vergonhosos prazeres. Essa posição plangente pôde ser contemplada na Grécia e em Roma.
A promiscuidade era algo sem precedente. Reis, imperadores, rainhas, filósofos, políticos, senadores, todos viviam na mais alta libertinagem praticando todo tipo de pecado: prostituição, incesto, homossexualismo, adultério, pedofilia. O casamento passou ao não ser levado a sério, e muitos queriam proceder como Platão, Sócrates e Aristóteles, que eram amantes de meninos.
O mais interessante, diante desse cenário de pecados crassos, é que não foram os cristãos que procuraram relatar tudo isso, mas sim escritores pagãos, pois muitos já não suportavam mais esse panorama, alguns tentaram criar leis para barrar tais desejos, mas entenderam que era impossível controlar, pois estava na natureza deles. Esse teatro de pecado tornou-se tão comum na Grécia, que é de onde Roma aprendeu a pecar, que na igreja de Corinto o incesto não era visto como coisa anormal (ICo 5.1).
A Bíblia condena a prostituição, que é vista da seguinte maneira:
a) Obra da carne (G1 5.19).
b) Coisa da natureza pecaminosa (Cl 3.5).
c) Todos devem abster-se dela (1 Ts 4.3).
d) E pura imundícia (Ap 17.4). e) Corrompe (Ap 19.2).
Queridos irmãos, a prostituição é uma obra carnal que destrói os bons valores, os saudáveis relacionamentos. Dela todo crente deve fugir, pois agora vivemos no Espírito Santo e temos o fruto para nossa santificação (Rm 6.22). Sobre nossa vida em Cristo, atente para as palavras do pastor Stanley Horton:
O cristão, ao identificar-se com o Salvador crucificado, realmente crucificou a carne com as suas concupiscências. Mas aquela vitória, que é potencialmente nossa, deve se tornar ativa e real. Nós, como cristãos, vivemos no Espírito no sentido de termos nossa vida mediante o Espírito. Mas também devemos andar no Espírito para as tendências, os impulsos e os desejos da carne serem realmente purificados na nossa experiência diária (Rm 8.4,5). (1993, p. 192).
Podemos vencer as obras da carne, pois agora somos novas criaturas em Cristo Jesus, de modo que foi sepultado o homem velho.
A Glutonaria e seus Males
A palavra kômos quer dizer orgias, conforme aparece no texto grego, mas algumas Bíblias traduziram como glutonarias, diversões, e notamos que méthai, bebedeira, vem como companheira. É bom de imediato entender que a ênfase aqui não é sobre o glutão, aquele que come muito, pois os que procedem assim pecam contra o corpo e não para com o Senhor. O conselho para quem come demais é seguir o que disse Salomão: “E põe uma faca à tua garganta, se és homem glutão” (Pv 23.2).
O glutão, como sendo aquela pessoa que come muito, no hebraico é denominado de zaial. Este vive se entregando à comida, bebida, festividades, sem compromisso de nada (Dt 21.20; Pv 23.20,21). Note que na concepção hebraica o termo glutão não tinha apenas o sentido de comer muito, mas envolvia o aspecto da rebeldia; por isso era aplicada a pena de morte.
No grego, glutão éphdgos, tem o sentido de comer muito (Mt 11.19; Lc 7.34). Jesus foi acusado de ser um comilão e beberrão, mas a citação que diz isso não está dizendo que Ele era um glutão, pois não vivia apenas para satisfazer o estômago (Tt 1.12).
Podemos então entender que glutonaria na Bíblia não aponta apenas para o comer demais. Em boa parte que essa palavra aparece, ela está ligada a excessos de comida e bebidas envolvendo tonalidades negativas do pecado. Mas no âmbito geral, tirando a pecaminosidade, a glutonaria sempre é prejudicial ao corpo, pois compromete sua saúde.
Não há dúvidas de que a sociedade humana sabe dos perigos que a bebida pode causar, e os crentes são sempre alertados quanto à embriaguez, pois a bebida alcoólica é sempre forte, fazendo com que o homem perca sua capacidade pensante, racional, o que sem saber faz coisas horríveis, razão pela qual ela deve ser evitada (Pv 20.1; Is 28.7; Ez 23.33).
Certa vez, uma jovem me perguntou se era pecado beber. Eu respondi: “Olhe para o episódio de Noé. Sendo ele um homem de quem Deus deu testemunho, não conseguiu se controlar por causa do vinho, imagine nós”.
E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. Viu Cam, o pai de Canaã, a nudez de seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos eram virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. (Gn 9.21-24)
Esse texto nos mostra que somos fracos, pecadores, e qualquer coisa pode despertar a natureza carnal que está dentro de nós. Ela só pode ser repelida pela busca constante do poder do Espírito Santo.
Um cristão que tem o Espírito Santo de Deus na vida procura abster-se da embriaguez, e não procede de modo que cause escândalo ao seu irmão, nem usa de sua liberdade para pecar (Rm 14.21; 1 Co 8.9).
Diante de tudo o que expusemos, entendemos agora que a palavra Kômos não se refere à glutonaria propriamente, nem somente à festa de comemoração por uma vitória, como diziam os gregos. Mas orgia, nesse texto, é uma referência direta à obra carnal, uma realização deliberada no prazer sexual, licenciosidade; é a dita festa do bacanal. Falando da festa dedicada ao deus Baco, veja o que diz Champlin:
[...] Glutonarias... Originalmente essa palavra indicava, no grego, um cortejo festivo, em honra ao deus pagão do vinho, Dionísio. Era uma refeição e um banquete festivo; mas com frequência seus participantes perdiam o domínio próprio e tudo se transformava em ocasião de glutonaria e bebedeira, de “orgia”, sendo possível que a lista de vícios, preparada por Paulo, queria levar-nos a compreender ambos esses sentidos da palavra [...] por Dionísio (Baco) era adorado com os excessos sexuais próprios desse culto, com a bebedeira, com a glutonaria, com os excessos, e os que tais coisas praticavam racionalizavam, tal como se verifica hoje em dia, que nada se fazia de errado com tais atos, apelando para uma ou para outra desculpa. A “adoração ao deus” era boa, segundo pensavam, a despeito das maldades que daí resultavam. O conceito de “liberdade” era identificado como o “direito” de participar de tais festividades, acompanhado da imunidade da censura pública... (CHAMPLIN, 1995, p. 508)
Quantas festividades na atualidade não são realizadas em nome da cultura, da liberdade, mas que na sua praticidade o que acontece são os pecados mais vis, que inclusive os jornais e revistas têm vaticinado.
Tanto kômos como méthai, dentro desse texto de Gálatas 5.21, não se referem a comida e bebida no seu sentido natural, mas descrevem um procedimento puramente carnal e desregrado da natureza pecaminosa, que se atira às mais horríveis orgias. Desse tipo de comportamento todo cristão sincero e que deseja o céu deve fugir.
liçao 11 vivendo de forma moderada
FONTE: Apazdosenhor.org
BEBIDA FORTE - Enciclopédia de Bíblia,Teologia e Filosofia
Várias palavras hebraicas e gregas precisam ser consideradas:
1- Uma palavra hebraica indica o suco fermentado da uva, sendo geralmente traduzida por «vinho». Essa palavra é usada por cento e quarenta e uma vezes no Antigo Testamento, com cognatos nas línguas dos povos que viviam ao redor da Palestina, embora talvez não de origem semita. O seu equivalente grego é otnos, «vinho». (Ver Gên. 9:21; Êxo. 29:40; Núm. 6:3; Zac. 10:7, etc.).
2- Uma outra palavra hebraica é usada por trinta e oito vezes no Antigo Testamento, também traduzida por «vinho» ou «vinho novo», esta última sendo a sua verdadeira tradução. As alusões da palavra indicam que essa bebida era tóxica quando ingerida em grande quantidade. Oséias 4:11 diz que tanto o «vinho» quanto o «mosto» (outra tradução para essa palavra) «tiram entendimento» (cf. Juí. 9:13; Atos 2:13). A LXX também traduziu essa palavra por oinos.
3- Outra palavra hebraica deriva-se de uma raiz que significa «fermentar». Essa é a forma poética para indicar «vinho», no hebraico (ver Deu. 32:14), aparecendo também como seu cognato aramaico (ver Esd. 6:9; 7:22; Dan. 5:1,2,4,23).
4- Um sinônimo poético da segunda dessas palavras deriva-se da raiz que significa «esmagar». Ê usado apenas por cinco vezes na Bíblia, em Can. 8:2; Isa. 49:26; Joel 1:5; 3:18 e Amós 9:13).
5- Uma quinta palavra hebraica usualmente é traduzida por «bebida forte», proveniente de uma raiz que significa «ficar embriagado». Essa palavra era usada para denotar qualquer bebida alcoólica feita de fruto ou cereal, embora originalmente incluísse o vinho(ver Núm. 28:7; cf. 28:14). Em Isaías 5:11, essa palavra é usada como paralelo da primeira delas, como alusão a bebidas alcoólicas em geral. Mas nossa versão portuguesa, nesse versículo, só faz alusão ao vinho. Com o tempo, essa quinta palavra veio a indicar somente bebidas intoxicantes não feitas com base na uva. Sacerdotes e nazireus não podiam consumir vinho e bebida forte (ver Lev. 10:9; Núm. 6:3; cf. Juí. 13:4,7,14; e também Luc. 1:15, «ofno» kai síkera»). Em Pro. 20:1, lê-se que o vinho é «escamecedor» e que a bebida forte é «alvoroçadora» (cf. Pro. 31:4,6). Quando Eli acusou Ana de estar embriagada, ela retrucou: «Não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramar a minha alma perante o Senhor» (I Sam. 1:15).
Vinho misturado. No período do Antigo Testamento, o vinho era tomado puro porque diluí-lo com água era considerado indesejável. O vinho diluído com água tomou-se símbolo de adultério espiritual (ver Isa. 1:22). Nos tempos romanos algumas vezes o vinho era misturado com água, porque alguns criam que isso melhorava a qualidade do vinho (ver II Macabeus 15:39). O vinho vermelho geralmente era considerado melhor e mais forte que o vinho branco (ver Sal. 75:8;
Pro. 23:31). Os vinhos do Líbano (ver Osé. 14:7) e os de Hebrom (ver Eze. 27:18) provavelmente eram vinhos brancos. As vinhas de Hebrom eram famosas por seus imensos cachos de uvas (ver Núm. 13:23). Samaria era um centro de viticultura (ver Jer. 31:5; Miq. 1:6), e os efraimitas tinham a má reputação de serem grandes bebedores de vinhos (ver Isa. 28:1).
Também há menção ao «vinho aromático», em Can. 8:2. Eram vinhos preparados com diferentes espécies de ervas, seguindo o costume de povos não'israelitas do Oriente Próximo, e muito mais embriagadores que o vinho regular. Esse fato fazia esse tipo de vinho muito popular nos banquetes e ocasiões festivas (ver Pro. 9:2,5). A Bíblia proíbe claramente o uso desse tipo de bebida alcoólica (ver Pro. 23:29,30; em português, «bebida misturada»).
Quando o vinho era misturado com mirra, era usado como um anestésico. Foi esse tipo de bebida que ofereceram a JESUS, quando de Sua crucificação (ver Mat. 27:34; Mar. 15:23). Os rabinos, em seus escritos, referem-se a várias misturas de vinhos. Havia uma mistura de vinho velho com água cristalina e bálsamo, usada especialmente após o banho. Havia também um vinho de uvas passas e um vinho misturado com um molho de azeite e (garum?). Uma mistura popular era a de vinho com mel e pimenta. E havia muitas outras formas de mistura com vinho. Um bom vinagre era feito misturando-se cevada ao vinho.
Atitude da Bíblia para com o uso do vinho. A atitude refletida por toda a Bíblia, quanto ao uso do vinho como uma bebida, é muito bem expressa por Ben Siraque: «O vinho bebido com moderação e no tempo certo produz alegria no coração e ânimo mental» (Eclesiástico 31:28,29). Todos os israelitas consumiam regularmente o vinho, exceto - no caso dos sacerdotes que ministravam no santuário, os nazireus e os recabitas. Mas a Bíblia constantemente denuncia a incontinência no uso do vinho, pois o excesso era considerado pecaminoso (ver Prov. 20:1; 23:29-35; Isa. 5:11,22; 28:7,8; Osé. 4:11). Paulo recomendava moderação no uso do vinho (ver I Cor. 8:7-13 e Rom. 14:13-21).
Todavia, o vinho também é elogiado na Bíblia. Ver Juízes 9:13: «Deixaria eu o meu vinho, que agrada a DEUS e aos homens...?» (Cf. Sal. 104:15; EcL 10:19). Metaforicamente, o vinho representa a essência da bondade. Algumas vezes os israelitas acompanhavam com cânticos a ingestão de vinho (ver Isa. 24:9). A boa esposa é comparada a uma «videira frutífera» (Sal. 128:3). Israel é comparada a uma vinha que DEUS trouxe do Egito e plantou na terra prometida, onde «deitou profundas raízes e encheu a terra» (Sal. 80:8-11). A prosperidade algumas vezes é simbolizada pela abundância de vinho, como quando Jacó abençoou a Judá (ver Gên. 49:11). Os tempos de paz e de prosperidade são descritos como segue, em I Reis 4:25: «Judá e Israel habitavam confiados, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira...» Isaías utiliza-se do vinho como figura das bênçãos espirituais (ver Isa. 55:1,2).
Ao que tudo indica na Bíblia, o uso moderado de vinho não é repreensível (ver Est. 1:10; Sal. 104:15; Ecl. 10:19; Zac. 10:7). As referências bíblicas ao vinho mostram que a ingestão dessa bebida fazia parte da dieta regular dos israelitas (ver Gên. 14:18; Juí. 19:19; I Sam. 16:20; II Crô. 11:11). Se a mera ingestão de vinho fosse pecaminosa, JESUS não teria transformado água em vinho no casamento em Caná da Galiléia (ver João 2:1-11), e nem Paulo teria recomendado a Timóteo: «Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades» (I Tim. 5:23). O que as Escrituras condenam não é o uso
e- sim, o abuso de bebidas alcoólicas. «E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do ESPÍRITO» (Efé. 5:18). Os crentes não devem assemelhar-se aos incrédulos, muitos dos quais tornam-se viciados no alcoolismo, como em vários outros vícios (ver I Ped. 4:3). Por isso mesmo, os líderes cristãos são exortados à temperança (ver I Tim. 3,3,8). Há somente uma ocasião em que Paulo veda totalmente o uso do vinho ao crente, isto é, se chegar a ser pedra de tropeço a algum irmão (ver Rom. 14:21).
A viticultura na Palestina. A produção de vinhos», era importante no Oriente Próximo, sendo descrita na Bíblia com muitas referências. (Ver Gên. 40:11; Deu. 18:4; Jos. 9:4; I Cro. 27:27; Eze. 17:5-10). A viticultura era considerada tão importante em Israel que os proprietários de vinhas eram isentados do serviço militar, no tempo da colheita da uva, no mês de setembro (Jer. 25:30; 48:33). A vindima, ou colheita da uva, é referida em conexão com a festa dos tabernáculos (ver Deu. 16:13). Os pobres podiam ficar com as uvas que caíssem ao chão, como também podiam fazê-lo com todas as outras colheitas. No ano sabático, as vinhas não recebiam cultivo, tal qual sucedia a qualquer outro tipo de plantação. O vinho, enquanto fermentava, era sujeito a muitos cuidados. Um deles consistia em derramar o vinho de um receptáculo para outro, para evitar qualquer engrossamento indesejável. Jeremias 48:11 faz alusão a esse costume. Uma vez que o vinho estivesse refinado e pronto para ser guardado por longos períodos de tempo, era colocado em jarras forradas com betume, postas então em «adegas» (ver I Crô. 27:27). Vinho não-fermentado, ou suco de uva, na opinião de alguns especialistas no assunto, era impossível de ser guardado por qualquer período de tempo, na Palestina antiga. Portanto, o vinho referido no Antigo e no Novo Testamentos tinha certa dosagem alcoólica. A preservação do suco de uva é um processo moderno.
Usos do vinho no mundo bíblico. Por todo o Oriente Médio e Próximo o vinho era usado nas libações aos deuses pagãos. Os hebreus foram constantemente advertidos pelos profetas de DEUS a não se deixarem envolver nesses sacrifícios (ver Deu. 32:37,38; Isa. 57:6; 65:11; Jer. 7:18; 19:13). As libações que faziam parte dos sacrifícios levíticos eram de vinho (ver Êxo. 29:40; Lev. 23:13; Núm. 15:7,10; 28:14). Os adoradores, quando ofereciam sacrifícios, geralmente levavam vinho, entre outros requisitos, (ver I Sam. 1:24; 10:3,8). Havia certo suprimento de vinho guardado no templo, para propósitos de sacrifícios (ver I Crô. 9:29).
Além disso, o vinho era usado como medicamento, para revivificar os que desmaiassem (ver II Sam. 16:2), ou como sedativo, «aos amargurados de espírito» (Pro. 31:6). Os rabinos tinham um ditado que dizia: «O vinho é o melhor dos medicamentos; quando falta o vinho, tornam-se necessárias as drogas». O vinho era até mesmo derramado sobre os ferimentos, como se vê no caso do homem vitimado pelos assaltantes, em Lucas 10:34. Finalmente, o vinho era um importante artigo comercial e também era doado como presente. Davi recebeu de Abigail «dois odres de vinho» (I Sam. 25:18), e Ziba lhe deu «um odre de vinho» (II Sam. 16:1). Quando Salomão edificou o templo de Jerusalém, pagou a Hirão, entre outras coisas, «vinte mil batos de vinho» (II Crô. 2:10), pela madeira do Líbano e pela ajuda dos operários de Hirão.
Nos tempos modernos, a viticultura tem-se tomado a mais importante atividade agrícola em Israel. (I ID LAN UN)
BEBIDA FORTE - Wycliffe Bible Dictionary - As bebidas alcoólicas, na época da Bíblia, eram feitas de romã, uva, cevada, tâmara, e passas. A expressão “bebida forte” provavelmente referia-se a um tipo de cerveja de cevada forte, conhecida por descobertas arqueológicas como muito popular entre os egípcios e os filisteus. A expressão bebida forte (heb. shekar, acádio, sikaru) refere-se a uma bebida que intoxica. Na Palestina, o vinho era quase sempre um suco de uva fermentado.
A Escritura é enfática em sua denúncia contra as bebidas fortes. Arão e seus filhos não deveriam beber vinho e nenhuma bebida forte quando ministravam no Tabernáculo (Lv 10.9). Esta determinação aplicava-se também aos seus descendentes. Através de Isaías, DEUS pronunciou a desgraça sobre aqueles que bebiam o dia todo (Is 5.11), e sobre as autoridades que bebiam, porque isto debilitava a sua capacidade de julgamento (Is 5.22-23). Os sacerdotes e profetas “erram por causa do vinho e com a bebida forte desencaminham-se” (Is 28.7). A bebida forte é a causa da pobreza (Pv 21.17-20) e de muito sofrimento e devassidão (Pv 23.29-35). Compare também Lucas 1.15: “Não beberá vinho, nem bebida forte” (sikera).
Em dias de alcoolismo crescente a advertência de Provérbios 20.1 precisa ser divulgada. “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio”.
Veja Bebida, Bêbado; Embriaguez; Vinho. R. H. B.
GLUTONARIA - Wycliffe Bible Dictionary - Abuso ao comer ou beber que causa desregramento, intoxicação ou uma terrível dor de cabeça ou ressaca (Lc 21.34).
O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1) - BEP - CPAD
Lc 7.33,34 “Porque veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores.”
VINHO: FERMENTADO OU NÃO FERMENTADO? Segue-se um exame da palavra bíblica mais comumente usada para vinho. A palavra grega para “vinho”, em Lc 7.33, é oinos. Oinos pode referir-se a dois tipos bem diferentes de suco de uva: (1) suco não fermentado, e (2) vinho fermentado ou embriagante. Esta definição apóia-se nos dados abaixo.
1- A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em referência ao suco fresco da uva (ver Aristóteles, Metereologica, 387.b.9-13). (a) Anacreontes (c. de 500 a.C.) escreve: “Esprema a uva, deixe sair o vinho [oinos]” (Ode 5). (b) Nicandro (século II a.C.) escreve a respeito de espremer uvas e chama de oinos o suco daí produzido (Georgica, fragmento 86). (c) Papias (60-130 d.C.), um dos pais da igreja primitiva, menciona que quando as uvas são espremidas produzem “jarros de vinho [oinos]” (citado por Ireneu, Contra as Heresias, 5.33.3-4). (d) Uma carta em grego escrita em papiro (P. Oxy. 729; 137
2- C.), fala de “vinho [oinos] fresco, do tanque de espremer” (ver Moulton e Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament, p. 10). (e) Ateneu (200 d.C.) fala de um “vinho [oinos] doce”, que “não deixa pesada a cabeça” (Ateneu, Banquete, 1.54). Noutro lugar, escreve a respeito de um homem que colhia uvas “acima e abaixo, pegando vinho [oinos] no campo” (1.54). Para considerações mais pormenorizadas sobre o uso de oinos pelos escritores antigos, ver Robert P. Teachout: “O Emprego da Palavra ‘Vinho’ no Antigo Testamento”. (Dissertação de Th.D. no Seminário Teológico de Dallas, 1979).
3- Os eruditos judeus que traduziram o AT do hebraico para o grego c. de 200 a.C. empregaram a palavra oinos para traduzir várias palavras hebraicas que significam vinho (ver o estudo VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO TESTAMENTO). Noutras palavras, os escritores do NT entendiam que oinos pode referir-se ao suco de uva, com ou sem fermentação.
Quanto a literatura grega secular e religiosa, um exame de trechos do NT também revela que oinos pode significar vinho fermentado, ou não fermentado. Em Ef 5.18, o mandamento: “não vos embriagueis com vinho [oinos]” refere-se ao vinho alcoólico. Por outro lado, em Ap 19.15 CRISTO é descrito pisando o lagar. O texto grego diz: “Ele pisa o lagar do vinho [oinos]”; o oinos que sai do lagar é suco de uva (ver Is 16.10 .; Jr 48.32,33 .). Em Ap 6.6, oinos refere-se às uvas da videira como uma safra que não deve ser destruída. Logo, para os crentes dos tempos do NT, “vinho” (oinos) era uma palavra genérica que podia ser usada para duas bebidas distintivamente diferentes, extraídas da uva: o vinho fermentado e o não fermentado.
4- Finalmente, os escritores romanos antigos explicam com detalhes vários processos usados para tratar o suco de uva recém-espremido, especialmente as maneiras de evitar sua fermentação. (a) Columela (Da 5- 5- Agricultura, 12.29), sabendo que o suco de uva não fermenta quando mantido frio (abaixo de 10 graus C.) e livre de oxigênio, escreve da seguinte maneira: “Para que o suco de uva sempre permaneça tão doce como quando produzido, siga estas instruções: Depois de aplicar a prensa às uvas, separe o mosto mais novo [i.e., suco fresco], coloque-o num vasilhame (amphora) novo, tampe-o bem e revista-o muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota de água entrar; em seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque de água fria, e não deixe nenhuma parte da ânfora ficar acima da superfície. Tire a ânfora depois de quarenta dias. O suco permanecerá doce durante um ano” (ver também Columela: Agricultura e Arvores; Catão: Da Agricultura). O escritor romano Plínio (século I d.C.) escreve: “Tão logo tiram o mosto [suco de uva] do lagar, colocam-no em tonéis, deixam estes submersos na água até passar a primeira metade do inverno, quando o tempo frio se instala” (Plínio, História Natural, 14.11.83). Este método deve ter funcionado bem na terra de Israel (ver Dt 8.7; 11.11,12; Sl 65.9-13). (b) Outro método de impedir a fermentação das uvas é fervê-las e fazer um xarope (para mais detalhes, ver o estudo O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (2)). Historiadores antigos chamavam esse produto de “vinho” (oinos). O Cônego Farrar (Smith’s Bible Dictionary, p. 747) declara que “os vinhos assemelhavam-se mais a xarope; muitos deles não eram embriagantes”. Ainda, O Novo Dicionário da Bíblia , observa que “sempre havia meios de conservar doce o vinho durante o ano inteiro”.
O USO DO VINHO NA CEIA DO SENHOR. JESUS usou uma bebida fermentada ou não fermentada de uvas, ao instituir a Ceia do Senhor (Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20; 1Co 11.23-26)? Os dados abaixo levam à conclusão de que JESUS e seus discípulos beberam no dito ato suco de uva não fermentado.
1- Nem Lucas nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra “vinho” (gr. oinos) no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão “fruto da vide” (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18). O vinho não fermentado é o único “fruto da vide” verdadeiramente natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. O vinho fermentado não é produzido pela videira.
2- JESUS instituiu a Ceia do Senhor quando Ele e seus discípulos estavam celebrando a Páscoa. A lei da Páscoa em Êx 12.14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de seor (Êx 12.15), palavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador. Seor, no mundo antigo, era freqüentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, todo o hametz (i.e., qualquer coisa fermentada) era proibido (Êx 12.19; 13.7). DEUS dera essas leis porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado (cf. Mt 16.6,12; 1Co 5.7,8). JESUS, o Filho de DEUS, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mt 5.17). Logo, teria cumprido a lei de DEUS para a Páscoa, e não teria usado vinho fermentado.
3- Um intenso debate perpassa os séculos entre os rabinos e estudiosos judaicos sobre a proibição ou não dos derivados fermentados da videira durante a Páscoa. Aqueles que sustentam uma interpretação mais rigorosa e literal das Escrituras hebraicas, especialmente Êx 13.7, declaram que nenhum vinho fermentado devia ser usado nessa ocasião.
4- Certos documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na Páscoa era comum nos tempos do NT. Por exemplo: “Segundo os Evangelhos Sinóticos, parece que no entardecer da quinta-feira da última semana de vida aqui, JESUS entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a Páscoa na cidade santa; neste caso, o pão e o vinho do culto de Santa Ceia instituído naquela ocasião por 5- Ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho não fermentado do culto Seder” (ver “JESUS”. The Jewish Encyclopaedia, edição de 1904. V.165).
5- No AT, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de DEUS, e um sacerdote não podia chegar-se a DEUS em adoração se tomasse bebida embriagante (Lv 10.9 .). JESUS CRISTO foi o Sumo Sacerdote de DEUS do novo concerto, e chegou-se a DEUS em favor do seu povo (Hb 3.1; 5.1-10).
6- O valor de um símbolo se determina pela sua capacidade de conceituar a realidade espiritual. Logo, assim como o pão representava o corpo puro de CRISTO e tinha que ser pão asmo (i.e., sem a corrupção da fermentação), o fruto da vide, representando o sangue incorruptível de CRISTO, seria melhor representado por suco de uva não fermentado (cf. 1Pe 1.18,19). Uma vez que as Escrituras declaram explicitamente que o corpo e sangue de CRISTO não experimentaram corrupção (Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos são corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompido nem fermentado.
7- Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual, i.e., o agente fermentador “da maldade e da malícia”, porque CRISTO é a nossa Páscoa (1Co 5.6-8). Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade, i.e., algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança do Senhor, bem como as exigências bíblicas para dela participarmos.
O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (2) - BEP - CPAD
Jo 2.11 “JESUS principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. ”
Conjuntamente com este estudo, o leitor deve ler O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1).
O VINHO: MISTURADO OU INTEGRAL? Os dados históricos sobre o preparo e uso do vinho pelos judeus e por outras nações no mundo bíblico mostram que o vinho era: (a) freqüentemente não fermentado; e (b) em geral misturado com água. O estudo anterior O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO, aborda um dos processos usados para manter o suco da uva fresco em estado doce e sem fermentação. O presente estudo menciona dois outros processos de preparação da uva para posteriormente ser misturada com água.
1- Um dos métodos era desidratar as uvas, borrifá-las com azeite para mantê-las úmidas e guardá-las em jarras de cerâmica (Enciclopédia Bíblica Ilustrada de Zondervan, V. 882; ver também Columella, Sobre a Agricultura 12.44.1-8). Em qualquer ocasião, podia-se fazer uma bebida muito doce de uvas assim conservadas. Punha-se-lhes água e deixava-as de molho ou na fervura. Políbio afirmou que as mulheres romanas podiam beber desse tipo de refresco de uva, mas que eram proibidas de beber vinho fermentado (ver Políbio, Fragmentos, 6.4; cf. Plínio, História Natural, 14.11.81).
2- Outro método era ferver suco de uva fresco até se tornar em pasta ou xarope grosso (mel de uvas); este processo deixava-o em condições de ser armazenado, ficando isento de qualquer propriedade inebriante por causa da alta concentração de açúcar, e conservava a sua doçura (ver Columella, Sobre a Agricultura, 12.19.1-6; 20.1-8; Plínio, História Natural, 14.11.80). Essa pasta ficava armazenada em jarras grandes ou odres. Podia ser usada como geléia para passar no pão, ou dissolvida em água para voltar ao estado de suco de uva (Enciclopédia Bíblica Ilustrada, de Zondervan, V. 882-884). É provável que a uva fosse muito cultivada para produção de açúcar. O suco extraído no lagar era engrossado pela fervura até tornar-se em líquido conhecido como “mel de uvas” (Enciclopédia Geral Internacional da Bíblia, V. 3050). Referências ao mel na Bíblia freqüentemente indicam o mel de uva (chamado debash pelos judeus), em vez do mel de abelha.
3- A água, portanto, pode ser adicionada a uvas desidratadas, ao xarope de uvas e ao vinho fermentado. Autores gregos e romanos citavam várias proporções de mistura adotadas. Homero (Odisséia, IX 208ss.) menciona uma proporção de vinte partes de água para uma parte de vinho. Plutarco (Symposíacas, IlI.ix) declara: “Chamamos vinho diluído, embora o maior componente seja a água”. Plínio (História Natural, XIV.6.54) menciona uma proporção de oito partes de água para uma de vinho.
4- Entre os judeus dos tempos bíblicos, os costumes sociais e religiosos não permitiam o uso de vinho puro, fermentado ou não. O Talmude (uma obra judaica que trata das tradições do judaísmo entre 200 a.C. e 200 d.C.) fala, em vários trechos, da mistura de água com vinho (e.g., Shabbath 77a; Pesahim 1086). Certos rabinos insistiam que, se o vinho fermentado não fosse misturado com três partes de água, não podia ser abençoado e contaminaria quem o bebesse. Outros rabinos exigiam dez partes de água no vinho fermentado para poder ser consumido.
5- Um texto interessante temos no livro de Apocalipse, quando um anjo, falando do “vinho da ira de DEUS”, declara que ele será “não misturado”, i.e., totalmente puro (Ap 14.10). Foi assim expresso porque os leitores da época entendiam que as bebidas derivadas de uvas eram misturadas com água (ver Jo 2.3 .).
6- Em resumo, o tipo de vinho usado pelos judeus nos dias da Bíblia não era idêntico ao de hoje. Tratava-se de (a) suco de uva recém-espremido; (b) suco de uva assim conservado; (c) suco obtido de uva tipo passas; (d) vinho de uva feito do seu xarope, misturado com água; e (e) vinho velho, fermentado ou não, diluído em água, numa proporção de até 20 para 1. Se o vinho fermentado fosse servido não diluído, isso era considerado indelicadeza, contaminação e não podia ser abençoado pelos rabinos. À luz desses fatos, é ilícita a prática corrente de ingestão de bebidas alcoólicas com base no uso do “vinho” pelos judeus dos tempos bíblicos. Além disso, os cristãos dos dias bíblicos eram mais cautelosos do que os judeus quanto ao uso do vinho (ver Rm 14.21 .; 1Ts 5.6 .; 1Tm 3.3 .; Tt 2.2 .).
A GLÓRIA DE JESUS MANIFESTA ATRAVÉS DO VINHO. Em Jo 2, vemos que JESUS transformou água em “vinho” nas bodas de Caná. Que tipo de vinho era esse? Conforme já vimos, podia ser fermentado ou não, concentrado ou diluído. A resposta deve ser determinada pelos fatos contextuais e pela probabilidade moral. A posição desta Bíblia de Estudo é que JESUS fez vinho (oinos) suco de uva integral e sem fermentação. Os dados que se seguem apresentam fortes razões para rejeição da opinião de que JESUS fez vinho embriagante.
1- O objetivo primordial desse milagre foi manifestar a sua glória (2.11), de modo a despertar fé pessoal e a confiança em JESUS como o Filho de DEUS, santo e justo, que veio salvar o seu povo do pecado (2.11; cf. Mt 1.21). Sugerir que CRISTO manifestou a sua divindade como o Filho Unigênito do Pai (1.14), mediante a criação milagrosa de inúmeros litros de vinho embriagante para uma festa de bebedeiras (2.10 .; onde subentende-se que os convidados já tinham bebido muito), e que tal milagre era extremamente importante para sua missão messiânica, requer um grau de desrespeito, e poucos se atreviriam a tanto. Será, porém, um testemunho da honra de DEUS, e da honra e glória de CRISTO, crer que Ele criou sobrenaturalmente o mesmo suco de uva que DEUS produz anualmente através da ordem natural criada (ver 2.3 .). Portanto, esse milagre destaca a soberania de DEUS no mundo natural, tornando-se um símbolo de CRISTO para transformar espiritualmente pecadores em filhos de DEUS (3.1-15). Devido a esse milagre, vemos a glória de CRISTO “como a glória do Unigênito do Pai” (1.14; cf. 2.11).
2- Contraria a revelação bíblica quanto a perfeita obediência de CRISTO a seu Pai celestial (cf. 4.34; Fp 2.8,9) supor que Ele desobedeceu ao mandamento moral do Pai: “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho... e se escoa suavemente”, i.e., quando é fermentado (Pv 23.31). CRISTO por certo sancionou os textos bíblicos que condenam o vinho embriagante como escarnecedor e alvoroçador (Pv 20.1), bem como as palavras de Hc 2.15: “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro!... e o embebedas” (cf. Lv 10.8-11; Pv 31.4-7; Is 28.7; Rm 14.21).
3- Note, ainda, o seguinte testemunho da medicina moderna. (a) Os maiores médicos especialistas atuais em defeitos congênitos citam evidências comprovadas de que o consumo moderado de álcool danifica o sistema reprodutivo das mulheres jovens, provocando abortos e nascimentos de bebês com defeitos mentais e físicos incuráveis. Autoridades mundialmente conhecidas em embriologia precoce afirmam que as mulheres que bebem até mesmo quantidades moderadas de álcool, próximo ao tempo da concepção (c. 48 horas), podem lesar os cromossomos de um óvulo em fase de liberação, e daí causar sérios distúrbios no desenvolvimento mental e físico do nenê. (b) Seria teologicamente absurdo afirmar que JESUS haja servido bebidas alcoólicas, contribuindo para o seu uso. Afirmar que Ele não sabia dos terríveis efeitos em potencial que as bebidas inebriantes têm sobre os nascituros é questionar sua divindade, sabedoria e discernimento entre o bem e o mal. Afirmar que Ele sabia dos danos em potencial e dos resultados deformadores do álcool, e que, mesmo assim, promoveu e fomentou seu uso, é lançar dúvidas sobre a sua bondade, compaixão e seu amor.
A única conclusão racional, bíblica e teológica acertada é que o vinho que CRISTO fez nas bodas, a fim de manifestar a sua glória, foi o suco puro e doce de uva, e não fermentado.
Bebedices E Glutonarias - Coleção Comentários Expositivos Hagnos - Hernandes Dias Lopes
Bebedices. A palavra grega methai, “bebedices”, refere- se à pessoa que se embriaga na busca de sensualidade ou prazer. No mundo antigo tratava-se de um vício comum. Os gregos bebiam mais vinho do que leite. Até as crianças bebiam vinho. A embriaguez, contudo, transforma homens em feras.
Glutonarias. A palavra grega komoi, “glutonarias”, refere-se a uma busca desenfreada pelo prazer, seja em relação à comida ou a qualquer prazer. A palavra pode ser traduzida também por “orgias”. O termo tem uma história interessante. Komos era um grupo de amigos que acompanhavam o vencedor nos jogos depois de sua vitória. Dançavam, riam e cantavam suas canções. Também descreve os grupos de devotos de Baco, o deus do vinho. O termo significa rebeldia nao refreada e desgovernada. E diversão que se degenera em licenciosidade.
"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO" (Ef 5.18).
Embriagar - Embebedar, inebriar, extasiar, perder o controle do corpo, da alma e do espírito sob efeito de drogas ou domínio exterior.
Embriagam-se os homens com o poder, a política, a riqueza, o sexo, as drogas (crack, maconha, cocaína, etc...) e muitas coisas mais, pois, não conhecem aquele que liberta e dá a verdadeira paz, JESUS CRISTO.
Só há uma solução para a embriaguez, esvaziar-se do mundo e encher-se do ESPÍRITO SANTO, orando em todo o tempo, jejuando, estudando a bíblia e evangelizando. Para se viver debaixo do domínio de DEUS deve-se ficar livre do julgo do mundo. JESUS CRISTO liberta, cura, salva e leva para o céu.
A temperança é produzida pelo fruto do ESPÍRITO SANTO implantado em nós quando de nossa conversão. Quanto mais permitimos a intimidade com o ESPÍRITO SANTO, mais temos em nós as manifestações da possessão de DEUS, as características do fruto do ESPÍRITO, dentre elas, a temperança.
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