Introdução
A academia pós-moderna é um edifício majestoso
e belo, mas construído a partir da incerteza. Desorientada em meio a tantas
monografias e teses, ninguém, ali, logra armar coisa alguma. Ela abre a boca às
perguntas, mas cerra os ouvidos às respostas. Seus membros abominam fechar as
questões mais comesinhas e tolas. Altivos e arrogantes, alegam que ninguém pode
ter certeza de nada. Tal alegação, porém, é autodestrutiva. Se ninguém pode ter
certeza de nada, como podem ter certeza de que a incerteza é tudo? Quando nos
refugiamos no evangelho de Cristo, pomo-nos a trilhar o caminho da fé. Vendo já
o invisível, ela gera convicções e demonstra, cabalmente, que existem, sim,
verdades absolutas. Eis porque há um grande abismo entre a incerteza acadêmica
e a certeza evangélica. Tão largo e profundo é esse abismo que só pode ser
transposto pela cruz do Cordeiro de Deus.
A intenção
deste capítulo não é desconstruir a academia. Mas, alicerçado na Bíblia Sagrada,
mostrar a possibilidade de se reconstruir vidas que se acham arruinadas pela
velha mentira de Satanás. Comecemos, pois, mostrando a origem e a utilidade da
academia.
I. A Origem do Mundo Acadêmico
A academia,
em si, não é deletéria nem letal à verdadeira fé. Desde o início da História,
vem ela prestando relevantes serviços à humanidade. Ela gera conhecimentos,
produz metodologias e referenda descobertas e invenções. No entanto, o Diabo, o
pai das mentiras mais sutis e das inverdades mais delicadas, tudo faz por
imiscuir-se em seu ambiente, visando torcer-lhe os resultados e conclusões.
1. Uma definição certa. A palavra “academia” provém do
vocábulo grego , que, por seu turno, lembra a escola de filosofia que Platão
fundou em Atenas, em 387 a.C., junto a um jardim dedicado a Academo, uma das
muitas divindades da Grécia. Ali, o pensador grego reunia os pupilos para
ensiná-los a pensar de forma metódica, sistemática e produtiva.
2. Preservação do
conhecimento humano. A partir de então, academias surgiram em várias partes do mundo. No
século 15, Pompônio Leto fundou a Academia Romana, que, além da filosofia,
dedicava-se ao estudo das ciências, das artes, da arqueologia e da gramática.
Assim, elas vieram a assumir um papel referencial na definição do conhecimento
humano. Sua palavra era suficiente para esclarecer dúvidas, fundamentar
certezas e iluminar os que iam e vinham em busca do verdadeiro saber.
Hoje, as
academias são mais específicas. Esta se dedica à História; aquela, às Artes;
aqueloutra, à Filosofia; e, ainda esta, às Letras. Cada uma, de , consagra-se à
preservação de uma área particular do conhecimento humano.
3. A postura agnóstica da academia. Criado pelo romancista americano
Dan Brown, o professor Robert Langdon é um retrato fiel do acadêmico
pós-moderno. A certa altura do filme , o professor de Harvard é questionado,
por um funcionário do Vaticano, quanto à existência de Deus. O intrigante
Langdon, uma espécie de alter ego de Brown, responde de maneira orgulhosa e
furtiva que, enquanto acadêmico, não havia sido preparado a responder àquela
pergunta.
A resposta
de Langdon é um reflexo da academia, que, indiferente a Deus, faz-se hostil ao
evangelho. Jesus Cristo, contudo, tem de ser apregoado nesse ambiente
inamistoso e influenciado por Satanás. Nossa tarefa, repito, não é destruir a
academia, mas usá-la como instrumento à expansão do Reino de Deus.
II. Jerusalém versus Atenas
Tertuliano
(160-220), considerado o pai da teologia cristã ocidental, fez uma declaração
que realça a superioridade da fé evangélica em relação à filosofia grega.
Exaltando a força do evangelho, armou: “O que tem Jerusalém a ver com Atenas?”
. Vejamos, pois, em que consistem o conhecimento de Atenas e a sabedoria de
Jerusalém.
1. Atenas, a capital da
filosofia. Atenas
foi a mais importante cidade da Grécia Clássica. Sua idade áurea situa-se entre
500 e 300 a.C., período em que floresceram as artes, as ciências e,
principalmente, a filosofia. Se Esparta era a metrópole da guerra e da
conquista territorial, Atenas destacava-se por outro motivo. Ela era a cidade
de Sócrates, de Platão e do estagirita Aristóteles. Seu alvo não era a
hegemonia territorial, mas o alargamento das fronteiras intelectuais.
Atenas era a
cidade do homem natural. Em seus termos, a religião, embora ainda forte e influente,
já não conseguia satisfazer as necessidades de um povo que idolatrava a razão e
endeusava a cultura. Nesse sentido, o homem ateniense era um perfeito reflexo
da deusa a quem elegera como padroeira. Protegendo as artes e as ciências,
Atenas era também a senhora do conhecimento.
O povo
ateniense, porém, jamais logrou a paz em suas conquistas intelectuais. Por essa
razão, acabaria por eleger o Deus Desconhecido, a quem consagraria um vistoso
altar, como a sua derradeira esperança. Se fôssemos acrescentar mais alguma
coisa sobre Atenas, diríamos que a cidade toda era uma grande e orgulhosa
academia. Não obstante, quando da visita de Paulo ao Areópago, viu-se impotente
para compreender a beleza e a veracidade da ressurreição de Cristo.
2. Jerusalém, a cidade
da paz e da verdadeira sabedoria. Apesar dos conflitos que enfrentou ao longo de sua
história, Jerusalém é conhecida como a Cidade da Paz. Mas poderia ser
considerada, também, o berço do verdadeiro conhecimento, pois as Sagradas
Escrituras têm-na como a sua referência máxima. Foi na mais amada das
metrópoles, que Deus se manifestou plenamente a Israel, intimando-o a educar o
mundo no conhecimento divino, conforme destaca o profeta Miqueias:
Mas, nos últimos dias, acontecerá que
o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará
sobre os outeiros, e concorrerão a ele os povos. E irão muitas nações e dirão:
Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à Casa do Deus de Jacó, para que nos
ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá
a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém. (Mq 4.1,2)
Quanto mais
o tempo passa, mais vai Jerusalém adquirindo importância espiritual, cultural e
política perante o mundo. Nenhuma outra cidade é tão relevante quanto a capital
de Israel. No auge da História, segundo a profecia, as nações correrão à morada
da paz, pois assim se traduz o seu nome, em busca do verdadeiro conhecimento.
Ao contrário de Atenas, cuja sabedoria não passava, às vezes, de especulação
estéril e vazia, Jerusalém educará os povos, conduzindo-os à verdadeira paz. Pontificando
o governo do Messias de Israel e Salvador do mundo, escreve ainda Miqueias:
E julgará entre muitos povos e
castigará poderosas nações até mui longe; e converterão as suas espadas em
enxadas e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra
outra nação, nem aprenderão mais a guerra. Mas assentar-se-á cada um debaixo da
sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a
boca do Senhor dos Exércitos o disse. (Mq 4.3,4)
O conhecimento emanado de Jerusalém resulta em
redenções de vidas. É por isso que a Bíblia Sagrada é o livro mais lido, mais
pesquisado e mais debatido. Nenhuma outra literatura, mesmo as que se presumem
sagradas, exerce uma influência tão poderosa na vida do mundo.
Foi de
Jerusalém que saiu o evangelho de Cristo, que, não se limitando a lançar as
bases do mundo atual, vem redimindo milhões de pessoas ao redor do planeta.
Portanto, não há o que se comparar. Atenas, embora haja ensinado o mundo a
pensar, não logrou redimir nem a si mesma. Quanto a Jerusalém, proporcionou a
mensagem que ensina o homem não somente a pensar corretamente, mas também a
agir com piedade, ética e amor. O evangelho de Cristo é inigualável. Por essa
razão, indaga Tertuliano: “O que Jerusalém tem a ver com Atenas?”.
III. José, o Primeiro Acadêmico de
Deus
Deus não
abomina as academias, nem odeia os intelectuais; entre seus profetas e
servidores, há notáveis acadêmicos. Neste tópico, destacaremos José, filho de
Jacó, que, arrebatado de um ambiente campesino, viria a governar o Império do
Egito e, de forma tão providencial, salvar do extermínio a nação israelita.
1. O aprendizado
teológico de José.
Em companhia de seu pai, Jacó, aprendeu José a relacionar-se com o Deus Único e
Verdadeiro. Naquele descampado imenso, veio a entender que o Altíssimo não se
esconde em sua transcendência, mas revela-se amorosamente em sua imanência. Eis
por que o Criador é conhecido, entre as nações, como o Deus de Abraão, de
Isaque e de Jacó.
Sem aquele curso teológico informal, o jovem
hebreu jamais poderia governar um império tão vasto e tão complexo como o
egípcio. Isso significa que a academia, na vida de nossos lhos e netos, tem de
ser precedida pela capela familiar. Doutra forma, serão subvertidos pela
cultura mundana. Já
devidamente preparado espiritualmente por Jacó, foi José
conduzido por Deus ao Egito.
2. O aprendizado na casa
de Potifar. As
escolas pelas quais José passou eram tão informais quanto o estilo de vida dos
hebreus. Não obstante, proporcionaram-lhe uma sólida formação humana,
literária, econômica, política e, acima de tudo, espiritual. Interpretando
teologicamente suas tribulações e agruras, ele sabia que fora subtraído à casa
paterna por um motivo soberano. Por isso, aproveitou cada prova e provação, a
fim de graduar-se no serviço divino.
Na casa de
Potifar, aprende um novo idioma, o demótico. E, consagrando-se aos afazeres
daquela grande propriedade, inteira-se rapidamente do sistema econômico e financeiro
do Egito. Ao buscar a excelência em tudo o que fazia, torna-se um grande
administrador (Gn 39.5).
Mas, ali,
aprenderia também o valor de uma vida incorruptível e santa. Tentado por sua
senhora, manteve-se el ao Senhor. Ele sabia que, se viesse a ceder aos encantos
daquela mulher, a sua carreira terminaria como a dos outros escravos que o
antecederam. Infelizmente, a academia pós moderna nenhum valor dá à ética e à
moral. Eis porque o nosso país encontra-se numa situação tão calamitosa.
Potifar bem
que poderia ter executado a José. No entanto, contentou-se em mandá-lo à prisão
real, pois sabia que um jovem como aquele não se deixaria corromper nem pelo
sexo, nem pelo dinheiro, ou pela vanglória do poder.
3. O doutorado na
prisão. A um
jovem a quem Deus destinara a governança do Egito, não havia academia mais
adequada do que a prisão real. Ali, teria oportunidade de aprender outro
idioma: o hierático, falado pelos sacerdotes e pela classe política. Assim, não
demorou a expressar-se fluentemente na nova língua. A essas alturas, sua
educação literária já estava completa.
No cárcere,
aprenderia também o funcionamento do Estado egípcio. Cada encarcerado era-lhe
um professor. Ali, atrás daquelas grades, concentrava-se a nata política e
cultural da corte faraônica. Com este preso, aprendia economia. Com aquele,
diplomacia e política. Com aqueloutro, história e ciência. E, com o padeiro e o
copeiro mores, aprende a lidar com um rei divinizado e cheio de caprichos e
arbítrios.
Foi assim que Deus capacitou o jovem hebreu a
governar a nação mais poderosa da terra naquele tempo. Que ele tinha um sonho,
todos o sabiam. Mas entre o sonho e a sua realização, há que se ter muita
disciplina, estudo, trabalho e oração. Se os nossos jovens se espelharem em
José, lho de Jacó, teremos grandes e poderosos arautos de Cristo nas mais
elevadas e nevrálgicas esferas da sociedade.
IV. Daniel, o Acadêmico por Excelência
Na biografia de Daniel, temos a
destacar dois fatos muito importantes. Se, por um lado, Deus entregou Jerusalém
nas mãos de Nabucodonosor, por outro, entregou Nabucodonosor nas mãos de um dos
mais ilustres filhos de Jerusalém. Educado na academia babilônica, Daniel
transformou-a por meio do conhecimento divino. Dessa forma, conduziu o rei da
Babilônia ao Deus Único e Verdadeiro.
1. Na academia da
Babilônia. Por
volta do ano 606 a.C., Nabucodonosor sitia Jerusalém, e leva cativa à Babilônia
a elite da sociedade judaica. Entre os prisioneiros, achavam-se os jovens
Daniel, Hananias, Misael e Azarias (Dn 1.6). Eles já eram notáveis por sua
educação, cultura e distinção pessoal. E, pelo que se depreende do texto
sagrado, já tinham cursado a academia de Jerusalém, onde haviam sido instruídos
na Palavra de Deus.
Constrangidos
a frequentar a academia babilônica, tinham ao seu dispor uma série de regalias
e confortos. Com sabedoria e graça, porém, recusaram as iguarias reais,
preferindo alimentar-se de legumes e água, pois haviam proposto, em seu
coração, permanecer fiéis ao Deus de Israel (Dn 1.8). Em virtude de sua fidelidade,
o Senhor abençoou-os de tal forma que acabaram por sobressair em todas as áreas
de sua vida. Eles tinham como divisa a excelência divina.
2. A excelência do testemunho. Os
funcionários da corte não demoraram a perceber que Daniel e seus companheiros
não eram como os demais jovens que frequentavam a Universidade de Babilônia.
Mesmo optando por uma dieta frugal e modesta, foram avaliados como mais
saudáveis do que os outros (Dn 1.15,16). Mesmo sem emitir uma única palavra
sobre o Deus de Israel, levaram seus tutores a compreender que, de fato, o Deus
dos hebreus achava-se sobre todos os povos.
Que os
universitários cristãos iniciem o seu testemunho público por meio de uma vida
santa e irrepreensível. Estarão, dessa forma, a evangelizar seus colegas e
mestres, evidenciando atitudes cristãs em todas as instâncias do A eloquência
de um testemunho não se encontra na força ou na beleza das palavras; acha-se na
formosura de um viver que, mesmo emudecido, fala e convence pela santíssima fé
ressaltada em obras boas e meritórias.
Universitário evangélico, não se entregue às filosofias
mundanas, ao ativismo inconsequente e anticristão, ao sexo pecaminoso e às
drogas. Diante do politicamente correto, não tema optar pela vontade de Deus.
3. A excelência da vida
acadêmica. O
testemunho excelente de Daniel e seus três companheiros não ficou restrito à
conduta pessoal; ressaltou-se ainda nas atividades acadêmicas. No final do
curso, foram todos aprovados com louvor máximo, conforme registra o autor
sagrado:
Ora, a esses quatro jovens Deus deu o
conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu
entendimento em toda visão e sonhos. E, ao m dos dias em que o rei tinha dito
que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor. E o
rei falou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como
Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, permaneceram diante do rei. E em
toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez
perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos
que havia em todo o seu reino. (Dn 1.17-20).
Na avaliação dos jovens, tomou parte o próprio
rei que, internacionalista e detentor de um vasto saber, ficou admirado do
conhecimento e da sabedoria dos jovens hebreus. A partir daquele momento,
Nabucodonosor começa a perceber que o êxito daqueles rapazes ia além dos
limites humanos; era algo que só os céus podiam explicar.
Na
universidade, que o jovem cristão evangelize também com suas notas e conquistas
acadêmicas. Nas monografias e teses, seja verdadeiro e não abjure a sua fé.
Fuja do politicamente correto. Não faça o jogo dos professores que,
aprisionados pelas esquerdas extremas e ateias, põem-se contra Deus e a sua
palavra. Por isso, redija com excelência cada trabalho. Pesquise com esmero.
Evite o plágio. Seja autêntico em cada palavra, frase e parágrafo. Sua oração
deve permear todas as suas atividades acadêmicas.
4. A excelência
profissional. Já
engajados na Academia da Babilônia, Daniel e seus três companheiros dão início
à sua vida profissional, misturados aos outros sábios do império. Todavia, uma
crise estava para ser deflagrada, que os levaria a se destacar como servidores,
não de um rei, mas do Rei dos reis e Senhor dos senhores. O testemunho cristão
não teme as crises. Antes, tem-nas como oportunidade para pontificar o
conhecimento divino em todas as instâncias da vida particular e pública.
No segundo
ano de seu reinado, Nabucodonosor teve um sonho acerca dos últimos dias da
História. Ele adormeceu preocupado com o seu império, e despertou com uma visão
acerca do Reino de Deus. Quem se angustiava por entender os movimentos cíclicos
na história de Babilônia, agora, entra em crise por ver a linearidade da
História Sagrada resultar no domínio do Deus de Israel sobre todas as coisas.
Como nenhum de seus sábios fosse capaz de
evocar-lhe o sonho, ou de interpretá-lo, o rei ordenou o extermínio de toda a
Academia da Babilônia. Daniel, então, convoca seus companheiros, para que
roguem o socorro divino. O profeta, recebendo a revelação do Deus de Israel,
mostra a Nabucodonosor o que há de acontecer, no mundo, nos derradeiros dias da
História. No preâmbulo de sua exposição, o jovem hebreu apresenta ao rei uma
proposição teológica que, apesar de simples, deitava por terra todo o panteão
daquela cidade idólatra e entregue aos demônios: “Mas há um Deus nos céus, o
qual revela os segredos; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de
ser no fim dos dias” (Dn 2.28).
A partir
daquele momento, Daniel passa a mentorear espiritualmente o rei, levando-o a
reconhecer que somente o Senhor é Deus. Eis o que o próprio Nabucodonosor
confessa acerca de seu encontro com o Deus de Israel: “Agora, pois, eu,
Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as
suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que
andam na soberba” (Dn 4.37).
Muito pode
fazer um acadêmico nas mãos de Deus. Por meio de seu trabalho sincero, levará o
testemunho de Jesus Cristo aos escalões mais altos da sociedade e do governo.
Anal, somos instados pelo Senhor a proclamar o evangelho a todas as criaturas,
inclusive aos ricos e poderosos.
V. O
Testemunho de Daniel entre os Políticos
Daniel já
era um ancião, quando Belsazar convocou-o a ler o escrito divino na parede de
seu palácio. Desprezando as honrarias e presentes que o rei lhe oferecia, o
profeta, fugindo ao politicamente correto, interpretou lhe a sentença,
indicando-lhe o m de seu império. Neste momento, o Senhor requer de nossos
homens públicos que ajam com a mesma isenção e coragem.
1. Daniel, o político. Deus não precisa de políticos
meramente profissionais. O que Ele requer são testemunhas fiéis, que atuem nas
diversas esferas de poder, a fim de que o evangelho não que apenas no sopé da
pirâmide, mas que venha alcançar o topo mais inatingível. Por esse motivo, deve
o político cristão, vocacionado para esse mister, agir como porta-voz de Cristo
ante os poderosos deste mundo.
A política,
em si, não é um mal; de seus ofícios, todos carecemos. Sem ela, a vida em
sociedade seria impossível, uma vez que a sua finalidade é a promoção do bem
comum. Além do mais, não são poucos os servos de Deus, quer no Antigo, quer em
o Novo Testamento, que atuaram politicamente. Um dos exemplos mais notáveis é o
próprio Daniel.
2. Os atributos de um
político cristão.
Tendo como espelho a vida pública de Daniel, apontaremos alguns atributos, sem
os quais o político cristão não poderá servir como testemunha de Jesus. Se
Deus, de fato, o chamou à vida pública, você não terá dificuldade alguma para
agir com isenção, incorruptibilidade e coragem.
Chamado à
presença de Belsazar, agiu Daniel com isenção e prudência. Embora honrasse o
rei, não lhe faltou com a verdade. Sua palavra não tinha dois pesos, nem duas
medidas. Com a mesma franqueza que exortava os pequenos, repreendia os grandes.
Se com os fracos mostrava-se forte, com os fortes erguia-se ousadamente. Em
momento algum, faltou com o devido respeito.
Diante dos presentes e honrarias que lhe
oferecia o rei, Daniel mostrou se íntegro e incorruptível:
“As tuas dádivas quem contigo, e dá os teus
presentes a outro; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação”
(Dn 5.17).
Afinal, por
que receberia ele dádivas ou honrarias? Não se deixando corromper, dá um
testemunho público da justiça do Deus de Israel.
Que os
nossos políticos espelhem-se em Daniel, e não se deixem seduzir quer pelo ouro,
quer pelas honrarias mundanas. Lembre-se: mais cedo ou mais tarde, Deus trará
todas as coisas à luz.
Por fim, Daniel agiu corajosamente. Diante de
um rei pasmo, lê e interpreta a escritura divina estampada na parede. Naquela
mesma noite, o Império de Babilônia cai ante os medos e persas. Quanto ao
profeta, ainda serviria a dois outros monarcas até que, ditosamente, fosse
recolhido ao descanso eterno.
Conclusão
Instruamos
nossos filhos e netos a servirem a Cristo no universitário. O desafio não é
pequeno, mas os resultados hão de ser grandes e compensadores ao Reino de Deus.
Que eles demonstrem aos sábios deste mundo que somente a mensagem da cruz é
capaz de redimir tanto o individuo quanto a sociedade.
No que tange aos nossos políticos, que eles se
mantenham fiéis à ética cristã e jamais negociem a sua integridade nem a
santíssima fé. No momento em que escrevo estas linhas, o Brasil é transtornado
pelo maior escândalo de sua história. Homens que deveriam ser o exemplo à
sociedade já não servem como referencial às novas gerações. Mas graças a Deus
pelos homens públicos que, colocando o evangelho acima de todas as coisas,
encorajam-se a prestar excelente confissão de sua crença em Jesus Cristo.
Notas :
Daniel, um jovem fiel a DEUS apesar
de um presente de oportunidades e de grandes riscos
Viver exige discernimento. Os tolos naufragam, quer pelas oportunidades quer pelos riscos.
Em primeiro lugar, ele foi escolhido para estudar na Universidade da Babilônia. Nabucodonozor era estadista e estrategista. Ao mesmo tempo em que seus exércitos eram devastadores, queimando casas, cidades, demolindo palácios e templos; ao mesmo tempo em que assassinavam, saqueavam e carregavam manadas para a Babilônia; também cria uma universidade para formar jovens cativos que pudessem amar a Babilônia e se tornar divulgadores de sua cultura. O método de Nabucodonozor era deportar a nobreza de cada nação conquistada e integrá-la no serviço público da Babilônia. Eles mesmos governariam sobre os demais súditos conquistados. Assim, aqueles que se rebelassem teriam de fazê-lo contra seu próprio povo, talvez contra seus próprios filhos.
Em segundo lugar, ele recebeu promessa de emprego e de sucesso profissional. Daniel 1.5 nos informa que o curso da Universidade de Babilônia era intensivo, pois durava apenas três anos. Depois disso, eles assistiriam no palácio, com garantia de emprego no primeiro escalão do governo mais poderoso do mundo. Era uma chance de ouro. Era tudo que um jovem queria na vida. Era tudo que um pai podia sonhar para seus filhos.
O primeiro perigo foram as iguarias do mundo. Os jovens, além de ter a melhor universidade do mundo de graça, ainda teriam comida de graça, e da melhor qualidade. Eles só teriam de pensar em seus estudos. Deveriam até mesmo esquecer que eram judeus, a fim de tornarem-se babilônios. Deveriam esquecer que eram servos de DEUS, e tornarem-se servos de um rei terrestre. Mas as iguarias da mesa do rei eram comidas sacrificadas aos ídolos. Cada refeição, no palácio real de Babilônia, se iniciava com um ato de adoração pagã.COMER
O segundo perigo foi a mudança dos valores! Seus nomes foram trocados. Com isso a Babilônia queria que eles esquecessem o passado. A Babilônia quer remover os marcos e arrancar as raízes deles. Entre os hebreus, o nome era resultado de uma experiência com DEUS. Todos os quatro jovens judeus tinham nomes ligados a DEUS. Daniel significa: DEUS é meu juiz. Deram-lhe o nome de Beltessazar, cujo significado é: bel proteja o rei. Hananias significa: Jeová é misericordioso. Passou a ser chamado de Sadraque, que significa: iluminado pela deusa do sol. Misael significa: quem é como DEUS? Deram-lhe o nome de Mesaque, que significa: quem é como Vênus? Azarias significa: Jeová ajuda. Trocaram-lhe o nome para Abednego, cujo significado é: servo de Nego. Assim, seus nomes foram trocados e vinculados às divindades pagãs de Bel, Marduque, Vênus e Nego. Os caldeus queriam varrer o nome de DEUS do coração de Daniel e seus amigos.
O terceiro perigo foram as ofertas vantajosas! Muitos judeus se dispuseram a aceitar as ofertas generosas da Babilônia. Pensaram: é melhor esquecer Sião. É melhor esquecer os absolutos da Palavra de DEUS. Isso não tem nada a ver. A Bíblia já não serve mais para nós. Agora estamos num estágio mais avançado: estamos estudando as ciências. Além do mais, a Babilônia oferecia riquezas, prazeres e Jerusalém era muito repressora. A lei de DEUS, pensavam, é muito rígida, tem muitos preceitos. E assim, muitos se libertaram de seus escrúpulos e se esqueceram de DEUS e de Sua Palavra. Para eles, tudo havia se tornado relativo. Os tempos estavam mudando depressa e eles precisavam se adaptar às mudanças.
O quarto perigo estava escondido atrás das vantagens do mundo. Daniel e seus companheiros eram jovens comprometidos com a verdade. Os caldeus mudaram seus nomes, mas não seus corações. Eles compreenderam que a babilonização era uma porta aberta para a apostasia. Sentiram que o paternalismo da Babilônia era pior que a espada da Babilônia. A guerra das idéias, a lavagem cerebral, a relativização da moral, a filosofia de que “nada tem nada a ver” é procedente do maligno. Daniel não negociou seus valores. Ele não se corrompeu. Não se mundanizou. Ele teve coragem para ser diferente mesmo quando foi pressionado a se contaminar, mesmo quando não era vigiado e mesmo quando estava correndo risco de vida.
Por :
Apazdosemhor.org
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