terça-feira, 29 de setembro de 2015

RECURSOS PARA A LIÇÃO 1 : Gênesis o livro da criação divina - TRECHOS DO LIVRO : CRIACIONISMO VERDADE OU MITO



Criacionismo: verdade ou mito?


Um Olhar mais Atento em Gênesis 1.1,2 O mais antigo manuscrito disponível de Gênesis 1.1,2 é encontrado na tradução grega do Antigo Testamento, a Septuaginta (LXX), que foi preparada por volta de 250-200 a.C. A LXX não permite a leitura de nenhum cenário de ruína-reconstrução nesses versículos, fato que até mesmo Custance admitiu. Um exame mais atento desses versículos revela que a teoria do intervalo forçou uma interpretação de Gênesis 1.1,2 que é artificial e gramaticalmente sem solidez. A teoria do intervalo, como muitas tentativas de harmonizar a Bíblia com a geologia uniformitarianista, envolve uma bem-intencionada, mas mal orientada, distorção da Escritura. Apresentamos a seguir os cinco principais desafios da teoria do intervalo para interpretar a Escritura. Para uma análise muito mais completa, recomendamos o livro Unformed and Unfilled [Sem Forma e Vazia], de Weston Fields, publicado pela Burgener Enterprises em 1997.
Criando e Fazendo (hebraico: bara e asah)

 Em geral, se reconhece que a palavra hebraica bara quando “Deus” é o sujeito quer dizer “criar” — no sentido de produzir algo que não existia antes.

No entanto, de acordo com Êxodo 20.11, Deus “fez” {asah) os céus e a terra e tudo que há neles em seis dias. Se Deus fez tudo em seis dias, então claramente não há espaço para um intervalo. Os teoristas do intervalo, ao ignorar esse claro testemunho escriturai contra algum intervalo, alegam que asah não quer dizer “criar”, mas “formar” ou até mesmo “reformar”. Eles declaram que Êxodo 20.11 não se refere a seis dias de criação, mas a seis dias de reforma de um mundo arruinado. Há essa diferença entre o uso bíblico de bara e de asah} Vários versículos demonstram que, embora asah possa se referir a “fazer” ou “produzir”, também pode se referir a “criar”, o mesmo sentido de bara. Por exemplo, Neemias 9.6 afirma que Deus fez {asah) “o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há”.

Essa referência é obviamente à criação ex nihilo (a partir do nada) original, mas usa a palavra asah. (Podemos supor com segurança que nenhum teorista do intervalo vai querer dizer que Neemias 9.6 se refere à suposta reconstrução, pois se a passagem quisesse dizer isso, o teorista do intervalo teria de incluir as camadas geológicas na reconstrução, destituindo, assim, toda a teoria de qualquer poder para explicar o registro fóssil.)

O fato é que as palavras bara e asah geralmente são usadas de forma intercambiável no Antigo Testamento; na verdade, em algumas passagens elas são usadas em paralelismo sinônimo (por exemplo, Gn 1.26,27; 2.4; Êx 34.10; Is 41.20; 43.7).

Aplicando essa conclusão a Êxodo 20.11; 31.17 e a Neemias 9.6, percebemos que a Escritura ensina que Deus criou o universo (em sua totalidade) em seis dias, conforme delineado em Gênesis 1.

A Gramática de Gênesis 1.1,2
Muitos adeptos da teoria do intervalo afirmam que a gramática de Gênesis 1.1,2 permite, e até mesmo exige, um tempo de intervalo entre os eventos do versículo 1 e os do versículo 2. Nesse intervalo — que muitos acreditam ser de bilhões de anos — eles querem localizar todos os principais fenômenos geológicos que moldaram o mundo.

 Essa é uma interpretação artificial e não sugerida pelo sentido claro do texto. A leitura mais honesta dos versículos entende o versículo 1 como uma ora­ ção com sujeito e verbo, e o versículo 2 contendo três orações circunstanciais (isto é, três afirmações que descrevem mais as circunstâncias introduzidas pela oração principal do versículo 1).

Essa conclusão é reforçada pelo gramático Gesenius. Ele diz que a conjun­ ção hebraica waw do início do versículo 2, com sentido de “e”, é um “waw de ligação” que compara com a antiga expressão “saber”. Por isso, essa ligação gramatical entre os versículos 1 e 2 exclui a teoria do intervalo. O versículo 2, na verdade, é uma descrição da condição da Terra originalmente criada: “E a terra era sem forma e vazia” (Gn 1.2a; grifo do autor).22 




“Era” ou “Estava”?  

“Era” ou “Estava”? Os teoristas do intervalo traduzem “a terra era sem forma e vazia” por “a terra estava vazia e vaga” (BJ). O que está em jogo é a tradução da palavra hebraica hayetah (uma forma do verbo hebraico hayah, que tem o sentido de “ser”)
22 A conjunção “e” foi incluída em várias versões, mas é traduzida por “ora” na BJ (“Ora, a terra estava vazia e vaga”) e não é traduzida de forma alguma em algumas versões (NVI, ARA, NTLH e outras).

Custance, apoiador da teoria do intervalo, afirma que das 1.320 ocorrências do verbo hayah no Antigo Testamento apenas 24 podem ser consideradas as que, com certeza, carregam o sentido de “ser”. Ele conclui que em Gênesis 1.2 a palavra hayetah deve ter o sentido de “estava”, e não simplesmente de “era”.

Contudo, devemos observar que o sentido de uma palavra está contido em seu contexto e que o versículo 2 é circunstancial ao versículo 1. Por isso, “era” é a tradução mais natural e apropriada para hayetah. A palavra é traduzida dessa maneira na maioria das versões da Bíblia (e também na LXX). Além disso, em Gênesis 1.2, hayetah não é seguida da preposição Le, que tiraria qualquer ambigüidade no hebraico e exigiria a tradução por “estava”.


Tohu e bohu      

As palavras tohu e bohu, geralmente traduzidas por “sem forma e vazia”, são usadas em Gênesis 1.2. Elas indicam que o universo original foi criado sem forma e vazio e foi, durante seis dias, formado e ocupado por meio dos atos criadores de Deus.

Os teoristas do intervalo alegam que essas palavras sugerem um processo de destruição por causa de julgamento e indicam a condição pecadora da Terra; portanto, não indicam sua condição original. Todavia, isso traz interpretações de outras passagens do Antigo Testamento com contextos muito distintos (a saber, Is 34.11 e Jr 4.23), além de trazê-las para Gênesis 1.

Tohu e bohu aparecem juntas apenas nas três passagens do Antigo Testamento mencionadas acima. No entanto, tohu aparece sozinha em várias outras passagens e, em todas essas ocorrências, simplesmente com o sentido de “sem forma”. A palavra mesmo não nos diz a causa da falta de forma, algo que precisa ser pinçado do contexto. Isaías 45.18 (passagem citada muitas vezes pelos teoristas do intervalo) é traduzido por: “O Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia [tohu], mas a formou para que fosse habitada”. Nesse contexto, Isaías está falando de Israel, o povo de Deus, e da graça do Senhor em restaurá-los. Ele não escolheu seu povo a fim de destruí-lo, mas para ser o Deus deles e para que eles fossem seu povo. Isaías formula uma analogia com o propósito de Deus na criação: Ele não criou o mundo para ficar vazio. Não, Ele criou o mundo para ser formado e habitado, para ser a residência apropriada para sua criação.

Os teoristas do intervalo perdem o ponto quando argumentam que por Isaías dizer que Deus não criou o mundo tohu, este tem de ter se tornado tohu em algum momento posterior. Isaías 45.18 referese ao propósito de Deus na criação, não à condição original da criação. Embora, em Isaías 34.11 e em Jeremias 4.23, a expressão “tohu e bohu” falem de uma falta de forma e de um vazio resultantes do julgamento divino por causa do pecado, esse sentido não está implícito na própria expressão, mas é pinçado dos contextos específicos em que a expressão ocorre. Por essa razão, náo é válido inferir o mesmo sentido em Gênesis 1.2, passagem em que o contexto não sugere nenhum julgamento. Como analogia, podemos pensar em uma palavra como “vazia” em relação a uma tela de computador. A tela pode estar vazia porque nada foi digitado no teclado ou pode estar vazia porque foi apagada. A palavra “vazia” por si mesma não sugere a razão por que a tela está vazia. O mesmo acontece com “sem forma e vazia” — a Terra começou dessa maneira simplesmente porque ainda não fora formada e habitada ou ela estava desse jeito como resultado do julgamento.

Os teólogos chamam de “alusão verbal” a forma de uso de tohu e/ou bohu em Isaías 34.11 e em Jeremias 4.23. Essas passagens sobre o julgamento aludem à falta de forma e ao vazio da Terra no início da criação a fim de sugerir a extensão do julgamento de Deus por vir. O julgamento de Deus será tão completo que o resultado será igual ao da Terra antes de ser formada e povoada — sem forma e vazia. Isso não indica que a condição da criação em Gênesis 1.2 chegou a esse ponto por algum tipo de julgamento nem de destruição como imaginam os teoristas do intervalo. Conforme o teólogo Robert Chisholm Jr. escreve: “A propósito, a alusão funciona apenas de uma forma. E injustificado presumir que o uso da frase por Jeremias em um contexto de julgamento indica algum tipo de julgamento no contexto de Gênesis 1.2. Jeremias náo está interpretando o sentido de Gênesis 1.2”.23

Tohu e bohu aparecem juntas apenas nas três passagens do Antigo Testamento mencionadas acima. No entanto, tohu aparece sozinha em várias outras passagens e, em todas essas ocorrências, simplesmente com o sentido de “sem forma”. A palavra mesmo não nos diz a causa da falta de forma, algo que precisa ser pinçado do contexto. Isaías 45.18 (passagem citada muitas vezes pelos teoristas do intervalo) é traduzido por: “O Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia [tohu], mas a formou para que fosse habitada”. Nesse contexto, Isaías está falando de Israel, o povo de Deus, e da graça do Senhor em restaurá-los. Ele não escolheu seu povo a fim de destruí-lo, mas para ser o Deus deles e para que eles fossem seu povo. Isaías formula uma analogia com o propósito de Deus na criação: Ele não criou o mundo para ficar vazio. Não, Ele criou o mundo para ser formado e habitado, para ser a residência apropriada para sua criação.

Os teoristas do intervalo perdem o ponto quando argumentam que por Isaías dizer que Deus não criou o mundo tohu, este tem de ter se tornado tohu em algum momento posterior. Isaías 45.18 referese ao propósito de Deus na criação, não à condição original da criação. Embora, em Isaías 34.11 e em Jeremias 4.23, a expressão “tohu e bohu” falem de uma falta de forma e de um vazio resultantes do julgamento divino por causa do pecado, esse sentido não está implícito na própria expressão, mas é pinçado dos contextos específicos em que a expressão ocorre. Por essa razão, náo é válido inferir o mesmo sentido em Gênesis 1.2, passagem em que o contexto não sugere nenhum julgamento. Como analogia, podemos pensar em uma palavra como “vazia” em relação a uma tela de computador. A tela pode estar vazia porque nada foi digitado no teclado ou pode estar vazia porque foi apagada. A palavra “vazia” por si mesma não sugere a razão por que a tela está vazia. O mesmo acontece com “sem forma e vazia” — a Terra começou dessa maneira simplesmente porque ainda não fora formada e habitada ou ela estava desse jeito como resultado do julgamento.


Os teólogos chamam de “alusão verbal” a forma de uso de tohu e/ou bohu em Isaías 34.11 e em Jeremias 4.23. Essas passagens sobre o julgamento aludem à falta de forma e ao vazio da Terra no início da criação a fim de sugerir a extensão do julgamento de Deus por vir. O julgamento de Deus será tão completo que o resultado será igual ao da Terra antes de ser formada e povoada — sem forma e vazia. Isso não indica que a condição da criação em Gênesis 1.2 chegou a esse ponto por algum tipo de julgamento nem de destruição como imaginam os teoristas do intervalo. Conforme o teólogo Robert Chisholm Jr. escreve: “A propósito, a alusão funciona apenas de uma forma. E injustificado presumir que o uso da frase por Jeremias em um contexto de julgamento indica algum tipo de julgamento no contexto de Gênesis 1.2. Jeremias náo está interpretando o sentido de Gênesis 1.2”.23



" ENCHEI"



Muitos teoristas do intervalo usam a palavra “encher” da tradução de Gênesis 1.28 para justificar a teoria do intervalo dizendo que o sentido dessa palavra é “reencher”. Por isso, eles declaram que Deus disse a Adão e Eva para reencher a Terra, sugerindo que ela já estivera cheia de pessoas antes (a raça pré-adâmica). Contudo, isso está errado. A palavra hebraica traduzida por “encher”, masculino,24 tem simplesmente o sentido de “povoar” (ou “ocupar”, ou “ser cheio”).

Do século XIII ao XVII, a palavra inglesa para “encher” tinha o sentido de “povoar”, depois, o sentido mudou para “repovoar”. Quando a versão King James da Bíblia foi publicada em 1611, os tradutores usaram a palavra “encher”, que, na época, tinha o sentido de “povoar”, não de “repovoar”.25


O Sentido Direto de Gênesis 1.1,2       

 A teoria do intervalo (ou da “ruína e reconstrução”) fundamenta-se em uma interpretação muito frágil da Escritura.

O sentido direto e claro de Gênesis 1.1,2 é que a Terra, quando Deus a criou no princípio, era inicialmente sem forma, vazia e escura, e o Espírito de Deus estava acima das águas. Foi por intermédio da energia criadora dEle que o mundo foi progressivamente formado e povoado durante os seis dias da criação.

Pense na analogia de um oleiro fazendo um vaso de barro. A primeira coisa que ele faz é juntar uma bola de argila. O que ele tem é bom, mas não tem forma. A seguir, ele molda a argila em um vaso, usando o torno de oleiro. Agora, a bola de argila já não está mais sem forma. Depois, ele seca a peça, esmalta-a e queima-a.

Agora, o vaso está pronto para ser cheio — com flores e água. Em nenhum momento, qualquer dos estágios da confecção pôde ser considerado ruim ou mal. O vaso simplesmente ainda não estava acabado — sem forma e vazio. Quando o vaso, por fim, foi formado e enchido pôde ser descrito como “muito bom”.


Advertência Muitos cristãos sinceros inventam reinterpretações da Escritura a fim de evitar conflitos intelectuais com as ideias científicas populares. A teoria do intervalo foi uma dessas reinterpretações destinadas a se adequar aos conceitos científicos que surgiram no início do século XIX e ainda são populares hoje.

Não obstante, a teoria do intervalo, na verdade, teve um efeito anestésico que fez a igreja adormecer por mais de cem anos. Quando as crianças que aprenderam essa posição concessiva chegaram ao ensino superior, ficaram chocadas ao descobrir que essa teoria não explica nada. Assim, muitas delas aceitaram a única teoria restante “respeitável” — a evolução — que caminhava lado a lado com os milhões de anos da Terra. O resultado disso, em geral, foi desastroso para a fé dessas pessoas.

Hoje, outras posições consentidas, como a criação progressiva ou a evolução te­ísta, substituíram, em grande parte, a teoria do intervalo.26 Os teoristas do intervalo, ao tentar manter o sentido literal de Gênesis, mas aderindo às longas eras (milhões de anos), abriram a porta para uma grande concessão na geração seguinte — a reinterpretação dos dias, Deus usando a evolução, etc.

Mas independentemente da teoria — a do intervalo, a do dia-era/criação progressiva, a da evolução teísta — o resultado é o mesmo. Essas posições podem ser aceitáveis em algumas igrejas, mas o indivíduo instruído do mundo secular, com alguma razão, rirá dos que as defendem, pois percebem as inconsistências dessas teorias.

Na época de Martinho Lutero, a igreja fez concessão em relação ao ensinamento claro da Bíblia, e Martinho Lutero pregou suas 95 Teses na porta da igreja a fim de chamá-los de volta à autoridade da Palavra de Deus. Da mesma forma, a igreja atual, em geral, negligencia o que a Bíblia diz claramente em Gênesis 1— 11. É hora de chamar a igreja de volta à autoridade da Palavra de Deus, começando com o livro de Gênesis.

“ Encontramos uma estranha teoria moderna do intervalo no livro Genesis Unbound, de J. Sailhamer, Sisters, Oregon: Multnomah Books, 1996. O autor adapta os supostos milhões de anos da história geológica a Gênesis 1.1 e, depois, afirma que os seis dias de criação se referem à Terra Prometida. Na página 29 do livro, ele declara sua motivação para essa abordagem: “Se a simples declaração: ‘No princípio, criou Deus os céus e a terra’ cobre bilhões de anos, então muitos dos processos descritos pelos cientistas modernos caem no período coberto pelo termo hebraico ‘princípio’. Nesse princípio’ poderiam se encaixar incontáveis eras geológicas, eras de gelo e as muitas mudanças globais de clima de nosso planeta. As muitas eras biológicas também se ajustam com o no princípio’ de Gênesis 1.1, incluindo as longas eras durante as quais os dinossauros perambularam pela Terra. Na época em que os seres humanos foram criados no sexto dia da semana, os dinossauros já podiam ter prosperado e estar extintos — tudo isso durante o ‘princípio’ registrado em Gênesis 1.1”. Muitos dos problemas com a teoria clássica do intervalo também se aplicam a essa tentativa de ajustar os milhões de anos à Bíblia.



A Esposa de Caim — quem Era ela


Ela É a Esposa mais Falada da História?

 Não sabemos nem mesmo o nome dela, todavia, ela foi discutida no julgamento de Scopes, foi mencionada nos filmes Herdeiros do Vento1 e Contato2 e, em todos os países do mundo por centenas de anos, falaram sobre ela. Os céticos em relação à Bíblia usaram vez após outra a mulher de Caim para tentar desacreditar o livro de 

Gênesis como registro histórico verdadeiro. Infelizmente, a maioria dos cristãos não responde de forma adequada a essa questão. Por conseguinte, o mundo acha que os cristãos não são capazes de defender a autoridade da Escritura e, portanto, nem a fé cristã. Por exemplo, no histórico julgamento de Scopes, no Tennessee.



Quem Foi Caim?

Caim foi o primeiro filho de Adão e Eva registrado na Escritura (Gn 4.1). Ele e seus irmãos Abel (Gn 4.2) e Sete (Gn 4.25) fizeram parte da primeira geração de crianças nascidas nesta terra. Embora esses três filhos homens sejam especificamente mencionados, Adão e Eva tiveram outros filhos.
Irmãos e Irmãs de Caim

 Em Gênesis 5.4, lemos a declaração que resume a vida de Adão e Eva: “E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou filhos e filhas”.

Adão e Eva, durante sua vida, tiveram vários filhos homens e mulheres. Na verdade, Josefo, historiador judeu, escreveu: “Segundo a antiga tradição, Adão teve 33 filhos e 23 filhas”.7


A Escritura náo nos diz quantos filhos Adão e Eva tiveram, mas considerando seu longo período de vida (Adáo viveu por 930 anos — Gn 5.5), pareceria ló­ gico sugerir que tiveram muitos filhos. Lembre-se, eles receberam a ordem: “Frutificai, e multiplicai-vos” (Gn 1.28).


A Esposa

Se, agora, trabalharmos totalmente a partir da Escritura, sem preconceito pessoal nem outras ideias extrabíblicas, entáo no início, quando havia apenas a primeira geração, irmãos teriam de casar com irmãs ou não haveria mais nenhuma geração!

 Não nos é dito quando Caim casou nem nos são fornecidos muitos detalhes de outros casamentos e filhos, mas podemos dizer que, com certeza, a esposa de Caim era sua irmã ou parente próximo.

Um olhar mais atento à palavra usada em Gênesis para “esposa” revela algo que os leitores podem perder na tradução. Ela deixa mais óbvio para os que falam hebraico que a esposa de Caim provavelmente era sua irmã. (Há uma tênue possibilidade de que ela fosse sua sobrinha, mas, de todo jeito, irmão e irmã teriam de se casar no início.)

A palavra hebraica usada em Gênesis 4.17 para “esposa” (primeira menção à esposa de Caim) é ishshah e quer dizer “mulher/ esposa/ fêmea/varoa”. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque; e ele edificou uma cidade e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoque. (Gn 4.17) A palavra ishshah é o termo para “mulher” e quer dizer “vinda do homem”. Ela deriva-se das palavras hebraicas iysh eesh e enowsh, ambas com sentido de “homem”. Observamos isso em Gênesis 2.23, passagem em que o nome “varoa” (ishshah) é dado a alguém que nasceu de Adão.

E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa [ishshah], porquanto do varáo [iysh] foi tomada. (Gn 2.23)

Assim, a esposa de Caim é descendente de Adão/homem. Portanto, ela tinha de ser irmã (ou provavelmente sobrinha) de Caim. Os leitores hebrai­cos têm mais facilidade de fazer essa conexão, entretanto, perde-se muito na tradução.


Objeções

LEIS DE DEUS

Muitas pessoas rejeitam de imediato a conclusão de que os filhos e filhas de Adão e Eva se casaram uns com os outros apelando para a lei contra o casamento entre irmãos. 

Alguns dizem que você não pode se casar com parente. Na verdade, se você não se casa com parente, não se casa com um ser humano! Lembre-se de que todas as pessoas são descendentes de Adão e Eva — todos são do mesmo sangue. A lei proibindo o casamento entre parentes próximos só foi dada na época de Moisés (Lv 18— 20). Como o casamento era um homem e uma mulher por toda a vida (baseado em Gn 1— 

2), originariamente, não havia desobediência à lei de Deus (antes da época de Moisés) no casamento entre parentes próximos (até mesmo de irmãos com irmãs).


 A lei de Deus proibiu esses casamentos,8 mas isso aconteceu cerca de quatrocentos anos depois, na época de Moisés.


DEFORMIDADES BIOLÓGICAS

Hoje, geralmente não se permite por lei que irmãos e irmãs (e meios-irmãos e meias-irmãs, etc.) casem-se e tenham filhos.

Bem, é verdade que os filhos que são frutos de uma união entre irmão e irmã têm uma grande chance de ter deformações. Na verdade, quanto mais estreito for o laço de parentesco entre o casal, mais provável é que os descendentes tenham deformações. É muito fácil entender isso sem ter de descer a detalhes técnicos.

Cada pessoa herda um conjunto de genes de seu pai e de sua mãe. Infelizmente, hoje, os genes possuem muitos erros (por causa do pecado e da maldição), e esses erros revelam-se de várias maneiras. Por exemplo, pessoas deixam o cabelo crescer até abaixo da orelha para esconder o fato de que uma orelha é mais baixa que a outra. Ou talvez o nariz de alguém não esteja bem no centro de sua face ou a mandíbula de alguém seja um pouco fora do molde. Encaremos os fatos: o principal motivo por que chamamos uns aos outros de normal se deve a nossa concordância em fazer isso!


Quanto mais próximo for o laço de parentesco de duas pessoas, mais provável é que reproduzam os erros em seus genes, herdados dos mesmos pais. Por  essa razáo, é provável que irmáo e irmã tenham erros similares em seu material genético. Se houver união entre esses dois materiais genéticos que produzem descendência, os filhos herdariam um conjunto de genes de cada um dos pais. Como é provável que os genes contenham erros similares, os pares de genes com erro se juntam e resultam em deformidade nos filhos.



 Reciprocamente, quanto mais distante for o laço de parentesco entre o casal, mais provável é que contenham erros distintos em seus genes. É provável que os filhos, herdando um conjunto de genes de cada um dos pais, terminem com alguns dos pares de genes contendo apenas um gene ruim em cada par. O gene bom tende a anular o ruim para que não ocorra uma deformidade (uma deformidade séria). Por exemplo, o indivíduo em vez de ter as orelhas totalmente deformadas pode tê- las apenas arqueadas. (Todavia, além de tudo, a raça humana está degenerando vagarosamente à medida que os erros se acumulam geração após geração.)

Contudo, esse fato da vida atual não se aplica a Adão e Eva. Quando as duas primeiras pessoas foram criadas, elas eram perfeitas. Tudo que Deus fez era “muito bom” (Gn 1.31). Isso quer dizer que os genes deles eram perfeitos, não continham erros. Todavia, quando o pecado entrou no mundo por causa de Adão (Gn 3.6), Deus amaldiçoou o mundo para que, a partir daquela época, a criação perfeita começasse a degenerar, ou seja, a sofrer morte e deterioração (Rm 8.22). Depois de um longo período de tempo, essa degeneração poderia resultar em todo tipo de erros ocorrendo no material genético das coisas vivas.

Contudo, Caim pertencia à primeira geração de filhos nascidos. Ele, e também seus irmãos e irmãs, não receberam praticamente nenhum gene imperfeito de Adão e Eva, uma vez que os efeitos do pecado e da maldição deviam ser mínimos no início. Nessa situação, irmãos e irmãs poderiam ter se casado (contanto que fosse um homem para uma mulher, afinal o casamento é isso, Mt 19.4-6) sem nenhum potencial de produzir uma descendência deformada.

 Por volta da época de Moisés (cerca de 2.500 anos depois), os erros degenerativos começaram a se acumular na raça humana a ponto de ser necessário que Deus introduzisse as leis proibindo o casamento de irmãos e irmãs (e parentes próximos, Lv 18— 20).9

 (Além disso, naquela época, já havia muitas pessoas na Terra, e não havia razão para o casamento entre parentes próximos.)

No total, parece que havia três razões inter-relacionadas para a introdução das leis proibindo casamentos entre parentes próximos:

 1. Conforme já discutimos, havia a necessidade de proteger contra o aumento potencial de produzir uma descendência deformada.

2. As leis de Deus eram úteis para  manter a nação judaica forte, saudável e dentro dos propósitos de Deus.

 3. Essas leis eram um meio de proteger o indivíduo, a estrutura familiar e a sociedade em geral. O dano psicológico causado pelos relacionamentos incestuosos não podiam ser minimizados. Caim e a Terra de Node

(9 Alguns afirmam que isso quer dizer que Deus mudou sua mente ao mudar as leis. Contudo, Deus não mudou sua mente — porque o pecado trouxe as mudanças e porque Deus nunca muda, Ele introduziu novas leis em nosso favor.)

Alguns afirmam que a passagem de Gênesis 4.16,17 quer dizer que Caim foi para a terra de Node e encontrou uma esposa. Por essa razáo, eles concluem que tinha de haver outra raça de pessoas na terra que não eram descendentes de Adão, da qual se originou a esposa de Caim.

 E saiu Caim de diante da face do Senhor e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque; e ele edificou uma cidade e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoque.

A partir do que foi afirmado acima, fica claro que todos os seres humanos, entre eles a esposa de Caim, são descendentes de Adão. Todavia, essa passagem não diz que Caim foi para a terra de Node e encontrou uma esposa. João Calvino, ao comentar esses versículos, afirma: A partir do contexto, podemos deduzir que Caim se casou antes de matar seu irmão; do contrário, Moisés, agora, relataria algo a respeito do casamento dele.10
Caim casou-se antes de ir para a terra de Node. Ele não encontrou uma esposa lá, mas “conheceu” (teve relação sexual com ela) sua esposa.11

 Isso faz sentido também à luz do que Node é. Node quer dizer “vaguear” em hebraico. Assim, Caim, quando foi para a terra de Node, estava indo literalmente para uma terra de afastamento, não para um lugar cheio de gente.

(9 Alguns afirmam que isso quer dizer que Deus mudou sua mente ao mudar as leis. Contudo, Deus não mudou sua mente — porque o pecado trouxe as mudanças e porque Deus nunca muda, Ele introduziu novas leis em nosso favor.)
10 J. Calvino, Commentaries on the First Book ofMoses Called Genesis, vol. 1. Grand Rapids, Mich.: Baker House, reimp. 1979, p. 215. 11 Mesmo se a sugestão de Calvino a respeito desse assunto não estiver correta, ainda haveria muito tempo para que os numerosos descendentes de Adão e Eva se mudassem e se estabelecessem em áreas como a terra de Node.




Do que Caim Tinha Medo (Gn 4.14)?

Alguns afirmam que havia muitas pessoas na Terra que não eram descendentes de Adão e Eva; do contrário, Caim não poderia temer pessoas querendo matá-lo por ter matado Abel.

Primeiro, o motivo para alguém querer ferir Caim por ter matado Abel poderia ser a pessoa ter uma relação próxima com Abel!

Segundo, Caim e Abel nasceram um bom tempo antes do evento da morte de Abel. Gênesis 4.3 afirma:
Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. (NVI)

Observe a expressão, “passado algum tempo”. Sabemos que Sete nasceu quando Adão tinha 130 anos (Gn 5.3), e Eva viu-o como um substituto para Abel (Gn 4.25). Portanto, o período de tempo entre o nascimento de Caim e a morte de Abel deve ter sido de cem anos ou mais — permitindo bastante tempo para que outros filhos de Adão e Eva casassem e tivessem filhos. Na época em que Abel foi morto, provavelmente havia um considerável número de descendentes de Adão e Eva, envolvendo diversas gerações.



De onde Vem a Tecnologia?

Alguns afirmam que Caim, para ir para a terra de Node e construir uma cidade, precisaria de muita tecnologia que já poderia existir nessa terra, presumivelmente desenvolvida por outras raças.

Os descendentes de Adão e Eva eram pessoas muito inteligentes. É-nos dito que Jubal fazia instrumentos musicais, como harpa e órgão (Gn 4.21), e Tubalcaim trabalhava com cobre e ferro (Gn 4.22).

Muitas pessoas hoje, por causa da intensa doutrinação evolucionária, têm a ideia de que sua geração é a mais avançada que já houve neste planeta. Só porque temos avião a jato e computadores não quer dizer que somos os mais inteligentes e avançados. Essa tecnologia moderna é realmente resultado do acúmulo de conhecimento.

Devemos nos lembrar que nosso cérebro sofre as conseqüências de 6.000 anos de maldição. Degeneramos muitíssimo em comparação com as pessoas de muitas gerações atrás. Podemos não estar nem um pouco mais próximos de ser mais inteligentes nem mais criativos que os filhos de Adão e Eva. A Escritura fornece-nos, quase desde o princípio, um vislumbre do que parece ser tecnologia avançada.

Caim tinha o conhecimento e o talento para saber como construir uma cidade!


 Conclusão

Um dos motivos para muitos cristãos não saberem responder à pergunta sobre a esposa de Caim é o fato de que tendem a olhar o mundo atual e os problemas associados ao casamento de parentes próximos, em vez de olharem para o claro registro histórico que Deus nos concedeu.

Eles tentam interpretar o livro de Gênesis a partir da nossa situação atual, em vez de entenderem a verdadeira história bíblica do mundo e das mudanças que ocorreram por causa do pecado. Como não constroem sua visão de mundo com base na Escritura, mas assumem a forma secular de pensar a Bíblia, ficam cegos para as respostas simples.

O livro de Gênesis é o registro do Deus que estava presente quando a histó­ria aconteceu. É a Palavra 
daquEle que conhece tudo e que é uma testemunha confiável do passado. Por isso, quando usamos o livro de Gênesis como o fundamento para compreender a história, conseguimos entender a evidência que, do contrário, seria um verdadeiro mistério. Veja, se a evolução é verdade, a ciência tem um problema muito maior que a esposa de Caim para explicar — a saber, primeiro, como o homem pode evoluir por meio de mutações (erros), uma vez que esse processo faria com que os filhos de todos fossem deformados? O mero fato de que as pessoas podem produzir descendência que não é basicamente deformada é um testemunho da criação, não da evolução.


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