OBJETIVO
GERAL
Asseverar que a salvação é
por meio da graça, acompanhada de arrependimento e fé do pecador como resposta
á salvação.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Apresentar a conversão de Saulo como ato da graça de Deus;
Relacionar a conversão de Saulo com a doutrina biblica da
conversão;
Elencar três faculdades interiores que são transformadas na
conversão
Texto Áureo
“E, indo no caminho,
aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de
luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por
que me persegues?” (At 9.3,4)
Verdade Prática
A verdadeira conversão a Cristo leva em conta o
arrependimento, a fé em Jesus e uma completa transformação no pensamento,
vontade e ação do homem.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Atos 9.1-9
1- E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra
os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo-sacerdote,
2- e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se
encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse
presos a Jerusalém.
3- E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o
cercou um resplendor de luz do céu.
4- E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues? 5- E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a
quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
6- E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o
Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
7- E os varões, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não
vendo ninguém.
8- E Saulo levantou-se da terra e. abrindo os olhos, não via a ninguém. E
guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco.
9 – E esteve três dias sem ver, e não comeu, nem bebeu.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Ao se encontrar com Jesus
Cristo no caminho para Damasco, Saulo teve a sua vida completamente regenerada.
A sua faculdade intelectual foi regenerada, pois seu encontro com o Senhor
trouxe-lhe luz à mente. Sua faculdade emocional foi afetada, pois ao longo da
vida do apóstolo, vemos sua profunda tristeza em perseguir seus irmãos em
Cristo. E, final mente, a faculdade de sua vontade foi tocada. O apóstolo
desejava apenas desgastar-se e deixar-se gastar pela causa do Evangelho. Assim,
nada mais teria sentido para Paulo, senão, o de pregar o Cristo Crucificado.
Que o Espirito Santo possa tocar nas faculdades intelectual, emocional e da
vontade dos nossos alunos. Ore por isso. Clame por essa obra do céu.
INTRODUÇÃO
A conversão de Saulo de
Tarso, indiscutivelmente, foi um dos mais importantes acontecimentos da
história do Cristianismo. Saulo tornou-se um dos mais célebres defensores da
doutrina de Cristo. Nesta lição, veremos como ele passou por uma mudança
radical na forma de pensar acerca do nosso Senhor. No caminho para Damasco, de
um modo poderoso, Jesus chamou à razão e entendimento de Saulo, e este mudou de
atitude por meio de uma impactante experiência sobrenatural. Assim, se por um
lado Cristo tomou a iniciativa; por outro, Saulo respondeu com arrependimento e
fé.
PONTO CENTRAL:
 Jesus nos salva
por meio da graça e nós respondemos com arrependimentos e fé.
SUBSÍDIO
PEDAGÓGICO
Para introduzir esta lição, fale um pouco do processo de conversão como a obra de salvação que Deus efetua no ser humano. Se Ele nos salva por graça mediante a fé, nós respondemos a essa graça com arrependimento e fé. Nesse sentido, com o auxilio da lousa, relacione as etapas em que essa obra gado por Deus aos pecadores que estão é efetuada por Deus e no homem.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
“A regeneração tem lugar
naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para Deus (Mt 3.2) e coloca
a sua fé pessoal em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador […]. A regeneração
envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a
Jesus Cristo (2 Co 5:17; CI 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está
liberto da escravidão do pecado […]. e passa a ter desejo e disposição
espiritual de obedecer a Deus e de seguir a direção do Espírito (Rm 8.13,14).
Vive uma vida de retidão (1 Jo 2.29), ama aos demais crentes (1. Jo 4.7), evita
uma vida de pecado (1 lo 3.9; 5.18) e não ama o mundo (1 Jo 2.15,16)” (Bíblia
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1576).
CONHEÇA MAIS
*Sobre a conversão de
Saulo
“Os versículos 3-9 [Atos 91
registram a conversão de Paulo fora da cidade de Damasco (cf, 22.3-16;
26.9-18). Que sua conversão ocorreu nessa ocasião, e não posteriormente na casa
de Judas (v.11), fica claro à luz do seguinte: (1) Ele obedece as ordens de Cristo!…),
Paulo e chamado ‘Irmão Saulo’ por Ananias […]. Para ler mais, consulte a “Bíblia
de Estudo Pentecostal“, editada pela CPAD, pp.1648-49.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
“A regeneração é a nova
criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24) efetuadas por Deus e o
Espírito Santo (3.6 [João]). Por esta operação, a vida eterna da parte do
próprio Deus é outorgada ao crente (3.16; 2 Pe1.4; 1 Jo 5.11), e este se torna
um filho de Deus (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2 Co 5.17: Cl
3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo Deus
’em verdadeira justiça e santidade’ (Ef 4.24). A regeneração é necessária
porque, à parte de Cristo, todo ser humano, pela sua natureza inerente e
pecadora, é incapaz de obedecer a Deus e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm
8.7.8: 5.12; 1 Co 2.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
1995, p.1576).
CONCLUSÃO
A conversão de Saulo foi
provocada pelo impacto do resplendor de luz que ofuscou a sua visão e obrigou-o
a reconhecer que não podia mais lutar contra Cristo. A conversão é, portanto,
uma obra divina em que o homem responde com arrependimento e fé. Na conversão,
a soberania de Deus “caminha de mãos dadas” com a responsabilidade humana. Por
isso, o arrependimento e a fé conduzem o pecador a ser redimido pelo sangue de
Cristo.
| CPAD – Adultos – Tema do Trimestre: O APÓSTOLO PAULO
– Lições da Vida e Ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo |
Lição 03: A Conversão de Saulo de Tarso
RENDIÇÃO Atos 9:1-9
   Nesta
passagem temos o relato da conversão mais famosa da história. Devemos penetrar
na mente de Paulo o quanto pudermos, para então vermos que não se trata de uma
conversão repentina, mas de uma rendição repentina. Algo a respeito de Estêvão
subsistia na mente de Paulo e não podia apagar-se. Como podia um homem bom
morrer assim? Para fazer calar essa insistente duvida Paulo se lançou à ação
mais violenta possível. 
  Muitas vezes acontece que quando um homem se
dirige a realizar uma ação de cuja retidão tem certas dúvidas, redobra seus
esforços e se esforça para convencer-se a si mesmo de que sua atitude é a
correta, para silenciar suas dúvidas. Sua primeira ação foi perseguir os
cristãos de Jerusalém. Isto só piorava as coisas porque estava obrigado a
perguntarse a si mesmo que segredo fazia com que essa gente singela enfrentasse
o perigo, o sofrimento e a perda de seus bens, serenos e sem medo de ninguém.
De modo que, afundando-se ainda mais na ação violenta e com sanha redobrada se
apresentou perante o Sinédrio.
   As
ordens do Sinédrio tinham vigência em qualquer lugar em que houvesse judeus.
Paulo ouviu que alguns cristãos escaparam a Damasco e pediu cartas que o
creditassem para ir a essa cidade e reclamá-los por extradição. A viagem só
piorou as coisas. Entre Jerusalém e Damasco havia cerca de duzentos e trinta
quilômetros. A viagem devia fazer-se a pé e levaria em torno de uma semana. Os
únicos acompanhantes de Paulo eram os oficiais do Sinédrio, uma sorte de força
policial. Sendo fariseu, não podia tratar com eles; de modo que partia sozinho;
e ao fazê-lo pensava, porque não tinha outra coisa a fazer. O caminho
atravessava Galiléia e esta região trouxe para sua memória mais vividamente
aquele Jesus. A tensão em seu interior aumentou. Assim chegou perto de Damasco.
   Damasco era uma das cidades mais velhas do
mundo. Justo diante dela a rota subia o Monte Hermón, e lá abaixo estava
Damasco, uma bela cidade branca em uma planície verde, "um punhado de
pérolas em uma taça de esmeraldas", como alguém a chamou. Essa região
tinha um fenômeno característico. Quando o ar quente da planície se encontrava
com o ar frio da montanha, desatavam-se violentas tormentas elétricas. Nesse
momento houve uma tormenta deste tipo e Cristo falou com Paulo através dela. E
nesse momento finalizou a batalha e Paulo se rendeu a Cristo. De modo que
entrou em Damasco mudado. E que grande mudança houve nele! Aquele que tinha
tentado entrar em Damasco como uma fúria vingativa, o fazia guiado pela mão,
cego e impotente como um menino.
   Todo o
cristianismo está presente no que o Cristo ressuscitado disse a Paulo.
“Levante-se, entre na cidade; alguém lhe dirá o que você deve fazer” (v. 6,
NVI). Até esse momento Paulo esteve fazendo o que ele queria, o que ele
considerava apropriado, o que sua vontade opinava. Deste momento em diante
alguém lhe diria o que teria que fazer. O cristão é um homem que deixou de
fazer o que ele desejava e começou a fazer o que Jesus Cristo quer que faça.
   UM ATO
CRISTÃO DE BOAS-VINDAS
 Atos 9:10-19ª
 Sem dúvida alguma Ananias é um dos heróis
esquecidos da Igreja cristã. Se for certo que a Igreja Paulo deve à oração de
Estêvão, também é certo que se deve à fraternidade de Ananias. A reputação de
Paulo chegou antes dele. Ananias recebeu a mensagem de Deus de que devia ir
ajudá-lo. É levado dirige a uma rua chamada Direita. Esta era uma grande rua
que corria do leste ao oeste da cidade. Estava dividida em três partes, um
meio-fio central por onde se movia o trânsito, e duas calçadas para os
pedestres caminharem e onde os mercados, sob toldos de lona, sentavam-se em
seus pequenos negócios e ofereciam suas mercadorias. 
   Quando essa mensagem chegou a Ananias deve
ter parecido uma loucura. Deus lhe disse: "Vá e ajude o homem que veio
para pôr você numa prisão e que teria amado assassiná-lo." Poderia ter-se
aproximado de Paulo com suspeitas, como alguém que está realizando uma tarefa
que lhe desgosta; poderia ter começado muito bem com recriminações e o
culpando; mas não o fez; suas primeiras palavras foram: "Irmão
Saulo". Que boas-vindas havia nessas palavras! É um dos exemplos mais
sublimes do amor e perdão cristãos. Isso é o que Cristo pode fazer.
   Bryan
Green nos conta que depois de uma de suas campanhas nos Estados Unidos pediu na
reunião final que o povo ficasse de pé e em poucas palavras lhe dissessem o que
ela significou para suas vidas. Levantou-se uma jovem negra. Não era uma boa
oradora e disse o seguinte: "Através desta campanha encontrei a Cristo, e
Ele me permitiu perdoar ao homem que assassinou a meu pai."
    Permitiu-me perdoar... essa é a essência do
cristianismo. Em Cristo, Paulo e Ananias, os homem que tinham sido terríveis
inimigos, uniramse como irmãos.
Atos (William Barclay) 
A Conversão de Saulo
Introdução
  As experiências de  Saulo e do estadista etíope se contrastam.
Ambos fizeram uma viagem. Um era gentio, outro judeu.  O gentio vinha de Jerusalém, onde foi buscar
bênçãos espirituais.  Saulo ia de
Jerusalém a Damasco em vi- agem de perseguição aos crentes. O primeiro caso é exemplo
do texto:  "Buscai, e
achareis". O outro, do texto:  “Fui
achado  daqueles  que 
me  não  buscavam'’. 
O  Senhor  foi gracioso a ambos os  viajantes. 
Um recebeu a bênção que procurava: o outro, a que não buscava. Ambos
foram abençoados e  continuaram a viver
para Deus.
 I  - A Campanha Anticristã  de 
Saulo (At 9.1,2)
  A igreja judaica havia sido estabelecida.  O Evangelho já tinha alcançado Samaria. Logo
Pedro abriria a porta da Igreja aos gentios. 
Alguém tinha, então, de levar o Evangelho "até aos confins da
terra”. Eis o homem certo: Saulo de Tarso. 
Não acompanhou Cristo na terra. 
Contudo, não era inferior aos primeiros discípulos quanto ao zelo, conhecimento,  poder 
e  trabalho.  A  vida  e 
ministério  de  Paulo mostram 
que  o  Senhor escolheu  o 
tipo  de  homem 
que  a situação exigia. Segundo a
orientação de Deus, ele faria a religião de Jesus  ser uma religião para todos os homens.1.  Um 
líder  religioso.  Saulo, 
provavelmente  com  30 anos, era membro do Sinédrio, o concilio
religioso judeu.O mesmo que condenou Jesus à morte. Isto é dado a entender pela
posição que ocupava entre os judeus daquela época  (Gl 
1.14),  e  também 
pelo  papel  que 
desempenhou  no processo de
Estêvão (At 7.58), inclusive seu voto lançado (At 22.20).
 2. Um defensor
zeloso. 
 Com energia característica, Saulo se  dedicava 
à  desarraigar  o  Cristianismo.  Para 
ele.  um movimento  perigosíssimo.  Provavelmente 
imaginasse  ser “do diabo”. Dizer
que Jesus, crucificado após a condenação do Sinédrio como blasfemador, era o
Messias e Filho de Deus  seria o cúmulo
da blasfêmia.  E, quando Estêvão falou  na 
anulação  da  Antiga 
Aliança  e  na 
destruição  do Templo,  Saulo 
concluiu  que  tais 
ensinos  ameaçavam  a verdadeira religião.  Como 
se  os  crentes fossem  subversivos e anarquistas!  Resolveu, então, salvar o judaísmo me- diante
a destruição do Cristianismo. Após o apedrejamento de Estêvão,  começou 
sua tarefa em Jerusalém (At 
8.1-3). Viu o movimento  se
espalhar para outras cidades.  Então,
pediu autorização a fim de prender os crentes em Damasco e levá-los para serem
processados em Jerusalém.
  3.  Um 
cruel perseguidor.  
 Saulo era normalmente bondoso  e 
gentil.  Quando,  porém, 
entrou  nele  o 
espírito  da perseguição,  ficou 
enfurecido  contra  a 
Igreja.  Como  um animal selvagem, prendia homens e
mulheres, lançando-os em cárceres, condenando-os a serem açoitados e até mor-
tos. Até procurava forçá-los a blasfemar contra o nome de Cristo (At 22.4;  26.10,11; 
1  Co  15.9; Fp 3.6).  Qual a explicação para tanta crueldade por
parte de um homem devoto e piedoso? Primeiro, agiu “ignorantemente, na incredulidade"  (1 
Tm  1.13;  cf.  Lc  23.34). 
Em  segundo  lugar, seu zelo era mal orientado. Pensava
que, com isso, tributa- va culto a Deus (Jo 16.2,3). O zelo religioso
desprovido do amor de Deus sempre tem sido uma desgraça neste mundo (ver  1 
Co  13).
 4.  A Igreja ameaçada.
  Cristo
prometeu que nunca abandonaria a Igreja (Mt 28.20).
  Assegurava seus seguidores de que as portas do
inferno não prevaleceriam contra ela (Mt 16.18). Parecia, no entanto, que Saulo
não sendo afastado do caminho, o Cristianismo seria exterminado. Tenham bom
ânimo, discípulos de Cristo: Alguém está se preparando para levar Saulo cativo
terminando assim sua carreira de perse- guições.
 II  - A
Luz  Celestial (At 9.3)
1.    
Iniciada  a  viagem. 
 Levando na bagagem cartas ofi- ciais do
Sinédrio, e acompanhado por um grupo de policiais do templo, Saulo iniciou sua
viagem. Ia a Damasco para uma campanha anticristã por toda a cidade.  Confiava que seria bem recebido pelas
autoridades. Afinal, o governador da cidade 
era  amigo  do 
sumo  sacerdote  (2 
Co  11.32).  O grupo provavelmente viajava em cavalos e
mulas. Levariam  cerca  de 
uma  semana  percorrendo 
em  torno  de  240
quilômetros de distância.  Saulo tinha
bastante tempo para refletir durante  a
viagem.
 2. A  viagem 
interrompida. 
  Por 
volta do  meio-dia  (At22.6), Saulo e o grupo chegavam perto de
Damasco. O fato de viajarem na parte mais quente do dia, quando normalmente  todos 
descansavam,  demonstra  sua 
impaciência  e pressa. Desejava
começar a obra de perseguir os cristãos. Será que dúvidas profundas, fruto da
meditação, o incomodavam tanto que buscava abafá-las iniciando logo sua obra?
Ao aproximar-se de Damasco, “subitamente", brilhou uma luz do céu ao seu
redor. Brilhava mais do que o próprio sol escaldante da Síria em pleno meio-dia
(At 26.13).III  - A Voz  Celestial (At 9.4,5)1.  “Saulo, 
Saulo, por que me persegues? " 
O que estas palavras significavam para Saulo? Recebia uma mensagem
pessoal  do  Céu. 
No  Antigo,  como 
no  Novo  Testamento, quando Deus chamava alguém pelo
nome, era sinal de que tinha um cuidado especial por aquela pessoa. E que a chamava
para um serviço especial (ver Gn 22.1: 46.2: Ex 3.4;1  Sm 3.4; Lc 
19.5; At  10.3). Sabia que eram
pronunciadas por um ser celestial. Portanto, estava sendo acusado de lutar
contra Deus (At 5.39 - Saulo não havia seguido o conselho de  Gamaliel, 
seu  professor).  As 
palavras  continham  um desafio à sua retidão de conduta e crença.
“Por quê?" Como Saulo,  zeloso pela
Lei e por Deus,  iluminado pelas  palavras 
de Moisés  e  dos 
profetas,  chegou  ao 
ponto  de  lutar contra Deus, pensando que servia a Ele
  2. “Quem  és, 
Senhor?”
  Saulo
tinha consciência de que algum ser celestial lhe aparecera. Ele bem conhecia
narrativas de acontecimentos semelhantes no Antigo Testamento (Is 6.1-3;
Ez  1.27,28: Dn  10.5-8). Não sabia, no entanto, a  identidade 
do  visitante.  Era 
um  dos  anjos, 
o  Anjo  do Senhor ou o Senhor Deus em pessoa? Esta
era a razão da sua pergunta.
 3.  “Eu 
sou  Jesus,  a 
quem  tu  persegues”. 
  Que 
susto enorme  para  Saulo! 
O  ser  celestial 
era  o  próprio 
Jesus, considerado por ele  um
impostor crucificado.  Estêvão  tinha razão! 
O crucificado era verdadeiramente o Messias, glorificado e profetizado
(At 7.55,56 e Dn 7.13,14). Note- mos que Cristo se revelou com o nome
humano,  tão odiado  por Saulo. 
Não  disse:  “Sou  o  Filho 
de  Deus”,  nem: “Sou o Messias”. O próprio Jesus de
Nazaré  foi glorifica- do (Jo  1.45,46,49,51).
IV - A Advertência 
Celestial (At 9.5)
“Duro  é 
para  ti  recalcitrar 
contra  os  aguilhões” 
(At26.14).
 1. A  ilustração.
  Nos
dias de Paulo, empregavam-se bois para arar. Os bois, no começo, ficavam
parados, dando coice para trás. Por meio de pontas metálicas agudas no madeiramento  do 
arado  e  de 
um  aguilhão  na 
mão  do  arador, inflingia-se cruel sofrimento ao boi
rebelde. Até que apren- desse a obedecer ao invés de dar coices.
 2. A  aplicação.
   Deus
queria Saulo num serviço nobre, mas este resistia. Provocava sofrimentos a si
próprio. Lon- ge de obedecer ao Altíssimo, era rebelde. Contra que aguilhões
Saulo dava pontapés? A resposta tem conexão com o martírio de Estêvão. 
   Estêvão foi acusado de blasfemar contra a
Lei. Mostrava, porém, a mesma glória do rosto de Moisés ao descer do Sinai com
a Lei (At 6.11,15; Êx 34.29). Saulo pensava que Estêvão fosse um  apóstata condenado ao inferno.  No entanto, 
enquanto  era  apedrejado, 
teve  a  visão 
celestial  do trono de Deus (At
7.55,56). Saulo considerava Estêvão um inimigo dos líderes judeus. Estêvão, ao
invés de amaldiçoá- los, orou invocando perdão para eles (At 7.60). A vida
santa dos crentes perseguidos não deixou de causar impressão na consciência de
Paulo.  Estêvão,  acusado de quebrar a Lei, morreu com a paz de
espírito dos fiéis à vontade de Deus (At 7.59). 
Apesar da retidão segundo a Lei exterior e sua paixão pela ortodoxia
religiosa, Saulo, por certo, não possuía a satisfação espiritual vista no rosto
do mártir.
  As palavras do Senhor dão a entender que o
Espírito já falava à consciência de Saulo antes de ter este recebido a visão
celestial.  A voz da consciência por
certo estava dizendo: “Paulo, não acha que se enganou? Estêvão não tem cara de
blasfemador.  Os  crentes 
aos  quais  você persegue têm vidas puras.  Será que 
eles  não  têm razão 
ao  afirmar que Jesus é o
Messias?” No início. Saulo deve ter rejeitado tais sugestões. Deviam ser do
próprio Satanás, procurando desviá-lo 
de  cumprir  seu 
dever.  As  dúvidas, 
no  entanto, continuavam dando
origem a uma cruel luta interior.  Pela
misericórdia de Jesus  elas chegaram  ao fim 
no  momento da visão. Saulo
realmente sofria na sua luta contra os aguilhões da consciência. As
Instruções  Celestiais ־  V(At 9.6-8)
1.    
Uma comissão peclicla.
 "Senhor, que queres que faça?” (At
22.10). 
  As palavras indicavam uma entrega incondicional  ao 
Cristo  glorificado  que 
lhe  apareceu.  Tinha 
sido dominado pela “iluminação do conhecimento da glória de Deus, na
face de Jesus Cristo" (2 Co 4.6; 
Ap  1.16.17; cf. Lc  22.61,62). 
As  palavras  revelam, 
outrossim.  o  caráter enérgico de Paulo. Sempre pronto para
o serviço. A entre- ga a Cristo que fez naquele instante caracterizou toda a
sua carreira missionária.
  2.  Uma 
comissão  concedida.  
   “Levanta-te, 
e  entra  na cidade, 
e  lá  te 
será  dito  o 
que  te  convém 
fazer".  Saulo, cego dos
olhos físicos, foi levado pela mão até Damasco. Pretendia entrar na cidade como
representante do Sinédrio e ser recebido com distinção e honra.  No entanto, 
sua entrada foi bem diferente: 
ferido,  abatido,  trêmulo 
e já não ardia  em  fúria 
contra  os  crentes. 
Pelo  contrário,  estava disposto  a 
aprender  humildemente  com 
o  mais  simples cristão.
  3.  Uma comissão mudada. 
  “E Saulo levantou-se da terra cruel. Levan
Caíra por terra como judeu orgulhoso ״...ratou-se  como 
crente  humilhado  e 
quebrantado.  Num  só momento. Cristo o transformara de feroz
fariseu em verdadeiro discípulo. Daquele momento em diante. Saulo era uma
nova  criatura  em 
Cristo  (2  Co 
5.17).  Morrera  Saulo. 
o fariseu; ressuscitara Saulo. o crente. A antiga comissão fora repudiada  (At 9.1.2) 
pois  Saulo tinha recebido uma
nova (At 26.16-18).VI  ־A Bênção 
Celestial (At  9.9-19)
 1.  Uma 
alma ferida.
   A  luz 
celestial  temporariamente cegou a
Saulo (At 22.11). Foi providencial, dando a Saulo tempo  para 
meditar  sobre  sua 
nova experiência.  Durante
três  dias.  sem 
comida nem água,  dedicou-se  à oração. 
O aparecimento de Cristo mudou tudo para Saulo. Precisava de tempo e
silêncio para se ajustar à mudança. Seus olhos foram vendados a fim de que os
olhos espirituais se acostumassem à luz recebida.
 2. Um  mensageiro fiel. 
  Após
conversar com Saulo, o Senhor apareceu a um discípulo chamado Ananias.  Por seu 
intermédio,  completaria  a obra 
de  instruir a  Saulo, obra que Deus começou pessoalmente.
Mesmo havendo a possibilidade de instruí-lo, Cristo lança mão de instru-
mentos  humanos  para 
tal  serviço  (At 
10.3-6).  Ananias recebeu a ordem
de ir a certo endereço procurar Saulo e ministrar  a 
ele.  O  discípulo 
ficou  assustado  ao 
receber tal  ordem  (vv. 
13,14).  Geralmente existe conexão
entre as  visões  e 
o  estado  das 
pessoas  que  as 
recebem.  Por isso, é provável que
Ananias, tendo ouvido da comissão de 
Saulo.  orasse  pela 
proteção  da  igreja 
em  Damasco. Por certo, não
imaginava que sua oração fosse respondi- da exatamente  daquele modo!
  3.  A 
bem-vinda  libertação. 
   Obedientemente,  Ananias foi 
andando  para  a 
casa  onde  Saulo 
estava  hospedado -  andou 
realmente  pela  fé! 
A  singela  fé 
e  obediência de  Ananias 
é  demonstrada  no  seu  modo 
de  se  dirigir ao 
antigo  perseguidor: “Irmão  Saulo...” 
Com  a  imposição 
das  mãos  de 
Ananias.  Saulo  foi 
curado  da  cegueira. 
Depois  foi  batizado 
na  água,  e 
começou  a  co- operar 
na  igreja.
     Ensinamentos  Práticos 
־
  
VII1.  A  comunhão 
dos  seus  sofrimentos. 
   “Por 
que me persegues?”
    Esta 
pergunta  é  como 
espada  de  dois 
gumes.  Repreende  os 
perseguidores  e  consola 
o  povo  de Deus. Expressa a contínua presença do
Senhor com seus servos. É a identificação com os seus sofrimentos. Quando
qualquer parte do nosso corpo é ferida, sentimos dores. Assim também o Cristo
glorificado fica sendo, mais uma vez,  o
varão  de 
dores  quando qualquer membro  de  seu
corpo  sofre.  No 
dia  do  Juízo, 
os  perseguidores  não arrependidos ouvirão:  “Em verdade vos digo que, quando  o 
fizestes  a  um 
destes  meus  pequeninos 
irmãos,  a mim  o 
fizestes”.
2.    
O  dever da  cuidadosa 
reflexão.
  “Por que me perse- gues?” 
   Cristo  apela 
à razão  do  homem. 
“Vinde  então,  e argüi-me, diz o Senhor...” Deus quer levar
todos a meditarem profundamente sobre a sua vida e o seu relacionamento com
ele.Oxalá as pessoas meditassem mais! Males são pratica- dos por falta de
reflexão. Por falta de se entender as conseqüências ou as verdadeiras razões do
que se faz. A maioria  das  pessoas 
são  impulsionadas  por 
paixões  cegas. Enquanto isso, seu
juízo fica adormecido. “O boi conhece o seu possuidor,  e  o
jumento  a manjedoura do seu dono: mas
Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende”  (Is 
1.3).
  3. As
conseqüências de se resistir a Deus.
  “Duro é para ti recalcitrar contra os
aguilhões”. Já explicamos a figura. Vamos considerar as palavras como parábola
do relaciona- mento entre o homem e seu Criador.
  3.1.     O boi. 
  Por que o homem é comparado a ele? É um
animal valioso e depende do dono para suprir suas necessidades. Do boi se
exige, com toda a razão, o serviço, que pode ser muito frutífero.
  3.2.  O 
aguilhão. 
  O
instrumento, por doloroso que seja, é necessário por causa da natureza
obstinada do boi. Quais os 
aguilhões  que  Deus 
emprega para  amansar a natureza
rebelde  do  homem? 
Bons  conselhos  de 
amigos;  sermões bem aplicáveis:
aflições: a operação do Espírito Santo sobre a consciência.
  3.3.  Os 
coices. 
   O boi
estultamente dá coices quando sente 
o  aguilhão,  que 
assim dói muito mais.  Da mesma
forma, há pessoas que zombam dos bons conselhos, rejeitam exortações, ficam
zangadas quando o sermão ataca seus erros e, embora não possam empregar
violência contra o povo de Deus, o perseguem com calúnias, zombarias e
críticas. Mesmo assim, é duro recalcitrar contra os aguilhões.  “O caminho dos transgressores é áspero”.
Lutamos  contra  o 
nosso  próprio  bem, 
quando  lutamos contra  Deus.
  4. Λ
variedade  nas  conversões. 
   A
conversão de  Saulo foi  súbita, 
violenta  e  espetacular. 
Muitas  conversões  são assim. Como o carcereiro de Filipos,
precisam de um ter- remoto para despertá-los a fim de reconhecerem seu peca-
do  e 
a  necessidade  de 
salvação.  Outras,  como 
Lídia  (At16.14).  abrem 
seu coração com mais  naturalidade
às suaves influências do Espírito Santo. O que Saulo fez de bom para  merecer 
a  salvação?  Nada. 
Pelo  contrário,  estava empenhado em perseguir a Igreja. Da
profundidade da sua experiência podia dizer: 
“Pela graça sois  salvos”.  A conversão 
de  Lídia,  por 
outro  lado,  resultou 
da  sua piedosa busca por Deus nas
reuniões de oração.
  A lição a ser meditada é que Deus trata com
os indivíduos  de  diferentes 
modos.  Alguém disse com  acerto: 
“O Espírito Santo não tem hábitos”. Ele é livre e soberano em todas as
suas operações.  Afinal, a questão não é
como alguém foi convertido, e sim. se realmente recebeu a Cristo. Depois,  sua 
vida  revelará  a 
Cristo:  “Por  seus 
frutos  os conhecereis".
   5. 
O  mistério  da 
regeneração.  "E  os 
varões,  que  iam com ele, pararam espantados, ouvindo a
voz, mas não vendo ninguém”  (At
9.7).  "Os que estavam comigo,  viram a luz, sem contudo perceber o sentido
de quem falava comi- go” (At 22.9). Os homens que acompanhavam Saulo ouviram um
som. Mas não entenderam o que era falado. O verbo grego “ouvir” tem o sentido
de "entender” também. A tradução 
depende  da  regência. 
Por  isso  a dúvida que 
surge em traduções que colocam "ouvir” em ambas as passagens.
   Como os acompanhantes de Paulo, hoje, os
não-convertidos  nada  compreendem 
sobre  a  vida 
espiritual:  "Ora  o homem 
natural  não  compreende 
as  coisas  do 
Espírito  de Deus, porque lhe
parecem loucura; e não pode entendê-las. porque elas se discernem espiritualmente”  (1 
Co  2.14).
  Muitas pessoas são espiritualmente cegas. A
questão é: Desejam ver realmente ou preferem continuar cegas? A fé é  o 
remédio,  porque,  em 
assuntos  espirituais,  só 
vemos depois de crermos.
  6.  Perguntas 
da  alma  despertada.
    O 
despertamento espiritual de Saulo foi evidenciado nas suas duas pergun-
tas: “Quem és, Senhor?” e “Senhor, que queres que faça?" Estas perguntas  servem como teste do nosso crescimento
na  graça.  Temos 
desejo  de  saber 
mais  e  mais 
acerca  de Cristo? Nossa atitude é
de obediência, buscando conhecer a sua vontade para nós?
  7. Da morte
para a vida. 
   “E
esteve três dias sem ver..." (v. 9). Jonas passou três dias no grande
peixe. Depois surgiu para um ministério renovado. Cristo ficou três dias sob a
terra e, então, ressuscitou para uma nova vida. Da mesma forma, os três dias
que Saulo passou na escuridão simbolizam 
a morte  de  sua 
antiga  vida e  a ressurreição  para  a
nova. Os prazeres anteriores já não existem. Suas atividades passadas terminaram.
Seus velhos amigos se foram. No silêncio e 
na escuridão,  a  nova 
vida  tomava  vulto. 
Nova luz  se  acendia 
em  sua  alma. 
A  salvação  raiava 
em  seu íntimo, e suas forças se reorganizavam
para o cumprimento de novo ministério. Os novos amigos já chegavam à porta. Os
dias de inatividade forçada podem servir para renova- ção espiritual.
  8.  Nada  é
difícil denieds para o Senhor. Leia os vv. 
10- 14. observando como
Ananias parece estar explicando suas dificuldades  ao 
Senhor.  Como  se 
Deus  não  conhecesse muito bem a Saulo. Ananias, como
muitos de nós, achava difícil considerar um problema muito grande solucionado e
e agir com plena fé de que Deus já removera os obstáculos. Saulo  parecia 
tão  fora  do 
alcance  da  graça 
divina!  Os melhores  servos 
de  Deus,  geralmente, 
eram  pessoas  que pareciam fora do alcance da religião.
  Se tivéssemos os olhos de Cristo!  Nunca consideraria- mos  ninguém 
pecaminoso  ou  endurecido 
demais  para  a graça salvadora, revelada em Jesus Cristo.
 9. Escolhido
para  o serviço
  “Este é para mim um vaso escolhido..."
    O 
mundo é o campo em que Deus opera. 
E está cheio dos  seus
instrumentos.  Cada ser humano pode
ser  transformado  em 
instrumento  de  Deus. 
O  Senhor  vê tudo e sabe onde achar vasos para seu
serviço. Dois fatos ocorrem  nas  conversões: 
o  homem  recebe 
um  poderoso Salvador e Deus um
servo dedicado. Podemos testificar que achamos um grande Salvador? E o Senhor?
Pode testificar que.  em nós.  achou um 
servo fiel?10.  Sofrimento  e seniço. Jesus disse: "E eu lhe mostra-
rei  quanto  deve padecer 
pelo  meu  nome". 
A  alegria  do Senhor sempre está conosco.  Mas, 
em um mundo imperfeito como é este. não podemos imaginar que passaremos
a vida  sem dificuldades.  Quando 
sofremos por causa das nossas próprias falhas, isto não é surpreendente.
As vezes, porém, ficamos perplexos quando fazemos o bem, e ainda passamos por
momentos difíceis.  Pedro disse:  “Se, fazendo o bem. sois afligidos e o
sofreis, isso é agradável a Deus” (1 
Pe  2.20).
   11.  Caloroso aperto de mão  no 
escuro. 
 Quanto valeu a Saulo  o 
toque  amistoso  da 
mão  de  Ananias? 
E  sua  voz bondosa? Foi motivo de alegria para o
antigo perseguidor ser  chamado  '1irmão‘‘. 
Desta  forma.  Saulo 
soube  que  os cristãos já lhe tinham  perdoado.É só dessa maneira que a obra cristã
pode ir adiante. As pessoas necessitam mais de nossa simpatia do que das cri-
ticas. Precisam de um caloroso aperto de mão, não de olhar frio.
 12.“Eis que ele
está orando". 
Ananias não tinha razão de temer um encontro com o terrível Saulo de Tarso. O Senhor já lhe explicara: ‘'Pois eis que ele está orando‘‘. A oração era uma evidência da conversão de Saulo. O caráter de Saulo foi marcado, durante todo o seu ministério, pela incessante oração em prol dos convertidos. A nossa conversão traz o selo da oração?
A  Conversão de Saulo  
CLAUDIONOR DE ANDRADE

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