quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Lição 11 0 Socorro de Deus para Livrar o seu Pov


II. Ester e o Livramento de uma Nação.



                                   [...] e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?
                                                                          - Ester 4.14
         
Dos livros da Bíblia, Ester e Cantares são dois livros que se distinguem por evitar usar o nome de Deus, não ensinar a Lei de Moisés, nem destacar a religiosidade israelita. Mas a razão principal que fez com que o livro de Ester fosse reconhecido no Cânon das Escrituras foi o fato de revelar o cuidado divino com o povo de Israel em meio à hostilidade, estando exilado de sua terra. Matthew Henry escreveu acerca desse livro que “se o nome de Deus não aparece no livro, o dedo de Deus estava lá”, de modo invisível, orientando a vida do povo de Deus.
       É uma história em que se percebe a presença de Deus de modo inescrutável e invisível nos seus elementos circunstanciais, destacando, em especial, dois personagens importantes, Mardoqueu e Ester. Temos uma história delineada pela providência divina. Não há determinismo nos ingredientes da história, mas percebe-se a soberania de Deus fazendo valer seus desígnios. Todos os fatos que envolvem pactos e alianças de Deus com o seu povo são cumpridos com aqueles que o servem.
       Nessa história, podemos observar as operações invisíveis de Deus delineando todos os fatos que envolvem o povo de Deus em terra estranha, sofrendo toda sorte de perseguição e rejeição no lugar em que habitavam e os personagens da história. Além de Mardoqueu (ou Mordecai) e Ester, outros três personagens fazem parte de todo o enredo da história, que sá°: o rei Assuero (ou Xerxes I), a rainha Vasti e Hamá, o oficial da corte do reino de Assuero (Et 1.1,9; 2.5,6; 3.1).
      Desde a divisão de Israel em dois reinos — o de Israel, chamado Reino do Norte, e o de Juda, chamado Reino do Sul — , os seus reis, com pouca exceção, não foram fieis a Deus e, por isso, tiveram que arcar com as consequências graves e trágicas na vida do povo de Deus. Os exércitos da Assíria entraram em suas terras, subjugando os dois reinos ao domínio persa. Os judeus exilados tornaram-se subservientes dos persas. Em 485 a.C., o Império Medo-Persa era forte e, nesse período, os exilados judeus serviam aos interesses persas com trabalho forçado, escravidão e muito sofrimento das famílias. Nesse tempo do domínio de Assuero (Xerxes I) entra a história de Ester como uma prova de que Deus não havia se esquecido do seu povo. Ora, o povo de Israel tinha consciência de sua eleição para representar os interesses de Deus entre as nações e que aquela situação momentânea era consequência dos pecados de seus lideres. Por isso, estavam exilados e longe da sua terra.
      Ao longo da história, o povo de Israel tem sofrido com a tentativa de exterminação, porque Satanás odeia esse povo e quer destruí-lo. Então, por desígnio de Deus, entra no cenário dessa circunstância uma jovem temente a Deus que se torna o elemento-chave da libertação do seu povo no reino da Pérsia. A jovem Hadassa, criada por seu tio Mardoqueu, também chamada Ester, entra na cena que Deus armou para que seus desígnios fossem concretizados. Ester, entre as moças do palácio, alcançou graça perante o rei e foi constituída rainha da Pérsia, no lugar de Vasti. Não imaginava ela que seu papel dentro do palácio real de Assuero seria o salvar todo o seu povo do extermínio tramado por Hamã e conquistar espaço dentro do império para se defender e servir ao seu Deus.

A PROVIDÊNCIA INVISÍVEL DE DEUS

Existe uma palavra profética de Mardoqueu para Ester que revela a providência divina no cenário daquela história que se iniciava com uma simples jovem do povo judeu. A palavra aconteceu quando uma trama contra o povo de Deus foi armada por Hamã, oficial da corte do rei Assuero. Mardoqueu, tendo notícias da trama, preparou Ester para ser o elo de Deus para salvação do seu povo, e disse-lhe: Não imagines, em teu ânimo, que escaparás na casa do rei, mais do que todos os outros judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Et 4.14). Indiscutivelmente, o dedo de Deus delineia a história do seu povo.

Como Ver o Dedo de Deus como Providência nessa História?

A expressão “dedo de Deus” encontrada na Bíblia em algumas circunstâncias especiais é uma metáfora antropomórfica que atribui a Deus coisas, figuras e órgãos humanos, como coração, mãos, pés, olhos, ouvidos, que representem ações de Deus. Deus é Espírito, e qualquer figura humana em relação a Deus tem sentido de revelação de um Deus que é Pessoa e fala conosco. Em relação à história do livro de Ester, o dedo de Deus é uma figura invisível da providência divina. A palavra “providência” vem do latim providentia, e o prefixo “pro” significa “antes” ou “antecipadamente”, mas o sufixo da palavra, videntia, deriva de videre, que significa ver . Quando nos referimos a Deus, sua providência diz respeito ao que Ele faz e vê antecipadamente. É o que Deus vê, e Ele vê todos os incidentes da vida antes que ocorram, algo que humanamente não podemos fazer (SI 139.1-14).
      Nesse sentido, constatamos que os incidentes históricos naqueles dias dentro do Império Persa foram delineados e orientados pelo dedo de Deus dirigindo cada circunstância. Por esse modo invisível e providencial, o Senhor colocou a jovem Ester dentro do palácio de Assuero para que o seu povo fosse salvo da destruição. Comprova-se esse fato pelo que Deus disse a Isaías, o profeta: “[...] os meus pensamentos [são] mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55.9).

A Festa de 180 Dias de Assuero

O domínio do Império Persa sob o reinado de Assuero continha 127 províncias. O território persa se estendia desde o vale do Indo, no noroeste da índia, o norte da África, incluindo Egito, Líbia e Cus (hoje, Sudão). Porém, as guerras com a Grécia trouxeram desgaste físico, emocional e econômico para o império. Em vez de novos tributos e a ampliação comercial com outros países, essas guerras se tornaram pesadas para a economia do império. Esse tempo datava o tempo do governo de Xerxes I (Assuero) no Império Persa, nos anos 486 a 465 a.C. Seu pai foi Dario, o Grande, e sua máe chamava-se Atosa, filha de Ciro. Assuero herdou um enorme império, mas não conseguiu estender suas fronteiras como objeto da vaidade dos reis daquela época.
      Assuero resolveu reunir aos príncipes, sátrapas e nobres da Pérsia para um tipo de convenção de 180 dias (seis meses) na capital de Susã (Et 1.3,4). Essa reunião ocorreu em 483 a.C., que tinha como estratégia o planejamento de guerras para conquista de outras nações. Confiado em suas forças militares, Assuero entendia que sairia vitorioso. Dentro desse período, Assuero mandou preparar uma festa especial, com uma celebração esplêndida (Et 1.6,7).
      Na mente de Deus, a festa promovida por Assuero já estava nos seus desígnios e nada poderia impedir a sua concretização. O rei Assuero era vaidoso, e querendo ostentar sua glória, poder e riqueza a todos os súditos do império, ordenou que se fizesse uma festa com muita comida e bebida, além das danças e orgias que se permitiam nos salões do palácio de Susã. As 127 províncias tributárias ao seu reino estavam representadas nessa festa. Assuero exibia seu ouro, prata e pedras preciosas nas joias do palácio, nas pratarias e decorações internas do palácio.

A Exibição Imperial que Provocou a Saída da Rainha Vasti do Palácio

Por mais que não entendamos os desígnios de Deus em algumas circunstancias, temos que reconhecer que a mão invisível do Deus onisciente estava operando de modo oculto aos olhos humanos. Aquela festa havia chegado a um ponto de total extravagância em comidas e bebidas, deixando todos aqueles homens da corte completamente irracionais. Nesse contexto de exibicionismo e ostentação de Assuero, em que o vinho fez com que o rei ultrapassasse os limites de domínio racional daquela festa, pelo ímpeto da vaidade e do exagero do vinho, o rei ordenou que se chamasse Vasti, a rainha, para apresentá-la aos seus convidados, como se fosse uma peça de decoração. A rainha Vasti, contrariando a ordem do rei, recusou-se a comparecer diante dele e da corte, o que representou humilhação para o rei. Por isso, a punição foi severa para Vasti, que era uma mulher de personalidade forte e que não aceitava ser exposta ao ridículo pelo seu próprio marido.

 A Deposição da Rainha Vasti

Mediante a recusa de Vasti em comparecer ante os convidados de Assuero para exibi-la como se fosse uma peça de decoração, o rei ficou furioso com a recusa. Sentindo humilhado e não querendo perder a autoridade real, Assuero a depos de sua realeza. Ele não aceitava a desobediência de sua mulher e, por medo de abrir outro precedente, Assuero teve uma atitude irracional e violenta, típico de sua personalidade arrogante. Como soberano do império, Assuero era exaltado e orgulhoso, e sua autoridade seria questionada naquela festa se alguém lhe desobedecesse.
      Ao depor Vasti do palácio, queria que ficasse bem claro a todos os palacianos que nada, ninguém, nem a rainha, podia recusar uma ordem real sem sofrer as consequências. Portanto, a recusa da rainha Vasti em comparecer vestida com sua realeza para ser exibida perante a corte custou a sua destituição. Era o terceiro ano do reinado de Assuero quando aconteceu a festa. Os seus convidados de todas as províncias tributárias do império assistiram à humilhação de Assuero, mas viram com seus olhos o poder que tinha para fazer valer suas ordens. Esses fatos contribuíram para que o proposito de Deus fosse realizado na vida do seu povo cativo naquela terra.

SOB 0 DESÍGNIO DE DEUS, ESTER ENTRA NO PALÁCIO DE ASSUERO

Segundo o historiador judeu Josefo, do primeiro século da Era Cristã, depois que os servos mais leais ao rei sugeriram que ele escolhesse uma das moças do seu harém no palácio para ocupar o lugar de Vasti, foram selecionadas 400 moças virgens como candidatas ao trono de rainha junto a Assuero. Depois de todos os preparativos necessários, em termos de estética e beleza, as moças seriam apresentadas individualmente perante Assuero. Todas as que estavam no palácio e faziam parte do harem do rei teriam a oportunidade de conquistar seu coração, e uma delas seria elevada a posição de rainha (Et 2.14). Foi assim que Deus preparou Ester para ser a moça que conquistaria o coração do rei e seria elevada à posição de rainha.

Ester Foi Designada por Deus para o Lugar de Vasti

Entre a deposição de Vasti e a chegada de Ester ao palácio, passaram- -se quatro anos aproximadamente. Logo depois daquela festa, Assuero empreendeu uma guerra contra a Grécia e todos os planos elaborados não deram certo. Dois anos depois ele volta a Susã, completamente decepcionado porque a guerra não foi vencedora. Ao voltar para o palácio, Assuero estava só e o trono de rainha ao seu lado estava vazio. Passado algum tempo depois daquele banquete e depois da volta da guerra frustrada contra a Grécia, alguns servos de Assuero que o serviam junto ao trono sugeriram que se buscassem moças virgens e formosas à vista, que reunissem qualidades que conquistassem o coração do rei e, quem sabe, fosse escolhida pelo rei uma delas para assumir o trono de rainha. Comissários em todas as províncias trouxeram muitas moças bonitas e virgens para o palácio de Susã para que ficassem sob os cuidados do seu eunuco Hegai, que era guarda das mulheres. Entre todas as moças levadas para o palacio, foi levada a jovem judia Ester, que ganhou a simpatia do eunuco do rei (Et 2.9). Não há dúvidas de que Ester fazia parte do desígnio de Deus para ajudar o seu povo, mas nem ela podia imaginar isso.

 Dois Personagens no Projeto de Deus: Mardoqueu e Ester

Nessa história, podemos perceber como Deus age e direciona todas as coisas para que a sua soberana vontade se concretize. Dos dois personagens, Mardoqueu era um judeu exilado que estava com outros deportados de Jerusalem para a cidade de Susã, a capital persa. Mardoqueu não estava só, mas trazia além de sua família a Hadassa (Ester), de quem era tio e, desde pequena, com a morte de seus pais, adotou-a e cuidou dela como se fosse sua filha. No livro com seu próprio nome, Ester é a personagem principal da história. De algum modo especial, o Deus de Israel direcionou sua vida para que ela se tornasse a grande libertadora do seu povo. Como era jovem e inexperiente, seu tio Mardoqueu foi o orientador pessoal de Ester naqueles episódios que a levaram ao palácio de Assuero. Portanto, Mardoqueu era um homem temente a Deus e estava entre os cativos judeus que serviam aos interesses do império em Susã.

Quem era Mardoqueu?
Sem dúvida, era um homem de fé e de profunda piedade espiritual. Era um sonhador que sonhava com a libertação da sua gente. Ele cria que Deus faria algo que fosse capaz de romper com os obstáculos que impediam essa libertação. Ele sabia, acima de tudo, que quaisquer tentativas meramente humanas seriam impossíveis. Ele sabia, também, que a escravatura de seu povo seria desfeita mediante a interferência de Deus. Mardoqueu era um homem que não recuava em seus propósitos ainda que lhe custasse a vida (Et 4.1,2). Ele tinha certa liberdade de movimentos porque, mesmo sendo um escravo judeu, ele podia estar nas cercanias do palácio de Assuero.

Mardoqueu Frustra um Plano de assassinato de Assuero

 Não muito depois da coroação de Ester como rainha do império, Mardoqueu estava junto à porta de entrada do palácio de Assuero quando ouviu a conversa de dois eunucos do rei, os quais, revoltados com a deposição de Vasti, tramavam o assassinato do rei. Esses dois eunucos eram oficiais que serviam na guarda da porta de acesso para o rei (Et 2.21). Seus nomes eram Bigtã e Teres. Eles conspiravam contra a vida do rei. Mardoqueu, ao ouvir a trama, resolve frustrar o plano sinistro contra a vida de Assuero e falou com Ester, pedindo-lhe que fizesse o rei saber da trama em nome dele, de Mardoqueu (Et 2.22). Visto que esses oficiais tinham acesso aos aposentos íntimos de Assuero, Mardoqueu não perdeu tempo em informar Ester da trama. Ela, então, sem perder tempo, informou ao rei a trama de assassinato contra a sua vida. Quando alguém do seu reino demonstrava alguma atitude de lealdade, o rei gostava de honrar essa pessoa. Ester contou ao rei que a informação vinha de Mardoqueu. Essa atitude de lealdade de Mardoqueu lhe deu condições de ser alguém mais presente no palácio e no acesso a sua sobrinha Ester. Tão logo o rei tomou ciência da trama, ordenou o enforcamento de Bigtã e Teres (Et 2.23). Cresceu ainda mais o amor do rei por Ester, contribuindo para que, a seu tempo, o propósito divino fosse concretizado na vida do povo de Israel.

Ester, uma jovem graciosa que correspondeu à expectativa de Deus

Seu nome hebreu era Hadassa, que passou a ser chamada Ester, um nome que provinha de uma palavra persa que significa “estrela” e derivava do nome de uma deusa babilónica (Isthar), que significava “deusa do amor”. Naturalmente, esse nome não teve qualquer influência em sua vida de comunhão com o Deus de Israel. No seu livro bíblico, Ester é a personagem principal da história que fala de uma jovem cujos valores morais e espirituais serviram para torná-la um instrumento de justiça de Deus para salvar a sua gente. Quando levada para o palácio de Susã, ela era uma jovem entre tantas outras jovens bonitas e prendadas. Entretanto, o seu tio Mardoqueu tinha uma visão mais ampla acerca do futuro de Ester e, por isso, disse-lhe: “[...] quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Et 4.14).

Ester, entre tantas lindas jovens, foi a escolhida para o lugar de Vasti

Nesse ponto estamos fazendo uma pequena digressão histórica que nos leva ao primeiro estágio de Ester antes de se tornar a escolhida de Assuero. Depois da deposição de Vasti como rainha, as moças escolhidas de todas as províncias foram levadas para a casa das mulheres do palácio e, depois de apresentadas, uma delas seria escolhida para ser a rainha. Quando veio a vez de Ester, sua presença superou a todas as moças que até então haviam sido apresentadas. Ester achou graça diante do rei, e ele baixou o cetro sobre ela e colocou a coroa de rainha sobre a sua cabeça. Mardoqueu, que havia orientado o comportamento de Ester para várias situações, estava assentado “à porta do rei” (Et 2.19) e teve o coração emocionado por ver o desígnio de Deus sendo cumprido na vida de sua sobrinha. Um grande banquete foi preparado com a coroação de Ester, e o rei deu-lhe presentes. Essa escolha estava nos desígnios divinos para que ela, sendo rainha naquele império, tivesse influência suficiente para conceder uma grande libertação ao seu povo, o povo de Deus, e os desígnios malignos de seus inimigos, especialmente, Hamã, que odiava Ester e Mardoqueu, queria destruí-los dentro do reino.

UMA TRAMA DE DESTRUIÇÃO CONTRA 0 POVO DE DEUS
A Trama de Hamã, o Agagita

Hamã foi um homem descendente de Agague, um rei amalequita (1 Sm 15.8,33). Servindo no palácio de Susã ao rei Assuero, Hamã foi elevado à posição de primeiro ministro do reino, dando-lhe condições superiores entre todos os príncipes da corte persa, tornando-se o segundo homem mais importante do reino depois de Assuero.           
    Sem dúvida alguma, o inimigo maior do povo de Deus é o Diabo, que influenciava pessoas para odiarem o povo judeu naqueles dias. Hamã se tornou um instrumento diabólico para perseguir e desejar a destruição do povo judeu. Sua descendência agagita o lembrava de uma história de derrota dos amalequitas, que eram descendentes de Agague e foram derrotados pelo rei Saul no passado, e tinha o estigma do ódio contra os judeus. Era um povo com uma história de pilhagem e roubo que assaltava os que viajavam no deserto, especialmente, Israel. Por isso, esse povo foi amaldiçoado por Deus (Dt 25.17-19).
     Hamã era um agagita que odiava os judeus, especialmente Mardoqueu, um judeu que exercia liderança no meio do seu povo. Visto que Hamã tinha poderes políticos advindos do seu “status” de primeiro oficial do reino persa, por sua arrogância, ambição e astúcia resolveu destruir o povo judeu, principalmente, Mardoqueu. Como Mardoqueu não se inclinava perante ele quando passava entre o povo, o seu ódio cresceu e, para tanto, tramou diabolicamente a destruição de todos os judeus que viviam no império. Pelo fato do enforcamento de dois oficiais que haviam tramado o assassinato do rei, por informação de Mardoqueu, a crueldade de Hamã agitou sua adrenalina, e então, cheio de empáfia e espírito vingativo, ele sugeriu ao rei a destruição do povo judeu.
       A postura de Mardoqueu em não se inclinar perante ele quando passava causou tanta fúria em Hamã que este ficou obcecado com a ideia de destruição total do povo judeu dentro do império. Para esse intento, Hamã persuadiu Assuero a fazer um decreto contra os judeus. Seu plano continha mentiras e calúnias contra o povo judeu de que queriam a morte do rei e por isso deviam ser destruídos totalmente. O rei aderiu ao plano de assassinato de Hamã, que ordenou o massacre do povo, sem deixar escapar mulheres e crianças, além de saquear os bens do povo (Et 3.13-15). Foi marcado um dia especial para destruição do povo judeu e, quando esse povo teve notícias desse decreto, houve grande tristeza e lamento do povo judeu. Mardoqueu, percebendo que a tragédia viria e seu povo seria destruído, vestiu-se de saco de cilício e foi para a porta do palácio de Assuero (Et 4.1-6).
                                                           

Ester Toma Conhecimento da Trama

 Mardoqueu fez mais que se postar à porta do palácio, vestido de tecido de cilício e com cinza sobre a cabeça. Ele se lembrou de que sua sobrinha estava no palácio e era a rainha. Ela estava lá para esse momento especial em que Deus a usaria para salvar sua gente. Ester teve conhecimento do lamento de seu tio Mardoqueu e de todo o seu povo. Sua alma se condoeu mediante a ameaça do maior inimigo dela e do povo judeu. Mardoqueu pediu que Ester entrasse à presença do rei e falasse do intento cruel de Hamã, mas ela não podia entrar à presença do rei sem ser convidada. Mardoqueu, então, cheio de fé na intervenção divina, convenceu Ester a que fizesse a sua parte naquele momento e que confiasse na direção de Deus. Ela foi convencida de que era o meio pelo qual Deus haveria de agir, e Mardoqueu disse-lhe: “[...] quem sabe se para tal tempo com este chegaste a este reino?” (Et 4.14). Ela sabia que não poderia quebrar as regras do palácio, mesmo sendo a rainha. Por isso, arriscou-se, com graça e prudência, para entrar à presença de Assuero. Pelas palavras de seu tio Mardoqueu, ela ficou convencida de que Deus abriria as portas para ter acesso ao trono de Assuero e que, de algum modo, poderia salvar o seu povo da destruição e morte (Et 4.13,14). Ester avaliou bem toda a fala de Mardoqueu e preferiu correr o risco de entrar na presença do rei sem ser convidada. Entretanto, como mulher temente a Deus, pediu a Mardoqueu que reunisse todos os judeus para que jejuassem por ela, sem comer nem beber, até que pudesse tomar a iniciativa e entrar na presença do rei.

Ester Usa de Estratégia Inteligente para Ter Acesso ao Rei

Sem precipitação e com prudência, Ester preparou-se para aquele momento, vestindo-se com vestidos reais e perfumando-se para o encontro. Inicialmente, Ester foi para o pátio interior da casa do rei de modo estratégico. Assuero, ao vê-la com toda a beleza que possuía, ficou deslumbrado pela sua rainha e apontou seu cetro de ouro para ela. Ester chegou à sala do trono, inclinou-se perante o rei e tocou na ponta do cetro com a mão. Ela estava confiada nos desígnios de Deus para aquele momento e, inteligentemente, mostrou sua beleza e também seu respeito pelas leis do palácio. Foi delicada com o rei, que, maravilhado mais uma vez pela beleza de sua rainha, recebeu-a no seu trono. O rei, deslumbrado pela simpatia e beleza da rainha Ester, abriu seu coração e perguntou-lhe: “Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição?” (Et 5.3). Ester o convida para um banquete e pede que Hamã esteja presente também. Assim, ambos foram ao banquete preparado por Ester (Et 5.8). Visto que Hamã mantinha o seu intento de destruir e matar Mardoqueu e todo o seu povo, após o banquete, sua mulher sugeriu que ele fizesse uma forca para enforcar Mardoqueu acusado de inimigo do rei e do império. Hamã mandou preparar a forca para Mardoqueu e foi para a festa de Ester (Et 5.14; 6.4).

Assuero Descobre Mentiras de Hamã

Quando Hamã saiu do banquete que Ester oferecera a ele e ao rei, estava certo de que deveria fazer alguma coisa que agradasse ao rei. Falou da sua alegria em ter estado no banquete de Ester, mas não aceitava o fato de Mardoqueu, à porta do palácio não o respeitava nem se inclinava perante ele. Por isso, ao contar da sua raiva contra Mardoqueu, sua mulher deu a sugestão de fazer uma forca para ele e, assim, estaria livre daquele homem; certamente isso agradaria ao rei.
      Hamã tomara para si o mérito da descoberta dos homens que tramavam o assassinato do rei, mas o mérito era de Mardoqueu, que informou a rainha Ester para ela informasse ao rei em seu nome. Naquela noite, o rei não conseguiu dormir, porque o Espírito de Deus tocou em sua consciência e, por essa razão, o rei pediu para ver os livros das crónicas que traziam relatos dos fatos de cada dia no império. Nessa leitura feita diante do rei, descobriu-se que foi Mardoqueu quem, de fato, salvou o rei da trama do assassinato que intentaram os dois eunucos, oficiais do palácio.
     Hamã queria a destruição de Mardoqueu e do povo judeu, inclusive da própria rainha, que era de origem judia. Mas Ester informou ao rei que havia um plano para matá-la, bem como ao povo judeu, e esse plano havia sido tramado por Hamã, o que enfureceu o rei.

A CORAGEM DE ESTER PARA SALVAR 0 SEU POVO

Ester Desmascara Hamã diante do Rei Segundo o relato, durante toda a noite, Hamã mandou preparar a forca que seria colocada no lugar mais alto possível para que todos vissem aquele que seria enforcado — conforme o seu intento, Mardoqueu. Estava tão certo de que isso agradaria o rei que foi ao banquete cheio de empáfia e confiante de que seria, mais uma vez, honrado pelo rei.
       No primeiro banquete de Ester, ela não revelou nada especificamente. Decerto, o dedo de Deus na direção da sua vida não permitiu que houvesse qualquer precipitação. Então, Ester convida o rei e Hamã para outro banquete. A rainha Ester, mais confiante e decisiva do que deveria fazer, usou de sua habilidade social e política e da apreciação amorosa de Assuero por ela, esperou o momento certo para falar ao rei sobre a trama de morte e destruição engenhada por Hamã. O rei já sabia da mentira de Hamã quando ouviu o registro feito nas crónicas do império de que foi Mardoqueu, não Hamã, quem impediu o plano de morte contra o rei. Soube que foi Mardoqueu que impediu que a trama se efetivasse ao informar à rainha, cinco anos atrás. Agora, o rei queria honrar o homem que o livrara da morte por traição naquele tempo. Até então, o nome de Mardoqueu não havia sido revelado naquele banquete. Quando o rei perguntou o que deveria ser feito para honrar o homem que o havia salvo da morte, o próprio Hamã, pensando ser ele mesmo a quem o rei honraria com homenagens especiais, sugeriu o tipo de homenagem que deveria receber. A sugestão de Hamã era que o homem que receberia a homenagem seria conduzido em um cavalo da cavalariça do próprio rei e fosse vestido com roupas de gala e com o anel do rei. Arrogante, Hamã imaginou que esse homem seria ele mesmo. Assuero, então, de forma objetiva e determinada, ordenou a Hamã que honrasse um homem especial, maltratado por ele, que deveria receber as honras sugeridas por ele. Esse homem era o judeu Mardoqueu, que deveria ser conduzido pelas ruas da capital, montado em um cavalo do rei, vestido com roupas palacianas e com o anel do rei. A mais alta honraria que um súdito poderia receber. Por outro lado, aprendemos o que acontece com os arrogantes: Ele abate o soberbo e exalta o humilde (Ez 21.26; Tg 4.6).

Mardoqueu e todo o Povo Judeu
 — Salvos Graças ao Papel Persuasivo de Ester

     Nos dois banquetes oferecidos por Ester, o rei estava tão feliz com sua rainha que estava disposto a conceder o que ela quisesse, quem sabe mais joias, outro palácio, ouro, prata e coisas semelhantes (Et 5.3). O rei estava disposto a dar-lhe até metade do seu reino, mas não era isso que Ester queria da parte do rei. No primeiro banquete, ela pediu apenas que o rei e Hamã aceitassem o convite para um segundo banquete, em que ela revelaria ao rei o que desejava. No segundo banquete, com a presença do rei, de Hamã e de todos os demais convidados, a rainha Ester revela o seu pedido ao rei (Et 7.3,4). Com lágrimas nos olhos e com angústia em sua alma, ela revela o plano assassino de Hamã contra ela mesma, contra Mardoqueu e contra todo o seu povo no império. Foi um momento de consternação, mas de coragem, em que ela apontou o dedo para Hamã como aquele que desejava a morte dela e de todo o seu povo. Então pediu que fosse revogada a lei contra os judeus. O rei se enfureceu contra Hamã e, saindo para fora no pátio do palácio, o rei externava a sua raiva contra aquela situação em que a própria rainha estava ameaçada de morte mediante o intento de Hamã. Mesmo que a lei não pudesse ser revogada, também não seria executada. Posteriormente, o rei deu um decreto de proteção aos judeus (Et 8.8-12).       
        A forca preparada para desonrar Mardoqueu e expor seu corpo publicamente foi utilizada para enforcar a Hamã (Et 7.9,10). Mardoqueu assumiu o lugar de Hamã, e o rei sabia que ele não o trairia.

Mardoqueu Estabelece a Festa do Purim

 Deus salvou o seu povo, mesmo estando ainda exilado em outra terra, usando uma mulher especial que se colocou em suas mãos para ser instrumento de salvação para o seu povo. A palavra Purim é derivada da palavra hebraica para “sortes”. Quando Hamã tramou a destruição do povo judeu, foi procurar astrólogos para lançarem sortes com o fim de ter certeza de que a trama seria efetivada. Em função da grande libertação do povo judeu nas terras persas, Mardoqueu entendeu que aquela data deveria ser celebrada por todos os judeus, convertendo-se numa celebração tradicional para todos os tempos da vida do povo judeu.

Onde Está o Deus do Livro de Ester?

Em todo o livro, não aparece o nome de Jeová, mas Ele estava presente na condução daquela história do povo de Deus em atos e manifestações de poder. A sobrevivência dos judeus ao longo da história da humanidade revela a mão providencial do Todo-Poderoso em cada evento e em cada detalhe ao proteger e preservar seu povo. Sua providência é visível em todos os fatos que envolveram personagens como Mardoqueu e Ester. O poder invisível de Deus é obvio, ordenando soberanamente cada detalhe da vida daqueles exilados para preservá-los e ensiná-los a reconhecer que Ele cumpre a sua palavra em quaisquer circunstâncias. A lição que aprendemos com Ester é que a sua história emergiu da tragédia, das perplexidades incontáveis e das intervenções divinas para fazer valer as suas promessas. O povo judeu foi salvo, estando em terra estranha e pagando caro pelos erros de seus líderes no passado, mas Deus não o abandonou. Ele cumpre o que diz e promete. Deus cuida do seu povo.


Na providência divina, os desígnios de Deus são efetivados para que suas promessas e alianças se cumpram cabalmente.

TEXTO EXTRAÍDO DE http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/ebd-henr.htm

APLICAÇÃO PRÁTICA DO LIVRO DE ESTER PARA CRISTÃOS (adaptado para todos os cristãos por Ev. Henrique)
Livro - Mulheres Que Amaram a DEUS - Elizabeth George - Editora United Press
 
A Beleza da Fé
 
...que Vasti não entre jamais na presença do rei Assuero; e o rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela. Ester 1.19
 
Vamos falar hoje da rainha Ester. Ela era a mulher mais formosa do imenso império persa do rei Assuero. Estas frases parecem o início de um conto de fadas, mas a história de Ester, narrada na Bíblia, começa com palavras semelhantes: “Nos dias de Assuero...” Um momento! Antes de mergulhar na história de Ester, precisamos refletir sobre a história que prepara o caminho para as cenas que veremos a seguir. O drama inicia-se com outra mulher, também rainha, cujo nome é Vasti. O resumo da história diz que Vasti, mulher do rei Assuero, recusou-se a obedecer a uma ordem do marido e foi destituída de sua posição de rainha para que fosse encontrada “outra melhor do que ela”. Sabemos que por trás dos fatos (e isso acontece na vida de qualquer pessoa) DEUS reina com absoluta soberania e está sempre trabalhando na vida de seu povo. O primeiro passo de seu plano perfeito foi remover a rainha a fim de abrir caminho para Ester. A expulsão de Vasti abriu uma vaga para o trono e as portas do palácio para Ester, uma judia humilde, desconhecida e plebeia.
Reflita por alguns instantes a respeito das pessoas, eventos e circunstâncias de sua vida e veja como DEUS está trabalhando diariamente nesses detalhes. Como pessoa que ama a DEUS, sua fé lhe faz acreditar que DEUS está cumprindo seus propósitos por meio das pessoas, eventos e circunstâncias que Ele coloca em seu caminho? Os detalhes talvez não estejam muito claros ainda, mas você pode ter a certeza de que DEUS reina com absoluta soberania e está elaborando seu plano perfeito, dentro de seu tempo perfeito e de maneira perfeita. E nessa confiança que está a beleza da fe.
Que tal aplicar a sua vida e ao seu coração os sentimentos contidos nesta linda oração escrita por uma pessoa piedosa, cujo nome desconhecemos? Gosto muito de pensar que DEUS Fornece o necessário para cada dia; Os eventos da vida estão nas mãos dele, Por isso eu apenas posso dizer: “Dá-me o meu quinhão em teu tempo certo E dentro de teu critério perfeito.”
 
A beleza de ser útil
[O rei] pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez rainha... Ester 2 .1 7
 
O que é necessário fazer para adquirir a beleza de ser útil a DEUS?
Podemos ter uma ideia ao ler a história da vida de Ester, a heroína do Antigo Testamento, cujo nome significa estrela”. Ela é a mulher que DEUS usou de maneira tão dramática para salvar o povo judeu. Você também pode ser útil a DEUS baseando-se no exemplo de Ester:
Herança. Ester, uma jovem judia da tribo de Benjamim, foi levada para a Babilônia, onde seu povo trabalhava como escravo por volta do ano 600 a,C.
Reflita sobre sua herança. Que lições de vida você aprendeu com as experiências de seus antepassados em termos de determinações, lutas, crença e sofrimento?
Pais. Ester ficou órfã de pai e mãe quando era menina, mas um primo fiel e amoroso tomou conta dela e a educou como sua filha.
Reflita sobre seus pais. Se você também for órfão de pai e mãe, aceite com gratidão as pessoas que DEUS lhe proporcionou para moldar sua vida.
Tutela. Todos nós fomos ensinados por muitos professores, e Ester não foi exceção a regra. Ela aprendeu não só com seu primo Mordecai, mas também com Hegai, um eunuco gentio do palácio do rei Assuero que lhe ensinou o que fazer e o que não fazer para agradar ao rei.
Reflita sobre seus mestres. Seja agradecido pelos vários professores e professoras que DEUS pôs em seu caminho para instruí-lo e guiá-lo até hoje para ser útil a Ele.
Vantagens. Ester, uma mulher de extraordinária beleza física, recebeu sabedoria de Mordecai e tratamento preferencial de Hegai.
Reflita sobre suas vantagens pessoais. Identifique as condições, circunstâncias e oportunidades que DEUS lhe proporcionou para que você seja útil a seu Reino.
Respeito. Ester também recebeu tratamento respeitoso quando foi apresentada como rainha do palácio do rei Assuero.
Reflita sobre o tratamento respeitoso que você receberá um dia por fazer parte do sacerdócio real (1 Pedro 2.9) e ser filho do Rei do Universo!
O DEUS de Ester também é o nosso DEUS. Como o Senhor Onipotente, Ele está sempre trabalhando em cada detalhe de nossa vida preciosa.
Agradeça-Lhe agora Sua presença ativa, transformadora e amorosa em sua vida.
 
A belesa da Coragem
...se [eu] perecer, pereci. Ester 4 . 1 6
 
A coragem reflete uma fé inabalável no Senhor.
A rainha Ester. Esta linda judia que amava a DEUS era casada com um rei pagão temperamental. Quando tomou conhecimento de uma conspiração para matar todos os judeus, ela sabia que precisava comparecer, sem ser chamada, diante do marido e suplicar pela vida de seu povo. O plano de Ester pôs sua vida em risco, porque quem se apresentasse diante do rei sem ser convidado (até mesmo a esposa) arriscava-se a morrer. Porém, a coragem de Ester, sustentada pela fé que tinha em DEUS, a fez afirmar com ousadia: “Se perecer, pereci.” O ato heroico de Ester foi inspirado na necessidade urgente de agir em favor do povo de DEUS e em sua fé destemida no DEUS que ela amava. O resultado? A vida de Ester foi poupada, e a do povo de DEUS também.
Será que você pode escrever seu nome ao lado dessa mulher extraordinária que amou a DEUS exibindo de forma brilhante a beleza da coragem enraizada no amor e na fé por Ele? Você valoriza mais as coisas de DEUS do que as coisas deste mundo? Você adota em sua vida o lema de fé que diz: “Para mim, o viver é CRISTO, e o morrer é lucro”? Você e capaz de gritar diante da morte: “Se perecer, pereci”?
 
Medo? De que?
De sentir a alegria do espírito liberto? De passar da dor para a paz perfeita, De ver cessarem as lutas e as tensões da vida? Medo... de que?
 
A beleza da Sabedoria
...Qual é a tua petição, minha Ester? E se te dará. Que desejas? Cumprir-se-á... Ester 7 .2 >
 
Há um sábio versículo bíblico que diz: “A longanimidade persuade o príncipe” (Provérbios 25.15). A beleza que DEUS concedeu à rainha Ester nos oferece um exemplo de como este poderoso preceito foi posto em prática.
Ester, uma mulher judia, ficou sabendo que Hamã, o homem de confiança de seu marido, o rei Assuero, recebera permissão “para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus” (Ester 3.13). Ester também sabia que apenas seu marido, o rei, podia intervir para salvar a vida dela e de seu povo, e que ela precisava persuadi-lo a fazer isso!
Que bela pintura, feita por DEUS, é a vida de Ester! Ela nos ensina como ser persuasivo com graça, sabedoria e paciência, se seguirmos alguns passos práticos:
Passo 1: Pare. Antes de tentar endireitar uma situação errada, Ester não fez nada. Ela não se precipitou nem agiu impensadamente.
Passo 2: Espere. O tempo é um bem precioso que não pode ser desperdiçado. A espera deu tempo para que Ester reunisse os fatos (Et 4.5).
Passo 3: Consulte. A espera também proporcionou um tempo importante para Ester aconselhar-se com o sábio primo Mordecai (Et 4.12-14).
Passo 4: Ore. A espera também proporcionou tempo para que Ester jejuasse e orasse a respeito de sua missão e de como deveria aproximar-se do rei (Et 4.16).
Passo 5: Decida. Tempo, conselho e oração foram importantes para que Ester preparasse um plano de ação e o levasse adiante com a atitude triunfante de “Se perecer, pereci” (Et 4.16).
Passo 6: Aja. Antes de pedir o que queria, Ester preparou um banquete para o rei Assuero e para Hamã, com o objetivo de examinar o terreno e de saber qual era o estado de espírito do rei (Et 5.5).
Passo 7: Concilie. Perspicaz e compreendendo a situação, Ester aguardou sabiamente e preparou outro banquete antes de pedir ao rei que salvasse seu povo (Et 5.8). Durante o segundo banquete, Ester fez seu pedido, e o rei concordou em proteger o povo judeu!
Você também pode seguir os mesmos passos de sabedoria de Ester. Que tal segui-los na próxima vez que enfrentar um desafio? A confiança na sabedoria de DEUS faz com que Ele e você trabalhem juntos para realizar a vontade do Senhor à maneira Dele.
 
A beleza das palavras meigas
...Qual e a tua petição, minha Ester? E se te dará. Que desejas? Cumprir-se-á... Ester 7.2
 
O livro de Provérbios ensina: “A longanimidade persuade o príncipe, e a língua branda esmaga ossos” (25.15). Você descobrirá hoje que, quando agimos com sabedoria e paciência, o maor pode realizar coisas difíceis.
Vamos apreciar o uso que Ester fez das palavras meigas, da “língua branda”, para que o coração de seu marido se voltasse contra Hamã, o segundo homem mais importante do reino e instigador do plano maligno para aniquilar os judeus, e a favor do povo hebreu. Porém, antes de tudo, é importante observar o que Ester não fez ao tomar conhecimento do plano contra seu povo. Em nenhum lugar dos dez capítulos que narram a história da vida de Ester, você encontrará raiva ou agitação, violência ou pânico, precipitação ou reação. Ester sabia que emoções descontroladas não lhe ajudariam a impedir a desgraça. Portanto, preferiu usar como arma palavras meigas, gentis, persistentes e persuasivas.
Quais as características das “palavras meigas” de Ester? E, mais importante ainda, quais são as características das suas palavras?
• Palavras de respeito. Quando Ester dirigiu-se a seu marido, disse: “Se bem te parecer...”, “Se achei favor perante o rei...” e “farei segundo o rei me concede” (5.4,8).
• Palavras de hospitalidade. A graciosa Ester fez um convite meigo ao rei: “Venha o rei... hoje ao banquete que eu preparei” (5.4).
• Palavras de prudência. Ao perceber que o momento não era adequado para seu pedido, Ester foi sábia e convidou o rei “ao banquete que... hei de preparar amanhã” (5.8).
• Palavras diretas. Quando chegou o momento certo, Ester pediu corajosamente: “Se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, pelo meu desejo, o meu povo” (7.3).
• Palavras sucintas. Ester proferiu palavras de respeito, de hospitalidade, de prudência e diretas cuidadosamente escolhidas. Ela falou apenas o necessário e, é claro, com muita elegância e graça.
Que DEUS nos conceda a beleza das palavras meigas!
 
A beleza do Plano de DEUS
...Então ela se levantou, pôs-se de pé diante do rei. Ester 8.4
 
Em que lugar DEUS plantou sua vida? O que cada novo dia lhe reserva? Talvez você não esteja cercado por circunstâncias ideais, nem esteja no lugar que escolheu. Porém, independentemente de onde você se encontrar hoje, de quem estiver fazendo parte de sua vida hoje, do que lhe acontecer hoje, lembre-se de que tudo faz parte do plano de DEUS para você. Ele tem um propósito grandioso para sua vida. Ester conheceu a beleza do plano de DEUS, e o propósito de sua existência nasceu das sementes lançadas no solo da tristeza e do sofrimento. Analise este resumo da biografia de Ester:
Naturalidade: De descendência estrangeira, nascida em terra estranha, de um povo escravo
Filiação: Pai e mãe mortos
Endereço: Harém do rei; levada para lá contra a vontade
Posição: Rainha e esposa de um rei pagão alcoólatra e impulsivo
Embora essas qualificações não fossem ideais, DEUS usou Ester poderosamente para cumprir seu plano. Em uma época de crise, em que a nação israelita estava ameaçada de extermínio, Ester se deu conta de que era o único elo entre o rei e seu povo, os judeus. Como rainha, ocupava um lugar importante na corte, portanto era exatamente a pessoa que DEUS poderia usar como instrumento para libertar seu povo. Ela foi elevada a posição de rainha por causa da situação em que seu povo vivia (Ester 4.14).
Você, também, pode ser usado pelo Senhor. Para tanto, basta ser fiel a Ele em tudo o que fizer hoje, às pessoas que cruzarem seu caminho hoje, às circunstâncias de hoje. Grave a esperança dessas palavras no coração hoje. Descubra a beleza de fazer parte do plano de DEUS e de praticar um ato heroico, conforme definido abaixo:
O herói não tem a pretensão de ocupar essa posição. Provavelmente, ela se surpreende mais do que as outras pessoas ao ser reconhecida como tal. Ela estava presente quando ocorreu a crise... e teve a mesma reação de sempre. Estava simplesmente fazendo o que precisava ser feito! Fiel e cumpridora de seus deveres, encontrava-se preparada quando a crise surgiu. Estava onde deveria estar, fazendo o que deveria fazer, reagindo como de costume as circunstâncias, a medida que surgiam.
Dedicada ao dever, ela praticou um ato heroico!
 
A Beleza da Lembrança
Determinaram os judeus... que estes dias seriam lembrados... Ester 9 . 2 7 ,2
 
O princípio da boa administração nos ensina a anotar todos os eventos especiais, no início do ano, em um calendário. Com essa prática, temos a certeza de nos lembrarmos das ocasiões importantes no decorrer do ano. Há mais de 2.400 anos, a rainha Ester e seu primo Mordecai fizeram algo semelhante, ao estabelecerem uma maneira de recordar como, mais uma vez, DEUS libertara os judeus do perigo. O povo de DEUS tinha atravessado tempos sombrios. O rei Assuero emitira um edito dando permissão a seus súditos “para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres... e que lhes saqueassem os bens” (Ester 3.13).
Imagine a preocupação! O medo! O pranto! O pavor! A vida estava no fim para o povo de DEUS! Eles nada podiam fazer para se salvar! Contudo, confiante no Senhor, Ester encontrou coragem para pedir a seu marido, o rei Assuero, que concedesse dois dias para que seu povo se defendesse da sentença de morte. O rei atendeu ao pedido dela, e os judeus venceram os inimigos!
Agora, pense na alegria! No jubilo! No doce sabor da vitória! No alivio! A vida dos judeus não estava no fim! E, para comemorar tal conquista, os israelitas instituíram o dia seguinte a vitória como um dia de festa e alegria, de troca de presentes.
Para que os judeus daquela época e suas gerações seguintes jamais esquecessem que DEUS transformara a tristeza do povo em alegria e o pranto em júbilo, Ester e Mordecai instituíram a Festa do Purim, uma data que deveria ser comemorada anualmente. Até o dia de hoje, 2.400 anos depois, o Purim ainda é comemorado pelos judeus no mundo inteiro. Todos os anos, os judeus fiéis recordam-se do ato misericordioso de DEUS ao salvar suas vidas.
E você? Esforça-se por lembrar a bondade de DEUS para com você e comemora a atuação dele em sua vida? Datas de nascimento espiritual e de batismo nas águas e no ESPÍRITO SANTO também são oportunidades para você comemorar o cuidado de DEUS por sua vida. O salmista nos exorta a lembrar: “Bendize, o minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios... quem da cova redime a tua vida” (Salmo 103.2,4, destaque da autora). Que possamos nos lembrar da grande bondade e amor de DEUS!
 
A Beleza Que Vem do Senhor
Então, a rainha Ester... e o judeu Mordecai escreveram, com toda a autoridade... Ester 9 .2 9
 
Não foi maravilhosa a história da rainha Ester? A Bíblia nos fala de sua delicada beleza física, que ela “era jovem bela, de boa aparência e formosura”, uma das “moças para o rei, virgens de boa aparência e formosura” (Ester 2.7; 2.3). Porém, o principal fato da narrativa bíblica sobre a fama adquirida por Ester é sobre a maneira como DEUS a usou para salvar seu povo e que só o Senhor pode criar a verdadeira beleza que procede do coração de mulheres como Ester. E essa lição, extraída de sua vida, que nós que amamos a DEUS, queremos pôr em prática.
Antes de terminarmos de analisar a história de Ester, vamos refletir mais uma vez sobre sua beleza infinita:
• A beleza da aceitação. Embora Ester fosse órfã de pai e mãe, não vemos nela nenhum traço de amargura ou ressentimento que prejudicasse sua beleza. Ela aceita sua situação graciosamente.
• A beleza do caráter. Os estudiosos descrevem Ester com palavras como fiel, corajosa, piedosa, sabia e resoluta. Todas se referem ao caráter.
• A beleza do espírito. A Bíblia deixa claro que Ester possuía a beleza de um espírito manso e tranquilo, que, conforme sabemos, é muito precioso aos olhos de DEUS para as esposas (1 Pedro 3.4). Ester demonstrou ter um espírito gracioso, precavido, paciente e discreto. De onde vem essa beleza? Vem de um coração que se enfeita com uma profunda confiança em DEUS (1 Pedro 3.5) e do temor ao Senhor (Provérbios 31.30). Vem de confiar em DEUS em busca de sustento em tempos difíceis (Salmo 55.22). Vem de crer que DEUS a fortalecerá quando sua fé for desafiada, a morte for iminente ou os relacionamentos forem tensos (Filipenses 4.13). Vem de saber que a graça de DEUS é suficiente para nós, em quaisquer circunstâncias da vida (2 Coríntios 12.9,10). Procure encontrar essa beleza interna e eterna, beleza que vem do Senhor e está ao alcance de todos os que amam a DEUS. Procure encontrá-la ao estudar as palavras inspiradas da Bíblia. Procure encontrá-lá enquanto ora. Procure buscar ao Senhor para que a beleza de sua força, fé, coragem e sabedoria preencham seu coração.
 

Ester 1: 1 (Adam Clark)O Assuero dos romanos, o Artaxerxes dos gregos e Ardsheer dos persas, são os mesmos. Alguns pensam que este Assuero era Dario, filho de Histaspes; Mas Prideaux e outros sustentam que ele era Artaxerxes Longimanus. Reinou da Índia até a Etiópia - É quase o mesmo relato dado por Xenofonte. Como grande e glorioso reino de Cyrus foi além de todos os reinos da Ásia, foi evidente a partir desta expressão: Ὡρισθῃ μεν πρως ἑῳ τῃ Ερυθρᾳ θαλαττῃ · προς αρκτον δε τῳ Ευξεινῳ ποντῳ · προς ἑσπεραν δε Κυπρῳ και Αιγυπτῳ · προς μεσημβριαν δε Αιθιοπιᾳ. "Estava limitada ao leste pelo Mar Vermelho; No norte pelo mar de Euxine; A oeste por Chipre e Egito; E no sul pela Etiópia. "- Cyrop. Lib. Viii., P. 241, editar. Steph. 1581.


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