AUXÍLIO DEVOCIONAL
FELICIDADE PLENA
“[...] Viver de modo inteligente, saudável e
para a glória de Deus é um aprendizado diário. Assim como Salomão vivemos
várias estações em nossa vida e não podemos desprezar nenhuma delas. Cada uma é
única, e somos responsáveis por torná-las especiais; por isso, meu último
conselho é para que você viva cada dia como se fosse o seu último. Não tenha
medo de ser feliz, de sorrir, de viver. Temos um Deus que ama a vida, mas
muitos crentes parecem ter medo da felicidade e acreditam que o crente
autêntico tem que estar sempre sisudo, enfrentando uma dificuldade. Se tudo vai
bem, acham logo que tem algo errado. Tenho consciência de que vivemos numa
sociedade hedonista, onde as pessoas estão obcecadas pelo prazer. Todos querem
ser felizes a qualquer custo, mas onde encontrar a tão sonhada e falada
felicidade?” (BUENO, Telma. Igreja Saudável: Educando para
uma Vida Plena. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.119).
A PLENITUDE DA VIDA EM
DEUS
“Todos nós, como humanos, compartilhamos um
desejo universal de sermos completos, para curtir a plenitude de realização do
nosso destino planejado por Deus.
[...] Você pode ser
solteiro ou casado, jovem ou velho. Pode ter sofrido abuso inimaginável ou
vivido uma vida encantadora. Pode ter um Ph.D. ou ter abandonado o Ensino
Médio. Não importa a sua bagagem ou conhecimento, sabemos, pelo menos, uma
coisa sobre você. Cada momento do dia você está se movendo de ou em direção à
pessoa que Deus planejou que se tornasse.
[...] Quando você
atingir o nível de saúde e plenitude que estamos descrevendo, começará a se
sentir, singularmente, bem consigo mesmo. Não o tipo de bem que é egoísta, mas
o tipo de bem que faz de você um ser humano positivo, generoso e atencioso. Não
apenas vai levá-lo a se sentir bem, mas a ser bom. Você vai se pegar
expressando todo tipo de amor e simpatia natural e fluente pelos outros. E será
tão contagiante que sua comunidade inteira de amigos e familiares — até mesmo
desconhecidos que encontrar — notará sua vida se movendo em direção a uma
alegria pessoal e amor altruísta” (WARREN, Neil Clarck; PARROTT, Les. A
Vida dos seus Sonhos. Rio de Janeiro: CPAD, pp.14,15).
CONCLUSÃO
O Senhor Jesus é a fonte
da vida abundante, pois Ele mesmo nos prometeu. Essa promessa está disponível a
cada crente que desenvolve um relacionamento pessoal com nosso Senhor. Nesse
relacionamento, a nossa família é abençoada, podemos desfrutar de copiosas
bênçãos, além de andarmos em alegria, e gratidão em Espírito. A vida abundante
em Cristo é a nova vida que Ele prometeu para os que creem nEle como Salvador e
Senhor.
A gratidão é uma virtude cristã que revela
humildade e, ao mesmo tempo, dependência total de Deus acerca de tudo o que
acontece em nossas vidas.
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
A PROMESSA DE VIDA
ABUNDANTE
Uma das promessas mais
belas encontradas nas Escrituras Sagradas é aquela anunciada por Nosso Senhor
Jesus sobre a vida abundante (Jo 10.10). A vida plena em Cristo é resultado do
relacionamento pessoal com Ele. Infelizmente, muitos pensam que os prazeres
desta vida e as riquezas do mundo podem preencher as lacunas da natureza
humana. Ledo engano pensar assim, pois uma vida integralmente feliz e abundante
só pode ser alcançada a partir da comunhão com Deus.
O interessante é que a
vida abundante, prometida por Nosso Senhor Jesus, trata-se de um convite aos
pecadores para viverem uma nova perspectiva de vida que não está baseada nos
prazeres da carne ou nas alegrias momentâneas da vida terrena (1Jo 2.15-17). A
vida abundante anunciada por Jesus está fundamentada em valores e princípios
eternos. Desta nova perspectiva deriva um estilo de vida próspero, uma família
abençoada, uma alegria que não se esvai com as lutas e aflições. Quem
experimenta dessa nova vida tem um coração grato a Deus e disposto a servi-lO
com temor, mesmo que as circunstâncias, por ora, não sejam favoráveis.
Conforme discorre
a Bíblia de Estudo Holman (CPAD), “a reivindicação de que
Jesus tem a vida em si mesmo reflete a afirmação no prólogo do Evangelho de
João de que ‘Nele [Jesus], estava a vida’ (Jo 1.4). Ela é apoiada também pela declaração
de Jesus: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’ (11.25). Por ser Ele ‘a vida’ e ter
vida em si mesmo, Jesus é capaz de dar vida [vida abundante agora; vida eterna
no futuro] a todo aquele que depositar sua confiança nele (3.16; 10.10)” (2018,
p.1677). A concepção de uma vida abundante é: aquela que se inicia neste mundo,
a partir de um estilo de vida que agrade a Deus e se coadune com os
ensinamentos do Evangelho, na expectativa de que chegará o grande dia de
adentrar a eternidade. Por esse motivo, o apóstolo Paulo ressalta que a nossa
pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus
Cristo (Fp 3.20,21).
Portanto, o crente que
confia e tem essa expectativa vive a vida abundante conquistada por Cristo
sobre a cruz, sabendo que as bênçãos que desfruta neste mundo, resultantes da
comunhão com o Salvador ainda que com perseguições, não se comparam às riquezas
da glória prometidas na eternidade (Rm 8.18). Por maiores que sejam as bênçãos
que o crente desfruta neste mundo, a maior riqueza que possui e deve
compartilhar com as demais pessoas desta esfera terra é a satisfação com a
presença do Espírito Santo fazendo morada em sua vida. Não há riqueza neste
mundo que substitua estar em comunhão com o Espírito (Jo 14.17). Isso é
desfrutar vida abundante.
As
Promessas de Deus — Confie e viva as bênçãos do Senhor porque fiel é O que
prometeu
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 12: A promessa de vida abundante
INTRODUÇÃO
A vida
humana é dom de Deus. Lucas, “o médico amado”, falando aos atenienses sobre a
falsa visão do mundo, que não reconhece o verdadeiro Deus e adora a deuses
falsos, disse na sua pregação: “O Deus que fez o mundo não habita em templos
feitos por mãos de homens. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que
necessitando de alguma coisa; pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, a
respiração e todas as coisas” (At 17.24,25). O apóstolo falou que Deus dá a
vida biológica a todas as pessoas que são geradas e nascem de forma natural.
De
acordo com a Palavra de Deus, todas as pessoas do mundo, independentemente da
sua situação espiritual — salvas ou perdidas, adoradoras do Deus único e
verdadeiro ou dos falsos deuses, materialistas ou não —, todas elas pertencem a
Deus. Alguém pode até achar estranha essa afirmação, mas ela tem fundamento
bíblico. Está escrito: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mu aqueles que
nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios” (Sl
24.1). Está bem claro que o planeta Terra é do Senhor, bem como “o mundo”, ou
seja, o meio-ambiente “e aqueles que nele habitam”. Tanto o planeta como os
seres humanos são propriedades de Deus por direito de criação, por serem
criaturas dEle. No mesmo Salmo, porém, lemos: “Quem subirá ao monte do Senhor
ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é lim mãos e puro de coração, que
não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a
bênção do Senho justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles que
buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó” (Sl 24.3- 6). Para
entrar “no monte do Senhor” ou chegar ao “seu lugar sa ou seja, aos céus, não
podem chegar lá apenas como criatura de Deus. Tem que se estar entre os “que
buscam” a face do Deus de Jacó. O apóstolo João teve a percepção mais profunda
acerca de quem pode ser salvo. Ele escreveu: “Veio para o que era seu, e os
seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo
1.11-13).
João,
inspirado pelo Espírito Santo, diz que para o homem deixar de ser apenas
criatura de Deus e tornar-se “filho de Deus”, precisa crer no nome de Jesus,
passando pelo novo nascimento, que é de natureza espiritual, e não da vontade
da carne ou do homem, “mas de Deus”. Assim, se o homem tiver apenas a vida
biológica, que resulta da união entre o seu pai e a sua mãe, e não crer em Jesus
como o seu salvador, jamais terá a vida eterna; precisa nascer de novo, como
Jesus disse a Nicodemos (Jo 3.3-6). Para quem tem Jesus como Salvador único e
suficiente, Ele promete vida abundante: “Eu vim para que tenham vida e a tenham
com abundância” (Jo 10.10c). Essa vida abundante está além da vida biológica,
em que o homem nasce, vive, reproduz-se e morre. Que Deus nos abençoe de tal
forma que, a cada dia, valorizemos mais e mais a maior dádiva dos céus, que foi
enviar Jesus Cristo ao mundo para salvar-nos.
Que sejamos sempre fiéis, santos e
agradecidos pela gloriosa salvação em Cristo. Ele proclamou no Evangelho de
João: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo
3.16).
I – JESUS, A FONTE
DE VIDA ABUNDANTE
Respondendo a Tomé, que dizia não saber o
caminho, “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem
ao Pai senão por mim” (Jo14.6). Ele não disse “Eu sou [...] uma vida”, mas “Eu
sou [...] a vida”. O artigo definido indica objetivamente o que Jesus quis
dizer. Ele é a vida no sentido absoluto, incomparável, único.
1. A fonte de verdadeira vida
Antes
de ter um encontro pessoal com Jesus, toda pessoa é considerada morta
espiritualmente (Ef 2.1). Ao fariseu Nicodemos, que lhe procurou de noite e
fez-lhe grande elogio, Jesus disse incisivamente: “Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo
3.1-3). Tal resposta causou grande impacto na mente de Nicodemos; ele ficou
perplexo e sem entender a palavra de Jesus, procurando saber o que o Mestre
queria dizer, apelando para a lógica natural: “Disse-lhe Nicodemos: Como pode
um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua
mãe e nascer?” (v. 4).
Jesus
tornou a respondê-lo de forma bastante elevada em termos espirituais para que o
seu interlocutor alcançasse o sentido das suas palavras: “Jesus respondeu: Na
verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não
pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do Espírito é espírito” (vv. 5,6). Mas por que Jesus disse isso? O que,
afinal de contas, significa “nascer da água”? Paulo, escrevendo a Tito, disse que
Jesus “[...] nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso
Salvador” (Tt 3.5b,6). Nascer da água é nascer espiritualmente pela fé na
Palavra de Deus. Pela palavra, Cristo faz-nos nascer de novo e renova-nos pelo
seu Espírito Santo. O Espírito Santo faz-nos entender que só em Jesus podemos
ter a vida espiritual .
2. A fonte de vida
abundante
Ele é “a vida”, e Jesus promete proporcionar
vida abundante a todos os que nEle creem: “[...] eu vim para que tenham vida e
a tenham com abundância” (Jo 10.10).
Uma
vida plena de paz com Deus
Não é
apenas ter uma vida tranquila que nem muitas pessoas têm, mesmo sem terem sido
salvas em Cristo; é ter uma vida de paz com Deus: “Sendo, pois, justificados
pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). A paz de
Deus é tão grande, que a mente humana não pode entender. Está escrito: “Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas
diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus,
que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7).
Uma
vida abençoada em todos os sentidos
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares
celestiais em Cristo” (Ef 1.3). É Cristo quem nos dá “todas as bênçãos
espirituais” de que necessitamos para vivermos felizes na sua presença. São
bênçãos de paz e de alegria no Espírito Santo (cf. Ne 8.10); são bênçãos de
segurança e de proteção (cf. Sl 91-10); bênçãos de amor (cf. Jo 13.34,35); de
união (cf. Sl 133); de esperança (cf. Rm 5.5); de paciência (cf. Lc 21.19), e
muito mais bênçãos Deus tem para conceder-nos.
Jesus
dá uma vida de poder O homem natural vive em busca de poder e de luta para
obter mais poder humano como capacidade para realizar o que deseja para a sua
vida. Ele quer poder para ter posição econômica e financeira; poder político e
tantos outros que lhe fazem sentir-se útil e bem[1]sucedido.
Jesus, no entanto, dá poder espiritual que está acima de qualquer poder no
sentido humano. Ao despedir-se dos discípulos, que estavam atemorizados com a
perspectiva de Jesus ascender aos céus, Jesus disse: “E eis que sobre vós envio
a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
Os apóstolos certamente estavam ansiosos para
continuarem a missão que lhes fora dada por Jesus: evangelizar e ganhar almas
para o Reino de Deus. Eles, no entanto, precisavam de poder espiritual para
enfrentarem as lutas, os desafios e os ataques malignos que haviam de combater.
Eles precisavam ser revestidos de poder. Minutos antes de elevar-se aos céus,
Jesus prometeu a eles: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de
vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).
II – A VIDA ABUNDANTE
1. O conceito de vida abundante
A vida abundante abrange a vida espiritual e
a vida humana debaixo da graça, da bondade, da proteção e do amor de Deus. É a
vida do salvo, que crê em Jesus como o seu Salvador. Jesus disse: “Na verdade,
na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou
tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”
(Jo 5.24). Esse é um dos textos da Bíblia de maior significado em relação à
salvação. Jesus garante a salvação que abrange toda a existência do homem. Ele
diz que o salvo “tem” a vida eterna no presente e que “não entrará em
condenação”, isto é, salvação no futuro, e, para completar a amplitude da nova
vida em Cristo, Ele diz que o salvo “passou da morte para a vida”, isto é, a
salvação alcança até mesmo o seu passado! Paulo recebeu essa revelação quando
disse: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Vida abundante é a nova
vida com Cristo debaixo da sua graça e misericórdia.
2. A vida abundante
também influencia a família
Muitas pessoas nas igrejas locais, inclusive
pastores, são salvas, mas perderam as suas respectivas famílias. Isso não é
vida abundante. Um velho pastor, cujo nome omito por questão de ética, procurou[1]me
quando Deus deu a mim meu primeiro livro, A Família Cristã nos Dias Atuais,
publicado pela CPAD em 1986, e disse-me: “Pastor Elinaldo, como eu gostaria de
ter lido seu livro há 20 anos! Ganhei tantas almas para Cristo; construí quase
cem templos, mas não dei prioridade à minha família. Para mim, a igreja estava
em primeiro lugar. Resultado: quase todos os meus filhos se desviaram”.
Fiquei
admirado com aquilo. Um grande obreiro, servo de Deus, ganhador de almas, mas
viu a sua família desviar-se dos caminhos do Senhor. Ele não soube desfrutar da
“vida abundante” que Cristo promete a quem nEle crê e obedece à sua Palavra em
santificação.
Quando
Deus promoveu a libertação de Paulo e Silas da prisão, os alicerces do cárcere
foram abalados, e foram soltas as cadeias de todos os presos. O carcereiro,
apavorado, pegou a espada e quis matar-se, mas Paulo socorreu-o e disse que não
fizesse aquele ato tresloucado, pois todos os presos estavam ali: “Mas Paulo
clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui
estamos. E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo
e Silas. E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça
para me salvar? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e
a tua casa” (At 16.28-31). Essa é a promessa de Deus para quem aceita a Cristo
como Salvador: ter a salvação para si e para toda a sua família.
Há
pastores e evangelistas de nível nacional e internacional que perderam a
família porque deram mais prioridade ao ministério do que à esposa e os filhos;
procuraram atender muitas “agendas” em troca de “cachês” do que cuidar da casa.
Nunca fizeram o culto doméstico e não souberam administrar o tempo e as
prioridades na vida do obreiro. O primeiro lugar é para o Senhor Deus, e Ele
não cede esse lugar a ninguém. Mas, depois de Deus, a prioridade deve ser para
a esposa e os filhos. Josué disse: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos
servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sir se os deuses a quem serviram vossos
pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra
habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). Todos os qu
observam essa ordem nas coisas colhem tristes resultados para si e para a
família depois.
III – O QUE IDENTIFICA A VIDA ABUNDANTE
Já
sabemos o que é vida abundante de acordo com a Palavra de Deus: uma vida plena
de paz com Deus, de alegria e de poder do Espírito Santo; uma vida em santidade
e de serviço ao Reino de Deus. Mas, além dessas características, a vida
abundante que nos é dada por Cristo tem a perspectiva de ir para os céus quando
da vinda de Jesus. É Deus quem nos dá vida abundante aqui para um dia termos a
vida eterna com Ele nas regiões celestiais. Essa é nossa maior esperança.
1. A alegria do Senhor
O apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes de
Tessalônica (1 Ts 5.16- 23), enviou-lhes uma lista de recomendações sobre como
ter uma vida abundante em todos os aspectos de nosso modo de viver cristão. A
seguir, mostramos a grande mensagem aos tessalonicenses, que são referência
para nosso viver, que antecedem a volta de Jesus.
Viver sempre alegre
“Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16);
regozijar-se é o mesmo que se alegrar, viver com alegria. Encontramos num
dicionário vários sinônimos de alegria: “contentamento, satisfação, prazer,
regozijo, júbilo, animação, bem-estar, deleite, entusiasmo, jubilação, gozo”,
etc. As pessoas não crentes podem ter alegria segundo os padrões humanos; elas
dependem de dinheiro, de festas, de prazeres carnais e muitas vezes são movidas
às coisas pecaminosas, como sexo ilícito, corrupção e até prática de crimes. A
alegria simplesmente humana não é completa. Por mais alegre que uma pessoa seja
na vida natural, basta um problema, uma dificuldade, uma enfermidade, um
acidente, um mau relacionamento, para toda a alegria desaparecer.
Quando, porém, a pessoa é serva de Deus, a
natureza da sua alegria ultrapassa o sentido da alegria humana. Quando Paulo
exortou os tessalonicenses a que se regozijassem sempre ou que vivessem sempre
alegres, ele tinha em mente a verdadeira alegria, que provém de Deus. Pelo fato
de o cristão ter em si o Espírito Santo e ser templo do Espírito Santo, a sua
alegria é diferente da alegria natural. Trata-se da alegria a que se referiu
Neemias quando o povo estava preocupado após ouvir toda uma manhã a leitura da
Lei do Senhor: “E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba,
e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é
consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que nã lamenteis, nem choreis. Porque
todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei. Disse-lhes mais: Ide, e comei
as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada
preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, nã entristeçais,
porque a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.9,8).
A
alegria do Senhor provém do Céu e enche o coração de gozo abundante e inefável.
Paulo exortou os irmãos de Tessalônica a alegrarem-se sempre. Somente os
crentes espirituais e que têm o fruto do Espírito podem desfrutar dessa
alegria. A alegria do Senhor é tão especial, que o crente pode alegrar-se mesmo
em momentos difíceis, de insucessos, de enfermidades, de perseguições e tantas
coisas desagradáveis; isso porque ela tem origem divina. Ela faz parte da vida
abundante, que é dada por Deus.
O
segundo aspecto do fruto do Espírito depois de amor é “gozo” ou alegria: “Mas o
fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança” (Gl 5.22). A alegria do Senhor é tão importante que
produz efeitos maravilhosos na vida do crente, contribuindo, assim, para que
ele tenha saúde. O sábio disse: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o
espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17.22). Mais do que dar saúde, a
alegria do coração dá uma nova aparência física aos servos de Deus:“O coração
alegre aformoseia o rosto” (cf. Pv 15.13a).
Ter
uma vida de oração
“Orai sem cessar” (v. 17). Além de viver
alegre com Cristo, o cristão verdadeiro precisa orar sempre e todos os dias
para ter vida abundante. Alguém já perguntou: Como podemos orar sem cessar?
Como viver orando em casa, na igreja, andando, como? Não é difícil entender.
Não quer dizer que uma pessoa tem que estar orando, concentrado em todas as
horas e minutos e em todos os lugares. Se um crente é, por exemplo, um
funcionário de uma loja, ele não deve parar o serviço de atendimento ao cliente
para orar; se ele vai andando a pé, não pode fechar os olhos e orar; se está
dirigindo um carro, não pode deixar de ver o percurso para orar. Orar sem
cessar quer dizer estar sempre “em espírito de oração”, na presença de Deus, em
qualquer lugar ou ocasião. Sempre que puder, o servo de Deus deve fazer a sua
oração a Ele nos horários normais: pela manhã, ao acordar; depois que ler a
Bíblia, na leitura diária; antes de sair para o trabalho; nos intervalos do
trabalho profissional; ao sair do trabalho; na volta para casa; ao chegar à sua
casa; antes de cada refeição; na igreja local; antes de dormir. Em todos esses
momentos, o fiel orará “sem cessar”. Diz Paulo: “Perseverai em oração, velando
nela com ação de graças” (Cl 4.2).
“Dar graças a Deus “em tudo” e “por tudo”
“Em
tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”
(v. 18). Só pode haver vida abundante se o crente tiver uma vida de gratidão a
Deus em tudo; e também devemos agradecer a Deus por tudo: “dando sempre graças
por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20).
Há crentes que não têm vida abundante porque pedem muitas coisas a Deus, mas,
normalmente, não rendem ações de graça pelas bênçãos recebidas. Paulo diz: “E,
quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus,
dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3.17). O apóstolo exorta que devemos dar
graças a Deus Pai por tudo o que fizermos, seja por palavras, seja por obras.
Esse é um dos requisitos para desfrutarmos da vida abundante que nos é
concedida por Cristo.
Não
extinguir o Espírito
O crente precisa ter uma vida espiritual
ativa para ter uma vida abundante. Ele não pode deixar que o Espírito de Deus
fique inativo na sua vida. O apóstolo diz: “Não extingais o Espírito” (v. 19).
Só há duas maneiras de o crente vivenciar a experiência cristã: (1) andando no
Espírito ou (2) vivendo segundo a carne (a natureza carnal). Paulo, escrevendo
aos Romanos, disse:
Porque os que são
segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o
Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas
a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é
inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o
pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém,
não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em
vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. E, se
Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o
espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dos mortos
ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo
também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita.
(Rm 8.5-11).
Paulo também exortou: “Digo, porém: Andai em
Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça
contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro;
para que não façais o que quereis” (Gl 5.16,17). Quem vive de acordo com a
natureza carnal acaba extinguindo a presença do Espírito Santo na sua vida. O
resultado é a morte espiritual. A Bíblia diz de maneira bem incisiva: “De
maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne,
porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes
as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de
Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.12- 14).
Não desprezar as profecias
“Não desprezeis as profecias” (v. 20). O
crente que tem vida abundante valoriza as coisas espirituais, o que incluem as
profecias da parte de Deus para o seu povo; e também, pelo dom de profecia,
como diz Paulo: “Segui a caridade, e procurai com zelo os dons espirituais,
mas, principalmente, o de profetizar. Porque, o que fala língua estranha não
fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de
mistérios. Mas, o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e
consolação” (1 Co 14.1-3). No Antigo Testamento, havia o ministério profético
que tinha abrangência nacional e que só era exercido por profetas especialmente
chamados por Deus, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Amós, Ageu, Malaquias e
outros. Acontece que, no Novo Testamento, não vemos mais aquele tipo de
profecias. Existe, sim, dentre os dons espirituais (1 Co 12), o “dom de
profetizar”, ou “dom de profecia”, que geralmente não tem mensagem para toda a
nação, ainda que, se assim Deus quiser, pode ter essa finalidade. Atualmente, a
profecia tem a finalidade de promover “edificação, exortação e consolação” (cf.
1 Co 14.3).
Examinar tudo e só reter o bem
“Examinai tudo. Retende o bem” (v. 21). Esse é
um versículo bíblico de grande sentido pragmático. O cristão não deve ser um
alienado a ponto de desconhecer a realidade espiritual, moral, social, política
e religiosa da sua nação. Ele deve saber acompanhar a evolução e o
desenvolvimento do país em todas as áreas de interesse nacional. Assim, com
muita propriedade e realismo, Paulo exortou os irmãos de Tessalônica que eles
têm o direito (e o dever) de examinarem todas as coisas que devem ser
examinadas à luz de nossa regra de fé e prática, que é a Palavra de Deus, mas
só reter ou valorizar e praticar o que for bom, coerente e que não prejudique a
prática da Palavra de Deus. “Retende o bem” é o mesmo que dizer: “Examine todas
as coisas, de qualquer ordem, mas só retenha” ou só valorize e fique com o que
é “o bem” para a vida cristã. Nunca, porém, o crente deve entender que algo é
bom, ou que faz o bem, se não passar pelo critério da Palavra de Deus. O
salmista disse: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu
caminho” (Sl 119.105). O que deve ser retido após o exame de tudo pelo crente
deve ser o que nos mostra a Palavra de Deus, como “lâmpada” e “luz, para o meu
caminho”.
Abster-se
de toda aparência do mal
“Abstendo-vos de toda a aparência do mal” (v.
22). Para o cristão desfrutar da vida abundante, trazida por Jesus, precisa
abster-se não só do mal, do que é pecado, como também da “aparência do mal”. Há
coisas na vida que não são propriamente pecados, só que a sua aparência pode
trazer consequências indesejáveis. Um irmão, ao sair da Escola Dominical da
igreja que eu congregava, resolveu ir a um restaurante para fazer um lanche.
Pediu uma comida rápida e um refrigerante sabor guaraná. Até aí, nada de errado.
Acontece que, na mesa em que se sentara, havia uma propaganda de cerveja, e ele
não percebeu. Aí certo irmão, passando no restaurante, viu a tal propaganda de
cerveja e imaginou que o outro irmão estava tomando bebida alcoólica. Ao sair
do ambiente, disse depois para alguns irmãos da igreja que o outro irmão estava
tomando cerveja, o que causou mal-estar e escândalo entre os que o conheciam.
Ao ser chamado a esclarecer o incidente, ficou provado que o irmão não houvera
tomado bebida alcoólica, mas que sem querer deu margem para ser visto como
bebedor de cerveja. Por isso, quem quer ter vida abundante deve perceber se
alguma coisa que faz pode ter a aparência do mal.
Santificação em tudo para a vinda de Jesus
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). A vinda
de Jesus para arrebatar a sua Igreja é a esperança de todos os cristãos
verdadeiros. Para participar do arrebatamento, porém, o cristão tem que estar
santificado por Deus em todas as áreas da vida; de tal forma que o seu ser
integral, formado pelo “espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
O arrebatamento é uma promessa gloriosa
prevista na Palavra de Deus. Diz Paulo: “Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do
Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos
os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente
com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com
o Senhor” (1 Ts 4.15-17).
CONCLUSÃO
Todo salvo deve ter a vida abundante prometida
por nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 10.10). Essa vida preciosa dever ser
cultivada com zelo, fidelidade e santidade de maneira que, quando Jesus vier
arrebatar a sua Igreja, nenhum salvo seja apanhado de surpresa sem estar
preparado para ir ao encontro com Cristo nos céus. Os que estiverem mortos
passarão pela ressurreição, e os que estiverem vivos serão transformados e
receberão um corpo glorioso para o encontro com o Senhor. Por isso, vale a pena
viver de tal forma que, quando Jesus vier — e isso a qualquer instante —,
possamos participar da sua chegada para levar a sua Igreja.