TEXTO
ÁUREO
“E,
oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles,
Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e
disse: Paz seja convosco!”
(Jo
20.26).
VERDADE
PRÁTICA
A Ressurreição de Cristo representa o ápice da esperança cristã.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 20.19,20,24-31.
19 — Chegada,
pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os
discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no
meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!
20 — E,
dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se
alegraram, vendo o Senhor.
24 — Ora,
Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
25 — Disseram-lhe,
pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o
sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não
puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.
26 — E,
oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles,
Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e
disse: Paz seja convosco!
27 — Depois,
disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na
no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.
28 — Tomé
respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!
29 — Disse-lhe
Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e
creram!
30 — Jesus,
pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que
não estão escritos neste livro.
31 — Estes,
porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A aparição
de Jesus perante os discípulos transformou um instante de medo e incerteza em
uma renovação da fé e felicidade. Com base nessa afirmação, o primeiro tópico
aborda a primeira aparição de Jesus após a ressurreição, evidenciando sua
presença viva e triunfante. O segundo destaca o impacto dessa revelação, que
trouxe esperança e um profundo sentido de alegria. Por fim, o terceiro tópico
explora a forma como Jesus fortaleceu a fé dos discípulos, especialmente a de
Tomé, demonstrando que a fé nEle está alicerçada em provas concretas.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A)
Objetivos da Lição: I) Analisar a importância da Ressurreição de Jesus como
prova de sua vitória sobre a morte; II) Reconhecer como a presença de Jesus
transforma tristeza e medo em esperança e alegria; III) Fortalecer a convicção
de que a fé em Jesus é fundamentada em sua Ressurreição e em suas promessas
eternas.
B)
Motivação: Assim como os discípulos enfrentaram dúvidas, medos e incertezas,
também enfrentamos desafios semelhantes em nossa jornada de fé. A aparição de
Jesus após a ressurreição renovou a esperança, trouxe alegria e fortaleceu a
convicção dos discípulos, mesmo em momentos de fraqueza. Essa mesma presença
viva de Cristo pode transformar nossas vidas hoje, trazendo esperança renovada
e fé inabalável.
C) Sugestão
de Método: Comece a aula lendo em voz alta a Leitura Bíblica em Classe,
enfatizando expressões que refletem “medo”, “alegria”, “dúvida” e “fé”. Aborde
cada tema da lição de maneira sequencial, utilizando recursos visuais como um
quadro ou slides para demonstrar como a aparição de Jesus revitalizou a
esperança dos discípulos. Durante a apresentação, faça perguntas direcionadas
aos alunos, como: “Que lições podemos retirar sobre a paz que Jesus oferece?”
ou “Qual é o significado da resposta de Tomé para a fé cristã?”. Para encerrar
a aula, desafie os alunos a reconhecer áreas nas suas vidas onde precisam
renovar a esperança e confiar plenamente em Cristo.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A)
Aplicação: Conforme a Leitura Bíblica em Classe desta lição, podemos contemplar
de que maneira a presença de Cristo pode revitalizar a nossa esperança nos dias
de hoje, tal como aconteceu com os discípulos.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista
Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens,
artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição
101, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios
Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na
preparação de sua aula: 1) O texto “Paz seja Convosco”, localizado após o
segundo tópico, contextualiza João 20.20; 2) No final do terceiro tópico, o
texto “Senhor meu, e Deus meu!” traz uma reflexão significativa a respeito da
bela afirmação de Tomé.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Chegamos à
última lição deste trimestre. A palavra que a define é esperança. A
ressurreição do nosso Senhor simboliza o ponto culminante da esperança cristã.
Por meio dela, conseguimos reforçar a nossa fé em Cristo, promover a alegria em
vez da tristeza, afastar o medo e acolher a mensagem destemida do Evangelho.
Nesta lição, somos convidados a renovar a nossa esperança.
Palavra-Chave:
ESPERANÇA
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
PAZ SEJA CONVOSCO!
“As palavras de Jesus, ao entrar, foram: Paz
seja convosco!, uma saudação hebraica normal. Mas neste contexto (21,26), e à
luz da promessa de 14.27, parece ser um lembrete da ‘sua paz como um presente
de despedida para os seus discípulos’. Também é um lembrete, como diz Strachan,
de que ‘esta paz não está em conflito com as dificuldades da vida, mas é a paz
alcançada através da luta contra um mundo hostil, e da vitória contra este’.
Como
testemunhos da intensidade da batalha e da certeza da vitória, Ele lhes mostrou
as mãos e o lado (20). Tendo ouvido a saudação de Jesus, e visto as evidências
da sua ressurreição, os discípulos se alegraram (‘se encheram de alegria’,
Weymouth)” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 7. Rio de Janeiro:
CPAD, 2022, p.164)
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
SENHOR MEU, E DEUS MEU!
“Tomé deve ter ficado chocado por ver que o
seu Senhor ressuscitado tinha estado presente (14.23,28), embora não pudesse
ser visto nem por eles, nem pelos demais, naquela ocasião específica (cf.
2.25). Não há nenhuma indicação de que Tomé tenha aplicado os testes que havia
exigido. Ao contrário, a fé foi ativada, e Tomé exclamou: Senhor meu, e Deus
meu! (28). ‘A ideia central com que se iniciou o Evangelho (1.1) ocorre
novamente no seu final: para o cristão fiel, Cristo é o próprio Deus’. Westcott
afirma que ‘as palavras, sem dúvida, são dirigidas a Cristo e são uma confissão
de sua pessoa... as palavras que se seguiram mostraram que o Senhor aceitou a
declaração da sua divindade, como uma verdadeira expressão de fé’” (Comentário
Bíblico Beacon. Volume 7. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.165).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
RENOVAÇÃO DA ESPERANÇA
Chegamos ao
final de mais um trimestre e rogamos a Deus que as ricas bênçãos continuem a se
derramar sobre seu ministério. Neste trimestre, sua classe aprendeu lições
preciosas acerca do Evangelho de João e, para finalizarmos, nesta última lição
veremos que a esperança do crente é renovada a partir da ressurreição de
Cristo. A fé e a esperança dos discípulos foram renovadas quando Jesus lhes
apareceu estando todos reunidos com as portas fechadas (Jo 20.9).
Como sabemos pelas narrativas dos
Evangelhos, os discípulos estavam arrasados em decorrência da morte prematura
de Jesus. Por um momento, perderam a esperança na manifestação do reino
messiânico, bem como na restauração de Israel enquanto nação. Mas não somente
isso: perderam também a esperança nas promessas proferidas pelo próprio Mestre,
de quem aprenderam preciosas lições e na companhia de quem testemunharam
grandes maravilhas. Seria este o triste final da manifestação do Filho de Deus
ao mundo? O relato de João nos mostra que a história teve um desfecho
completamente diferente do que os discípulos imaginavam. O mesmo Cristo que
havia sido ultrajado estava agora vivo diante deles (Jo 20.10-18).
O Comentário Devocional da Bíblia (CPAD)
afirma: “A primeira reação à descoberta de que o sepulcro de Jesus estava vazio
foi de pânico. Alguém devia ter roubado o corpo! João, o ‘outro discípulo’, viu
os panos em que Jesus fora envolvido sobre uma laje de pedra e supôs que o
corpo de Jesus ainda estava lá. Pedro inclinou-se, entrou e descobriu que os
lençóis de linho que envolviam o corpo de Cristo estavam vazios! Não havia
nenhum corpo dentro! João entrou e viu os lençóis e os lenço que tinha estado
sobre a cabeça de Jesus. A prova era indiscutível. Os dois não entenderam, mas
sabiam. Jesus ressuscitara dos mortos. Não existe nenhum acontecimento na
história antiga que tenha sido mias documentado do que a morte e ressurreição
de Jesus. A prova é indiscutível. As pessoas não têm de entender. Mas qualquer
exame cuidadoso do testemunho obriga à crença de que Jesus realmente
ressuscitou” (2012, p.709).
Ao testemunharem que Jesus havia
ressuscitado, João e Pedro rapidamente foram ao encontro dos demais discípulos
para confirmar as palavras de Maria Madalena: Jesus ressuscitou! (Jo 20.1-9).
Não era mais só o testemunho dela; eles mesmos contemplaram que a ressurreição
era real. Não é só o que lemos ou cremos, mas a experiência com o Espírito
Santo nos testifica que nossa esperança no Cristo ressuscitado não é debalde
(At 1.8). Ele renova a fé e fortalece por Sua graça até o fim.
CONCLUSÃO
Durante
este trimestre, exploramos ensinamentos valiosos que nos ajudam a entender
melhor a divindade de Jesus. O nosso Senhor é eterno; é diferente do Pai, mas
igual a Ele; é Deus em sua essência; o Criador de tudo; e, por conseguinte, a
fonte de toda salvação e vida espiritual. Este foi um dos propósitos que o
evangelista redigiu seu Evangelho: para que possais crer que Jesus é o Cristo,
o Filho de Deus e, ao crerdes, tenhais vida em seu nome (Jo 20.31).
CPAD
: E o Verbo se fez carne — Jesus sob o olhar do
Apóstolo do amor
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 13: Renovação da esperança
Capítulo 13
Jesus Renova a Esperança dos Discípulos
"Porque, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com
ele."
1 Tessalonicenses 4.14
João 20.19-31
19-
Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas
onde os discipulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e
pós-se no meio, e disse -thes: Paz seja convosco!
20-
E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discipulos se
alegraram, vendo o Senhor,
21-
Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me
enviou, também eu τοις επετο ατός
22-
E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-thes: Recebei Espirito Santo
23-
Aqueles a quem perdoardes as pecades, thes são perdoa-dos, e, aqueles a quem os
retiverdes, thes são retidos.
24-
Ora, Tomé, um dos doze, chamado Didimo, não estava com eles quando veio Jesus.
25-Disseram-lhe,
pois, os outros discipulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-Lhes: Se eu não vir o
sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não
puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma e crerei.
26-
E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discipulos dentro, e, com eles,
Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meia, e
disse: Paz, seja convosco!
27-
Depois, disse a Tomé: Pse aqui o teu dedo e vë as minhas mãos; chega a tua mão
e põe-na no meu lados não sejas incré-dula, mas crente.
28-
Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!
29-Disse-lhe
Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e
creram!
30-
Jesus, pois, operou também, em presença de seus discipulos, muitos outros
sinais, que não estão escritos neste livro.
31-
Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de
Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Introdução
A |
pós a
ressurreição, Jesus apareceu a seus discípulos várias A vezes. Entretanto, a
sua residência não era mais terrena, porque Ele não estava mais restrito como
"nos dias de sua carne" (Hb 5.7) porque já estava glorificado, em
corpo celestial.
Na primeira
aparição de Jesus como ressurreto, Ele apareceu a apenas uma mulher, Maria
Madalena (Jo 20.14), sua discipula fiel, juntamente com os demais apóstolos.
Na segunda aparição ressurreto, Jesus foi
visto por seus seguidores, homens e mulheres, e o cenário é outro. O sepulcro
continua vazio e, agora, os discipulos ainda assustados se escondiam dos olhos
do povo, mas esses homens e mulheres, onde todos estavam reunidos, com portas e
janelas fechadas, não esperavam qualquer surpresa. Eles estavam em uma casa de
algum conhecido na periferia popular da cidade de Jerusalém. Todos os
discípulos estavam em expectativa e dominados pelo medo de se exporem fora
daquela casa. Já era tarde daquele primeiro dia da semana quando Maria Madalena
levou aos discípulos a mensagem de que teria visto e falado com Jesus ressurreto.
Mas eles estavam céticos de que Maria Madalena tivesse falado e visto Jesus
vivo. Talvez imaginassem que Maria Madalena tivesse
alguma alucinação, porque em suas mentes, aquele grupo de homens e mulheres
ainda estava dominado pelo medo dos judeus e sentiam-se desamparados. A verdade
é que os discipulos haviam fugido para suas casas por ocasião da prisão de
Jesus, ficando apenas, de longe, Pedro e João Jo 16.32; 18.8; 19.27). Dois
daqueles discípulos, Pedro e João, foram ao local do sepulcro e constataram que
estava vazio e viram apenas "o lenço" que haviam colocado sobre a sua
cabeça e "os lençóis". Vendo esses objetos enrolados e colocados à
parte, voltaram para as suas casas (Jo 20.6-8).
Oito dias mais tarde, depois de terem
recebido o Espírito Santo, todos os discípulos estavam escondidos com portas
trancadas em um cenáculo alugado. Quando Jesus voltou a aparecer entre eles,
por três vezes, lhes disse: Paz seja convosco! (Jo 20.19,21,26).
I -
Ocasiões nas quais Jesus se Manifestou entre os Discípulos
1. Dez registros de suas aparições aos
discípulos
Durante os 40 dias entre a sua ressurreição e
a sua ascensão ao Pai, temos registradas pelo menos dez ocasiões em que Jesus
apareceu a seus discípulos. Suas aparições aconteceram primeiro a Maria
Madalena junto ao túmulo vazio (Jo 20.11-18); depois, às mulheres que voltavam
da sepultura para anunciar aos discipulos que Cristo não estava no sepulcro (Mt
28.8-10); em seguida, a Pedro (Lc 24.34; 1 Co 15.5); aos discípulos que foram
pelo caminho de Emaús ao anoitecer (Me 16.12; Lc 24.13-32); aos discípulos
reunidos em uma casa em Jerusalém, quando Tomé estava ausente (Mc 16.14; Lc
24.36-43; Jo 20.19-25); depois com Tomé presente (Jo 20.26-31; 1 Co 15.5);
também, a sete discípulos junto ao mar da Galileia (Jo 21); aos apóstolos e
mais de 500 seguidores de Jesus (Mt 28.16-20; Mc 16.15-18; 1 Co 15.6); e,
finalmente, a Tiago, meio-irmão de Jesus (1 Co 15.7), que fora um dos mais
reticentes a aceitar a divindade de Jesus. Por último, Jesus apareceu aos
discípulos no monte das Oliveiras quando se despediu e foi gloriosamente
elevado às alturas ao encontro do Pai (Mc 16.19-20; Lc 24.44-53; At 1.3-12).
Todas essas aparições de Jesus até a sua ascensão aos céus revelam e confirmam
que Cristo, de fato, ressuscitou. No texto de João 20.22-23, está registrada
não apenas a sua aparição aos discípulos, mas quando Ele soprou sobre eles o
Espírito Santo e lhes disse: "Recebei o Espírito Santo" (v. 22).
2. Duas preciosas lições para o cristianismo
A primeira lição é o fato de que a ressurreição
de Cristo se constitui no ponto máximo da fë crista. Paulo escreveu aos
coríntios dizendo: "E, se Cristo não ressuscitou, logo é và a nossa
pregação, e também é vă a nossa fe" (1 Co 15.14).
Não há como negar o fato da ressurreição de
Cristo. Segundo o texto de 1 Coríntios 15.12-15, alguns cristãos de Corinto
negavam a possibilidade da ressurreição e faziam da mensagem de Paulo e de
outros apóstolos, fiéis ao que receberam da doutrina de Cristo, uma mentira e
um engano doutrinário. Esses cristãos haviam se convertido com a mensagem do
Evangelho, mas ainda eram influenciados por filosofias gregas em relação à
imortalidade da alma humana, porque lhes foi ensinado que depois da morte
fisica a alma saía do corpo e era absorvida por algo celestial, ou então, as
almas saíam do corpo para continuar em uma existência sombria no Inferno.
Essencialmente, para essa filosofia, a ressurreição fisica era impossível (At
17.18,32). Entretanto, o testemunho dos Pais da Igreja era suficiente para
con-firmar que Jesus ressuscitou, e pela sua ressurreição nós temos vida. A
expressão "ressurreição de entre os mortos" aparece no texto grego
original como "he anastasis ek nekron" para indicar que Jesus foi
tirado do meio dos mortos fisicamente. O salmista fala da esperança da
ressurreição quando diz: "Mas Deus remirá a minha alma do poder da
sepultura, pois me receberá" (Sl 49.15). A Bíblia Tradução Brasileira
traduziu o texto assim: "Mas Deus remirá a minha alma do poder do
sheol". Na versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) está traduzido assim:
"Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte". Essencialmente, entendemos que a mensagem do
texto do salmista indica um fato e uma esperança ao mesmo tempo, para afirmar
que nem a sepultura, nem o Sheol (ou Hades) puderam prendê-lo mediante o poder
da ressurreição. A essência da Escritura é a ressurreição, porque a alma e o
espírito vão para o estado intermediário que chamamos de Sheol (hb., no Antigo
Testamento) ou Hades (gr., no Novo Testamento). A sepultura não é o Sheol ou o
Hades; ela é apenas o lugar fisico dos corpos dos mortos. A alma e o espírito
se desligam da sepultura e aguardam em lugar provisório até a ressurreição de
seus corpos (Is 26.19). Contudo, a grande máxima do cristianismo é a verdade da
ressurreição conforme o apóstolo Paulo falou: "é manifesta, agora, pela
aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a
vida e a incorrupção, pelo evangelho" (2 Tm 1.10). O próprio Senhor Jesus
enfatizou e deu sentido especial à doutrina da ressurreição quando falou:
"Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão
nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação"
(Jo 5.28,29).
A segunda lição é que a ressurreição é um
acontecimento indiscutível que renova a certeza e a alegria de que Ele está
vivo. A certeza da ressurreição renova a esperança de que os mortos em Cristo
um dia ressuscitarão para vida eterna (1 Ts 4.14-16). O pastor e teólogo John
MacAthur, em sua Bíblia Comentada, escreveu o seguinte: "A esperança da
ressurreição faz com que todos os esforços e sacrifícios no trabalho do Senhor
valham a pena. Nenhum trabalho feito em nome do Senhor é desperdiçado à luz da
glória e da recompensa eterna".
É importante analisarmos que a ressurreição
nos assegura uma verdade insofismável e indiscutível de que, literalmente, a
ressurreição de Jesus foi corporal. Os elementos históricos que envolvem a
ressurreição devem merecer a nossa apreciação.
II - Elementos Materiais e Espirituais da
Ressurreição de Cristo (Jo 20.1,9,10)
1. O Túmulo Vazio (Jo 20.1-8; Lc 24.2,3,6)
Ora, todos sabemos que o caminho do túmulo é
inevitável e é o caminho de todos os mortos, e Jesus teve de passar por ele,
como todos os homens. Mas para cumprir toda a Escritura, Ele não ficou preso na
sepultura cavada na rocha, porque os anjos de Deus vieram e removeram a pedra
redonda e pesada.
Já dissemos
anteriormente, mas, para fortalecer esse fato, precisamos considerar algumas
ações típicas dos costumes romanos. Por
exemplo, naquele tempo, os romanos tinham a prática de deixar a vítima da
crucificação exposta ao relento, e as aves de rapinas, bem como alguns animais
carnívoros, comiam a carne dos corpos expostos. José de Arimateia era dono de
uma sepultura nova, bem próxima do lugar do monte do Calvário. Esse homem,
gentilmente, cedeu aquela sepultura nunca usada antes para colocar o corpo de
Jesus. Ele fez mais do que isso, pois teve coragem de se expor como discípulo
secreto de Jesus e pedir diretamente a Pilatos que lhe concedesse o direito de
tirar o corpo de Cristo da cruz e sepultá-lo decentemente (Jo 19.38).
2. A pedra redonda removida da entrada do
sepulcro (Mc 16.4; Jo 20.1)
Os
ricos daquela época não sepultavam seus mortos em terra nua. Normalmente, quem
podia comprava algum terreno com rochas, as quais eram cavadas, criando uma
gruta com espaço suficiente para colocar os seus mortos. A sepultura na qual
foi colocado Jesus não era em terra nua, típica das covas feitas para as
pessoas comuns de classes mais pobres. A pedra colocada na entrada da sepultura
tinha a forma de um disco rochoso que podia ser girado dentro de uma canaleta
feita na rocha, na parte baixa da entrada, onde o disco rochoso podia rolar para
fechar a sepultura. O disco de pedra era pesado e requeria muita força para
fazê-lo rolar naquela canaleta. Porém, milagrosamente, essa pedra redonda foi
removida pelos anjos ao dar assistência ao Senhor Jesus (Mt 28.2,3). Não há
força alguma, fisica ou espiritual, que impeça a força dos anjos enviados por
Deus para mover pedras e portas.
3. O selo e a guarda romana (Mt 27.64-66)
Os judeus inimigos de Jesus, por temerem que
os discípulos rou-bassem o corpo e para evitar que a notícia da ressurreição
pudesse surpreender a todos, foram até Pilatos e solicitaram que soldados
guardassem o sepulcro. Então disseram a Pilatos:
Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com
segurança até o terceiro dia; não se de o caso que os seus discipulos vão de
noite, e o furtem e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último
erro será pior do que o primeiro. Disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide,
guardai-o como entenderdes. E, indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando
a pedra". (Mt 27.64-66)
Na verdade, esses homens maus fizeram o lacre
com o selo impresso do anel do rei ou do governador, e significava que ninguém
podia destrui-lo. A guarda romana montou guarda junto à entrada do sepulcro
para impedir que qualquer pessoa se aproximasse ou tentasse remover a pedra e
quebrar o selo oficial. Mas o poder de Deus, superior a qual-quer força humana,
agiu poderosamente naquele local, pois "eis que houvera um grande
terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a
pedra, e sentou-se sobre ela" (Mt 28.2).
4. A grande surpresa (Jo 20.1; Mc 16.4,6)
Para que se efetivem os designios de Deus,
não há nada que possa impedir o seu cumprimento. Quando Maria Madalena e as
outras mulheres perceberam que a pedra redonda havia sido deslizada para o lado
da entrada do sepulcro, elas viram o anjo "e o seu aspecto era como um
relâmpago, e a sua veste branca como a neve. E os guardas, com medo dele,
ficaram muito assombrados e como mortos". Aqueles homens caíram desmaiados
de terror e de medo, porque os anjos de Deus removeram a pedra (Mt 28.3,4).
5. A
mensagem de conforto dos anjos de Deus às mulheres (Mc 16.6-8)
Essa mensagem angelical teve um caráter bem
pessoal, porque foi Maria Madalena que, ainda chorando muito, abaixou-se para
entrar na gruta cavada e, chegando lá, teve a maravilhosa visão de dois anjos
vestidos de branco, os quais estavam assentados onde jazia o corpo de Jesus, um
à cabeceira e o outro aos pés (Jo 20.11,12). Existem peque nas
discrepancias quanto ao fato de que Maria Madalena tenha ido só ao sepulcro,
mas Mateus, Marcos e Lucas, os Evangelhos Sinóticos, afirmam que outras
mulheres estavam com Maria Madalena. O que aquelas mulheres se depararam foi
com a presença daqueles seres celestiais, os quais as consolaram, dizendo-lhes:
"Não tenhais medo" (Mt 28.5). Aqueles anjos de Deus ainda lhes
mostraram o lugar vazio no interior do túmulo. Hoje, é o Espírito Santo, o
Consolador, que glorifica a Jesus, mediante a sua obra expiatória.
Os inimigos de Jesus ficaram calados ante a
evidência do túmulo vazio. Era, de fato, o testemunho silencioso da
ressurreição. A vida dos discípulos foi transformada poderosamente e a igreja
foi estabelecida após o Dia de Pentecostes (At 1.21,22; 2.31,32).
O texto de Atos 2.32,33, o sermão de Pedro,
revela o seu conhecimento das Escrituras, quando disse: "Deus ressuscitou
a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas, de modo que, exaltado pela
destra de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou
isto que vós agora vedes e ouvis".
III - A
Formação da Doutrina da Ressurreição
Na
Declaração de Fé das Assembleias de Deus, no capítulo que trata da Doutrina da
Ressurreição e Ascensão de Cristo, está escrito que:
Cremos e
ensinamos que o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia,
"segundo as Escrituras" (1 Co 15.4), e apresentou-se vivo, com muitas
e infaliveis provas aos seus discípulos por espaço de 40 dias. A ressurreição
de Jesus. foi corporal, conforme profetizado no Antigo Testamento, anunciado de
antemão pelo próprio Senhor Jesus Cristo, testemunhado pelos apóstolos:
"Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas".
(At 2.32)
A doutrina tinha na sua essência tudo aquilo
que o mundo precisava saber e conhecer, e, para que se formasse essa doutrina,
foi necessário que houvesse o testemunho e as evidências da ressurreição.
Porém, os
inimigos
gratuitos de Cristo criaram teorias, as mais fantasiosas, para negar as
evidências.
1. Teorias falsas contra as evidências da
ressurreição
Existem, pelo menos, quatro teorias criadas
para negar a ressurreição de Jesus.
Teoria do Desmaio. Os
defensores dessa teoria declaram que Jesus nunca morreu. Quando o corpo de
Jesus foi colocado no túmulo de José de Arimateia, Cristo ainda estava vivo.
Segundo essa teoria, Jesus estava apenas desmaiado, e depois de várias horas
seu corpo foi reanimado pelo ar frio do túmulo. Após ser reanimado pelos discípulos,
Ele havia se levantado e partido fora daquele túmulo.
Teoria do Roubo do Corpo do Morto. Há
pessoas que declaram que as autoridades judaicas pagaram e subornaram os
sol-dados para mentir aos que os perguntassem sobre o corpo de Cristo. Essa
teoria afirma ainda que os discipulos vieram durante o tempo em que o corpo de
Jesus ficou na sepultura e o roubaram, levando-o para lugar desconhecido.
Teoria da Alucinação. Esse grupo
declara que todas as aparições de Cristo após a sua morte foram hipotéticas.
Declaram que o estado de espírito dos discípulos era dominado por grandes
emoções, provocando alucinações, com a ideia de que tenham visto alguma coisa,
quando, de fato, não passava de alucinação. Certo escritor escreveu que "a
igreja cristă está fundada sobre uma experiência patológica de certas pessoas
do primeiro século de nossa era. Se houvesse um bom neurologista que
consultasse a Pedro e os demais discípulos de Jesus, nunca haveria a igreja
crista". Mas a igreja de Cristo é uma realidade viva. Cristo está vivo, e
o Espírito Santo é quem aviva, não apenas a memória histó rica da
morte e ressurreição de Jesus, mas a sua presença imanente na vida da igreja é
inconfundível!
Teoria do Equívoco. Essa
teoria levanta dúvidas quanto à visita das mulheres ao túmulo. Acredita-se que
elas se equivocaram quanto à aparição do Cristo ressurreto. Afirma ainda que
elas foram a outro sepulcro, pois havia muitos túmulos parecidos. Declaram também
que o encontro de Maria Madalena não foi com Jesus Vivo, mas, sim, com o
jardineiro.
Essas teorias todas caíram por terra, porque
as evidências reais do Cristo ressurreto são indiscutíveis e inconfundíveis.
Isso fortalece ainda mais o fato de que Jesus realmente ressuscitou.
Conclusão
Para João, o autor desse Evangelho, e para
todos os cristãos primi-tivos, bem como para todos nós no tempo presente, a
ressurreição de Jesus é uma verdade imutável sobre a qual a fé cristă está
alicerçada no testemunho daqueles que realmente viram que Cristo voltou a
viver. O testemunho daquelas pessoas hoje, após mais de 2 mil anos, fortalece a
nossa fë na obra salvifica de Cristo. Ainda é possível ouvir as palavras do
apóstolo Paulo: "E, se Cristo não ressuscitou, logo é và a nossa pregação,
e também é và a vossa fé" (1 Co 15.14).
"A ressurreição de Cristo se tornou
o ponto
máximo da fe crista."
E o Verbo se fez carne — Jesus sob o olhar
do Apóstolo do amor
Elienai
Cabral