sábado, 10 de fevereiro de 2024

O CORPO DE CRISTO - Lição 6 - Igreja: Organismo e Organização




  Pedro e João subiam juntos  templo à hora da oração, a nona. E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era cоко, о qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. Ele, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa. E disse Pedro: Não tersho prata nem ouro, mas o que tenho, imo te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. E saltando ele, pos-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. (At 3.1-8)

   No contexto do Novo Testamento, a igreja começa, em primeiro lugar, como um organismo vivo (At 2), que posteriormente sente a necessidade de organizar-se (At 6). Dessa forma, organismo e organização aparecem como os dois lados de uma mesma moeda. Assim, podemos dizer que não há função sem forma e organismo sem organização.

Como um organismo vivo, a Igreja Primitiva era conhecida, por exemplo, pela comunhão dos seus membros (At 2.42-46) e pelo exercício dos seus carismas (1 Co 12-14). Essa era a estrutura mística do Corpo de Cristo. O apóstolo Paulo mostra esse fato quando faz a analogia da igreja com um corpo humano (1 Co 12). Por outro lado, a organização é um processo natural em tudo o que é humano. Todos nós sentimos a necessidade, de alguma forma, de estarmos organizados.

   Há, entretanto, outro lado sobre o qual devemos fazer referencia  a institucionalização da igreja. Nesse aspecto, devemos destacar que organização não é a mesma coisa que institucionalização. A organização é boa e é saudável para a vida da igreja; já a institucionalização, não. A organização faz a igreja andar livremente; a institucionaliza- ção só a enrijece, calcifica e fossiliza. A organização preocupa-se em ter uma igreja adornada interiormente; a institucionalização busca aparatos externos para fazer isso. A organização é divina (1 Co 14.30); a institucionalização é humana. Devemos, portanto, buscar a organização e evitar a institucionalização.

   Buscando o Equilíbrio: Lições da História

  É preciso, portanto, voltarmos ao conceito de igreja neotesta- mentária se quisermos ter o comportamento de verdadeiro Corpo de Cristo. Alguns, por temerem a institucionalização da igreja, evitam qualquer forma de organização. Nesse sentido, acreditam que a igreja não necessita de estrutura alguma. Devemos, portanto, destacar que não é pecado e nem errado a igreja organizar-se ou possuir alguma estrutura organizacional. A organização faz parte de toda estrutura humana que funciona. Todavia, organização nunca deve ser confundida com institucionalização. Enquanto uma une a igreja, a outra divide-a. A organização quando não se transforma em institucionalização é necessária e útil para a vida da igreja. Se a sociedade civil não possuísse estrutura organizacional alguma, tudo seria um caos. A criação, por exemplo, dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, bem presente nas democracias, foi para manter o Estado de Direito da sociedade civil organizada.   Da mesma forma, a igreja, como um organismo vivo, quando não possui nenhuma organização, não funcionará da forma como deveria.

Nesse aspecto, vale a pena lermos as palavras do reverendo Antonio Gilberto:

  A Igreja é, ao mesmo tempo, um organismo e uma organização. É a Igreja invisível com seu aspecto visível. As igrejas locais, com seus templos e tudo o que eles contêm, são organizações, mas o povo que pertence a essas igrejas, que as frequenta, servindo e adorando a Deus, compõe-se de pessoas nascidas de novo pelo Espírito. Essas igrejas formam, no seu conjunto universal, um organismo espiritual (1Pe 2.5). A igreja como organismo e orga- nização (Ef 4.12-16). Vejamos as duas principais diferenças entre estes dois: (1). Um organismo tem vida; uma organização, não. A Igreja Universal, como o corpo de Cristo, como um organismo, não depende de cerimônias, de reconhecimento, de templos, de estatutos civis, de livro de atas, de livros de rol de membros e coisas semelhantes, mas ela como organização necessita de tudo isso e muito mais, como veremos no desenrolar deste es- tudo. A Igreja Universal permanecerá inabalável quando tudo isso terminar (2). Um organismo tem apenas uma cabeça; uma organização pode ter mais. Como corpo de Cristo, a Igreja tem uma só cabeça que é Ele mesmo. Ela é chamada de corpo porque não só é a expressão visivel dele aqui, bem como executa a sua obra e faz o seu querer. Paulo antes da sua conversão estava perseguindo a Igreja aqui na terra, quando do céu Jesus entrou em ação a favor dela, perguntando: "Saulo, Saulo, por que me persegues?". Perseguindo aos membros da Igreja, Saulo estava perseguindo a Cristo! Ao passo que ela, como organização, tema os seus líderes e dirigentes locais, regionais e nacionais. É bem patente em Ef 4.12-16 que a Igreja é primeiramente um organismo, mas tanto no livro de Atos como nas Epístolas vemos também a Igreja como uma organização local, regional e nacional. Alguns espiritualizam de tal forma a Igreja que o assunto chega ao ri- diculo; outros a organizam tanto com esquemas, planos, rotina, programas que ela passa a ser apenas um corpo social como uma associação qualquer; um clube a mais.

  Essas sábias palavras ditas pelo pastor Antonio Gilberto refletem com precisão o pensamento dos missionários suecos fundadores da

Assembleia de Deus no Brasil. Eles eram conscientes de que a igreja

é um organismo vivo e que, de certa forma, precisava organizar-se.

Contudo, por temerem o institucionalismo, sempre foram muito cautelosos na questão do governo da igreja. Esses pentecostais da primeira geração temiam que o pentecostalismo deixasse de ser um movimento livre e acabasse se tornando um movimento meramente institucional. Na verdade, o que eles temiam mesmo era o denomi- nacionalismo, pois acreditavam que este era o caminho mais curto para a institucionalização da igreja.

  Em 1909, William Durham (1873-1912), pastor de uma missão metodista livre na Avenida Norte, Chicago, EUA, com quem Gunnar Vingren congregou, publicou um artigo no seu jornal The Pentecostal Testimony, no qual ele atacava duramente o que denominava de "organização". Nos dias de Durham, o termo "organização" era entendido como sinônimo de "institucionalização". Durham escreveu:

  Se um homem quer pregar o Evangelho de Jesus Cristo como está na Bíblia, ele deve fazê-lo fora das denominações religiosas deste dia. Enquanto ainda existiam muitas almas honestas em muitas delas que amam a verdade, como organizações, eles descartaram as verdadeiras verdades do Evangelho e, no seu lugar, substituíram por teorias dos homens.

  Durham, portanto, era averso ao institucionalismo e à institu- cionalização da igreja. Ele chegou a dizer num artigo que, se o mo- vimento pentecostal fosse institucionalizado, ele perderia relevância e ficaria igual ao catolicismo. Durham tinha autoridade para dizer isso. Ele filiara-se aos batistas, mas abandonou a comunhão batista para mergulhar no movimento metodista livre por achar esse mais parecido com a estrutura do Novo Testamento.

  O jornal Evangelii Harold, editado por Lewi Pethrus, na edição de 10 de agosto de 1916 (p. 129), republicou o artigo de William H. Durham, intitulado Organização. Petrhus, por ter sido batista, era adepto do sistema de governo congregacional. Nesse sistema, as igrejas são autônomas e mantêm independência em relação as outras. Esse modelo possui um sistema de Convenção, mas este não tem autoridade sobre a autonomia das igrejas locais. Pethrus mostra o cuidado com a institucionalização da igreja quando sintetiza o texto de Durham no seu periódico Evangelii Harold.

   Assim, de acordo com Pethrus:

  Sindicatos, sociedades, associações e denominações, podem ter seus valores, mas não são instituições divinas; (2). Elas [institui- ções] constituem grandes riscos e perigos para a única organização que o Novo Testamento conhece, ou seja, a igreja de Deus e Jesus Cristo; (3). Eles [sistemas] reúnem o conselho e a liderança da obra de Deus e os colocam nas mãos de alguns poucos homens que, como consequência disso, tornam-se, na maioria dos casos, inflados e perdem seu poder espiritual; (4). Ou "se eles não são inflados, os membros da igreja em geral os admiram demais e, em muitos casos, simplesmente os adoram"; (5). Deus não quer que nenhum de Seus servos ou testemunhas sejam elevadas acima de Seus irmãos, pelo contrário, Ele quer que todos eles estejam diante Dele e do povo no mesmo nível; (6). As organizações e credos denominacionais dão origem a divisões.

  Numa palestra dada por ocasião da Conferência Mundial Pentecostal ocorrida em Estocolmo, Suécia, em 1939, Pethrus propôs-se a responder às perguntas:

   "A organização ao lado ou acima da Igreja local é aceitável? Que tipo de organização é mais bíblica e, portanto, desejável?" 7 De acordo com Pethrus,

É bastante claro que uma obra de Deus como o Cristianismo, que apareceu no dia de Pentecostes, deve ter uma forma ex- terna para existir, um vaso no qual o poder divino pudesse ser derramado e armazenado. Deve ter algum tipo de organização. E conseguiu isso também. Na primeira era cristă, os grupos de atividades não eram desorganizados. Portanto, a questão não é ...

 

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  como congregação local: "E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano". No entendimento de Pethrus, essas passagens bíblicas são claras em diferenciar a Igreja Universal da local. A igreja local aparece com mais clareza em Atos 2.41: "De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas". É a igreja local em Jerusalém que é mencionada aqui. A importância da igreja local é ressaltada por Pethrus no contexto do pentecostalismo sueco. Mesmo sem possuir nenhuma sociedade missionária organizada - isto é, as igrejas locais eram responsáveis pelo envio dos seus próprios missionários, havia entre os pentecostais suecos 230 missionários espalhados em diferentes partes do mundo. Esse número ultrapassava em 50 do total de missionários mantidos pela maior associação missionária sueca daqueles dias.

  Pethrus lembra quando os pentecostais suecos começaram a organizar-se em torno de uma sociedade missionária e como isso, segundo ele, estava tomando o lugar da igreja local.

  Houve um tempo aqui na Suécia no movimento pentecostal, quando uma organização missionária estava se infiltrando entre nós. De minha parte, no fundo do coração, eu tinha essa opinião, que aqui expressei, mas pensei em ceder em prol da paz. Talvez eu não precisasse ser tão determinado. E muitos de nossos irmãos estavam no mesmo caminho. Eles cederam nesse ponto. Mas, por fim, pudemos ver que um poder estava crescendo entre nós fora dos braços da Igreja local, e começou a ameaçar nossa liberdade. Houve uma coisa que foi muito marcante: uma batalha começou entre os irmãos em todo o país. Havia conflito e luta em todos os lugares. Mas então tomamos uma posição, e Deus levou tudo a uma grande crise, que abalou o avivamento pentecostal, e passamos por grandes sofrimentos, mas Deus nos libertou da organização [institucionalização] que havia começado.10

   No entendimento de Pethrus, esse tipo de organização acabava por tomar o lugar da igreja local, o que não seria saudável para o movimento pentecostal. E, segundo ele, isso era paradoxal - as orga- nizações institucionais eram criadas para unir a igreja, mas acabavam dividindo-a. Em vez da paz, havia conflitos. Dessa forma, Pethrus está convencido de que o padrão bíblico que mostra a relevância da igreja local deve ser seguido.

  Gunnar Vingren, também por ter sido um pastor batista, manti- nha uma visão congregacional da igreja. Assim como Durham, que o enviou ao Brasil, ele era preocupado com a institucionalização da igreja. Em uma carta que ele enviou para ser publicada no jornal sueco Evangelii Harold em 1927 deixou clara essa preocupação. Vin- gren procura responder àqueles que estavam especulando sobre a estrutura organizacional (institucional) que a igreja fundada por ele aqui no Brasil estaria ganhando. Nesse aspecto, especulava-se que a igreja por ele fundada não seguia o modelo de igreja livre como acontecia como as suas coirmãs na Suécia e nos Estados Unidos. Vingren, portanto, segundo os seus patrícios, estaria adotando al- gum tipo de estrutura institucional. Ele protesta e diz que a igreja brasileira, contrariamente ao que insinuava os seus compatriotas, seguia o modelo de igreja livre.

Vingren escreveu:

  Já que o irmão William Durham de Chicago, que nos enviou, cha- mou a sua congregação de "Assembleia de Deus", então parecia natural para nós ligarmo-nos com esse nome, não porque quería- mos formar uma organização, mas porque era realmente verdade que nós que cremos no batismo do Espírito Santo éramos a Igreja de Deus. E o motivo pelo qual nos registramos aqui no estado foi apenas para obter direitos legais. (Em um ponto no Pará, a reunião dos Socialistas foi dissolvida porque eles não estavam registrados no estado). Se agora alguns irmãos entenderam mal essa relação e declaram que temos uma organização aqui, então protestamos e declaramos que somos livres, queremos ser guiados apenas pelo Espírito Santo e acreditamos que somente o Espírito Santo será o lider da igreja. Opomo-nos a isso, e cada igreja aqui é independente das outras e não pode decidir uma sobre a outra. Nem pode um irmão governar sobre o outro, mas temos apenas em comum a preciosa fé de Jesus e as preciosas promessas que nos foram dadas na Bíblia."

Vingren não somente segue o modelo congregacional, como também o modelo de governo adotado pelas Assembleias de Deus americanas, que tinham em William H. Durham a sua inspiração. Isso fica perceptível a partir da organização do pentecostalismo norte-americano. Edith L. Blumhofer (1950-2020), historiadora das Assembleias de Deus, destaca que gradualmente, E. N. Bell, primeiro Superintendente Geral das Assembleias de Deus americanas, e os seus associados começaram a tratar a questão organizacional do Movimento Pentecostal.

  De acordo com Blumhofer:

   O grupo entrou em comunhão com H. G. Rodgers e outros pente- costais independentes no sudeste para formar uma organização unida: A Igreja de Deus em Cristo e em unidade com o Movimento de Fé Apostólica. Em 1913, a sua lista de ministérios incluía 352 nomes, e o nome do grupo foi encurtado para Igreja de Deus em Cristo. Uma relação informal foi mantida com o grupo de santi- dade pentecostal de mesmo nome. Em uma reunião campal em Eureka Springs, Arkansas, Bell decidiu fundir o seu periódico Fé Apostólica com a Word and Witness, editado por M. M. Pinson. Bell manteve o título Word and Witness e começou a publicar na sua base em Malvern, Arkansas. A Igreja de Deus em Cristo era simplesmente uma associação ministerial livre, sem autoridade obrigatória - um "acordo de cavalheiros", como os participan- tes chamavam. Alguns acreditavam que mais organização era necessária para evitar a formação de grupos cada um seguindo a sua própria direção. Então, Bell convocou uma reunião para Hot Springs em abril de 1914. depois de vários dias de trabalho cuidadoso e fervoroso, foram formadas as Assembleias de Deus americanas. Rejeitando a organização denominacional, os delegados concordaram em promover uma cooperação voluntária que não afetaria o autogoverno congregacional. Eles decidiram que as assembleias locais seriam chamadas pelo nome bíblico "Assembleia de Deus". Representantes locais formariam o Conselho Geral das Assembleias de Deus, cujo propósito era reconhecer os métodos escriturísticos e a ordem de adoração, unidade, companheirismo, trabalho e negócios em prol do Reino de Deus e para desaprovar todos os métodos, doutrinas e condutas antibíblicos.12

  Observamos que as Assembleias de Deus americanas surgem com uma dupla preocupação: organizar-se para evitar a fragmenta- ção, mantendo-se, contudo, como um movimento livre para evitar a institucionalização. Assim, o movimento pentecostal uniu-se como uma associação de igrejas, respeitando, porém, a autonomia de cada uma delas.

   Dentro desse contexto, convém destacar aqui que, na tradição protestante, há três principais sistemas de governos eclesiásticos: o episcopal, o congregacional e o presbiteral. Esses sistemas de governos praticados hoje nas diferentes tradições protestantes, embora cada uma delas reivindique originalidade bíblica, sofreram adaptações ao longo de suas histórias. Assim como outras tradições protestantes, também procuramos ficar nivelados pelas Escrituras. A meu ver, em nosso contexto, a compreensão que os pioneiros possuíam sobre o governo da igreja deve servir-nos de balizamento. Isso não significa dizer que a igreja precise voltar à estrutura que possuía anterior a 1930. Isso seria ignorar oito décadas de um sistema de governo, que, mesmo não sendo perfeito como os demais também não o são -, está na esteira de um dos maiores e bem-sucedidos empreendimentos evangelísticos e missionários do pentecostalismo global. Trata-se, sim, de dar maior espaço e voz à igreja, de forma que ela, como organismo e organização, seja guardada dos males do institucionalismo, que historicamente se destaca como causa maior da quebra de unidade e esfriamento da igreja. Por outro lado, isso não significa, entretanto, dar voz aos insubmissos (1 Ts 5.14) e facciosos (Tt 3.10), mas dialogar com a igreja e a andar de mãos dadas com ela. Nesse aspecto, devemos destacar que não há um padrão estabelecido no Brasil assembleiano, e as particularidades convencionais de cada localidade devem ser levadas em conta.

  Como ficou demonstrado, os missionários fundadores das Assembleias de Deus, por conta da herança batista que tinham, se- guiram no Brasil o sistema congregacional de governo eclesiástico. Nessa época, a única liderança central eram os próprios missionários suecos. Esse modelo perdurou até os anos 1930, quando os pastores brasileiros reivindicavam maior espaço na liderança da denomina- ção. Dessa forma, Gunnar Vingren convidou Lewi Pethrus para mediar a situação. É nessa época que acontece o que viria a ser conhecida como a Primeira Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, que aconteceu na cidade de Natal-RN. A bem da verdade, essa Convenção era conhecida mais como uma Conferência de Edificação Espiritual. Ainda não havia a estrutura organizacional que viria em anos posteriores.

  A partir dos anos 1940, a Convenção Geral ganha personalidade jurídica e passa a ter uma maior estrutura organizacional. Os brasi- leiros assumiram o comando das ADs do Norte e do Nordeste, sendo que os missionários deslocaram-se mais para o sul e sudeste, onde se dedicaram ao trabalho de implantação de igrejas. A partir desse fato, observa-se que as ADs no Brasil passam a possuir um modelo de governo híbrido ela agrega elementos do congregacionalismo, herança dos missionários suecos, e episcopalismo, uma vez que a liderança torna-se mais centralizada.

  Vimos, portanto, uma breve análise da relação existente entre organismo e organização. Procurei destacar que um é a função, e o outro, a forma. Como não existe função sem forma, é um mito, portanto, querer uma igreja sem organização. Toda igreja, de alguma forma, possui ou deve possuir alguma estrutura organizacional. O corpo precisa de uma cabeça. Os desigrejados reivindicam uma igreja onde somente haja o organismo, rejeitando toda forma de organização. Contudo, o que está por trás dessa postura é mais uma mentalidade insubmissa do que propriamente um zelo cristão. São grupos que não refletem aquilo que a igreja é de fato. Por outro lado, a igreja deve evitar a todo custo a institucionalização. Isso porque o institucionalismo fragmenta a igreja e sufoca os carismas do Espírito. Como alguém falou: "Os carismas acabam quando começa a instituição".

   O CORPO DE CRISTO - origem, natureza e vocação da Igreja no mundo













































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