sábado, 23 de dezembro de 2023

CPAD: Até os Confins da Terra | Lição 14: Missões e a Volta do Senhor Jesus

 


I - ALCANÇANDO O MUNDO ATÉ QUE CRISTO VOLTE

  A volta de Cristo tem sido a tônica de nossos dias. Nenhuma notícia soa tão suave aos nossos ouvidos e toca tão fundo nossos sentimentos com o esta: “ Eis que venho sem demora (Ap 22.7, ARA), E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12); “Aquele que testifica estas coisas diz.

Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus! (Ap 22.20).

  Algo glorioso da parte de Deus está para acontecer: Jesus Cristo está voltando para buscar a sua noiva! Mas a Palavra de Deus afirma que a sua vinda será precedida por um grande derramamento do Espírito Santo. Não sabemos o dia e a hora em que nos encontraremos face a face com o Senhor; por isso, precisamos estar atentos. Jesus afirma claramente que a sua vinda para buscar os salvos antes da Grande Tribulação será uma ocasião inesperada.

   Ele não somente declara que eles não sabem a hora da sua volta (Mt 24.42), com o também afirmou que nem Ele mesmo sabia da data do fim (Mc 13.32). Jesus fez essa afirmação para afirmar a sua humanidade. Quando Ele tornou-se homem, voluntariamente desistiu do uso ilimitado dos seus atributos divinos — no caso em questão, a onisciência. A ênfase desse versículo não recai sobre a falta de conhecimento de Jesus, mas sobre o fato de que ninguém recebeu tal informação. Esse é um segredo do Pai, a ser revelado quando for  a sua vontade. Não é possível predizer pelas Escrituras ou pela ciência o dia exato da volta de Jesus.

   Ele deixou um ensino à humanidade para preparar-se e, para isso, não é necessário calcular a data.

  Mas, daquele Dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo. E como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um, a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo. E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai. (Mc 13.32-37) [1]

1.     “ E este evangelho do Reino será pregado”

  0 capítulo 13 de Marcos é denominado “Pequeno Apocalipse” e é ampliado em Mateus 24, Lucas 21 e no livro de Apocalipse. O propósito desse capítulo não é especulativo, mas prático. Não tem a finalidade de permitir-nos prever o futuro, mas, sim, de levar-nos a interpretar o presente, não para satisfazermos a curiosidade, mas para libertar-nos da perplexidade.

   Dentre as muitas promessas feitas por Jesus, destaca-se a do arrebatamento de Igreja: “E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também” Jo 14.3).

 A volta de Jesus será um evento de duas etapas distintas:

   Na primeira fase, Jesus virá secretamente arrebatar a Igreja; não pisará na terra, vindo até às nuvens. Somente os salvos irão vê-lo (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-17).

  O “rapto” da Igreja, do latim rapere, que significa “transportar de um lugar para outro”, equivale ao grego arpazo, usado em João 10.28,29 e Atos 10.28,29; 8.39; consiste dos santos ressuscitados e dos vivos transformados, todos trasladados para o Céu por Jesus.

   Na segunda fase, Jesus voltará com a sua Igreja glorificada, rodeado de glória e poder, descendo sobre o monte das Oliveiras. Virá publicamente, pois todo o mundo irá vê-lo (Ap 19).

   De acordo com René Pache (1904-1979) (The Return of Jesus Christ), existem 1.527 referências à segunda vinda de Cristo no Antigo Testamento e 319 no Novo'Testamento, num total de 1.846. Um em cada 25 versículos do Novo Testamento. O apóstolo Paulo refere-se ao assunto cerca de 50 vezes. A segunda vinda de Cristo é mencionada oito vezes mais que a primeira.

  2. A urgência da tarefa

  A urgência da pregação do evangelho está imposta à Igreja e aos seus membros, que precisam dar frutos com os talentos que lhes foram concedidos antes da volta do Senhor Jesus Cristo (Mt 25.19-30); da colheita que precisa ser realizada, antes que termine o tempo certo da ceifa Jo 4.35); dos obreiros que precisam concluir a obra, mesmo sendo poucos (Mt 9.37); e da noiva, que tem que se ataviar e estar pronta para as bodas com o noivo (Ap 19.6-9).

  A Grande Comissão deve ser cumprida antes do arrebatamento da Igreja!

  A obra redentora de Jesus Cristo na cruz do Calvário concede à igreja uma grande esperança: a do arrebatamento. Entre a mensagem da Bíblia Sagrada e a consumação de nossa esperança, está a chave da salvação do mundo: missões!

 Com uma leitura acurada e sem preconceitos no livro de Apocalipse, não é difícil entender que se complementa nele todo o propósito de Deus, iniciado no livro de Gênesis, para redimir a humanidade.

  O livro de Apocalipse relata sobre a visão que João teve de uma grande multidão de pessoas redimidas pelo sangue de Cristo que al[1]gum dia estará reunida diante do trono de nosso Senhor Jesus Cristo.

   O ponto principal em que se fundamenta a obra de Missões no Apocalipse encontra-se no capítulo 5.9-14, onde aparece claramente a expressão: “ [...] homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação” (v. 9).

   Em Mateus 28.18-20, onde também aparece a palavra “ toda” , implica dizer que o Apocalipse reitera o princípio da universalidade do evangelho, que deve ser pregado a todos os povos e resultar na conversão de milhões de pessoas oriundas de todas as raças. Essa ideia de universalidade, globalidade ou totalidade relacionada ao alcance do evangelho responsabiliza-nos como parte integrante do grandioso projeto de Deus, a saber, a obra missionária! (1 Co 9.16).

   Diante dessa assertiva, impõe-se à Igreja, com o dever básico e a partir da sua base local, a obrigação de proclamar o evangelho a todos os povos

  O texto de Apocalipse 5.13 estabelece outra base em que se assenta a obra missionária: o trabalho de cada um não será em vão.

  2.1 Recompensas

 “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15.58).

 “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10).

  O Tribunal de Cristo é um evento que acontecerá após o Arrebatamento da Igreja.

  O termo “Tribunal” (palavra grega bema, ou bematos) refere-se a uma plataforma elevada de julgamento e recompensa. Esse termo é usado dez vezes no Novo Testamento. Esse julgamento é exclusivo para os salvos, para o recebimento de galardão e recompensas (1 Co 3.11-15). Não se trata de julgar se as pessoas estão salvas ou perdidas, uma vez que a questão da salvação já foi resolvida em vida. As obras do crente feitas por motivos indignos são comparadas a feno, palha e madeira, substâncias de fácil combustão.

  As obras realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são como o ouro, prata e pedras preciosas, que resistem à prova de fogo. A Bíblia Sa[1]grada menciona as coroas que estão reservadas para o povo de Deus:

  1. Coroa da Vida (Tg 1.12; Ap 2.10)

  É a coroa especial do mártir ou aquele que estiver tão consa[1]grado ao Senhor que alegremente daria a sua vida na causa de Cristo.

  A palavra “ testemunha” em Atos 1.8, no original grego, é mártir, fato que ensina que a verdadeira testemunha de Jesus é quem está pronto a ser morto pelo nome de Cristo.

  2. Coroa de Glória (1 Pe 5.2-4)

  Essa coroa está reservada para os servos fiéis que trabalha[1]ram não por amor ao lucro, nem para exercer domínio, mas trabalharam de boa vontade, “pelo amor a Deus e às almas” (1 Ts 2.19,20; Dn 12.3; Pv 11.30). As próprias almas que ganhamos para Cristo são como “ coroa” (Fp 4.1).

  3. Coroa da Justiça (2 Tm 4.8)

 Essa coroa está reservada aos que amam a vinda de Cristo. 4. Coroa Incorruptível (1 Co 9.25-27) Essa coroa está reservada aos que venceram a carne, não vivendo segundo as cobiças da carne, mas, sim, vivendo no Espírito (G1 6.8).

  2.2 Alcançando o mundo até a volta de Jesus

  Em meio a tantas transformações, a Igreja encontra-se diante de um grande desafio: com o alcançar o mundo com a mensagem do evangelho, antes da volta de Cristo? “ E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mt 24.14).

  Pacto de Lausane

  O Pacto de Lausane foi um grande congresso mundial de evangélicos que ocorreu em 1974 em Lausanne, Suíça, com presença de mais de 150 nações.

 INTRODUÇÃO

  “Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evange[1]lização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos pro[1]fundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos fracassos e desafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e a nossa resolução, e tornar público o nosso pacto” .

  9. URGÊNCIA DA TAREFA EVANGELÍSTICA

  “Mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da humanidade, ainda estão por serem evangelizadas. Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja. Existe agora, entretanto, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes ao Senhor Jesus Cristo. Estamos convencidos de que esta é a ocasião para que as igrejas e as instituições para-eclesiásticas orem com seriedade pela salvação dos não-alcançados e se lancem em novos esforços para realizarem a evangelização mundial. A redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado algumas vezes talvez seja necessária para facilitar o crescimento da igreja nacional em autonomia, e para liberar recursos para áreas ainda não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais livre de missionários entre os seis continentes num espírito de abnegação e prontidão em servir. O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles. (João 9:4; Mateus 9:35-38; Romanos 9:1-3; 1 Coríntios 9:19-23; Marcos 16:15; Isaías 58:6,7; Tiago 1:27; 2:1-9; Mateus 25:31-46; Atos 2:44,45; 4:34,35)”.

   Hodiernamente, estamos vivendo o grande avanço da ciência e na tecnologia, neste tempo denominado Pós-Modernidade, o que possibilita a Igreja a capacidade de alcançar a raça humana inteira com o Evangelho de Cristo.

   O alerta gravado pelo apóstolo João, aplica-se à Igreja de hoje (Ap 1.1-3): “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo, o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Ap 1.1 -3).

   Senhor Jesus Cristo ainda continua chamando a sua Igreja. Esse alerta final precisa ser proclamado até a volta de Jesus. Nesta última hora da Igreja neste mundo, uma nova geração de voluntários precisa responder ao chamado universal (Mt 28.19-20) para que mais almas salvas estejam preparadas para ouvir a voz de Cristo quando o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus (1 Ts 4.16,17).

  2.3 Pregar o evangelho, responsabilidade de todo cristão

  A Declaração de Fé das Assembléias de Deus, aprovada pela Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, organizada pela Comissão de Teólogos e presidida pelo pastor Esequias Soares da Silva, trata sobre a Igreja no capítulo XI. Transcrevemos uma parte do tópico 6, que fala sobre a Missão da Igreja:

  Entendemos que a função primordial da Igreja é glorificar a Deus: “quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31). Isso é feito por meio da adoração, da evangelização, da edificação de seus membros e do trabalho social. A Igreja foi eleita para a adoração e louvor da glória de Deus, recebendo, também, a missão de proclamar o evangelho da salvação ao mundo todo, anunciando que Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e que em breve voltará. O evangelho é proclamado a homens e mulheres, sem fazer distinção de raça, língua ou classe social, pois, “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Jesus disse: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19 - ARA), “e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Portanto, entendemos que é responsabilidade da Igreja a obra missionária. (SOARES, 2017, p. 122, 123)

   Estamos levando o evangelho do Reino a todo o mundo? (Mc 16.15,16). A urgência da pregação do evangelho em todo o mundo reside no fato de que o Senhor não retornará até que esse objetivo seja cumprido (Mt 24.14). A luz da grande urgência da pregação do evangelho, o que você tem feito em prol do Reino de Deus? (Ec 9.10; 2 Co 5.10; Ap 22.12). Há obreiros suficientes do evangelho em nosso meio para cumprir a Grande Comissão? Por que sempre há tão poucos?:

  E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir. E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. (Lc 10.1,2)

  Jesus admoesta a todos os crentes a estarem sempre conscientes de que os perdidos têm uma alma eterna, de valor incalculável, e que terão de passar a eternidade no Céu ou no Inferno e que muitos poderão ser salvos se alguém tão somente lhes anunciar o evangelho.

  Será que os jovens crentes enxergam a grande urgência desse trabalho? Jo 4.35). Estamos prontos a dar a vida por esta tão grande obra? (At 20.24).

  Se a igreja não atender ao apelo divino da Grande Comissão, se houver omissão por parte dos líderes das igrejas, se ninguém se dispuser a ir como missionário, se o mundo não receber o evangelho nesta dispensação da graça, o Senhor Jesus Cristo voltará, levará os que fizeram a sua vontade, mas deixará os negligentes e desobedientes à sua ordem (Mt 24.45-51; 25.14-30).

   Em 1 Coríntios 9.16, o apóstolo Paulo está ciente dessa responsabilidade ao dizer: “ Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” .

  Paulo foi comissionado dessa maneira no momento da sua conversão (At 9.6,15; 22.21). Se não pregar, sofrerá grandes aflições. Não explica a natureza da aflição, mas é suficiente perceber que o fracasso em pregar o evangelho seria calamitoso para ele. O apóstolo afirma no versículo 17 que, se ele prega o evangelho porque quer, ele tem a sua recompensa. Se ele prega porque tem de pregar, ele simplesmente cumpre o seu papel de despenseiro do evangelho (1 Co 4.1).

   A expressão “ ai de mim se não pregar o evangelho” tem dois sentidos claros: a obrigação e a punição. Quando Paulo escreve “ ai de mim se não pregar” , o sentido primeiro é o da obrigação em pregar. Escreve ele:

 “pois sobre mim pesa essa obrigação” . Pregar o evangelho é, antes de tudo, um ato de obediência a Deus. Oremos fervorosamente pela obra missionária a fim de arrebatar[1]mos almas para Cristo antes da sua volta! (Jd 22,23).

  Com o responder positivamente diante dos desafios que se colocam diante de nossa responsabilidade de pregar o evangelho até o arrebatamento da Igreja? O segredo encontra-se em Zacarias 4.6: “ E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” .

  Embora essa mensagem tenha sido entregue a Zorobabel, é aplicável a todos os crentes. Zorobabel, governador de Judá, foi quem reconstruiu o Templo de Jerusalém quando os israelitas voltaram do exílio. A construção enfrentou várias dificuldades, mas Zorobabel não desistiu. Deus enviou os profetas Zacarias e Ageu, no tempo do rei Dario, para encorajá-lo. Ageu repreendeu os israelitas por terem esquecido a obra do Templo e animou-os a voltar ao trabalho (Ag 1.2-4). Zacarias encorajou Zorobabel, profetizando que ele veria o Templo reconstruído (Zc 4.9-10).

 Por causa dos profetas, Zorobabel decidiu continuar o trabalho e conseguiu completar a construção do Templo. Nem o poderio militar, nem o político, nem as forças humanas poderão efetivar a obra de Deus. Só conseguiremos fazer a sua obra se formos capacitados pelo Espírito Santo (Jz 6.34; Is 31.3). Jesus iniciou o seu ministério no poder do Espírito (Lc 4.1,18), e a igreja foi revestida pelo poder do Espírito Santo no dia de Pentecostes para cumprir a Grande Comissão (At 1.8; 2.4). Deus espera que sejamos cheios do Espírito Santo, movidos pelo Espírito Santo e na força do Espírito Santo.

  Fomos levantados por Deus para servirmos nossa geração. Que o Senhor unja cada um de nós com o seu Espírito.

  O poder que recebemos do Espírito Santo tem com o finalidade capacitar-nos para sermos testemunhas em todo o mundo. “ Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém com o em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). A palavra poder é dínamos, de onde vem a palavra “ dinamite” . Não cremos que Deus iria conceder à sua Igreja um poder tão grande se fosse apenas para essa Igreja ficar nos templos orando, cantando, ouvindo sermões, etc. O poder do Espírito Santo foi outorgado à Igreja com uma finalidade bem específica: “ Ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” .

  II - A VOLTA DE JESUS ATRELADA À OBRA MISSIONÁRIA

  1. A relação da volta de Jesus e Missões

  A volta de Jesus Cristo, sem sombra de dúvida, está ligada à obra missionária. O fim virá somente depois que todas as nações ouvirem o evangelho da verdade, isto é, quando a Igreja houver completado a sua missão evangelizadora de âmbito mundial.

  Muitos intérpretes da Bíblia creem que o “fim” nesse versículo refere-se à ocasião em que “ os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” , e os fiéis da igreja de Cristo serão “arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar com o Senhor nos ares” (1 Ts 4.16,17).

  Jesus fala aos discípulos como se o que Ele estivesse predizendo fosse ocorrer naquela mesma geração. Essa, portanto, era a expectativa da Igreja do Novo Testamento e deve ser também a esperança de todos os que creem em Jesus Cristo em todos os tempos. Devemos esperar que o Senhor volte em nossa geração (1 Co 15.51). O crente deve ter em mente, em todo o tempo, iminência da vinda de Cristo e, ao mesmo tempo, difundir o evangelho.

  Os cristãos deverão estar sempre trabalhando pela salvação eterna das almas de homens e mulheres, com toda a paixão e capacidade de persuasão de que disponham. Devemos também trabalhar intensa[1]mente em prol da salvação da sociedade, livrando-a do holocausto em massa, ainda que isso nos pareça uma causa sem esperança. Vejamos o que nos diz o Senhor Jesus:

 [...] Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me; porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? (Mt 16.24-26)

  Com o nosso Pai no Céu não quer que ninguém pereça (2 Pe 3.9), todos os cristãos devem estar ansiosos para atender a esse chamado e ter uma paixão por ganhar almas: “ O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas sábio é” (Pv 11.30).

   A expressão “ árvore de vida” significa que o homem justo não somente escolhe o caminho da vida, como também exerce uma influência geradora de vida sobre outros. “ O que ganha almas” é literalmente “ um que toma ou adquire almas” . O significado é o de “ capturar” outros com idéias ou influência. Jesus disse aos discípulos para que fossem pescadores de homens (Lc 5.10).

  O evangelho do Reino é o evangelho pregado no poder e na justiça do Espírito Santo e acompanhado dos sinais principais do evangelho. Somente Deus saberá quando isso será realizado segundo o seu propósito. O dever do crente é ser fiel e alcançar “todo o mundo” até que o Senhor volte para levar a sua igreja ao Céu (Mt 28.19,20; Jo 14.3; 1 Ts 4.13).

  É oportuna e bastante apropriada a transcrição do comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) de Mateus 28.19, a seguir:

  IDE... ENSINAI...BATIZANDO. [...] A igreja deve ir a todo mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação do Novo Testamento, da parte de Cristo e dos apóstolos (Ef 2.20). Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4). O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão (perdão) dos pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento do “dom do Espírito Santo” (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que espera[1]mos a volta de Jesus, do céu (At 3.19,20); 1 Ts 1.10). O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observa[1]rão os mandamentos de Cristo. Este é o único imperativo direto do texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade Jo 8.31).

  Note-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo. Aquele que creem em Cristo devem abandonar o presente sistema mundano e separar-se da sua imoralidade (Rm 13.12; 2 Co 6.14), e ao mesmo tempo expor a sua malignidade (Ef 5.11). Os que creem em Cristo e no evangelho devem ser “batizados” em água. Este ato representa o compromisso que assumiram, de renúncia à imoralidade, ao mundo e à sua própria natureza pecaminosa e de se consagrar sem reservas a Cristo e aos propósitos do seu reino (At 22.16). Cristo estará como seus seguidores obedientes, através da presença e do poder do Espírito Santo (Mt 1.23; 18.20). Devem ir a todas as nações e testemunhar somente depois que do alto seja revestidos de poder (Lc 24.49; At 1.8).

   Micônio, amigo de Martinho Lutero, certa noite sonhou e, no seu sonho, viu um ceifeiro que se agitava tentando sozinho colher uma vasta seara; ele olhou do outro lado do monte e viu um só pastor esforçando-se para sozinho recolher no aprisco um grande rebanho. Com grande esforço reconheceu o ceifeiro e o pastor como sendo o mesmo, tratava-se do íntimo amigo Martinho Lutero. Então disse Micônio: ‘Até aqui só orei, de hoje em diante descerei a colina e ajudarei o meu amigo” .

  2. O chamado para a igreja

  As nações para Jesus! Esse deve ser nosso sonho. Esse deve ser nosso desafio, e esse deve ser nosso alvo. Nossas orações devem abranger os povos do mundo inteiro; nosso dinheiro deve estar apoiando missionários nos confins da terra; nossa vida deve estar sendo gasta nesse propósito; nossos filhos devem estar sendo treinados com a visão missionária e colocados à disposição do Senhor para os seus propósitos.

  Preliminarmente, devemos agradecer a Deus pelo despertamento missionário que temos visto no Brasil nesses últimos tempos. As igrejas têm entendido corretamente a premência de serem testemunhas “ tanto... com o” (At 1.8), ao mesmo tempo, “tanto” locais, “ com o” mundiais, necessitando de orar mais intensamente e de recursos humanos e financeiros para que possam alcançar os perdidos.

   Quanto mais confiantes no arrebatamento, mais objetiva e esperançosa será nossa vida cristã e, por conseguinte, mais dinâmico e eficaz será o trabalho missionário da Igreja.

  A mensagem bíblica do evangelho tem de estar fundamentada na proclamação da morte, da ressurreição e da esperança do arrebata[1]mento da Igreja.

  A obra missionária começou com as palavras de Jesus em Atos 1.8 e continuará até que Ele venha (1 Co 11.26). Que o Espírito Santo continue despertando a Igreja nesses últimos dias que antecedem a volta do Senhor Jesus Cristo para arrebatar a sua Igreja!

   Até os Confins da Terra – Pregando o Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo

 


 


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