segunda-feira, 13 de novembro de 2023

CPAD – Até os Confins da Terra | Lição 08: Missionários Fazedores de Tendas

 

TEXTO ÁUREO

“Vós mesmos sabeis que, pare que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mães me servirem.”

(At 20.34)

VERDADE PRÁTICA

É possível servir a Deus e aos outros por meio de sua profissão onde quer que você vá.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 18.1-5; 1 Tessalonicenses 4.11,12

Atos 18
1- Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto.
2- E, achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles,

3- e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas.
4-E todos os sábados disputava na sinagoga e convencia a judeus e gregos.
5-Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado pela palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.

1 Tessalonicenses 4
11- e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado;
12- para que andeis honestamente para com os que estão de fora e não necessiteis de coisa alguma.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Deus tem levantado muitos missionários por meio de suas vocações profissionais. Isso significa que as profissões desses missionários acabam se tornando um meio para abrir portas da pregação em países em que o modelo tradicional de envio seria inviabilizado. A luz do exemplo do apóstolo Paulo, Priscila e Áquila, veremos que é perfeitamente possível conciliar o chamado missionário com a profissão. Que o Espírito Santo toque os corações de modo que os contextos profissionais se tornem contextos missionários.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Relacionar a vida profissional de Paulo com a ministerial;
II) Explicar a expressão “Missionários fazedores de
tendas”;
III) Discutir Vocação, Profissão e Missões.
B) Motivação: Já imaginou que Deus pode usar um missionário no campo de atuação profissional que ele esteja plantado? Há países que um missionário nos moldes tradicionais jamais entraria, mas por meio de uma profissão as portas se abrem. Por isso, fazer missões por meio do contexto profissional em que a pessoa atua pode ser uma grande vocação que trará resultados gloriosos para o Reino de Deus.
C) Sugestão de Método: Na lição anterior estudamos a respeito do cuidado integral no envio do missionário e sua família, nesta estudaremos a relação do chamado missionário com o campo profissional da pessoa chamada. Por isso, para iniciar a lição desta semana, pergunte o seguinte: Você acha que é possível conciliar chamado missionário com profissão? É possível ser missionário é um profissional bem-sucedido ao mesmo tempo? Ouça as respostas dos alunos com atenção. Em seguida, inicie a exposição do conteúdo, mostrando o quanto é possível Missão e Profissão estarem na mesma visão de Reino.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Encerre a aula com uma oração. Apresente diante de Deus, juntamente com a classe, as profissões de seus alunos e, também, a oportunidade de, por meio da profissão deles, o Senhor abrir uma porta de pregação do Evangelho.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 95, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “O ofício”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito da profissão do apóstolo Paulo;
2) O texto “A importância do trabalho na perspectiva cristã”, ao final do terceiro tópico, amplia a reflexão a respeito do trabalho na perspectiva do Reino de Deus.

INTRODUÇÃO

É preciso abandonar a vocação profissional para exercer o chamado missionário? Só existe apenas um modelo de chamado missionário? Chamado missionário e vida profissional são irresponsáveis, a semana traz uma reflexão à luz da vida do apóstolo Paulo como alguém que, ao mesmo tempo, exerce uma profissão e anuncia o Evangelho de Cristo. De acordo com esse exemplo bíblico, vamos meditar a respeito dos “fazedores de tendas”. O que essa expressão quer dizer e até que ponto a vida profissional e o chamado missionário podem e devem se encontrar para a glória de Deus.

Palavra – Chave:

PROFISSÃO

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

O OFÍCIO
“Todo menino judeu aprendia um oficio e tentava ganhar a vida com ele. Paulo e Áquila haviam sido treinados para fabricar tendas, cortando e costurando os tecidos de lã de cabra, usados na confecção delas. As tendas eram usadas para alojar os soldados. Sendo assim, podem ter sido vendidas para o exército romano. Como um profissional liberal, Paulo poderia ir aonde Deus o levasse, pois teria seu sustento garantido. A expressão “fabricante de tendas” também costumava ser utilizada para quem trabalhava com couro. […] Paulo disse aos judeus que havia feito tudo o que podia por eles” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1526).

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

“A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO NA PERSPECTIVA CRISTÃ
Há mais coisas em um viver cristão do que simplesmente amar os outros. Devemos ser responsáveis em todas as áreas da vida. Alguns dos cristãos tessalonicenses haviam adotado uma vida ociosa, dependente da doação dos outros. Alguns gregos tratavam o trabalho manual com desprezo. Por esta razão Paulo o admoestou os tessalonicenses a trabalharem arduamente e a viverem tranquilamente.

Você não pode ser eficiente ao compartilhar a sua fé com outros se estes não lhe respeitarem. Seja qual for a sua atividade profissional, desempenhe-a fielmente e seja uma força positiva na sociedade. […] Algumas pessoas na igreja de Tessalônica estavam propagando um falso ensino de que, como Cristo retornaria a qualquer momento, as pessoas deveriam deixar as suas responsabilidades, abandonar o trabalho […] Mas Paulo disse que deveriam ser responsáveis e retornar imediatamente ao trabalho” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1690).

CONCLUSÃO

Deus está chamando cada vez mais profissionais para que levem a mensagem de salvação até aos confins da Terra, especialmente aos povos não alcançados. Entretanto, é preciso um alerta: Nem todos os que se sentem atraídos a “fazer tendas” estão qualificados para a tarefa. É necessário examinar os motivos e avaliar a disposição espiritual. Daí, a importância do trabalho da igreja local na descoberta de vocações, pois é onde o crescimento espiritual ocorre mais plenamente no contexto de uma igreja saudável, acompanhado de um programa pessoal, com o objetivo de levar a pessoa a desenvolver o conhecimento de Deus e das Escrituras. Uma vez que a base está firmada, podemos aprender habilidades ministeriais, especialmente, como levar outros a Cristo e discipulá-los.

   CPAD – Até os Confins da Terra – Pregando o Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo

 | Lição 08: Missionários Fazedores de Tendas

 


I - A VIDA PROFISSIONAL DE PAULO E SUA VOOAÇÃO MINISTERIAL

1.     A profissão do apóstolo Paulo

  Ao fazer a leitura bíblica em Atos 18.1-4, deparamo-nos com o exemplo do apóstolo Paulo, que trouxe um termo missiológico: “ Fazedor de Tendas” . A expressão “fabricante de tendas” (skenopoiós) é traduzida com mais precisão por “trabalhadores em couro” . Tendas são feitas com pelos ou couro de cabra.

   Por força de um édito do imperador romano Cláudio (49 d.C.), que ordenou que todos os judeus saíssem de Roma, muitos deles vieram morar em Corinto, que, apesar de ser conhecida com o a capital da depravação e uma das cidades mais devassas da época, era um porto de forte comércio. Ali, Paulo encontrou-se com o casal judeu Aquila e Priscila, que provavelmente já eram cristãos (caso contrário, Lucas teria mencionado a sua conversão), que passaram a ser os seus leais coope[1]radores. Paulo passou a morar e trabalhar com esse casal por serem da mesma profissão, dividindo o seu tempo entre fabricar tendas e contar ao povo que o Senhor havia reservado para os que creem uma morada não feita de mãos humanas, no Céu (At 18.18-19; 24-26; Rm 16.3-5).

  Áquila e Priscila constituem um caso interessante. Eles mostram que um profissional, mesmo não sentindo o chamado de Deus para dedicar a vida toda à obra missionária, pode fazê-lo valiosamente por determinado período, em momentos específicos.

  2. Como o apóstolo Paulo conjugava vida profissional e ministerial?

  A tradição judaica exigia que os mestres religiosos oferecessem gratuitamente os seus serviços espirituais, e cada rabino tinha que aprender uma profissão para sustentar-se. Entre os judeus, os meninos eram todos obrigados a aprender ofícios. Era considerado desonroso não ser familiarizado com algum ramo dos trabalhos e artes manuais. O conhecimento prático de uma profissão era considerado um recurso para obter a independência pessoal. Os rabinos diziam: “ Quem não ensina um ofício a seu filho é com o se o tivesse criado para tornar-se um ladrão” . “Fazedores de tendas” teciam o pano escuro de pelos de camelo ou de bode com que as tendas eram confeccionadas. Paulo sustentou-se dessa forma em certos lugares (At 20.34; 1 Co 4.12; 2 C o 9.8,9; 2 Ts 3.8) e pelas razões apresentadas em 2 Coríntios 11.9- 12. Essa não era a melhor política em alguns lugares, com o Paulo mais tarde descobriu, porque não ensinava adequadamente os novos convertidos a sustentar a obra (2 Co 12.13; cf G1 6.6).

  Myer Pearlman fala que

  o apóstolo Paulo adotava a política firme de não aceitar ofertas das pessoas que ele procurava ganhar para Cristo: seu objetivo era merecer a confiança do povo e comprovar que seus motivos eram sem interesse de ganhar dinheiro (1 Co 9.16-18). Pregava nas sinagogas e em qualquer lugar onde alguém pudesse escutar sua mensagem.

  Dessa forma, através da sua habilidade profissional, o apóstolo podia aproximar-se das pessoas de diferentes crenças e ser o seu próprio mantenedor.

  O apóstolo Paulo, judeu da tribo de Benjamim, nasceu como cidadão romano (provavelmente, porque o seu pai também já era cidadão romano), em Tarso da Cilícia, com o nome hebraico Saulo. Paulo era, ao que tudo indica, um dos seus nomes romanos. Educado como fariseu, viria a ser altamente capacitado na lei judaica e na suá tradição (G11.14) Ele era fariseu e fora criado aos pés de Gamaliel, mas não se esque[1]ceu da arte de fazer tendas que aprendera na juventude. Embora tivesse direito de ser sustentado pelas igrejas que ele plantara, Paulo trabalhou no seu ofício para ganhar o seu sustento (o apóstolo Paulo costumava sustentar-se pessoalmente), pois temia escandalizar os irmãos e não queria correr o risco de ser interpretado com o aven[1]tureiro, em Corinto. Várias referências bíblicas dão a ideia de que isso era costume seu, e não meramente algo que ele praticava em certas ocasiões: “Vós mesmos sabeis que, para o que me era neces[1]sário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram” (At 20.34). Além disso, em 1 Coríntios 9 .12ss, vemos que ele trabalhou em Éfeso; 1 Coríntios 4.12 diz que ele trabalhou em Corinto; e em 1 Tessalonicenses 2.9 e 2 Tessalonicenses 3.7-9, é perceptível que ele trabalhou em Tessalônica.

  3. Á ética financeira na atividade missionária de Paulo

  O texto de 1 Coríntios 9.12ss demonstra que Paulo considerava que o costume judaico — que foi incorporado ao cristianismo — de os ministros receberem ajuda econômica da parte daqueles para quem ministravam era uma norma legítima e correta aos olhos de Deus e até mesmo recomendada nas Escrituras desde os tempos do Antigo Testamento.

   Paulo geralmente não aceitava ofertas em dinheiro enviadas pelas igrejas cristãs e muito menos as exigia, ainda que algumas ofertas voluntárias tivessem sido enviadas a ele pelos crentes de Filipos (Fp 4.10-12).

  Paulo mais tarde reconheceu que não havia ensinado adequada[1]mente os novos convertidos a sustentar a obra (2 Co 12.13; G1 6.6), privando-os do fruto que devia abundar à conta de quem dá (Fp 4.17; 2 Co 11.7-12; 2 Tm 2.4-6).

   Paulo era um missionário pioneiro. O seu ministério era alcançar lugares não alcançados pelo evangelho (Rm 15.20). Para isso, ele sempre planejou os seus passos, dependeu da direção do Espírito e contou com o apoio das igrejas.

  Antonia Feonora van der Meer, autora do livro Missionários Feridos, ao comentar o texto de Romanos 15.22-33, mostra-nos exatamente isso. Paulo está encerrando essa preciosa epístola a uma igreja que ele ainda não conhecia pessoalmente. Ainda assim, ele não esconde quais são os seus projetos e como ele conta com o sustento desses irmãos.

   No entanto, quando o apóstolo diz que esperava “ ... que para lá seja por vós encaminhado...” (v.24) ou “ ... passando por vós, irei à Espanha” (v.28), estava falando sobre uma ajuda financeira da igreja em Roma para que ele pudesse viajar até a Espanha. Mesmo não conhecendo os irmãos de Roma, Paulo pediu ajuda financeira pelas seguintes razões: Ele trabalhava muito (v. 18-21,25-26j. Paulo era um exemplo de missionário trabalhador. Ele derramava suor, sangue e lágrimas na obra do Senhor (At 20.18-21). Ele concluía o que começava (v.23,28). Ele não parava a obra do Senhor na metade. Era fiel ao serviço do Senhor. Quem sabe, não foi por isso que ele rejeitou a presença de João Marcos para a segunda viagem missionária (At 15.36-41). Ele era responsável com o dinheiro (v.25-26). Paulo e Barnabé foram os responsáveis por levar uma oferta da Macedônia e Acaia para os crentes pobres de Jerusalém. Os irmãos confiavam na responsabilidade financeira do apóstolo. (2009, p. 162)

  O apóstolo Paulo apresenta as suas justificativas pelos motivos que se seguem: Por causa da distância da igreja e queridos (v.22-23). Por se encontrar longe dos amigos e irmãos, Paulo precisava de condições financeiras para se sustentar (alimentação, hospedagem, saúde, etc.). Por causa das viagens missionárias (v.24-25,28-29). Com o missionário, Paulo precisava realizar várias viagens. Precisava desembolsar dinheiro para pagar navios, cavalos e etc. Por causa da ajuda aos outros (v.25-26). Com certeza Paulo também ajudava financeiramente os necessitados (At 20.33-35; G1 2.10). Usava o que ganhava para ajudar os outros. Por gratidão (v.27). Nesta carta aos Romanos, Paulo ensina que a Igreja é o ramo enxertado na oliveira (Israel). Todo gentio tem uma dívida de gratidão para com os judeus (Rm 3.1-2). Por ser um princípio bíblico (v. 27). A Bíblia é clara sobre o ensino de ajudar financeiramente aqueles que se afadigam na Palavra. Os que trazem benefícios espirituais devem receber benefícios materiais (Cl 6.6; 1 Tm 5.17-18).

   II - MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS

  1. Fazedores de tendas

  Fazer tendas não é uma ideia nova. E tão antiga quanto as Escrituras: “ Fazedores de tendas são discípulos de Jesus Cristo que, chamados por Deus e comissionados pela sua igreja, usam seus dons, talentos e habilidades profissionais para servir ao Senhor em um contexto transcultural” (Interserve Brasil — CEM). Fazedores de tendas são profissionais de negócios em missão que operam em regiões de grande antagonismo à mensagem cristã.

   Missionários “fazedores de tendas” são pessoas a quem o Senhor Deus vocaciona para a missão especial de evangelizar. São homens e mulheres qualificados espiritual, física, intelectual e emocionalmente e que são trei[1]nados para realizarem missões transculturais através das suas profissões.

   De acordo com Marcelo Aleixo Gonçalves, autor do livro Teologia e História da Missão Cristã (Unicesumar), por muitos anos, o entendi[1]mento e a forma de fazer missões consistiam na prática de abandonar a vida secular (trabalhos profissionais, estudos, etc.) para dedicar-se integralmente aos ministérios, somente dentro da igreja, e poucos cristãos tinham o entendimento de levar a igreja para fora dela junto aos afazeres diários.

   Hoje, o entendimento tornou-se mais amplo, ou seja, é perfeita[1]mente possível ser um profissional ou empreendedor e realizar a obra missionária sem a necessidade de abandonar a carreira profissional.

  2. A força missionária no mundo

  Fazer missões tornou-se um movimento global que começou com a ação de Deus no mundo, pela sua graça, para reconciliar o mundo consigo mesmo (2 Co 5.18,19), e Ele conta conosco para continuar com essa missão.

   A maior força missionária cristã do mundo é formada por profissionais, empreendedores e estudantes que se movem entre culturas para servir a Cristo através das suas vidas e trabalho. Em 1 Coríntios 9.20-22, o apóstolo Paulo deixa o exemplo desse princípio de alcançar os segmentos da sociedade, identificando-se com eles a fim de contextualizar o evangelho.

   Sabemos que a maioria dos grupos de povos não alcançados ou menos alcançados vive em nações que são fechadas aos missionários tradicionais. Profissionais e empreendedores cristãos são aceitos nesses mesmos países. Cristãos com diferentes habilidades, ofícios, negócios e profissões têm acesso a lugares onde tradicionais plantadores de igreja e evangelistas não têm.

 3. O preparo dos fazedores de tendas

  Como os outros missionários, os “fazedores de tendas” devem estar plenamente preparados para tornarem-se os ministros transculturais mais eficientes que puderem. O que é preciso para ser um missionário “fazedor de tendas” ? Estar decidido e preparado para servir, observando essas condições, julgadas indispensáveis: Testemunho e conhecimento do evangelho; a sua preparação mais importante será a espiritual; dignidade pessoal; para ensinar o evangelho a outras pessoas, precisa ter o Espírito Santo na sua vida; trabalho e autossuficiência; saúde física e emocional; preparação financeira.

   Julgo oportuna a orientação do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo, quando diz em 2 Timóteo 3.17: “ para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” .

   O que esses “fazedores de tendas” e profissionais fazem no local de trabalho deve ser valorizado como parte do ministério das igrejas locais.

   Cresce o número de profissionais missionários, ou “fazedores de tendas” , como são chamados. São cristãos, homens e mulheres, trei[1]nados por instituições missionárias para utilizar a sua profissão no exterior a fim de testemunharem de Cristo, principalmente em países fechados para o trabalho missionário tradicional.

  III - VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES

  1. Deus é quem chama

  Muitas são as oportunidades de estarmos envolvidos com os trabalhos em nossas comunidades de fé locais, grupos com trabalhos evangelísticos de grande impacto, organizações missionárias relevantes em nosso contexto e até em outros países.

    A palavra vocação vem do latim vocatio, vocationis e significa chamamento, ato de chamar (vocare) ou escolher, que supõe disposição ou aptidão inerente para algum oficio.

   Para nós, cristãos, quem vocaciona obviamente é Deus. Ele mesmo é quem capacita e comissiona cada um para uma determinada missão no mundo. E também Ele quem gera em nós habilidades, talentos, sentimentos de envolvimento com causas específicas que nos levarão a trabalhar em atividades que fazem sentido e, inclusive, realização pessoal.

  2. Exercendo a vocação

  Quando respondemos de forma prática a esse chamado, colocando em execução nossa vocação, encontramos nosso propósito. A vocação é a missão única para a qual cada um de nós foi preparado e entregue a fim de prestarmos serviço a nosso Criador; é a razão pela qual cada um de nós foi efetivamente criado por Deus, sendo Ele mesmo quem nos dá condições reais para realizarmos tais tarefas através de nossos dons e virtudes, tornando-nos parte integrante dos seus planos para a sua honra e glória.

  Alguns podem ser chamados para realizar tarefas específicas. Na Bíblia, temos diversos exemplos disso, como, por exemplo: Abraão, que foi chamado para ser iniciador de uma grande nação (Gn 12.2); Jonas, que teve de ir à Nínive anunciar o juízo de Deus (Jn 1.2); e Paulo, que foi enviado aos gentios, indo para além de Israel (At 22.21). Paulo foi um grande homem de fé, obediente e comprometido com o chamado que teve para a salvação e para anunciar a mesma a outros povos. Ele compreendeu que a morte, crucificação e ressurreição de Jesus era algo para cada cristão experimentar, mas também anunciar aos outros (2 C o 4.11-14). Paulo exercia a sua vocação anunciando sobre Jesus e testemunhando do evangelho por onde Deus o enviava.

   Ao longo da História da Igreja, Deus tem chamado homens e mu[1]lheres para realizarem tarefas específicas. Martinho Lutero (1483-1546) foi levantado para reformar a igreja; David Livingstone (1813-1873) foi levantado para missões na África; John Paton (1824-1907) foi levantado para levar o evangelho nas longínquas ilhas do Pacífico; Lillian Trasher (1887-1961) foi levantada para cuidar de centenas de crianças no Egito, a ponto de ser chamada a Mãe do Nilo , Gunnar Vingren (1879-1933) e Daniel Berg (1884-1963) foram enviados por Deus para o Brasil para pregar o batismo com o Espírito Santo. A todo instante, milhares de crentes estão sendo chamados por Deus para as mais diversas tarefas.

   Somos todos vocacionados para servir a Cristo com o que somos e com o que temos, sendo o objetivo principal glorificar o nome de Deus Pai (Rm 16.25-27) dentro e fora da igreja. Tudo o que temos vem de Deus e deve ser usado para a honra e glória do nome dEle!

   Hoje, com a diversidade de trabalho que os campos missionários exigem não somente na área eclesiástica (como pastor, capelão, educador cristão e ministro de música), mas também na área profissional (como empresário, professor, enfermeiro, médico, dentista, assistente social, dentre outras profissões), aumentou o número de cristãos na busca de profissionalizar as suas habilidades (1 Co 9.16,17).

   Enquanto vocação vem do latim vocare e significa chamar, missão é o ato de enviar ou de ser enviado. Assim, toda pessoa tem uma vocação, e a consequência disso é a missão. No entanto, nem toda pessoa exerce a sua missão, mesmo tendo sido chamada por Deus. A palavra “missão” vem do verbo latim mito, que significa “enviar” . No Novo Testamento, essa palavra vem do grego apostello, que tem o mesmo significado na sua essência. Missões é a transmissão da mensagem salvadora de Cristo. A melhor definição de missões foi dada por John Leonard:

  Missões é a obra de Deus confiada à Igreja, que seguindo o exemplo de Cristo, proclama por palavras e ações o Reino de Deus, chamando todos ao arrependimento e à fé em Cristo, ensinando-os a serem discípulos dele, integrando-os em igrejas locais.

  Missões são iniciativas religiosas destinadas a propagar os princípios do cristianismo entre os povos não monoteístas. Baseiam-se em princípios da teologia cristã e em imitação do ministério de Jesus Cristo e em cumprimento do mandamento que Ele deu aos seus apóstolos para pregarem o evangelho pelo mundo.

  Participar da missão significa participar ao lado de Deus da sua intenção de promover e amar o ser humano. Nesse sentido, a missão da Igreja — com a evangelização ao seu lado — será sempre um movimento voltado para a promoção da vida e da dignidade do ser humano no seu mais alto nível.

  3. Minha profissão, meu campo missionário

   Somos todos vocacionados para servir a Cristo com o que somos e com o que temos, sendo o objetivo glorificar o nome de Deus Pai (Rm 16.25-27) tanto dentro quanto fora da igreja. Deus está chamando cada vez mais profissionais, testemunhas cristãs, para que levem a mensagem de salvação até os confins da terra, especialmente aos povos que carecem de ouvir o evangelho e experimentar a sua ação transformadora.

   Nem todos os que se sentem atraídos a fazer tendas estão qualificados para a tarefa. E necessário examinar os motivos e avaliar a disposição espiritual. A menos que os fazedores de tendas sejam relativamente maduros e saibam com o se sustentar espiritualmente, é bem provável que a sua missão não seja bem-sucedida. O que é fundamental a todo processo é um sentido claro de chamado para a missão transcultural.

   O crescimento espiritual ocorre mais plenamente no contexto de uma igreja saudável, acompanhado de um programa pessoal, com o objetivo de levar a pessoa a desenvolver o conhecimento de Deus e das Escrituras. Uma vez que a base está firmada, é importante aprender habilidades ministeriais, especialmente com o levar outros a Cristo e discipulá-los.

   Caro “fazedor de tendas” deste tempo chamado de Pós-Modernidade, tenha como lema este pensamento: “ Servindo a Deus e aos outros através de sua profissão aonde quer que você vá” !




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