sábado, 25 de novembro de 2023

CPAD : Até os Confins da Terra | Lição 09: A Igreja e o Sustento Missionário

 



TEXTO ÁUREO

“O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.”

(Fp 4.19)

VERDADE PRÁTICA

O sustento missionário é um investimento espiritual que Deus credita na conta dos doadores.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Filipenses 4.10-20
10- Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11- Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12- Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.

13- Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
14 Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15-E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.

16 Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário à Tessalônica.
17-Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.
18 – Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.

19 – O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
20 – Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo sempre. Amém!

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
A lição desta semana traz o assunto do sustento financeiro da obra missionária. Ela está fundamentada em Filipenses 4.10-20. Há uma comparação entre os filipenses e os corintos que servirá como um importante ensinamento para a compreensão contemporânea do sustento financeiro na obra missionária. Dessa forma, estudaremos a perspectiva bíblica do sustento financeiro da obra missionária, os princípios básicos para esse sustento financeiro e um estímulo para se investir na obra missionária.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Explicar a relação da Igreja de Filipos com o sustento missionário;
II) Elencar os princípios básicos do sustento missionário;
III) Conscientizar a respeito da importância do investimento financeiro da obra missionária.
B) Motivação: Em Lucas 8.1-3 há uma disposição das mulheres em financiar o ministério de Jesus. Tudo na obra de Deus na atualidade exige essa mesma disposição. Assim, é muito importante desenvolver um senso coletivo de responsabilidade financeira com a causa de Missões. Os compromissos da obra são inúmeros e para o Evangelho chegar aos lugares ainda não alcançados requer esforço financeiro e liberalidade.
C) Sugestão de Método: Na última lição estudamos a relação do chamado missionário com o campo profissional da pessoa chamada. Nesta lição, falaremos de maneira mais específica a respeito do sustento financeiro da obra missionária. Para iniciá-la, sugerimos a seguinte atividade: Pergunte se ela percebe como privilégio participar do sustento financeiro da obra missionária ou não. Ouça as respostas com atenção. Em seguida, com o propósito de unificar as informações, exponha o tópico primeiro, enfatizando a disposição voluntária e prazerosa dos irmãos filipenses em financiar o ministério missionário do apóstolo Paulo.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Procure concluir a aula desta semana conscientizando a classe a respeito da responsabilidade de ofertarmos para a causa de Missões, procurando se informar voluntariamente com o departamento de Missões da igreja local a respeito das necessidades financeiras.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 95, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “A Coisa mais difícil: o dinheiro”, localizado após o segundo tópico, aprofunda a reflexão a respeito da necessidade do suporte financeiro na obra missionária;
2) O texto “Sem Medo de Sangrar”, ao final do terceiro tópico, amplia a reflexão a respeito da liberalidade com a obra missionária.

INTRODUÇÃO

O propósito desta lição é estudar, de maneira bem específica, a respeito do sustento financeiro da obra missionária no cenário atual. Iniciaremos o nosso estudo a partir da porção bíblica de Filipenses 4.10-20. Em seguida, destacamos alguns princípios básicos à luz de filipenses. Finalmente, faremos uma comparação entre o entendimento da igreja de Corinto e o da igreja de Filipos a respeito da consciência do sustento missionário, enfatizando a importância de reconhecer o sustento financeiro da obra missionária como um dever dos membros da igreja local. Que tenhamos o perfeito entendimento de que investir financeiramente na obra missionária é ajuntar tesouros na eternidade!

Palavra-Chave:

 SUSTENTO

   AUXÍLIO MISSIOLÓGICO

“A COISA MAIS DIFÍCIL: O DINHEIRO
Sei que os tempos são difíceis, e muitos estão lutando. Mesmo assim, em bons e maus tempos, o ensino de Jesus permanece o mesmo: ‘Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração’ (Mt 6.21). O dinheiro é o melhor indicador de seus desejos e prioridades do coração e, talvez, o melhor lugar para começar. […] Quais são os recursos que Deus lhe deu que poderiam ser usados para causar tal impacto eterno, global e glorioso? Mesmo que você seja apenas um jovem professor com um salário modesto, você pode causar significativo impacto global e eterno. Imagine o que Deus poderia fazer, se você investir apenas parte do que Ele lhe tem dado para os propósitos, o reino e a glória dEle […] Este mundo será transformado, se Deus der a você toda a graça e coragem para fazer isso” (MATHIS, David (Ed). Cumprindo a Missão: Levando o Evangelho aos não Alcançados e aos não Engajados. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.95,96).

AUXÍLIO MISSIOLÓGICO

“SEM MEDO DE SANGRAR
Para a Grande Comissão e para o cumprimento do propósito do Senhor na vida são necessários grandes sacrifícios. Precisamos do sacrifício daqueles que irão, que abrem mão do conforto, da família e do sonho americano. E precisamos do sacrifício daqueles que enviarão. Um cristão paquistanês estava andando de táxi em Nova York, o qual era dirigido por um muçulmano paquistanês. Então, perguntou curiosamente: – Como vai o reino umma? Ótimo respondeu o taxista.

Os americanos têm muito medo de nós. Eles têm muito medo de sangrar. Há, sem dúvida, muitos cristãos nos Estados Unidos que têm medo de sangrar, medo de sacrificar-se e medo de perder o bem-estar em suas mais diversas formas. Só que eu também acredito que há cristãos americanos e cristãos por todo o mundo que não têm medo de sangrar e sacrificar-se por Jesus” (MATHIS, David (Ed). Cumprindo a Missão: Levando o Evangelho aos não Alcançados e aos não Engajados. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.99).

CONCLUSÃO

Nossos dízimos e ofertas são uma maneira de reconhecermos a soberania de Deus em nossa vida e é a vontade divina a salvação dos perdidos da Terra (1 Tm 2.4). Para que essa meta seja alcançada, Deus conta com cada um de seus filhos, com todos os seus dons e talentos. Deus conta com você para entrar no seleto grupo de mantenedores da obra missionária. O Senhor nosso Deus conta conosco para fazermos chegar Bíblias, literaturas e missionários aos povos que ainda não foram alcançados com a mensagem de vida eterna.

  CPAD : Até os Confins da Terra – Pregando o Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo

  | Lição 09: A Igreja e o Sustento Missionário

 





A

 obra da evangelização dos povos é a tarefa mais importante da Igreja. Devemos trazer nossas contribuições em forma de dízimos e ofertas à igreja, para que esta mantenha os que se dedicam a ganhar vidas para Jesus, fazendo o seu Reino avançar sobre a terra.

   A igreja de Corinto deixou-nos um grande exemplo na abundância dos dons espirituais e no conhecimento das coisas de Deus (1 Co 1.4- 7; 12.1-31; 2 Co 8.7; 12.7), mas, infelizmente, foi muito insensível no que tange ao sustento financeiro do seu missionário, sendo necessário a intervenção de outras igrejas para que ele pudesse exercer as suas atividades (2 Co 11.8-9; Fp 4.15). Entretanto, o apóstolo Paulo ensinou àquela igreja que contribuir em favor da obra missionária é o mesmo que investir em Deus: “ [...] o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (2 Co 9.6; G1 6.7-9).

   Paulo deu testemunho à igreja de Corinto referente à graça da contribuição que Deus concedeu à igrejas da Macedônia, a saber: Filipos, Tessalônica e Bereia. O seu objetivo não era outro a não ser incentivar aquela igreja, que vivia num grande centro financeiro da época, principalmente por ser uma cidade conhecida como uma das maiores fabricantes de velas para navios e barcos, rica no comércio de seda pura, além de ter dois portos: Lecaion e Cencreia. O apóstolo deixou claro aos coríntios que os crentes da Macedônia, embora vivessem em grande dificuldade e extrema pobreza, deram exemplos na contribuição para com os irmãos em Cristo da Judeia (2 Co 8.1-9). Esferas de sustento missionário

   O apoio missionário é um investimento espiritual que Deus credita na conta dos doadores.

  Como os missionários devem ser financeiramente apoiados no seu trabalho?

   Os missionários precisam de dinheiro para pagar pela alimentação, moradia e outras necessidades. Lembrando que os casados e com filhos possuem necessidades ainda maiores.

   A sustentação financeira aos missionários precisa ser sistemática, pois as necessidades dos obreiros são diárias. Não é suficiente enviar ofertas esporádicas. A contribuição precisa ser metódica, suficiente e contínua.

   Deus recebe a oferta que oferecemos aos missionários e compro[1]mete-se a abençoar-nos e suprir todas as nossas necessidades.

   Por toda a Bíblia, Deus ordenou que os que tivessem um ministério de tempo integral fossem sustentados pelo povo de Deus. Isso está demonstrado nas orientações dadas aos sacerdotes (Nm 18.1-20) e levitas (Nm 18.21-32); nas instruções de Jesus aos discípulos (Mt 10.9,10); e pelas suas palavras quando diz que “ digno é o obreiro de seu salário” (Lc 10.7). O apóstolo Paulo também escreve: “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Co. 9.14). Uma exposição mais profunda pode ser encontrada com clareza nos seguintes textos: 1 Crônicas 29.14-17 e Êxodo 35.4-9.

   A responsabilidade da igreja Cabe à igreja que envia assumir a responsabilidade financeira com o missionário. Tal compromisso deverá ajustar-se ao seu suporte econômico previamente, tendo realizado o exame criterioso dos custos da obra a ser desenvolvida, tais como: transporte do missionário até o local da atuação da obra; instalação do missionário com a sua família; respaldo até que a obra adquira condições de autossustentar-se e dar assistência ao obreiro em todas as áreas da sua vida. O sustento missionário inclui alimento, vestuário, moradia, educação e saúde dele e da esposa e filhos.

  Antes, porém, de qualquer início de atividade, a igreja deve fazer os cálculos, conforme o ensino de Jesus (Lc 14.28). E necessário um estudo sobre o padrão de vida do país para onde vai ser enviado o missionário, a fim de que a igreja possa enviar o suficiente para o sustento dele.

   É prudente que, previamente, seja estabelecido um contrato entre a igreja e o missionário, estabelecendo todas as tratadvas acordadas com o missionário e a sua família antes do envio dos mesmos (Mt 5.37).

   Na realidade, são os crentes, membros e obreiros da igreja que apoiam os missionários com as suas contribuições, através da secretaria ou Departamento de Missões da igreja. Diante dessa realidade, a igreja ora, intercede e acompanha o seu trabalho através de relatórios escritos e por meio de testemunhos de outros que visitam o missionário no campo. Esses responsáveis pelo sustento e pelo apoio espiritual devem entender também que a situação é muito diferente fora do seu convívio. Se não houver essa confiança, corre-se o risco de o trabalho no campo missionário não desenvolver ou sofrer solução de continuidade.

  II - PRINCÍPIOS  básicos a cerca do sustento MISSIONÁRIO PELA IGREJA

   Princípios espirituais em relação à contribuição missionária, exarados na Palavra de Deus:

  Ia) A contribuição missionária é individual: “ Cada um [...]” (2 Co 9.7);

  2a) A contribuição missionária é voluntária: “ [...] propôs no seu coração [...]” (2 Co 9.7);

  3a) A contribuição missionária envolve o sentimento: “ [...] dá com alegria” (2 Co 9.7);

  4a) A contribuição missionária é sistemática: “No primeiro dia da semana [...]” (1 Co 16.2);

  5a) A contribuição missionária é proporcional: “ [...] ponha a parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade [...]” (1 Co 16.2).

   6a) O investimento material resulta em bênçãos espirituais (1 Co 9.11; Rm 15.27).

   O escritor Roger Greenway (1934 2016) cita alguns princípios básicos sobre o sustento missionário a partir de Filipenses 4.10-20, NAA:

  10. Fiquei muito alegre no Senhor porque, agora, uma vez mais, renasceu o cuidado que vocês têm por mim. Na verdade, vocês já tinham esse cuidado antes, só que lhes faltava oportunidade.

  11. Digo isto, não porque esteja necessitado, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.

  12. Sei o que é passar necessidade e sei também o que é ter em abundância; aprendi o segredo de toda e qualquer circunstância, tanto de estar alimentado como de ter fome, tanto de ter em abundância com o de passar necessidade.

  13. Tudo posso naquele que me fortalece.

  14. No entanto, vocês fizeram bem, associando-se comigo nas aflições.

  15. E como vocês, filipenses, sabem muito bem, no início da pregação do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou com igo nessa questão de dar e receber, exceto vocês, somente.

  16. Porque até quando eu estava em Tessalônica, por mais de uma vez vocês mandaram o bastante para as minhas necessidades.

  17. Não que eu esteja pedindo ajuda, pois o que realmente me interessa é o fruto que aumente o crédito na conta de vocês.

  18. Recebi tudo e tenho até de sobra. Estou suprido, desde que Epafrodito me entregou o que vocês me mandaram, que é uma oferta de aroma agradável, um sacrifício que Deus aceita e que lhe agrada.

  19. E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, tudo aquilo de que vocês precisam.

  20. A nosso Deus e Pai seja a glória para todo o sempre. Amém!

  1. O suporte aos missionários deve ser feito de modo organizado.

   O apóstolo Paulo, algumas vezes, sofreu carência de sustento por[1]que algumas igrejas ou ignoravam suas necessidades, ou não tinham em mãos os meios de fazer a ajuda chegar até o apóstolo (Fp 4.10).

  2. 0 sustento deve ser coletado nas igrejas e entregue aos missionários de um modo eficiente e responsável.

  As igrejas devem enviar o sustento diretamente aos missionários, regularmente, dessa forma, os missionários não sofrem necessidades quando as igrejas fazem bem o seu trabalho.

  3. 0 sustento de missões ê uma resposta voluntária dos fiéis que, em gratidão a Deus pela salvação, apoiam a proclamação do evangelho.

  Os filipenses voluntariamente davam os seus presentes para sustentar o missionário a quem amavam. Eles não estavam pagando uma “taxa” ou tentando ganhar o favor de Deus.

 4. 0 sustento era mais do que o básico, era amplo. “

   Recebi tudo e tenho abundância” , disse Paulo (Fp 4.18). Eles enviaram um dos seus membros, Epafrodito, para entregar as doações e também para ficar com Paulo, ajudando-o.

  5. 0 sustento de missões deve serfeito, no decorrer dos anos, de um modo constante.

  Paulo elogiou os Filipenses pelo seu apoio fiel e constante (Fp 4.16).

  Outras igrejas, algumas vezes, ignoraram as suas necessidades (Fp 4.15), mas Paulo podia contar com os fiéis filipenses. Os missionários dependem da fidelidade dos fiéis em quem eles confiam, ano após ano, para o seu apoio em orações e doações.

  III - APRENDENDO A INVESTIR NA OBRA MISSIONÁRIA

  1. Igreja de Filipos x Igreja de Corinto

   A Bíblia Sagrada fala mais sobre o relacionamento com o dinheiro do que muitos outros assuntos julgados vitais para uma vida cristã saudável. De acordo com o Ministério Crown, existem 215 versículos no Novo Testamento sobre fé; 218 versículos sobre salvação e, em toda a Bíblia, 2.350 versículos sobre finanças.

  Ao contrário da igreja de Corinto, a igreja de Filipos era generosa (Fp 4.15-19). Ela enviava oferta quando Paulo mais precisava. Este agradecia a Deus, declarando que essas ofertas eram “ como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Fp 4.16,18).

  Os crentes filipenses compreendiam de forma plena a importância da contribuição financeira em favor da obra missionária (G1 6.6; Rm 15.25-28; 1 Tm 5.18; 1 Co 9.9-14).

   A igreja de Filipos tinha o coração maior do que o bolso. Eles davam não do que sobejava, mas das suas próprias necessidades. Eles ofertavam sacrificialmente. Eles eram pobres, mas enriqueciam a muitos. Eles nada tinham, mas possuíam tudo. Eles olhavam a contribuição não com o um peso, mas como uma graça, com o um dom imerecido de Deus (2 Co 81). Eles não apenas davam com generosidade, mas também com sacrifício (2 Co 8.2), pois ofertavam não apenas segundo as suas posses, mas voluntariamente ofertavam acima delas (2 Co 8.3) . Eles ofertavam não apenas para Paulo, o plantador da igreja, mas também para irmãos pobres que eles jamais tinham visto (2 Co 8.4) . Eles deram não apenas dinheiro, mas a eles mesmos (2 Co 8.5).

   Hoje não é diferente, pois a oferta que oferecemos para o sustento missionário, o Senhor certamente a recebe com alegria. Esse ato é que nos dá a certeza de que Ele suprirá todas as nossas necessidades (Fp 4.19).

   Contudo, o apóstolo Paulo ensinou a igreja de Corinto que contribuir para a obra missionária é um investimento espiritual que Deus credita na conta dos doadores (Fp 1.19-20; 2 Co 9.6; G1 6.7-9). “Deus ama a quem dá com alegria” (2 Co 9.7); “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35); “ Dai, e ser-vos-á dado” (Lc 6.38); “ Quando, pois, deres [...]” (Mt 6.2).

  Ao tratar sobre a contribuição financeira na igreja, o pastor Antonio Gilberto, na Bíblia de comentário que leva o seu nome (CPAD), passa em revista seis ensinamentos essenciais relacionadas à motivação para a contribuição. São eles:

  1. A consagração pessoal a Deus (2 Co 8.1,5). Já vimos que o ponto de partida para o crente ser fiel no tocante aos dízimos e ofertas para Deus é de primeiramente dar-se totalmente ao Senhor. Geralmente todo fiel dizimista e contribuinte não se intromete na vida dos outros, pelo fato de estar muito ocupado com a sua, no sentido de querer em tudo agradar ao Senhor.

  2. A graça divina para dar (2 Co 8.6). A contribuição financeira para Deus é chamada de graça. Uma graça divina recebida para sso. Isto é muito maravilhoso! O leitor conhece este lado espiritual da contribuição? A graça de contribuir com alegria, com abundância, e com perseverança para Deus? O termo original é charis, o mesmo usado quando se trata da graça de Deus, como em At 14.26; Tt2.11;eJo 1.14,16-17.

  3. O exemplo de Jesus (2 Co 8.9). “ Sendo rico, por amor de vós se fez pobre” . Aqui pensamos no trono de glória com o Pai, mas também na manjedoura, no monte da tentação, cansado junto à fonte de Jacó, pedindo água à Samaritana, traído por Judas, preso pelos soldados, julgado pelo Sinédrio, enfrentando a vergonha da cruz, e morrendo desamparado. Ele se fez pobre por nós! A manjedoura foi-lhe cedida, o jumentinho não era seu, nem também o túmulo em que foi sepultado. Eis o exemplo de Cristo a dar! Esta é uma profunda motivação para todos nós.

  4. A opinião de Jesus sobre nós (Mt 12.41). Aqui há um fato que deve prender a nossa atenção sobre os motivos que levam uma pessoa a contribuir. Jesus “ observa a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro” . Ele estava “vendo” os motivos interiores de cada um.

  5. A experiência dos discípulos de Jesus (At 2.44-45; 4.34). Aqui está a grande motivação para darmos a Deus do que Ele nos tem dado. Eles tinham visto a maneira como Jesus dava de si, socorrendo a todos que o buscavam. As igrejas que eles fundaram, como vemos em Atos e nas Epístolas, foram por eles ensinadas a contribuir sistematicamente e a socorrer os necessitados.

  6. Reflexões motivantes à contribuição. Duas coisas mínimas, Deus requer do homem: 1 / 7 do seu tempo para seu descanso e ao mesmo tempo adorar ao Senhor na sua casa. Entre os judeus esse dia era o sábado. Para nós, cristãos, esse dia é o domingo - o dia do Senhor, porque nele o Senhor ressuscitou. A outra coisa mínima que o Senhor requer do homem é 1/10 da sua renda.

   A lei universal da colheita é: tudo que semearmos também colheremos. Esse princípio também se aplica à colheita espiritual, como revela o apóstolo Paulo aos Gálatas 6.6-10. No versículo 7, ele adverte: “ Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o ho[1]mem semear, isso também ceifará” . Nesta vida, há tempo de plantar e tempo de colher. E colhemos aquilo que semeamos!

  Esse mesmo princípio é válido com relação aos dons, às ofertas e aos dízimos que semeamos na obra de Deus. Se você contribui de maneira liberal, com o melhor que lhe é concedido por Deus, terá uma colheita abundante. Entretanto, se contribui apenas quando acha conveniente ou somente com uma pequena porção das bênçãos que Deus tem derramado sobre a sua vida, terá uma colheita comum. A sua colheita será proporcional à quantidade de sementes que você lançar ao solo. Paulo exortou os gálatas a retirar das bênçãos concedidas por Deus uma oferta para os mestres que compartilhavam o evangelho com eles (G16.6). Repartir, do grego koinoneo, “compartilhar com ” , traduzido como “ser participante de” (Rm 15.27; 1 Tm 5.22; Hb 2.14; 1 Pe 4.13; 2Jo 11); “ comunicar” e “ distribuir” (Rm 12.13; G1 6.6; Fp 4.15). Refere-se ao suporte material do ministério.

  A contribuição é uma semeadura, e o dinheiro é uma semente. A sementeira que se multiplica é a que semeamos, e não a que comemos. Quando semeamos com abundância, colhemos com abastança. Podemos escolher o que vamos semear, mas não podemos escolher o que quisermos. Só podemos colher o que semeamos. Sob a Antiga Aliança, os sacerdotes e levitas que serviam e ministravam aos israelitas eram sustentados pelos dízimos e pelas ofertas do povo. Sob a Nova Aliança, Deus também ordenou que os ministros do evangelho fossem sustentados pelos dízimos e pelas ofertas espontâneas dos que recebem a ministração e o ensino da Palavra.

   O apóstolo Paulo disse à Igreja em Corinto: “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Co 9.13,14). Aconteça o que for, não se canse de fazer o bem, de contribuir para a obra do Senhor, nem de lançar sementes no Reino de Deus, sustentando pastores, mestres, evangelistas, missionários e ministérios que pregam e ensinam a Palavra de Deus com demonstração de poder e unção do Senhor.

   Não desanime! O Senhor promete: você irá colher se não desanimar. O tempo de sua colheita está chegando. Paulo afirmou que o cristão colherá no tempo próprio. E este é o tempo que Deus designou para que você tenha uma grande colheita!

  2. Tendo consciência de nosso dever

  Depois de lembrar aos Coríntios a lei da colheita espiritual (2 Co 9.6), que estabelece que a pessoa colhe na proporção do que semeia, Paulo ensinou-lhes como ofertar (v. 7): “ Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” . Você dá (contribui) com alegria? Deus deseja que entreguemos nossos dízimos e ofertas de maneira espontânea, e não por considerá-los um dever ou por sentirmo-nos forçados a contribuir, mas porque o amamos. O Senhor não quer que você contribua apenas com a razão, mas também com o coração.

   Se você investe na obra missionária de maneira espontânea, de acordo com a vontade de Deus, lançando sementes, as promessas de bênção e prosperidade serão cumpridas em sua vida.

  No versículo 8, Paulo não se referiu apenas às bênçãos espirituais, mas também às temporais. Deus promete derramar as suas bênçãos em nossa vida com tal abundância que de nada teremos falta se formos fiéis em nossas ofertas. Experimentaremos um fluxo constante das bênçãos do Senhor, tendo o bastante não apenas para suprir todas as nossas necessidades, como também para contribuir ainda mais com a obra missionária.

  3. Pessoas financiando a obra divina

  Na segunda metade do século X X , uma expressão latina ganhou espaço nos círculos missionários: Missio Dei, que significa “ Missão de Deus” .

  A missão, ou Missio Dei (corretamente compreendida), é, antes de ser missão da igreja, missão de Deus e feita pelo próprio Senhor. A igreja neste mundo é apenas um canal para que o evangelho seja levado por Deus aos perdidos. O Senhor não precisava da igreja para tal, mas Ele escolheu e decretou para que seja assim. Segundo Analzira Nascimento: “pensar a missão a partir da Missio Dei (nos mostra que) o protagonista da missão não é mais a agência missionária, ou a igreja local ou o missionário, mas o próprio Deus”.   

  Aqueles que se dedicam à obra missionária, tendo sido reconhecidos pela igreja, devem ser sustentados pela mesma (G1 6.6; Rm 15.25- 28; 1 Tm 5.18; 1 Co 9.9-14). A obra da evangelização dos povos é a tarefa mais importante da Igreja. O desejo de Deus não é outro senão a salvação de todos os povos (Mc 16.15; Mt 28.16-20).

  Deus tem pessoas específicas para enviar (At 13.1-3). Nem todos podem ir, mas todos podem orar e contribuir. A ação de contribuir para o sustento missionário é uma disposição individual gerada em cada um pela ação do Espírito Santo e assumida interiormente como importante e indispensável.

  Devemos contribuir para o sustento da obra missionária, haja vista a nobre tarefa desenvolvida pelos missionários. Em Lucas 4.18, Jesus mostra a missão que Ele veio fazer (pregar as Boas Novas aos pobres, proclamar liberdade aos presos, libertar os oprimidos). “Um missionário’ por sua vez, é uma pessoa que tem uma missão, que tem um objetivo, que tem algo bem específico para fazer, e que ninguém pode fazer. Então, vale a pena porque estamos entendendo a voz de Deus e fazemos aquilo que Ele nos pediu, para estabelecer Seu Reino aqui na Terra.”

   Em Lucas 8.1-3, um grupo de mulheres acompanhava Jesus e servia-o com os seus bens, ou seja, sustentava os missionários, Jesus e os seus discípulos materialmente.

   Por que as pessoas contribuem para o sustento da obra missionária?

  1. As pessoas contribuem quando estão bem-informadas sobre o projeto missionário a ser realizado.

  2. As pessoas contribuem porque creem que as suas ofertas vão mudar vidas. Além disso, eles devem crer que: A sua vida vai ser mudada; que os não salvos vão ser alcançados com o evangelho; que a igreja vai ser fortalecida, edificada e encorajada e que a vontade e a obra de Deus vão ser realizadas.

  3. As pessoas contribuem porque são valorizadas e sentem-se participantes da missão. Os mantenedores têm que se sentir parte da viagem missionária tal como a pessoa c[ue vai viajar.

  4. As pessoas contribuem porque acreditam que o missionário está completamente comprometido, entusiasmado, confiante e animado com o projeto.

   Missão envolve ajuda humanitária também: comida, remédios, escola... A sua contribuição tem levado paz para o presente de outras pessoas e esperança de um futuro melhor. Separar uma quantia mensal para missões é semear em terra fértil.

  Nossos dízimos e ofertas são uma maneira de reconhecermos a soberania de Deus em nossa vida. A vontade de Deus é a salvação dos perdidos da terra (1 Tm 2.4). Para que essa meta seja alcançada, Deus conta com cada um dos seus filhos, com todos os seus dons e talentos.

   Deus prepara e responsabiliza os in[1]divíduos para contribuírem financeira e espiritualmente para sustentarem a obra de missões. Com o o grande missionário Hudson Taylor (1832—1905) disse: “A obra de Deus feita no tempo de Deus nunca terá falta do sustento de Deus” .

 «A OBRA DE DEUS É FEITA SEGUNDO

A VONTADE DE DEUS, JAMAIS

 TERÁ FALTA DOS RECURSOS DE DEUS"

 (HUDSON TAYLOR, PRECURSOR

 DA EVANGEUZAÇÁO DA CHINA).

   Investir em missões é investir em vidas. Vidas sendo salvas pelo Senhor Jesus. Não é possível realizar missões sem dinheiro. Contribuir com missões é ajuntar tesouros no Céu (Mt 6.20). O que você tem feito em favor da obra missionária? Você pode orar, contribuir ou ir.

  Os missionários e os obreiros em geral são sustentados financeiramente pela igreja. A fonte ou origem desses recursos é a própria igreja. Foi Deus quem estabeleceu que o crente contribuísse para que o seu povo tenha os recursos suficientes para a expansão do evangelho e manutenção da obra do Senhor.

  Caso você ainda não seja um mantenedor da obra missionária, decida começar hoje. Invista em missões!

     AVIVA A TUA OBRA – O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus


 


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