TEXTO
ÁUREO
“Então, enquanto temos
tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.”
(Gl 6.10)
VERDADE
PRÁTICA
É papel da Igreja
responsabilizar- se integralmente com o cuidado de seus missionários
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 9.9-14
9- Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarde a
boca ao boi que trilha o grão. Porventura, tem Deus cuidado dos bois?
10- Ou não o diz certamente por nós? Certamente que
por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança, e o que
debulha deve debulhar com esperança de ser participante.
11-Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será
muito que de vós recolhamos as carnais?
12- Se outros participam deste poder sobre vós, por
que não, mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes,
suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
13- Não sabeis vós que os que administram o que é
sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar
participam do altar?
14-Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o
evangelho, que vivam do evangelho.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
O envio
de missionários ao campo requer planejamento com o propósito de cuidar
integralmente do missionário e sua família. Esse cuidado abrange todas as
esferas de vida do missionário no contexto cultural específico em que a missão
será realizada. Nesse aspecto, a adaptação de uma nova realidade transcultural
do missionário e de sua família impõe um desafio complexo para a igreja que
envia. Refletir sobre esse desafio é o tema desta lição.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A)
Objetivos da Lição:
I) Explicar o
sistema de apoio da Igreja aos missionários;
II) Relatar o
cuidado integral dos missionários;
III) Elencar
maneiras práticas de se comprometer com os missionários.
B)
Motivação: As necessidades dos missionários precisam ser comunicadas com
precisão a fim de que haja conscientização da realidade do campo missionário,
além de conclamar períodos de consagração, de oração e de jejum, pela família
dos missionários do campo. São iniciativas singelas e simples que têm impactos
permanentes na vida dos missionários.
C)
Sugestão de Método: Na lição passada estudamos a respeito das três formas de se
envolver com Missões: orar, contribuir e ir ao campo. Na lição desta semana,
vamos estudar a respeito do cuidado integral no envio do missionário e sua
família. Por isso, para introduzir a lição desta semana, enfatize a importância
de a igreja sentir-se responsável pelo envio missionário, relacione a
importância do “sistema de apoio local” com a obra de fé em Missões e afirme
que tudo isso deve contribuir para o objetivo primeiro de toda obra
missionária: fazer Cristo conhecido e adorado em todo lugar. A ideia aqui é
construir uma ideia de responsabilidade coletiva a respeito do envio e
manutenção do missionário.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A)
Aplicação: A lição desta semana nos convida a cuidar dos nossos missionários.
Há muitas formas de fazer isso: orando, planejando ações eficientes,
comunicando necessidades do campo, elaborando campanhas de auxílio, enfim.
Desse modo, devemos assumir a responsabilidade de cuidar dos nossos
missionários.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A)
Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas
Adultos. Na edição 95, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta
lição.
B)
Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão
suporte na preparação de sua aula:
1) O
texto “Os Princípios de ação incorporada, ou associação de igrejas para a ação
e serviço em conjunto”, localizado após o segundo tópico, aprofunda a reflexão
a respeito das esferas do cuidado missionário;
2) O
texto “Cooperação missionária”, após o terceiro tópico, amplia a reflexão a
respeito da chamada da cooperação no comprometimento da igreja local com os
missionários.
INTRODUÇÃO
Uma das
importantes atribuições da Igreja é cuidar integralmente dos missionários,
identificando, preparando, enviando e cuidando deles enquanto encerrarem a
carreira. Esses cuidados ainda devem abranger o cônjuge e os filhos dos
missionários, levando em consideração que todos precisam se adaptar em uma nova
realidade transcultural para que o trabalho se desenvolva o mais próximo
possível do planejado. Por isso, nesta lição, estudaremos a respeito da
responsabilidade da igreja local para com o missionário e sua família.
AUXÍLIO MISSIOLÓGICO
“O PRINCÍPIOS DE AÇÃO
INCORPORADA, OU ASSOCIAÇÃO DE IGREJAS PARA A AÇÃO E SERVIÇO EM CONJUNTO
A
independência das igrejas é maravilhosamente equilibrada pela interdependência
das igrejas e dos membros, tão bem exprimida pelas metáforas do corpo, do
templo, da edificação, do sacerdócio e da casa. Nenhuma igreja local é corpo,
templo, edificação, sacerdócio ou casa completos. Realmente, ninguém vive para
si mesmo, nem mesmo a igreja local. Há força na mobilização e coordenação
adequadas de nossa interdependência que resulta em unidade de propósito e ação.
Isso precisa ser enfatizado várias vezes. […] Para ter-se força, ordem, eficiência
e unidade é necessário que haja organização, mesmo dentro do sacerdócio dos
cristãos” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2000, p.274-75).
AUXÍLIO MISSIOLÓGICO
COOPERAÇÃO MISSIONÁRIA
“Em
nossos dias de tensão, obscuridade e buscas, fazemos bem em olhar com mais
intimidade e confiança para Paulo como um exemplo, e para o Espírito Santo, e
assimilar um pouco de seus princípios orientadores de cooperação em missões.
Será fácil para nós adotarmos uma verdadeira parceria, pois “lado a lado”,
“superior”, concorrência e anulação. Cooperação em missões é um conceito
sagrado e amplo de iguais, unidos por uma confiança mútua, um propósito único e
um esforço único, aceitando responsabilidades, autoridade, elogio e culpa
iguais; compartilhando tarefas, alegrias, tristezas, vitórias e derrotas. Isso
significa planejamento em conjunto, legislação em conjunto, programação em
conjunto, e envolve as igrejas que enviam e acolhem em uma mesma base.
Cooperação de igualdade e mutualidade em missões é tanto uma atitude, uma
relação espiritual, social e teológica, uma filosofia de ministério, um estilo
de vida e missões, quanto é um padrão definido de relacionamento entre missão e
igreja para efeitos de administração e legislação” (PETERS, George W. Teologia
Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.289).
CONCLUSÃO
Nesta
lição fomos estimulados a conhecer as necessidades dos missionários. Você e sua
família podem fazer muita diferença na vida deles e de suas respectivas
famílias. Se o nosso coração estiver em missões, nossos joelhos estarão
dobrados, nosso testemunho alcançará pessoas e nossas finanças investirão no
que é eterno (Mt 6.19-21). Por isso, Deus deseja que seu povo se comprometa e
assuma a responsabilidade com os missionários que servem no campo. Há bênçãos
sem medidas.
CPAD : Até os Confins da Terra – Pregando o
Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo
| Lição
07: A Responsabilidade da Igreja com os Missionários
U |
ma das importantes atribuições da Igreja é,
sem dúvida, o cuidado integral dos missionários que deve identificar, preparar,
enviar e cuidar dos mesmos enquanto estiverem atuando e quando precisarem
encerrar as suas carreiras. Esse cuidado deve ainda abranger não somente o
missionário, mas o seu cônjuge e filhos, levando em consideração que todos
precisam adaptar-se a uma nova realidade transcultural para que o trabalho
possa ser desenvolvido o mais próximo possível do que foi planejado.
O
apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 9, trata da liberdade cristã e dos direitos do
seu apostolado, sendo que, nos versículos 9 a 14, ele ensina que a Igreja
precisa estar atenta à responsabilidade de cuidar integralmente dos seus
missionários:
Porque
na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão.
Porventura, tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós?
Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com
esperança, e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. Se
nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as
carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais
justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes, suportamos tudo, para
não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os que
administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo
estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que
anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.
No
Comentário Bíblico Beacon (CPAD), encontramos uma explicação bastante
elucidativa a respeito desse texto bíblico:
A lei até se preocupava com o cuidado dos animais que ajudavam a
atender às necessidades do homem. Assim, o boi que puxava a pesada mó do
debulhador não devia usar uma focinheira, e precisava ter a permissão de comer
o grão que ajudava a debulhar. Os gentios geralmente colocavam uma mosaica
nesses bois, mas os judeus acreditavam que faziam parte da criação divina,
portanto eram dignos de um tratamento mais humano. Entretanto, o bem-estar do
animal não era a principal razão de a lei se preocupar com o cuidado dos bois.
Paulo pergunta: ‘Porventura, tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente
por nós? (w. 9-10). ‘A boa ação ao espírito imortal do homem supera o simples
conforto físico de um animal que é mortal’.
Além disso, o homem
que se dedica ao exaustivo trabalho de lavrar a terra precisa do estímulo de
uma futura recompensa. Aqueles que estão envolvidos na debulha e na lavoura
fazem isso na esperança de comparülhar os resultados do seu trabalho, e os
apóstolos e os ministros devem fazer o mesmo. As contribuições do apóstolo nas
coisas espirituais (v. 11) era incalculável. Portanto, se ele pedisse um pouco
de sustento material, que importância teria? A expressão coisas... carnais não
se refere aqui a qualquer coisa pecaminosa, mas a coisas materiais e terrenas,
e foi usada para fazer contraste com as coisas espirituais.
No versículo 12,
Paulo argumenta que se os outros, como os mestres judeus, gozam do privilégio
de serem mantidos por suas congregações, ele tem direito ainda maior de receber
esse apoio. Entretanto, ele nunca exerceu esse direito. O argumento de Paulo
para não ter exercido essa opção era que ele não queria colocar impedimento
algum ao evangelho de Cristo. O termo impedimento significa literalmente uma
incisão ou uma violenta ruptura. Talvez esta seja uma metáfora sobre a
destruição de pontes ou estradas para impedir a marcha do inimigo’. Paulo tinha
plena liberdade — de acordo com a natureza, a razão, a prática, e as Escrituras
— de exigir o sustento; no entanto ele voluntariamente desistiu dessa
liberdade. ‘Ele estava preocupado em exaltar a dignidade da sua mensagem tornando-a
gratuita’. Se Paulo tivesse exercido seu direito nesse assunto, ele podería ser
acusado de pregar por ganhos pessoais e, dessa forma, teria enfraquecido sua
influência. Uma questão final está diretamente relacionada com o apoio da
congregação ao ministério. Tanto a história judaica quanto as práticas dos
gentios mostram que os sacerdotes que oficiavam junto ao altar (v. 13) viviam
das ofertas. Os que de contínuo estão junto ao altar é uma expressão geral que
inclui todas as pessoas dedicadas ao serviço do Templo. A expressão estar junto
ao altar se aplica apenas os sacerdotes que eram os únicos que ofereciam os
sacrifícios. Estar junto significa ‘sentar-se ao lado constante e firmemente’.
Os sacerdotes estavam sempre à disposição; portanto, precisavam receber o seu
sustento. O Cristianismo substituiu o Templo e exige do ministro a mesma
dedicação do sistema antigo.
A conclusão final é ‘que aqueles que anunciam
o evangelho, que vivam do evangelho (v. 14)’. Quando Paulo afirma: ‘Assim
ordenou também o Senhor’, ele está se referindo à prática geral do Antigo
Testamento e às palavras de Cristo em particular (Mt 10.10; Lc 10.7). Com o
alguns haviam recebido uma chamada especial e se dedicaram totalmente à tarefa
espiritual, abandonando os ganhos terrenos, ‘a igreja à qual eles consagraram
suas vidas tem a obrigação de prover ao seu sustento material’. A expressão
‘viver do evangelho’ pode ser aplicada, ‘de acordo com o tempo e o espaço, às
ofertas ou a um salário regular’. Paulo mostrou que era um verdadeiro apóstolo
e que todos os apóstolos e ministros têm direito a um sustento material da
congregação. Em seguida, ele passa a explicar porque não havia aceitado esse
sustento que havia tão insistentemente reclamado com o direito apostólico.
I - A IGREJA E O SISTEMA DE APOIO
AOS MISSIONÁRIOS
1. A responsabilidade da igreja
A Bíblia ensina-nos que os que se dedicam à proclamação da Palavra de
Deus, sendo reconhecidos pela Igreja, devem ser sustentados pela mesma (G1 6.6;
Rm 15.25-28; 1 Tm 5.18; 1 Co 9.9-14). O sustento financeiro de missões é uma
responsabilidade básica e contínua das igrejas em todo lugar. Greenway lembra
que certos princípios devem permanecer claros no que tange ao sistema de apoio
aos missionários:
Os
missionários não devem ter que “implorar” por apoio. Eles não são obreiros de
“segunda classe” , que necessitam ou merecem menos dinheiro do que pastores,
professores ou os demais trabalhadores.
A visão missiológica proposta pelas Sagradas Escrituras e que deve ser
absorvida pela Igreja deixa-nos claro que o missionário está total[1]mente
ligado à igreja local (At 13.1-5; 14.25-28). O missionário é um obreiro formado
no ministério local (At 11.19-26; 16.1-8), orientado pelo pastor da igreja e
enviado para fazer a obra missionária conforme a visão que o Espírito Santo
concede à igreja (At 13.1-5; At 6.6; 1.24). Consequentemente, é dever do
missionário, em contrapartida, prestar relatórios periódicos sobre o
desenvolvimento da obra que está sendo realizada (At 14.25-28; 15.4,12; 21.19).
2. O sistema de apoio e a “
obra de fé”
O sistema de apoio deve permitir
que os missionários utilizem o má[1]ximo
do seu tempo e energia no trabalho missionário.
Todo trabalho missionário é “uma obra de fé” do começo ao fim. Qualquer
que seja o sistema de sustento financeiro, os missionários devem confiar em
Deus e depender da fidelidade do seu povo. Sem a fé, a oração e o sacrifício,
qualquer obra missionária falhará. Tanto os missionários quanto os que os
sustentam devem ser pessoas de fé, que irão crescer na medida em que obedecerem
ao mandamento de Jesus: “ Ide e fazei discípulos” (Mt 28.19).
3. O objetivo de missões
É bom
lembrar que o objetivo de missões é que Cristo seja conhecido e adorado em todo
lugar. Aqueles que fazem o trabalho missionário, de maneira que este honre a
Cristo, terão todas as suas necessidades supridas (Fp 4.19).
II - O GUI DADO INTEGRAL DOS MISSIONÁRIOS
1. O cuidado integral
A visão
missionária das igrejas de um modo geral, com raras exceções, limita-se tão
somente ao sustento financeiro dos missionários. Entretanto, cabe à igreja uma
responsabilidade maior, mais abrangente, zelando por aqueles que estão
trabalhando no campo missionário. O missionário precisa ser cuidado
integralmente pela igreja, não somente na área financeira, mas também na área
espiritual, emocional, física, mental e social.
E
necessário um acompanhamento pastoral enquanto o missionário está no campo, com
amor e respeito, para que ele possa superar as dificuldades internas e externas
que surgem.
A
igreja deve ter um planejamento de visitas aos missionários, manter contato
permanente com os missionários, incentivar os membros a manterem contato com os
missionários e a sua família, principalmente nas datas de aniversário, dias
festivos e organizar grupos de intercessão em favor da família missionária.
E de
bom alvitre que líderes da igreja visitem os missionários proporcionando
aconselhamento pastoral aos missionários e a sua família, compartilhando das
suas lutas, dores, frustrações e alegrias, orando com eles.
O estresse faz parte da vida. De
acordo com o Ministério da Saúde, trata-se de uma atitude biológica necessária
para a adaptação a novas situações. E uma reação natural do organismo a um
estímulo e gera alterações emocionais e físicas — há liberação de uma complexa
mis[1]tura
de hormônios e substâncias químicas como adrenalina, cortisol e norepinefrina
(também chamada de noradrenalina).
Situações contínuas, recorrentes
e/ou agudas de estresse, contudo, podem levar ao esgotamento físico e
emocional, reduzindo (ou até eliminando) a capacidade laborativa de uma pessoa.
Quando esses fatores estressores estão ligados a situações de trabalho
desgastantes, pode ocorrer a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento
Profissional, distúrbio psíquico registrado no grupo 24 do C id-11
(Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Re[1]lacionados
à Saúde).
A
seguir, transcrevemos as palavras da Dra. Lorraine Oliveira, médica
cardiologista, no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) realizado para o POS
- Postgraduate Studies on Missiology (Missões) do Seminário Teológico Servo de
Cristo.
Já
foram feitos estudos com diversas classes de profissionais, principalmente
aquelas cujas athidades exigem envolvimento interpessoal direto e intenso:
professores, enfermeiros, agentes penitenciários, religiosos, etc. No entanto,
ainda é pequeno o número de estudos com missionários, um grupo cujo trabalho
reúne inúmeras dificul[1]dades,
agravadas pelo fato de os obreiros transculturais viverem em locais isolados
(na maior parte dos casos), sem o apoio neces[1]sário. O missionário
frequentemente muda de terra e de cultura, deixando para trás amizades e
estruturas sociais já estabelecidas. Além disso, muitas vezes vive em ambiente
hostil, com o áreas de conflito nas quais há até risco de vida. O presente
estudo identifica fatores preponderantes que levam esse grupo ao estresse, bem
como sugere algumas formas de reduzir o estresse entre os missionários,
(https:// ultimato.com.br/sites/caminhosdamissao/2020/1 0 /1 5 /
causas-de-estresse-entre-missionarios/).
No seu
TCC, a Dra. Lorraine fornece conselhos “ Com o evitar o estresse na vida dos
missionários” :
A percepção de sintomas do
estresse é o marco do limite emocional e físico do corpo. Identificá-los é
fundamental para iniciar o processo de tentar aliviar a tensão. A psicóloga
Marilda Lipp afirma: “O corpo fala” . Devemos, então, compreender a sua
linguagem em vez de nos desesperarmos. Alguns desses sinais (falas) são: falha
de memória para coisas pequenas e corriqueiras, acordar cansado após um bom
período de sono, tensão muscular excessiva, hiperacidez gástrica sem causa
aparente, irritabilidade excessiva, ansiedade, vontade de sumir, sensação de
incompetência e distúrbios do sono. (LIPP, 2013, p. 14)
Quanto
à responsabilidade de evitar o estresse na vida do missionário, a referida
médica é de parecer que deve ser dividida entre o próprio obreiro transcultural
e a instituição enviadora, no caso, da igreja. Entretanto, cada missionário
deve ser o principal responsável por sua saúde. O apóstolo Paulo já aconselhava
Timóteo, seu cooperador no trabalho missionário: “Fique atento a seu modo de
viver e a seus ensinamentos. Permaneça fiel ao que é certo, e assim salvarás a
si mesmo e àqueles que o ouvem” (1 Tm 4.16, NVT).
Cabe ao
indivíduo cultivar uma boa saúde mental por meio de boa alimentação, atividades
físicas, disciplinas espirituais, tempo de descanso, além de perceber suas
necessidades individuais e buscar auxílio quando necessário.
Lorraine cita Kelly 0 ’Donnell, autora do livro Cuidado Integral do
Missionário, a qual afirma que, no nível mais alto do cuidado missionário, está
o cuidado do Mestre. O relacionamento com Jesus, cultivado por disciplinas
espirituais, proporciona, com o diz a autora: “ Correr com resistência e entrar
no seu descanso” (baseado nos textos de Hebreus 12.1-2 e 4.9-11).
2. Uma agenda quanto à volta do missionário
Jesus
ensinou aos seus discípulos a necessidade e a importância do descanso: “ Vinde
vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos
que iam, e vinham, e não tinham tempo para comer. E foram sós num barco para um
lugar deserto” (Mc 6.31,32).
Quando os doze apóstolos
retornaram da sua missão (Mc 6.30), de uma prolongada jornada de trabalho,
enviados por Jesus de dois em dois (Mc 6.7-13), relatando que tinham pregado o
evangelho, curado os enfermos e expulsado demônios dos oprimidos e feito outras
maravilhas, Jesus levou-os para descansar. Fazer a obra de Deus é muito
importante, mas Jesus reconheceu que, para fazê-la com eficiência, precisamos
de um descanso periódico e de renovação. O obreiro, de modo geral,
principalmente o missionário, deve entender que o seu corpo é um instrumento do
Senhor e que ele deve cuidar bem desse instrumento. Por essa razão, o
missionário deve reservar um dia da semana para o necessário descanso.
O
saudoso pastor Antonio Gilberto, no seu comentário acerca do texto em epígrafe,
na Bíblia com Comentários de Antonio Gilberto (CPAD), assim se expressa:
É-nos confortador saber que Jesus compreende mais do que nós a fragilidade
e limitações humanas; primeiro, porque “Ele conhece a nossa estrutura;
lembra-se de que somos pó” (SI 103.14), e segundo, porque Ele experimentou aqui
na terra as nossas fraquezas. “Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante
aos irmãos” (Hb 2.17). Fazendo o trabalho do Senhor, todos nós precisamos vez
por outra de algum tempo de repouso para renovação das energias físicas,
mentais e espirituais.
A igreja que envia o missionário deve
orientá-lo a gozar um período de férias anuais para um merecido descanso. Essa
concessão não necessariamente significa que ele tenha que voltar ao seu país de
origem. Tudo deve ser estabelecido com critério pela igreja enviadora.
Todavia, a igreja deve ajudar a organizar a
agenda do missionário durante o seu retorno para gozo de férias, no que diz
respeito a visitas, consultas ou tratamentos médico-odontológicos, período de
lazer e descanso, bem com o atividades. Será muito bem-vinda a ajuda ao
missionário na hora de fazer compras, resolver questões bancárias, de
documentos, etc.
III - MANEIRAS PRÁTICAS DE SE COMPROMETER
CO M OS MISSIONÁRIOS
1. Comunicar as necessidades
David Platt, pastor e escritor norte-americano, dá algumas sugestões das
maneiras práticas pelas quais as igrejas locais podem cuidar melhor e apoiar os
missionários:
Comprometa-se
com a comunicação regular (e-mail, telefone, mensagens de texto, Skype, etc.).
Envie mantimentos e doações. Ajude nas licenças e atividades dentro do país
(forneça casa, veículo, celular, ajuda com escolas, cuidado com as crianças e
ofereça o tempo de folga com ênfase em descanso e retiro). Dê-lhes a oportunidade
de testemunhar e compartilhar em um ambiente congregacional quando eles
retornam e visitam. Ouça e demonstre o seu interesse e empenho no trabalho
deles. A vida no campo missionário pode ser desafiadora, exaustiva e difícil.
No meio do estresse e das lutas, muitos missionários frequentemente se sentem
desconectados e esquecidos pela igreja que os envia. Portanto, uma das maneiras
mais práticas pelas quais as igrejas locais podem se envolver em missões
mundiais é esforçando-se para cuidar, servir e ser uma bênção para os
missionários transculturais.
2. Doar para suprir necessidades
Doar
sacrificialmente à missão transcultural permite que toda a igreja esteja
envolvida. Crianças, jovens, adultos e idosos podem contribuir juntos para a
expansão do evangelho até aos confins da terra.
Em Filipenses 4.15-19, o apóstolo Paulo fala sobre o suporte financeiro
que ele recebeu:
E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no
princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou
comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente. Porque também, uma e
outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica. Não que procure dádivas,
mas procuro o fruto que aumente a vossa conta. Mas bastante tenho recebido e
tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa
parte me foi enviado, com o cheiro de suavidade e sacrifício agradável e
aprazível a Deus. O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas
necessidades em glória, por Cristo Jesus.
3. Orar e jejuar pela causa
A
oração é um elemento essencial da vida do crente (1 Ts 5.17) e uma parte
crucial da vida na igreja local (1 Tm 2.1).
Enquanto a igreja em Antioquia jejuava e
orava, Deus separou Paulo e Barnabé para levarem o evangelho aos gentios (At
13.1-3). No Novo Testamento, oração e jejum como esses eram fundamentais para o
povo de Deus quando se envolvia em missões. A oração e o jejum fervorosos são
uma maneira vital de as igrejas locais estarem envolvidas na missão de Deus
entre as nações.
Encontramos, ainda, no Novo Testamento exemplos
de congregações locais que dão apoio às igrejas locais em diferentes lugares
(Rm 15.25-28), bem com o de igrejas locais que doam a partir da sua pobreza e
de modo sacrificial, acima do seu poder, para apoiar o avanço do evangelho (2
Co 8.1-4).
Ore regularmente
pelos missionários que você conhece e diga a cada um que você está orando por
ele e por aquele pedido específico que ele falou. Acrescente no fim da sua
mensagem: “ Missionário, você não está sozinho!” .
Um
missionário compartilhou sobre quando foi dar uma olhada nas estatísticas dos
e-mails de oração que ele enviava: descobriu que mais da metade das pessoas na
lista não abriam o e-mail, justamente as pessoas que ele contava como
“guerreiros de oração”.
Escrever um e-mail para o missionário que
você conhece e ora, falando que você tem orado pelos motivos citados por ele —
mesmo que seja um e-mail curto — , mostra o seu comprometimento com esse apoio
e suporte.
A obra
missionária não deve ser feita com nossos restos, mas com aquilo que revela o
amor do Pai. Em 1 Crônicas 21.23,34, Davi recusa-se a dar ao Senhor algo que não lhe
custasse nada. Ele queria pagar o preço, queria investir! Davi era generoso com
as coisas de Deus, e o povo seguiu o seu exemplo, dando voluntária e
liberalmente ao Senhor (2 Cr 29.9).
Procure conhecer as reais necessidades dos missionários. Você e sua
família podem fazer muita diferença na vida de missionários e respectivas
famílias. Se nosso coração estiver em missões, nossos joe[1]lhos
estarão dobrados, nosso testemunho alcançará pessoas, e nosso bolso investirá
no que é eterno! (Mt 6.19-21). Deus recebe a oferta que oferecemos aos
missionários e compromete-se em abençoar-nos e em suprir todas as nossas
necessidades.
Até os
Confins da Terra – Pregando o Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo
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