TEXTO
ÁUREO
“Depois disso, ouvi a
voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então,
disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.”
(Is 6.8)
VERDADE
PRÁTICA
Nem todos são chamados
para ir ao campo missionário, mas todos têm a responsabilidade de orar e
contribuir com essa obra.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 6.18-20
Efésios 6
18 – orando em todo tempo com toda oração e súplica
no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os
santos
19 – e por mim; para que me seja dada, no abrir da
minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do
evangelho,
20 – pelo qual sou embaixador em cadeias; para que
possa falar dele livremente, como me convém falar.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Há
várias formas de fazer missões hoje: orando, contribuindo e indo. No Reino de
Deus cada pessoa tem o seu contexto e sua particularidade. Por isso, há uma
multiforme maneira de o crente se envolver com as missões. Na lição desta
semana, trataremos de aspectos práticos da obra missionária, ou seja, a
disposição do crente para enfrentar a batalha de oração por Missões, a disposição
de financiar a obra missionária e a disponibilidade de atender ao chamado
transcultural.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I)
Expressar a importância da oração pela causa de Missões;
II)
Pontuar a benção de contribuir para Missões;
III) Refletir
a respeito da vocação missionária.
B)
Motivação: Deus continua a chamar pessoas para a obra missionária. Na Palavra
de Deus encontramos exemplo forte de comissionamento missionário: Jesus
chamando os discípulos; o apóstolo Paulo diante de Jesus, sendo comissionado
para uma grande obra, enfim. Que o Espírito Santo aja nos corações para o
chamado missionário!
C)
Sugestão de Método: Na última lição estudaremos a respeito da perspectiva
pentecostal de Missões, a ênfase da operação do Espírito Santo no trabalho
missionário. Nesta lição, estudaremos a respeito da responsabilidade do crente
com a obra missionária de acordo com o seguinte tripé: oração, contribuição e
comissão. Assim, para introduzir a aula desta semana, pergunte de maneira
retórica quem ora, contribui e teve a experiência de fazer missões
transculturais. A ideia é causar uma reflexão bem próxima da causa missionária
da igreja local.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A)
Aplicação: Afinal da aula, convide os alunos para orarem a respeito dos três
assuntos estudados. . Ore para que Deus levante pessoas que orem por missões.
Ore para que Deus levante pessoas que contribuam financeiramente com a obra
missionária. E ore para que Deus levante pessoas que façam a obra missionária
no campo.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A)
Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas
Adultos. Na edição 95, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta
lição.
B)
Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão
suporte na preparação de sua aula:
1) O
texto “A Importância da Intercessão para a Missão Urbana”, localizado depois do
primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito da oração no contexto
missionário;
2) O
texto “Filipe”, ao final do terceiro tópico, amplia a reflexão a respeito da
chamada na vida do crente.
INTRODUÇÃO
“Ide por
todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15; cf. Mt 28.19; At
1.8). Essa passagem bíblica e outras referências ao longo do Novo Testamento
mostram que a prioridade da Igreja do Senhor Jesus Cristo é com a evangelização
do mundo. Esse compromisso com o chamado à evangelização mundial exige três
ações distintas: orar, contribuir e ir (exercer o chamado). Assim, estudaremos
essas três ações dentro do contexto da necessidade missionária.
AUXÍLIO MISSIOLÓGICO
“A IMPORTÂNCIA DA INTERCESSÃO
PARA A MISSÃO URBANA
A oração
é o segredo espiritual para vermos Deus derramar um poderoso avivamento em
nossas cidades. Se acreditamos que o avivamento é uma ação soberana do Espírito
Santo, a oração é a maneira pela qual veremos essa ação acontecer. Na
intercessão, a Igreja assume sobre os seus ombros a responsabilidade espiritual
pelo bem-estar da cidade. No Antigo Testamento, o sacerdote carregava sobre os
seus ombros os nomes dos filhos de Israel, para representá-los diante de Deus
todas as vezes em que ele chegasse à presença do Senhor.
[…] A Igreja, como povo sacerdotal do Senhor,
também precisa levar a sua cidade constantemente diante da presença de Deus.
Somos colocados pelo Senhor como atalaias nos muros da cidade e temos a
responsabilidade de não permitirmos que invasores entrem e destruam nossa
sociedade.
[…] Não podemos estar descansados enquanto
nossa cidade estiver sob o perigo iminente da destruição por causa dos seus pecados.
[…] Nossa negligência na intercessão poderá
trazer sérios prejuízos para nossas cidades” (ALVES, José. Missão Urbana:
Estratégias para a Conquista de Cidades. 1.ed. Rio de Janeiro: 2020, p.63).
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“Filipe
As últimas
palavras de Jesus a seus seguidores foi uma ordem para que o evangelho fosse
pregado em todos os lugares. No entanto, eles pareceram relutantes à ideia de
deixar Jerusalém. Foi necessária uma intensa perseguição para espalhar os
cristãos de Jerusalém pela Judeia e Samaria, para onde Jesus lhes havia
instruído a ir. Como a maior parte dos cristãos judeus, Filipe, um dos diáconos
responsáveis pela distribuição de alimentos, deixou Jerusalém e divulgou o
evangelho por todos os lugares por onde passou. Mas, diferentemente da maioria,
não limitou seu público a outros judeus.
[…] Em meio a todo o sucesso e
empolgação [do Evangelho em Samaria], Deus guiou Filipe ao deserto em virtude
de um compromisso do Senhor em revelar-se a um eunuco etíope, outro estrangeiro
que esteve em Jerusalém. Filipe foi imediatamente. Sua efetividade para
compartilhar o evangelho fez com que aquele homem se tornasse um cristão. Como
o eunuco tinha uma posição significativa em um país distante, sua conversão
pode ter causado um impacto positivo sobre a nação inteira” (Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: 2004, pp.1495).
CONCLUSÃO
Nosso propósito é que, a partir
desta lição, cada aluno tome uma atitude de fé e se comprometa com a obra
missionária. Que se coloque à disposição para se dedicar, ao menos, em uma
modalidade da obra missionária: orar, contribuir ou ir. A Igreja de Cristo tem
a incumbência divina de perseverar na proclamação da mensagem de salvação a
toda criatura. É tempo de salvação e Deus conta conosco para expandir o seu
Reino no mundo.
| Lição
06: Orando, Contribuindo e Fazendo Missões
CPAD – Até
os Confins da Terra – Pregando o Evangelho a todos os Povos até a Volta de
Cristo
Comentarista:
Pr. Wagner Gaby
D |
esde o Antigo Testamento, Deus procurou
pessoas que se colocassem à sua disposição para realizar a sua obra. Tais
servos deveríam ter consciência da chamada divina e convicção da obra que
deveríam realizar (Ex 32.31,32).
O
chamado de Deus é para participarmos da sua missão no mun[1]do.
Primeiramente, Ele enviou o seu Filho e depois enviou o Espírito Santo. Agora,
Ele envia a sua Igreja, que somos nós. Deus, por meio do Espírito, envia-nos ao
mundo para anunciar a salvação do seu Filho. Ele trabalhou por intermédio do
seu Filho para alcançá-la e trabalha por nosso intermédio para torná-la
conhecida.
A chamada de Deus para a obra
missionária é universal, fazendo parte da Grande Comissão dada por Jesus após a
sua ressurreição: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura (Mc
16.15); “ [...] ide, ensinai todas as nações” (Mt 28.19); “ [...] e ser-me-eis
teste[1]munhas
até os confins da terra” (At 1.8). Essas três passagens bíblicas são
suficientes para descrever qual a prioridade número um do Senhor Jesus Cristo:
“A evangelização do mundo” .
Há
cinco partes na Bíblia Sagrada. O Deus do Antigo Testamento é um Deus
missionário, pois chamou uma família a fim de abençoar todas as famílias da
terra. O Cristo dos Evangelhos é um Cristo missionário, pois enviou a Igreja
para que desse testemunho dEle. O Espírito de Atos é um Espírito missionário,
pois tirou a igreja de Jerusalém e levou-a para Roma. A igreja das Epístolas é
uma igreja missionária, uma comunidade mundial, com uma vocação mundial. O fim
de Apocalipse é um fim missionário, um sem-número de pessoas de todas as
nações. Com o diz John Stott: “A religião da Bíblia é uma religião missionária”
.
O chamado de Deus é um serviço sério e sagrado e requer o máximo de nós,
como o apóstolo Paulo diz em Romanos 1.15: “E assim, quanto está em mim, estou
pronto para também vos anunciar o evangelho” . O Dr. George William Peters,
professor de Missões Mundiais em Dallas Theological Seminary durante muitos
anos e autor do livro Teologia Bíblica de Missões (CPAD), faz a seguinte
paráfrase desse ver[1]sículo:
“Mobilizei e desenvolví todas as habilidades dentro de mim e as organizei para
um propósito, isto é, anunciar o Evangelho de Jesus Cristo” . Devemos aprender,
portanto, que precisamos alcançar isso para atender o desafio do chamado de
Deus.
Missionário é uma pessoa chamada por Deus (Rm
1.1; 1 Co 1.1), e essa chamada acontece através da visão da obra Jo 4.35; At
16.9; 26.19); da obediência à Palavra (Mc 16.20; Hb 2.4; At 4.20); e da direção
do Espírito (Ap 3.13; At 16.6-8; 14.23-28)
Roger
S. Greenway (1934—2016), professor de Missiologia no Cal[1]vary Seminary, autor do
livro Ide e fazei discípulos — Uma introdução às missões cristãs, no capítulo
20, sob o título “ O preparo para tornar-se um missionário” , assim se
expressou:
Eu
me lembro de ouvir o famoso missionário aos hindus, E. Stanley Jones, dizer a
um grupo de estudantes reunidos na Cidade do México. “Alguns de vocês, jovens,
estão pensando sobre ministério e missões. Meu conselho a vocês é este: se
puderem ficar de fora, então fiquem; mas, se não puderem, então, venham! E
maravilhoso!” . Há apenas um chamado para todos os cristãos, o de seguir a
Cristo no serviço para a glória de Deus e crescimento de seu reino; mas, há
várias tarefas dentro desse chamado. Eu tenho uma experiência de mais de
quarenta anos, e gostaria de dar alguns conselhos para aqueles que se sentem
chamados a se tornarem missionários. Não há satisfação maior do que aquela que
os missionários experimentam quando veem o Espírito Santo mudando os corações e
as vidas, trabalhando por meio dos seus esforços tão fracos para construir
igrejas de Cristo.
Para assumir um compromisso com a obra missionária, é necessário saber
que esse compromisso exige três ações distintas: orar, contribuir e ir.
I - ORANDO PELA CAUSA DE MISSÕES
A
primeira tarefa em que a igreja deve estar envolvida é a oração. Uma igreja que
ora é uma igreja poderosa. E, se a igreja ora em prol de missões, torna-se mais
poderosa ainda. Uma igreja missionária é uma igreja de oração. Se a igreja não
sente amor pelas almas e não se envolve com o trabalho missionário interna ou
externamente, é porque não ora. O termômetro do progresso de uma igreja está na
oração.
José
Martins disse corretamente: “A oração é a essência da obra missionária. Não é
só uma atividade necessária ao sucesso da obra — é a obra em si. E a prática
mais missionária possível, quando vivida de maneira bíblica” . E evidente que
Martins não quer dizer que oração e missões são a mesma coisa, e sim que essas
duas atividades devem vir interligadas. Nunca é demais enfatizar a importância
da prática da oração na obra missionária.
Frank
Laubach (1884-1970), missionário nas Filipinas por 25 anos, foi um homem de
intensa oração. Ele fez disso um hábito, passando horas, todas as noites, em
oração particular pelos pobres, perdidos e analfabetos. Laubach ia ao campo, ou
a um jardim, ou se trancava num banheiro, a fim de ficar a sós com Deus, em
oração. Ele explicou isso da seguinte maneira: “ Nós seremos úteis
espiritualmente apenas se tivermos um lugar secreto, para o qual podemos
correr, com fre[1]quência,
para orar. Ali nós seremos recarregados, com o se faz a uma batería
descarregada; e ali receberemos novas instruções do nosso Senhor” (You Are My
Friends, 84).
Embora
considerado um “gigante” na fé, o apóstolo Paulo não dispensava as orações das
igrejas, pois ele possuía um profundo senso de necessidade da oração. Para ele,
a oração era uma ação missionária (Ef 6.18-20). A oração vai na frente do
missionário. Ela move a mão de Deus. E a chave do sucesso missionário.
A
oração pela obra missionária possui duas finalidades:
1. Interceder
A oração coloca-nos na condição
de intercessores da obra missionária (Is 62.6-10). Devemos orar para as portas
serem abertas (Cl 4.2,3). Há países e regiões sob o domínio das potestades
demoníacas, da feitiçaria. São lugares de difícil acesso e resistência à
Palavra de Deus. Os missionários são os alvos principais do ataque e da
oposição de Satanás, porque eles são poderosamente usados por Deus.
Satanás é inimigo dos
missionários e usa de muitos métodos para impedir que o evangelho seja
propagado. Satanás trata os missionários com o “invasores” do seu território,
do qual ele não abre mão nem um centímetro sequer, sem uma batalha.
Devemos orar para que o coração das pessoas esteja aberto à mensagem de
salvação; para que os missionários tenham ousadia para testemunhar e pregar o
evangelho (Ef 6.19); para que a Palavra de Deus seja propagada (2 Ts 3.1); pela
proteção e segurança dos missionários diante dos perigos a serem enfrentados (1
Ts 3.2); para que o ministério e as atitudes dos missionários sejam dignos de
aceitação (Rm 15.31); para que os missionários sejam sempre guiados por Deus
(Rm 15.32) e para que o Senhor conceda refrigério aos missionários, através de
vitalidade física, emocional e espiritual (Rm 15.32).
Os missionários precisam de
nossas orações porque são pessoas com necessidades humanas normais, fraquezas e
problemas. Oremos por eles para que o Senhor lhes dê poder para falar do
evangelho com coragem e clareza, a fim de que eles vejam as pessoas
arrependerem-se e voltarem-se para Cristo e para que o Senhor abra portas e
remova barreiras, principalmente nos países sob o domínio das potestades
demoníacas, da feitiçaria (trevas profundas), até que o Reino de Cristo seja
estabelecido.
Se, por um lado, muitas igrejas
estão fechando as suas portas, se muitos pastores estão deixando o ministério e
se muitos missionários estão retornando das suas tarefas sem sucesso, é porque
a igreja deixou de orar.
Por outro lado, louvamos a Deus
pelo fato de que está havendo um avivamento da oração entre os cristãos ao
redor do mundo hoje. Esse avivamento começou na América Latina e Coréia do Sul
e, hoje, as “ Casas de Oração” são centros de crescimento e testemunho cristão
comuns na índia.
Com raras exceções, a oração reavivada leva a um aumento da
evangelização e de missões. Com o disse Samuel Marinus Zwemer (1867-1952),
conhecido com o o “Apóstolo do Islã” dos seus dias, disse: “ Oração e missões
são inseparáveis” .
2. Despertar a igreja local para a obra
missionária
A oração aumenta o desejo do
crente em fazer algo no sentido de levar a salvação para os perdidos e até
mesmo ser enviado ao campo missionário. Os mesmos crentes que deveríam orar por
ceifeiros em Mateus 9 são os que foram enviados por Jesus para ceifar em Mateus
10.
É preciso orar, orar e orar mais e mais. A liderança da igreja, os
grupos missionários, as organizações internas da igreja só podem realizar um
trabalho profícuo e uma evangelização dinâmica se viverem em oração.
Que Deus conceda à igreja
brasileira a graça de ser uma igreja que se alegra em estar na presença do
Todo-Poderoso, intercedendo dia após dia pela obra missionária do Brasil e do
mundo.
Um líder de missões disse certa feita: “ Se mais crentes se pusessem de
joelhos em oração, mais crentes se poriam em pé na evangelização” .
II - CONTRIBUINDO PARA MISSÕES
1. O sustento dos missionários
Com base nas leis do Antigo Testamento, quando o Senhor Deus ordenou que
os sacerdotes e levitas deveríam ser sustentados por meio das ofertas das
pessoas (Lv 7.28-36; Nm 18.8-21), o apóstolo Paulo instruiu os coríntios:
“Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do
evangelho” (1 Co 9.14).
Jesus ensinou acerca do sustento
missionário quando enviou os seus discípulos para as ovelhas perdidas de Israel
(Mt 10.10).
Em Filipenses 4.10-20, encontramos ensinamentos importantes acerca do m
odo com o os primeiros missionários receberam apoio missionário. Após ter
deixado Filipos, Paulo foi a Tessalônica para pregar o evangelho, porém os
filipenses continuaram a enviar apoio financeiro e material para ele (Fp 4.16).
Paulo estava agradecendo à igreja em Filipos porque ela cuidara dele
durante as suas viagens missionárias. E ele enfatiza que eles não mandaram
somente uma, mas duas vezes, o bastante para ele manter-se.
O cuidado missionário é uma diaconia da igreja, que permite ao
missionário poder dedicar-se com tranquilidade à oração e ao ministério da
Palavra.
O texto
de Filipenses citado é rico em ensinamento, como vemos em seguida.
1.1 O
missionário autêntico deve ser apoiado pela igreja local — w. 14,15
“No
entanto, vocês fizeram bem, associando-se comigo nas aflições. E como vocês,
filipenses, sabem muito bem, no início da pregação do evangelho, quando parti
da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo nessa questão de dar e receber,
exceto vocês, somente” (NAA).
O apóstolo Paulo estava
associado, ligado à igreja de Filipos no tocante ao sustento que recebería para
a sua tarefa missionária. Missões é um trabalho que deve ser realizado em
conjunto. A palavra “ associou” (do grego koinõneo) significa “ associado” ,
“participante” , “parceiro” , “ compartilhar recursos com outras pessoas” (Rm
12.13; G1 6.6; Fp 4.15).
Os missionários dependem da
fidelidade dos fiéis em quem eles confiam, ano após ano, para o seu apoio em
orações e doações. Esses sustentadores são verdadeiros colaboradores na
propagação do evangelho.
Paulo escreveu em Filipenses
1.4,5 sobre as orações oferecidas a favor da igreja. Ele orava por eles com
grande alegria por causa da sua “parceria no trabalho do evangelho” . Não há
maior privilégio para a igreja e para o cristão do que este: ser parceiro com
os missionários na proclamação do evangelho.
Podemos aprender dessa passagem
que o apoio missionário é um investimento espiritual que Deus credita na conta
dos doadores (Fp 4.17). Trata-se de uma oferta presenteada primeiramente a
Deus, e não aos homens (Fp 4.18). Toda a glória pertence a Deus, e Ele
recompensará ricamente os que dão suporte ao trabalho de missões (Fp 4.19-20).
Sustentar os missionários no seu
trabalho em prol do evangelho é obra dignificante e aceita por Deus, “ cheiro
de suavidade e sacrifício agradável e aprazível” a Ele (Fp 4.18).
Uma pesquisa realizada pela
Missão Florizontes revela com o os cristãos estão investindo o seu próprio dinheiro.
As pesquisas mostram que:
• Gastam mais com chicletes do que com missões.
•
Gastam mais com refrigerantes e balas do que com missões.
•
Gastam mais com cosméticos e limpeza do que com missões.
•
Gastam mais com comida supérflua do que com missões.
•
Gastam mais com animais de estimação do que com missões.
•
Gastam mais com roupas de grife do que com missões.
• Um
eletrodoméstico que um cristão compra à vista, na maioria dos casos, custa mais
do que a oferta dada para missões durante 5 anos por ele.
• Os
cristãos estão dando para missões menos do que o valor equivalente a uma
Coca-Cola diária.
1.2 O missionário autêntico sabe
contentar-se com o que tem - vv. 11,12
“ Digo isto, não porque esteja necessitado,
porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Sei o que é passar
necessidade e sei também o que é ter em abundância; aprendi o segredo de toda e
qualquer circunstância, tanto de estar alimentado como de ter fome, tanto de
ter em abundância com o de passar necessidade” (NAA)
A
paixão pelas almas, que ardia no coração do apóstolo, era tão grande que ele
desejava fazer qualquer coisa pela pregação do evangelho. Ele estava disposto a
tornar-se “ escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (Fp
4.19), mesmo tendo muito “ direitos” (Fp 4.4.6.12,16-18).
É dever
de todo crente dar graças a Deus em tudo, como ensina o apóstolo Paulo em 1
Tessalonicenses 5.18, o texto áureo da gratidão na Bíblia: “ Em tudo dai
graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” .
A
gratidão flui do coração que sabe contentar-se. A murmuração e a queixa surgem
onde não há contentamento. A ganância do homem não conhece limites; quanto mais
tem, mais quer. Mas nós, que buscamos as coisas de cima e corremos atrás delas,
devemos contentar-nos e dar graças em tudo, com uma atitude que agrada a Deus.
O apoio
financeiro de missões não será um problema quando a mesma paixão arder no
coração dos missionários e das igrejas de hoje.
1.3 O missionário autêntico não
visa a bens materiais, e sim a frutos espirituais - v. 17
“Não
que eu esteja pedindo ajuda, pois o que realmente me interessa é o fruto que
aumente o crédito na conta de vocês” (NAA).
Na
verdade, esse deve ser o desejo de cada pastor, missionário e obreiro que vive
exclusivamente para o serviço do evangelho. A natureza humana leva as pessoas a
ficarem cada vez mais preocupadas com a crise financeira, com o dia de amanhã,
etc., o que é natural, porque faz parte do instinto de sobrevivência do ser
humano. Na verdade, Paulo está dando um exemplo de viver de modo a não se
tornar um mercenário.
O
pastor Elienai Cabral, ministro do evangelho, conferencista e escritor de
diversos livros, na sua obra Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo
para a Igreja (CPAD), depois de lembrar o princípio bíblico de que todo obreiro
é digno do seu salário, adverte que não é admissível que se faça a obra de
Cristo por causa de dinheiro:
Em relação a si mesmo, Paulo está dizendo à
Igreja de Filipos que o recebimento da oferta enviada para ele tinha, acima de
tudo, um caráter espiritual. Ele a recebia com o uma oblação de amor da parte
dos filipenses. Ele não a recebia por cobiça material: “Não que procure dádivas”
(v. 17). Era na realidade, o exercício de um sacerdócio com a coparticipação da
igreja.
2. Contribuir para missões é juntar tesouros
no céu
Contribuir financeiramente para missões é
realizar o maior dos investimentos. E uma maneira de ajuntar tesouros no Céu
(Mt 6.20). O missionário Paulo, em Filipenses 1.5, agradece a “ cooperação no
evangelho” . Cooperação (grego: sentido de “ ser sócio no negócio”). Quem vai
ou está no campo missionário precisa ter “sócio nos negócios do Evangelho” .
III - A CHAMADA PARA IR
1. Deus quer usar cada crente
Todo
cristão deve estar pronto para ir e fazer o trabalho missionário, levando as
Boas Novas de salvação aos moradores do campo e da cidade, estudantes, donas de
casa, órfãos, profissionais liberais, defi[1]cientes físicos,
prostitutas, homossexuais, dependentes químicos, etc. Deus quer usar toda a
Igreja, todos os crentes em todos os lugares: hospitais, presídios, albergues,
nas ilhas, nas aldeias indígenas, vilas, cidades, campos, praças, eventos em
massa, etc. Para pregar o evangelho, o Senhor não envia anjos. Ele usa homens e
mulheres (Hb 2.16; 1 Pe 1.12). Há, todavia, um preço a pagar: a obediência.
Nesse caso, entenda-se obediência como mudar a expectativa de ser abençoado
para ser uma bênção!
2. A chamada missionária
O
Espírito Santo é o maior interessado pelo trabalho missionário. O Pai planejou,
o Filho consumou e o Espírito Santo executa a salvação no homem. A chamada é
para todos, mas nem todos são enviados. A chamada é pelo Espírito Santo. A
chamada não é segundo o coração do homem (1 Sm 16.1-13), nem mesmo pela vontade
do povo (1 Sm 17.10,11). John V York esclarece que não existe um padrão único
que estabeleça todas as chamadas.
Isaías, quando jovem, adorava o Senhor no Templo quando recebeu uma
poderosa revelação da glória de Deus e escutou a voz de Deus (Is 6.8,9). Quando
Jeremias recebeu a sua chamada, soube que esta fora estabelecida antes do seu
nascimento Jr 1.5). Quanto à chamada de Jonas, Deus lhe disse especificamente:
“ Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua
malícia subiu até mim” Jn 1.2). Jesus, por sua vez, chamou os discípulos enquanto
cada um realizava a sua tarefa profissional. Saulo de Tarso foi chamado
encjuanto viajava para Damasco para prender crentes.
E de
suma importância reconhecer que a chamada para qualquer tipo de serviço
relacionado ao Reino de Cristo vem do próprio Rei. Devemos considerar a obra
missionária com o um ministério, com uma chamada divina, e não com o uma
ocupação estabelecida pela escolha pessoal de alguém.
3. Caráter e testemunho na obra missionária
Além de
ser chamado por Deus, é preciso consagração pessoal para cumprir o “ Ide” de
Jesus (Mt 5.13-16). O versículo 13 diz: “Vós sois o sal da terra” . O sal
preserva e dá sabor. O sal age no interior. O sal fala de nosso caráter.
Já o versículo 14 mostra que “ Vós sois a luz do mundo” . A luz brilha e
opõe-se às trevas. A luz age no exterior. A luz fala de nosso testemunho
pessoal.
As Implicações do Ide
IDE, mesmo que os outros não queiram ir.
IDE, mesmo que os recursos não sejam muitos.
IDE, ainda que haja obstáculos.
IDE, usando os meios disponíveis. IDE, porque
quem não obedece a essa ordem do Senhor da seara comete pecado de omissão.
IDE, porque os que obedecem terão uma
recompensa do Mestre.
IDE, porque grande é a seara e poucos os
trabalhadores.
IDE, porque fomos salvos para servir nesta
causa nobre do Reino de Deus.
IDE, porque é um grande privilégio ser cooperador
de Deus neste projeto de redenção. IDE, porque os que não levam a sério a
vocação missionária da Igreja não experimentarão as riquezas de Deus em suas
vidas.
IDE, porque obedecer ao ide é uma
das evidências de que fomos alcançados pela graça de Deus.
IDE, porque aquele que ainda não está fazendo
missão seu coração é o primeiro campo missionário a ser conquistado” .
(Extraído do livro: Missão no Coração de Todos
-Josué Gonçalves)
“Vocês não têm nada a fazer, senão salvar
almas. Portanto, gastem tempo e sejam gastos nessa obra. Devem ir sempre não
apenas ao encontro dos que precisam de vocês, mas principalmente daqueles que
mais necessitam de vocês” John Wesley).
4. O perfil do vocacionado
Perfil,
nesse sentido, significa conjunto de características ou competências
necessárias ao desempenho de uma atividade, cargo ou função. No caso de
candidatos chamados e para serem enviados pela Igreja, devem ser observados o
perfil de cada um.
Os que
são escolhidos por Deus (At 9.5), os que não são neófitos (1 Tm 3.6), os cheios
do Espírito Santo (At 1.8), os reconhecidos pela Igreja (At 1.21), os que foram
aprovados nos trabalhos locais e os bem- -preparados espiritual, intelectual,
psicológica e transculturalmente.
Além de
testados e cumprirem com os pré-requisitos acima, os missionários devem ter
firmeza de caráter, capacitação espiritual, física e emocional (Mc 3.14),
capacitação mental (1 Tm 1.7), capacitação bíblica e doutrinária (2 Tm 2.15),
humildade para aprender (Pv 27.6), dependência de Deus (2 Co 12.7) e
perseverança (2 Tm 4.2).
Convém destacar duas qualidades
indispensáveis em relação ao testemunho pessoal do missionário: idoneidade
moral e conduta moral ilibada.
Idoneidade moral é o conjunto de qualidades que
recomendam o indivíduo à consideração pública, com atributos como honra, respeitabilidade,
seriedade, dignidade e bons costumes. A idoneidade significa a qualidade de boa
reputação, do bom conceito que se tem de uma pessoa. Uma pessoa que possui
idoneidade moral significa que ela é considerada uma pessoa honesta e honrada
no ambiente em que está inserida; ou seja, é uma pessoa de bem, e esse
requisito é avaliado a partir do cumprimento de normas e padrões.
Conduta moral refere-se a uma conduta
limpa, correta, íntegra, com honra. Uma pessoa com idoneidade moral, honesta,
que age sempre de acordo com a moral e os bons costumes.
Considera-se detentor de reputação ilibada a
pessoa que desfruta, no âmbito da sociedade, de reconhecida idoneidade moral,
que é a qualidade da pessoa íntegra, sem mancha, incorrupta.
Todo
candidato para a obra missionária deve manifestar na sua vida um padrão de
santidade na área sexual, conforme Colossenses 3.5: “Por[1]tanto, façam morrer tudo
o que pertence à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus
desejos e a avareza, que é idolatria” .
Uma
relação sexual ilícita é bastante ampla, e isso inclui, além de adultério,
vários pecados de natureza sexual, conforme se lê em 1 Tessalonicenses 4.3-5; 1
Coríntios 6.9,10,18-20; e Romanos 1.26-29.
O missionário deve ser uma pessoa
com grande capacidade de diálogo e escuta, sabendo adaptar-se às culturas e aos
ambientes, descobrindo os seus valores sem sentir-se superior aos demais. Ele
deve ter convicções profundas.
Na
Parábola do Bom Samaritano, Jesus conta que o sacerdote, líder religioso,
quando viu o homem semimorto, passou longe dele. De igual forma, o levita,
homem cumpridor das leis e dos rituais, fez o mesmo. Eles sabiam e tinham
disposição para trabalhar com objetos de culto, mas não se comoviam com a necessidade
de um moribundo. A professora Durvalina Barreto Bezerra, diretora do Seminário
Teológico Evangélico Betei Brasileiro, em São Paulo, declara: Precisamos formar
trabalhadores versados em Teologia e em missões, mas que não tornem o homem
objeto de trabalho ou tubo de ensaio para pesquisas antropológicas. Antes de
tudo, que saibam trabalhar com o coração para ver a necessidade do homem
perdido e sarar-lhe as feridas. Trabalhadores que saibam lidar com vidas,
abrindo mão das suas próprias vidas (At 20.24; Jo 10.17,18; Fp 3.8-9a).
"UM HOMEM, UM HOMEM POR INTEIRO
É O OUE ESTÁ POR TRÁS DE UM SERMÃO,
PREGAR NÃO É DAR UM SHOW DE UMA
HORA, PORÉM É O FLUIR DE UMA VIDA"
(M. BOUNDS).
Saber
lidar com vidas é ter disposição para comunicar a vida, e não apenas comunicar
uma mensagem (1 Ts 2.8).
A seara
necessita de obreiros que saibam lidar com vidas porque se desprenderam dos
valores culturais e intelectuais para serem instrumentos do Espírito Santo (1
Co 2.1-5).
O
apóstolo Paulo tinha plena consciência das suas limitações humanas, dos seus
temores e tremores interiores. Ele também sabia que uma pregação eivada de
linguagem persuasiva, isto é, baseada em argumentos racionais, oratória,
pressão psicológica, emocionalismo, etc., não seria suficiente para produzir
plena convicção dos valores eternos na vida dos seus ouvintes; daí ele não
depender de si mesmo, mas, sim, da sua mensagem bíblica e do Espírito Santo.
Com o
resultado dessa tomada de posição, houve uma maior demonstração do poder do
Espírito Santo no exercício do seu ministério, pois as suas pregações incluíam:
• A
ação do Espírito Santo, que convence as pessoas do pecado, da justiça e do
juízo (At 16.8);
• O
poder de transformar vidas (1 Co 1.26,27; At 4.13);
• O
poder de levar a efeito a santidade no crente (1 Co 5.3-5);
• O
poder de Deus manifesto por sinais e maravilhas (At 2.29-33; 4.29,30; 5.12;
14.3; 2 Co 12.12).
Todo obreiro, principalmente o missionário,
deve orar para que, mediante o seu ministério:
• O
povo seja salvo (At 2.41; 11.21,24; 14.1);
• Os
novos crentes sejam cheios do Espírito Santo (At 2.4; 4.31; 8.17; 19.6);
• Os
espíritos malignos sejam expulsos (At 5.16; 8.7; 16.18);
• Os enfermos sejam curados (At 3.6; 4.29,30; 14.10);
• Os
discípulos aprendam a obedecer aos padrões e ensinos justos de Cristo (Mt 28.18-20;
At 11.23,26).
Estimado leitor, prezada leitora, tome agora
uma atitude de fé e comprometimento com a obra missionária. Coloque-se à
inteira disposição do Senhor para realizar a sua obra: orando, contribuindo e
indo. Se não for aqui, onde? Se não for agora, quando? Se não for você, quem?
Até os Confins da Terra
– Pregando o Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo
Wagner
Gaby
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