TEXTO ÁUREO
“Mas recebereis a
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós, e ser-me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”
(At 1.8)
VERDADE
PRÁTICA
O Espírito Santo
derramado no Pentecoste é o mesmo Espírito que Deus deseja derramar de novo na
Igreja da atualidade.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.1-8, 14-18
1-Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos
no mesmo lugar;
2 – e de repente, veio do céu um som, como de um vento
veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3 – E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de
fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 – E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a
falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5 – E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões
religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
6 – E correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava
confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7 – E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos
outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando?
8 – Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua
em que somos nascidos?
14-Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz
e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto
notório, e escutai as minhas palavras.
15-Estes homens não estão embriagados, como vós pensais,
sendo esta a terceira hora do dia.
16- Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel.
17- E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu
Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão
sonhos;
18 – e também do meu Espírito derramarei sobre os meus
servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Paixão pelo Evangelismo e
Missões é uma marca da identidade pentecostal no mundo e, especificamente, em
nosso território pátrio. Essa prioridade no Reino de Deus, sob a dependência do
Espírito Santo, é a causa do crescimento da obra pentecostal no mundo. No
Pentecoste, a Igreja nasceu pregando o Evangelho aos que estavam presentes,
advindos de diversas regiões do mundo (At 2.14-41). Na atualidade, o Movimento
Pentecostal é responsável por levar o Evangelho aos lugares que ainda não
tinham sido alcançados.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar
uma perspectiva pentecostal de Missões;
II) Explicar
a obra missionária após o Pentecostes;
III) Enfatizar a dependência do Espírito Santo na obra pentecostal de Missões.
B) Motivação: No Livro dos Atos
dos Apóstolos, percebemos a obra do Espírito Santo como realidade estabelecida
na primeira igreja. Essa imagem presente no livro do Novo Testamento que narra
a história da Igreja Primitiva se torna realidade no tempo presente quando, por
meio do Espírito Santo, o Evangelho chega aos povos com a confirmação dos
sinais e maravilhas que mostram a veracidade da Palavra de Deus.
C) Sugestão de Método: Na lição
anterior estudamos a respeito da natureza missionária de Deus no Novo
Testamento. Nesta lição, apresentaremos uma perspectiva pentecostal da obra
missionária fundamentada nas Escrituras Sagradas. Por isso, para concluir o
primeiro tópico, sugerimos que você enfatize a marca e contribuição pentecostal
para a causa missionária:
1) Marca Pentecostal: a crença
na mesma experiência com o Espírito Santo ocorrida em Atos dos Apóstolos, um
senso de profunda dependência do Espírito para fazer qualquer obra;
2) Contribuição pente- costal: o
Espírito Santo como fundamento de qualquer projeto missionário, sinais e
maravilhas confirmam a veracidade do Evangelho.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Todo projeto
missionário na Igreja de nosso tempo deve levar em conta a dependência do
Espírito Santo para dirigir o início, o meio e o final de cada projeto.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas
Adultos. Na edição 95, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta
lição.
B) Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará auxílios
que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “Quem É o
‘Pentecostal’?”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a reflexão a
respeito da identidade pentecostal;
2) O texto “A Negligência do
Papel do Espírito na Teoria e Prática Missionária”, ao final do terceiro
tópico, amplia a reflexão a respeito da ênfase do Espírito Santo na perspectiva
missionária de Missões.
INTRODUÇÃO
Uma característica notável do
Movimento Pentecostal, desde o seu início, na virada do século passado, tem
sido a paixão por Evangelismo e Missões. Nesta lição, estudaremos algumas
características que marcam o trabalho pentecostal em Missões, uma marca da obra
do Espírito Santo nestes últimos dias.
Palavra-Chave:
Pentecostal
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“AS QUESTÕES MISSIONÁRIAS CONTEMPOR NEAS E PENTECOSTAIS.
[…] A atividade de Deus no mundo
nunca mais seria a mesma após este ‘evento-Cristo’. Existe um novo paradigma
para a atividade de Deus no mundo. Cristo voltou ao céu e foi entronizado para
governar acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e o poder
do Espírito Santo é liberado no mundo para capacitar o corpo de Cristo a
cumprir a missão redentora de Cristo.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a
obra A Força Pentecostal em Missões, editada pela CPAD, p.196.
AUXÍLIO MISSIOLÓGICO
“QUEM É O ‘PENTECOSTAL’?
O ‘pentecostalismo clássico’
refere-se às igrejas pentecostais que se separaram das igrejas históricas do
protestantismo no início do século passado. A questão que ocasionou a ruptura
foi a crença de que o evento no Dia de Pentecostes mencionado em Atos 2.4
refere-se a uma experiência disponível para os cristãos de todas as eras.
Acreditava-se que o ‘batismo com o Espírito Santo’ é evidenciado pelo sinal de
‘falar em outras línguas, conforme o Espírito dá expressão vocal’ (Menzies,
1971, p. 9).
A questão da glossolalia fez com
que as igrejas históricas banissem os ‘faladores de línguas’. Tornou-se também
o principal fator unificador entre os primeiros pentecostais, que vieram de
diversas tradições cristãs. Hollenweger enfatiza que o fator comum entre os pentecostais
era ‘todos os grupos que professam pelo menos duas experiências de crise
religiosa
1. O batismo ou o novo nascimento; 2. O
batismo com o Espírito), sendo o segundo subsequente e diferente do primeiro, e
sendo o segundo, geralmente, mas nem sempre, associado a falar em línguas’
(Hollenweger, 1972, p. xix)” (POMERVILLE, Paul A. A Força Pentecostal em
Missões: Entendendo a Contribuição dos Pentecostais na Teologia Missionária
Contemporânea. 1.ed. Rio de Janeiro: 2020, pp.28-29).
AUXÍLIO MISSIOLÓGICO
“A NEGLIGÊNCIA DO PAPEL DO ESPÍRITO NA TEORIA E PRÁTICA
MISSIONÁRIA
Há
evidências na história e na teologia missionárias protestantes de que a
negligência à pneumatologia tem afetado negativamente a herança missionária
ocidental. Não é de surpreender que Lindsell (1949), Allen (1960), Boer
(1961),. Kane (1974) e Hodges (1977) perceberam que o papel do Espírito Santo
nas missões modernas é grandemente negligenciado. Allen enfatiza que a
revelação do Espírito Santo como Espírito missionário em Atos dos Apóstolos faz
com que essa parte do Novo Testamento permaneça sozinha. […] O desenvolvimento
da pneumatologia na área de que Allen falou ainda permanece em grande parte
subdesenvolvido. Tal negligência só poderia afetar adversamente o conceito de
teoria e prática missionárias” (POMERVILLE, Paul A. A Força Pentecostal em
Missões: Entendendo a Contribuição dos Pentecostais na Teologia Missionária
Contemporânea. 1.ed. Rio de Janeiro: 2020, pp.122-23).
CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos uma das
mais importantes contribuições dos pentecostais para as missões modernas: o
poder do Espírito Santo na vida da Igreja. Vimos que assim ocorreu no
ministério terreno de Jesus, bem como o ministério terreno da Igreja
Primitiva. Tudo isso nos mostra que é indispensável para qualquer projeto
missionário que toda obra comece e termine sob o poder e direção do Espírito
Santo. É essa presença santa que garante o sucesso e eficácia da obra
missionária em pleno século XXI.
CPAD : Até os Confins da Terra – Pregando
o Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo
| Lição 05: Uma
Perspectiva Pentecostal de Missões
O |
Pentecostalismo, com o a “ terceira força” no
cristianismo, tem uma contribuição significativa para as missões contem[1]porâneas.
Essa expressão foi cunhada em meados do século X X , quando a vitalidade e o
crescimento fenomenal do movimento pentecostal tornaram-se evidentes. Paul A.
Pomerville, na obra A Força Pentecostal em Missões (CPAD), diz:
Essa expressão não foi usada apenas para referir-se às estatísticas
ou ao tamanho do movimento. Foi aplicada ao Pentecostalismo porque o movimento
reviveu uma dimensão da fé cristã que quase foi ofuscada no mundo ocidental — a
experiência do Espírito Santo.
Uma
característica notável do movimento pentecostal desde o seu início na virada do
século tem sido a paixão por evangelização e missões. Devido ao rápido
crescimento num período relativamente curto da História da Igreja, o movimento
pentecostal pode ser consi[1]derado
um fenômeno missionário moderno.
William
W. Menzies diz: “ Sentindo a urgência de alcançar os perdidos antes da volta
iminente de Cristo, os crentes batizados com o Espírito Santo espalharam-se
para lugares remotos levando o Evangelho” . William Wilberforce (1759—1833), um
britânico considerado o principal responsável pela abolição da escravatura no
Reino Unido, já advertia acerca da lassidão que tomava conta dos cristãos
naquele momento histórico. Ao comentar sobre a apatia e falta de entusiasmo.
com a mensagem cristã denunciadas por
Wilberforce, o pastor César Moisés Carvalho, na obra Pentecostalismo e
Pós-Modernidade CPAD), lembra que
É exatamente nesse aspecto que
a aceitação dos charismatas, isto é, dos dons do Espírito Santo, faz toda a
diferença. É necessário lembrar, porém, que o Espírito Santo faz toda a
diferença. E ne[1]cessário
lembrar, porem, que o Espirito Santo e os seus chttTÍstnãtcis (1 C o 12.4-11),
não nos são outorgados para beneficio próprio ou benesses religiosas, mas para
aquilo que for útil (1 C o 12.7). Ele continua a revestir a Igreja com o poder
do Pentecostes que sustenta e envia seu povo a realizar a obra missionária. O
Espírito, inclusive, no que diz respeito à obra missionária, dirige e escolhe,
segundo a Sua vontade a pessoa apropriada, o local e o momento (At 8.29,39; 13.1-3;
16.6,7; 20.23) [...]. À Igreja compete a missão de ser uma agência de Deus para
a evangelização do mundo (cf. Mt 28.19,20; M c 16.15,16; At 1.8), e, um canal
do propósito divino de edificar um corpo de santos aperfeiçoados à imagem de
Cristo (1 C o 12.28; 14.12; Ef 4.11-16). Esse trabalho que deve ser feito, só
poderá ter êxito se contar com a ajuda do Espírito Santo, tanto na sustentação
e envio com o na habilitação espiritual.
I - UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL DE MISSÕES
Segundo o pastor Paul Pomerville, que serviu como missionário na Ásia e
na Europa e com o professor de pós-graduação e chefe do Departamento de Missões
Cristãs e Comunicações Interculturais no Seminário das Assembléias de Deus,
autor da obra citada, chama a atenção para a contribuição pentecostal dada às
missões contemporâ[1]neas,
envolvendo um movimento pentecostal mundial que representa um crescimento
fenomenal, e uma deficiência na teologia missionária cristã no contexto atual.
Segundo Pomerville, as teologias missionárias contemporâneas negligenciam o
papel do Espírito Santo.
Por sua vez, Melvin Hodges
(1909-1988), missiólogo pentecostal clássico, é específico em descrever essa
negligência. Ele expõe que o “ silêncio sobre o Espírito Santo” é a negligência
de uma qua[1]lificação
indispensável para missões, a saber, a dotação do poder pentecostal. Ele liga o
sucesso relativo das missões pentecostais diretamente com o "lugar” que os
pentecostais dão ao Espírito Santo, um lugar semelhante ao que os crentes do
Novo Testamento deram ao Espírito.
Robert P. Menzies, teólogo
pentecostal, na sua obra Pentecostes:
essa história ê a nossa história (CPAD), ao afirmar a sua gratidão
aos pente[1]costais
do mundo inteiro, assim se expressa: A impressionante presença de Deus no meio
de nós, sua vontade graciosa em conceder dons espirituais, seu desejo de curar,
libertar e transformar vidas são temas muito centrais à piedade pentecostal e
destacam o fato de que o Reino de Deus está presente. Os pente[1]costais
proclamam um Deus que é próximo, um Deus cujo poder pode e deve ser
experimentado aqui e agora. Esse elemento da prática pentecostal tem, em sua
maior parte, servido do necessário corretivo da vida da igreja tradicional, que
perdeu de vista a presença manifesta de Deus. Nesse ponto, mais uma vez, os
pentecostais têm um rico legado para passar adiante.
O que significa a conexão dos dois termos com
um hífen (evangélico- -pentecostal)? Primeiramente pretende comunicar que os
pentecostais fazem parte do evangelicalismo contemporâneo.
1. Somos evangélicos
O
evangélico, uma geração atrás, era o protestante que enfatizava:
(1) o compromisso pessoal com Jesus: “ novo
nascimento” , (2) a auto[1]ridade
bíblica, (3) o “interesse” em fazer conversões. Essa é a chave da identificação
e definição que os evangélicos têm em comum. Esses princípios são chamados de
impulso evangélico, que, de acordo com a tripla ênfase da Reforma, tinha a ver
com: (1) a autoridade das Es[1]crituras,
(2) a salvação pela fé e (3) o sacerdócio universal dos crentes.
Pomerville cita os sete princípios que foram
identificados com o impulso evangélico na história: (1) a autoridade da Palavra
de Deus, (2) a ortodoxia (crença secreta), (3) a salvação pessoal pela graça,
(4) a dedicação e o compromisso, (5) o evangelismo e as missões, (6) o
ecumenismo (koinonia) e (7) a preocupação social. Segundo o autor, o evangélico
é, portanto, o cristão que se identifica com essa configuração particular de
crença e prática.
O Pentecostalismo acrescenta um “ oitavo princípio” ao impulso
evangélico descrito acima: o princípio da natureza dinâmica da fé cristã. Esse
princípio envolve a atividade de Deus na experiência cristã contemporânea, em
termos do ministério do Espírito Santo.
O autor salienta que a experiência
distintiva do pentecostalismo com o Espírito Santo dá nova nitidez ao termo “
evangélico” . A experiência distintiva com o Espírito faz com que os
pentecostais retornem para além do fenômeno fundamentalista do século X IX , e
da própria Reforma, para o “evangelho” , conforme descrito pela Igreja
Primitiva no Novo Testamento. Como movimento de renovação, o pentecostalismo
repre[1]senta
uma renovação da experiência cristã do século I. Por essa razão, tem mais a
contribuir para o evangelicalismo contemporâneo do que um ponto de referência
específica do Novo Testamento (o Dia de Pentecostes). Consequentemente, traz à
tona uma dimensão da fé cristã que quase foi ofuscada no cristianismo
ocidental: a dimensão experiencial.
O
cristão evangélico não é aquele que diverge, mas que busca ser leal na sua
procura pela graça de Deus, a fim de ser fiel à revelação que Deus fez de si
mesmo em Cristo e nas Escrituras. A fé evangélica não é uma visão peculiar ou
esotérica da fé cristã — ela é a fé cristã. Não é uma inovação recente. A fé
evangélica é o cristianismo original, bíblico e apostólico. “ Os evangélicos
consideram essencial crer não apenas no evangelho revelado na Bíblia, mas
também em toda a revelação da Bíblia; crer não apenas que “ Cristo morreu por
nós” , mas também que ele morreu “por nossos pecados” e, de forma que Deus, em
amor santo, pode perdoar os crentes penitentes; crer não apenas que recebemos o
Espírito, mas também que ele faz uma obra sobrenatural em nós, algo que, de
variadas formas, foi retratado no Novo Testamento com o “ regeneração” , “
ressurreição” e “ recriação. Eis aqui três aspectos da iniciativa divina: Deus
revelou-se em Cristo e no testemunho bíblico total sobre Cristo; Deus redimiu o
mundo por meio de Cristo e tornou-se pecado e maldição por nós; e Deus
transformou radicalmente os pecadores pela operação interna de seu Espírito. A
fé evangélica, assim afirmada, é o cristianismo histórico, maior e trinitário,
e não um desvio excêntrico dele. Pois não vemos a nós mesmos oferecendo um novo
cristianismo, mas chamando a Igreja ao cristianismo original” . (Fonte: “
Cristianismo Autêntico - 968 Textos Selecionados da Obra de John Stott” ,
compilado pelo Bispo Anglicano Timothy Dudley-Smith, Editora Vida Acadêmica:
São Paulo, 2006).
O reverendo John Stott (1921-2011), ministro
anglicano, foi escritor e ex-capelão da Rainha da Inglaterra, em Londres.
2. Somos pentecostais
De acordo com o pastor Isael de
Araújo, escritor e diretor da FAE[1]CAD
(Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia), aprovada pela
CGADB (Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil), na sua magnífica
obra Dicionário Movimento Pentecostal (CPAD), no verbete PENTECOSTAL, encontramos
a origem e o seu significado:
Palavra usada a partir de 1907, Grã-Bretanha,
pelas igrejas histó[1]ricas
tradicionais (anglicanas, episcopais, metodistas, evangélicas), para se referir
aos crentes que criam e recebiam o batismo no Espírito Santo, por causa da
analogia entre esse movimento e o dia de Pentecostes (At 2.1-13), isto é, por
causa da efusão do Espírito e das manifestações de poder, que eram observadas
por toda a parte nas ilhas britânicas. Por sua vez, “pentecostal” é o crente
que Crê (adepto) na possibilidade de receber a mesma experiência do Espírito
Santo que os apóstolos receberam, no dia de Pentecostes.
O termo
“pentecostal” , utilizado por Pomerville na sua obra A Força Pentecostal em
Missões, segundo ele, é para designar a renovação mais ampla da obra
carismática do Espírito Santo em todas as formas de cristianismo.
3. Contribuições pentecostais às missões
O denominador comum em toda a
diversidade teológica dos mo[1]vimentos,
que é considerável mesmo entre os pentecostais clássicos, é a experiência com o
Espírito Santo não diferente da experimentada pelos cristãos do século I.
Segundo ele:
Tal experiência do Espírito
pontuou toda a história da igreja. Portanto, o “ movimento pentecostal” no
sentido de movimento de renovação, remonta à obra do Espírito Santo com a
igreja que começou no Dia de Pentecostes e continua ao longo dos “últimos dias”
, até que Jesus Cristo volte para a Igreja.
John Garret, ministro congregacional, após
ter observado cuida[1]dosamente
as atividades de igrejas pentecostais, escreveu:
Não se pode excluir a ênfase que o povo pentecostal dá ao Espírito
Santo e a descida do mesmo sobre os discípulos em Jerusalém. Os pentecostais
são crentes dinâmicos e anima-os o espírito missionário. Desde o primeiro
pentecostes, todo o cristianismo é chamado a ser pentecostal. Será que os
pentecostais compreendem melhor que os outros cristãos a ordem de Jesus? Será
que a possibilidade de êxito desse povo se deve, em parte, ao fato de aderirem
a uma verdade central da religião cristã? Seja com o for, o fato é que todos
deviam transformar-se em membros revolucionários de uma sociedade espiritual
tal com o fizeram os primeiros discípulos.
Pesquisando em minha modesta
biblioteca particular, deparei-me com o livro intitulado Porque Sou Pentecostal,
de autoria do pastor Gesiel Gomes (1972, p. 127, 128), e vi lá nove razões do
porquê eu sou pentecostal:
Sou Pentecostal porque:
1.
Tenho consciência de que a Igreja em seus primeiros dias era PEN TECOSTAL, pois
ela nasceu sob a experiência de um derramamento do Espírito Santo, com promessa
de estender-se a “ toda a carne” e que sem dúvida alguma só findará com o
arrebatamento da Igreja.
2.
Aceito a doutrina dos apóstolos, com o descrito em Atos 2.42, e tenho
encontrado no Novo Testamento ensino a respeito da Obra Pentecostal com tal
ênfase que na vida dos apóstolos não se podería encontrar se eles por sua vez
não houvessem sido pentecostais.
3. Não
posso ler Atos 2.1, 1 Coríntios 14, Atos 19 e outros textos e permanecer à
margem do Movimento Pentecostal.
4.
Creio firmemente que a chuva serôdia de que nos fala a Bíblia é o último
derramamento do Espírito sobre a Eleita, que assim prepara a Noiva para a
colheita, e eu desejo desfrutar as bênçãos do Evangelho completo até o momento
final.
5. Tendo
buscado, recebi o precioso batismo no Espírito Santo, falei em línguas
estranhas, tudo por misericórdia do Senhor e agora não posso retroceder,
inclusive porque o batismo não é um fim em si, mas a porta aberta a outras
gloriosas manifestações do Espírito de Deus.
6. As
Igrejas Pentecostais dão ênfase singular à Pessoa e à Obra do Espírito Santo na
atualidade e a Bíblia é mui clara em afirmar que, durante a dispensação da
Igreja, esta estaria aos cuidados da Ter[1]ceira Pessoa da
Trindade, e certamente ignorá-la é ignorar a Cristo.
7. As
Igrejas Pentecostais são alegres, vivas, movimentadas e vibrantes, e eu sei que
isso é plano de Deus, pois no princípio assim o foi e no Céu também o será. E a
Bíblia quem o diz.
8. As Igreja Pentecostais
estendem a participação a toda a co[1]letividade,
tornando mais intenso o ritmo de trabalho e a todos dando oportunidade, não
restringindo a graduados a pregação do Evangelho e isso tem sido parte da razão
do seu sucesso, pois ela tem crescido extraordinariamente.
9. Tendo nascido numa Igreja Pentecostal, todo o meu ser tem recebido a
satisfação espiritual que somente o Espírito de Deus pode produzir numa vida
humana.
II - A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES
1. A causa da obra missionária da primeira
igreja
A
descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes é o acontecimento impulsor da
obra missionária da Igreja. Jesus disse aos discípulos que, capacitados pelo
poder do Espírito Santo, eles seriam as suas testemunhas até aos confins da
terra (At 1.8). O período em que a Igreja viveu o seu maior crescimento foi o
do primeiro século de nossa era. Ali começou o movimento de missões. Os oito
primeiros capítulos do livro de Atos dos Apóstolos explicam a razão desse
crescimento: os discípulos deveríam estar revestidos de poder (At 1.4) antes de
sair para alcançar as nações com o evangelho.
2. A
expansão missionária da primeira igreja Como resultado de terem ficado cheios
do Espírito Santo, os discípulos puderam compartilhar a mensagem do evangelho
de Jesus Cristo com outras pessoas além das fronteiras da Palestina.
O livro de Atos dos Apóstolos
relata de forma detalhada e precisa o avanço missionário dessa igreja do século
primeiro. Nele, embora destaque a atuação do apóstolo Paulo — considerado o
maior mis[1]sionário
da Igreja Primitiva (1 Co 16.8,9) por ter estabelecido igrejas nas quatro
províncias romanas: Galácia, Macedônia, Acaia e Âsia, num período de dez anos —
, foram registrados trabalhos importantes de outros homens e mulheres de Deus,
como, por exemplo, Barnabé, Pedro, Silas, Filipe, João Marcos, Apoio, Áquila,
Priscila, etc.
3. “ Deus não faz acepção de pessoas”
Filipe
foi o primeiro missionário transcultural enviado para pregar para um africano
(At 8.26-30). Pedro, um missionário cheio do Espírito Santo, reconheceu que,
para Deus, todos os seres humanos são alvos do seu amor (At 10.34,35;
11.17,18). Paulo, de perseguidor dos cristãos, tornou-se o apóstolo dos gentios
(At 9.15,16; 3.8; 1 Tm 2,7; Tt 2.11). João relata que Deus está interessado
pela salvação de todos os homens (Ap 5.9,10,13; 7.9; 11.15).
A missão atingiría em pouco tempo a escala mundial, visto que pessoas de
dezesseis nacionalidades estavam em Jerusalém naquele dia (At 2.5,9-11). Em
Atos 2, após o derramamento do Espírito San[1]to, houve um grande
acréscimo no número de cristãos, e o Espírito Santo manifesta-se ainda hoje com
salvação.
Os
primitivos discípulos viviam cheios do Espírito Santo, de ale[1]gria
e gozo espiritual. Isso explica todas as demais características da
evangelização daqueles dias (At 4.8,31; 5.17-41; 7.55).
O
batismo com o Espírito Santo é de fundamental importância para o êxito da
evangelização. O propósito principal do batismo com o Espírito Santo é o
recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos
para Ele e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou. A sua finalidade
é que Cristo seja co[1]nhecido,
amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus (Mt 28.18-20; Lc 24.29;
Jo 5.23; 15.26,27). A Bíblia de Estudo Pentecostal (p. 1629) declara:
O
batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como
Senhor e Salvador, como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido
e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo
por termos sido cheios do Espírito Jo 14.26; 15.26,27).
A igreja crescia em números.
A igreja crescia diariamente. A igreja crescia por adição de vidas
salvas. A igreja crescia por ação divina. Vejamos o crescimento da Igreja
Primitiva em números:
• Em
Atos 1.15— 120 membros;
• Em
Atos 2.41 - 3.000 membros;
• Em
Atos 4.4 — 5.000 membros;
• Em Atos 5 .1 4 - Uma multidão é agregada à igreja;
• Em
Atos 6 . 1 7 - 0 número dos discípulos é multiplicado;
• Em
Atos 9.31 - A igreja expande-se para ajudeia, Galileia e Samaria;
• Em
Atos 16.5 - Igrejas são estabelecidas e fortalecidas no mundo inteiro.
III - A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA
MISSIONÁRIA
1. A função do Espírito na obra missionária
Dentre as muitas funções do
Espírito Santo, está a de ungir, inspirar, separar e enviar homens e mulheres
para os quatro cantos da terra com o missionários do Senhor. A obra missionária
é uma tarefa ligada à ação exclusiva do Espírito Santo. O próprio Senhor Jesus
dependeu da unção do Espírito Santo para o exercício do seu ministério (Is
61.1-3; Lc 4.17-20).
O Espírito Santo não permitiu que
os próprios apóstolos ficassem envolvidos com problemas sociais e quaisquer
outras atividades que não fosse a evangelização (At 6.1-4). Os cristãos
primitivos, por seu turno, eram fiéis em suas contribuições, o que
proporcionava alegria e liberdade para que os apóstolos tivessem mais ousadia e
poder do Espírito Santo para pregar a Palavra de Deus (At 4.32; 9.31).
2. O Espírito Santo capacita
para a obra
O Espírito Santo é quem escolhe e envia missionários para anunciarem as
Boas Novas de salvação ao mundo (At 8.29; 13.2; 20.28). Em Atos 16.4-7, temos
uma revelação clara de como o Espírito Santo deseja que a ação missionária seja
realizada, onde e por quem. O Espírito Santo também é o instrutor dos ministros
da Palavra de Deus (1 Co 2.1-18).
A ação do poder do Espírito Santo na Igreja é a característica mais
surpreendente no livro de Atos, a ponto de o livro ter sido chamado de “ Os
Atos do Espírito Santo” . Tanto o ministério público de Jesus quanto o
ministério público da Igreja no livro de Atos tiveram o início com a
experiência com o Espírito Santo. O poder do Espírito Santo capacitou Jesus
para anunciar o evangelho através da cura dos enfermos, da expulsão de demônios
e da libertação dos cativos (Lc 4.14-19; Mt 4.23; At 10.38). Esse mesmo poder
do Espírito Santo concedeu a mesma autoridade espiritual aos discípulos no
capítulo 2 de Atos.
3. Deus age por meio do Espírito Santo
No livro Verdades Pentecostais (CPAD), o pastor Antonio Gilberto
descreve a assistência do Espírito Santo na obra missionária. O Espírito Santo
escolhe, envia, capacita e direciona os evangelizadores. No livro de Atos dos
Apóstolos, observa-se o Espírito Santo agindo em meio à Igreja. O Deus bíblico
não é conforme apregoa o deísmo, mas, sim, um Deus que intervém a todo instante
pela providência e pelo poder ativo do Espírito Santo. A Igreja que dá espaço
para a atuação do Espírito Santo será um celeiro da evangelização, com eficácia
e na direção divina. “O evangelismo e a obra missionária são o fruto natural de
uma vida e testemunho para Jesus Cristo de uma igreja cheia do Espírito” .
E o Espírito Santo que convence
os pecadores do seu pecado e culpa, que abre os seus olhos para que vejam
Cristo, que os atrai para Ele, que os capacita a arrepender-se e a crer, e que
implanta vida na alma morta dessas pessoas. Antes de Cristo enviar a Igreja ao
mundo, Ele enviou o Espírito Santo à Igreja.
A guisa de conclusão, vale a pena
transcrever a observação do professor de Teologia Bíblica de Missões, Dr. John
V York, missionário por vinte e cinco anos no continente africano, com
ministérios de treinamento teológico da Assembléia de Deus na Nigéria e na Amé[1]rica,
no seu livro Missões na Era do Espírito Santo — Como a fé pentecostal pode
ajudar a Igreja a completar a evangelização do mundo (CPAD):
O batismo no Espírito Santo não
deve ser confundido com emocionalismo ou alguma outra reação humana à presença
do Espírito Santo. Personalidades humanas são diferentes, e reações aprendidas
variam. O que é essencial é a realidade da concessão de poder divino focalizado
em testemunho e serviço. Existem aqueles que confundem o pentecostalismo com a
exuberância na adoração ou com um comportamento emocional. A o passo que não
seria sábio diminuir o significado das emoções humanas ou da adoração vivaz,
esses conceitos não são a essência do pentecostalismo. Seu princípio
fundamental é a capacitação sobrenatural de crentes com poder para que possam,
em palavras e em obras, adequadamente testemunhar de Cristo às nações do mundo.
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