sábado, 14 de outubro de 2023

CPAD : Até os Confins da Terra | Lição 04: Missões Transculturais no Novo Testamento


     EBD - Lição 04: Missões Transculturais no Novo Testamento

TEXTO ÁUREO

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

(Jo 3.16) 

VERDADE PRÁTICA

A natureza missionária de Deus pode ser vista ao fazer de seu único Filho um missionário, e da Igreja a sucessora dessa sublime tarefa.

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Isaías 61.1-2; Lucas 4.17-2

Isaías 61

1 – O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou­ me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e abertura de prisão aos presos;

2 – a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes;

Lucas 4

17 – E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou lugar em que estava escrito:

18 – O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebran­tados do coração,

19 – a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.

20 – E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.

 PLANO DE AULA 


 1- INTRODUÇÃO

No Novo Testamento, o Senhor Jesus Cristo é apresentado como o primeiro missionário enviado diretamente pelo Pai ao mundo. A partir de seu ministério glorioso na Terra, os apóstolos o sucederam e, mediante a Igreja, o Corpo de Cristo, a missão de Jesus passou a ser a missão da Igreja. Hoje, como Corpo de Cristo, temos a responsabilidade de continuar a missão de Jesus, o enviado do Pai para salvar a humanidade.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Revelar o Deus missionário no Novo Testamento;

II) Mostrar as Missões nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos;

III) Enfatizar a Missão Cumpri­ da nas Cartas e no Apocalipse.

B) Motivação: O caráter missionário e central no cristianismo primi­tivo, conforme podemos ver no Livro de Atos e nas Cartas Apostólicas. De modo, o Novo Testamento é um livro missionário no discurso, conteúdo e propósito. Esse entendimento do fundamento missionário da primeira igreja deve nos estimular a exercer a vocação missionária na atualidade.

C) Sugestão de Método: Antes de iniciar a aula desta semana, relembre o conteúdo passado, pois esta aula tem uma conexão com o tema de Missões do Antigo Testamento, conforme vimos na semana passada. Em seguida, introduza a aula destacando como é possível perceber a natureza missionária de Deus nas Escrituras, mais especificamente no desenvolvimento do Novo Testamento. Mostre que tudo no Novo Testamento tem uma inspiração missionária, sempre um propósito de mostrar aos povos as Boas Novas de salvação.

  3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A Igreja do Senhor herdou a missão de Deus, mediante o seu Filho, para testemunhar, apresentar e proclamar a mensagem de Salva­ção para o mundo. Por isso, a missão da Igreja de Cristo deve ser executada com todo temor e reverência.

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio a Li­ções Bíblicas Adultos. Na edição 95, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula

1) O texto “Teologia Missionária e o Novo Testamento”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito da revelação missionária de Deus no Novo Testamento;

2) O texto “Os Apóstolos viviam e ministravam com a consciência de estarem tomados pelo Espírito Santo”, ao final do terceiro tópico, amplia a reflexão a respeito da ênfase missionária no ministério apostólico.

 INTRODUÇÃO

No Novo Testamento, o Senhor Jesus foi o primeiro missionário en­viado pelo Pai (Jo 20.21). Pelo fato de ter sido o enviado de Deus, Ele trouxe consigo um plano de resgate da humanidade que envolve todos os seus seguidores. Nosso Senhor disse aos seus primeiros discípulos: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). Por isso, podemos dizer que o Novo Testamento é uma obra de caráter missionário do início ao fim, onde os Evangelhos, o livro dos Atos, as Cartas e o Apocalipse são instrumentos de um verdadeiro trabalho missionário.

PALAVRAS-CHAVES:

 NOVO TESTAMENTO

 



AUXÍLIO MISSIOLÓGICO

“TEOLOGIA MISSIONÁRIA E O NOVO TESTAMENTO

A teologia missionária do Novo Testamento (separada dos Evangelhos) não é difícil de ser estabelecida. Precisamos apenas nos lembrar do fato de que o livro de Atos é o autêntico registro missionário dos apóstolos e da Igreja Primitiva e de que todas as epístolas foram escritas para igrejas estabelecidas através de esforços missionários. Se o cristianismo não fosse uma religião missionária e os apóstolos não tivessem sido missionários, não teríamos livro de Atos e nenhuma epístola.

  Com a exceção de Mateus, até mesmo os Evangelhos foram escritos para igrejas missionárias. O Novo Testamento é um livro missionário em discurso, conteúdo, espírito e desígnio. Esse é um fato simples, mas também é um fato de real e profunda importância. O Novo Testamento é mais a teologia em ação do que teologia em razão e conceito. Ele é “teologia missionária” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp.159-60).

AUXÍLIO MISSIOLÓGICO

“OS APÓSTOLOS VIVIAM E MINISTRAVAM COM A CONSCIÊNCIA DE ESTAREM TOMADOS PELO ESPÍRITO SANTO

As experiências do Senhor vivo e glorioso eram mediadas pelo Espírito Santo. Dessa forma, há uma ênfase firme e consistente quanto ao Espírito Santo no ensinamento e nas experiências apostólicas. [ … ] O Espírito Santo é a dinâmica no ministério dos apóstolos, e estar repleto do Espírito é essencial para um serviço eficaz e aceitável (At 2.4; 4.8,31; 6.3,5,10; 7-55; 8.29,39; 10.19; 1 Pe 1.12; 2 Pe 1.21). O Espírito Santo também é a fonte apropriada de força e conforto no sofrimento e martírio. Os apóstolos sabiam por experiência a importância do Espírito Santo. Sem Ele, suas vidas teriam permanecido menos que cristas, menos que normais, pois Ele mediava vida, dinâmica, significado, orientação e glória. Foi devido a sua presença em suas vidas que a glória do Se­nhor ressuscitado irradiou-se dos apóstolos e os impeliu em seu empenho missionário” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.175).

  CONCLUSÃO

O Novo Testamento mostra clara­mente a forma pela qual Deus planejou a redenção da humanidade caída por meio da sublime tarefa missionária. Para esse fim, Ele enviou seu único Filho que, com preço de sangue, pagou o pecado dos homens de todas as tribos, línguas, povos e nações, constituindo-os seus cooperadores na obra de redenção de toda a Criação, decaída e prisioneira de Satanás. Ora, se Missões nasce do coração de Deus, ela deve estar no coração de quem ama a obra missionária.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Por que podemos dizer que a Bíblia é um livro eminentemente missionário? R. A Bíblia Sagrada, de Gênesis ao Apocalipse, é um livro eminentemente missionário porque sua inspiração emana de um Deus missionário, aquele que envia: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21; Jo 3.16).

2- Qual é a tarefa inacabada da Igreja de Cristo? R. Anunciar o Evangelho a toda a criatura (Mt 28.19).

3- Como a natureza missionária na formação dos Evangelhos pode ser vista? R. Essa natureza missionária pode ser vista também na formação dos Evange­lhos a medida que eles foram produzidos sob a inspiração do Espírito Santo para que as pessoas pudessem conhecer o Senhor Jesus (Jo 8.32,36).

4- Segundo a lição, quem foi o primeiro missionário transcultural da Igreja? R. Filipe foi o primeiro missionário transcultural da Igreja Primitiva.

5- Qual era o objetivo missionário do apóstolo Paulo com a suas Cartas? R. Seu objetivo missionário era instruir nos assuntos teológicos e práticos das igrejas que ele plantava.

  CPAD : Até os Confins da Terra – Pregando o Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo

| Lição 04: Missões Transculturais no Novo Testamento

 


M

 issões é a suprema tarefa dada à Igreja por Deus e que ela, seguindo o exemplo de Cristo, deve proclamar com palavras e ações o Reino de Deus, chamando todos ao arrependimento e à fé em Cristo. Enquanto no Antigo Testamento tinha a tendência centrípeta, o Novo Testamento demonstra claramente a atitude ativa, ou seja, a centrífuga. Agora a Igreja tem que sair para alcançar o resto do mundo.

   No Novo Testamento, encontramos a Igreja realizando missão centrífuga que, em física, é a força rotativa que impele os objetos de um centro para fora; ou seja, é a Igreja Primitiva enviando missionários para fora dos seus limites culturais com o objetivo de atingir outros povos. Em Lucas 10.2, a palavra “ enviar” no grego é ekballo e dá o sentido de “ tirar com força” ou “lançar para fora” .

  Portanto, a natureza da missão da Igreja é a missão centrífuga, que requer ir a outras gentes e ganhá-las, onde quer que se encontrem, para Cristo. Depois de ganhá-las para Cristo, devem ser formadas extensões da Igreja no seu próprio país. Em seguida, esse mesmo povo levará a cabo missões centrífugas, saindo a pregar.

   A Teologia do Novo Testamento é evidentemente missionária. Enquanto o povo de Israel falhou no seu propósito missionário, Deus decidiu organizar um novo povo, que é a Igreja no Novo Testamento, que designou a tarefa missionária. O clímax dos propósitos universais de Deus para a redenção do homem é atingido no Novo Testamento.

   A Palavra de Deus ensina que a responsabilidade primeira da Igreja é executar a obra missionária. Entendemos claramente que tal responsabilidade é tanto coletiva com o individual. Enquanto responsabilidade coletiva, a Igreja é vista com o reunião ou assembléia dos salvos. Já como individual, refere-se a cada crente como membro integrante da Igreja.

   O clímax dos propósitos universais de Deus para a redenção do homem é atingido no Novo Testamento, através da Nova Aliança, na pessoa de Jesus Cristo. Desde a promessa da semente da mulher (Gn 3.15), passaram-se cerca de quatro milênios.

   O missiólogo europeu Johannes Verkuyl (1908-2001) diz o seguinte acerca do Novo Testamento:

  Do começo ao fim, o Novo Testamento é um livro missionário. Ele deve sua própria existência ao trabalho missionário das igrejas cristãs primitivas, tanto a judia com o a helenística. O Novo Testamento é um livro missionário em discurso, conteúdo, espírito e desígnio. O Novo Testamento é mais a Teologia em ação do que Teologia em razão e conceito. Trata-se de uma Teologia missionária. Os Evangelhos são “ recordações vivas” da pregação missionária, e as Epístolas, mais do que uma forma de apologética missioná[1]ria, são instrumentos atuais e autênticos do trabalho missionário. (Contemporary Missiology, 101-2)

   No Novo Testamento, o Senhor Jesus foi o primeiro missionário enviado pelo Pai (Jo 20.21). Pelo fato de ter sido enviado de Deus, Ele trouxe consigo um plano de resgate da humanidade que envolve todos os seus seguidores.

   Jesus disse aos seus primeiros apóstolos: “ [...] Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). José Satírio dos Santos e Judson Canto, na obra Missão em Cúcuta (CPAD), observam: “ Cada crente no Senhor é um missionário cultural entre os não-salvos do seu próprio povo em sua própria cultura e língua” . Missionário é uma pessoa com chamada divina para o ministério, que deixa o seu país para ministrar a um povo de cultura ou civilização diferente. A Igreja de Cristo é o instrumento de Deus para atingir os seus propósitos na terra. Ela recebeu a ordem de evangelizar o mundo, e esse é o grande desafio da Igreja de Cristo antes de subir aos céus. O Senhor deixou a ordem mais importante aos seus discípulos (Mc 16.15). Fazer missões é, portanto, uma ordem, um mandamento bíblico, e não meramente uma opção, um parecer ou uma recomendação. O Espírito Santo é o poder para as missões. Os discípulos deve[1]ríam ficar em Jerusalém até serem revestidos desse poder, pois não podiam começar a obra de Deus sem o revestimento de poder.

  O Espírito Santo conduz os discípulos a entenderem que o evangelho também é para outros povos (At 10.44,49). Ele guia os obreiros ao campo missionário (At 8.26; 16.6,7) e chama os obreiros às missões transculturais (At 13.2).

  I - O DEUS   MISSIONÁRIO REVELADO NO NOVO  TESTAMENTO

  1. A Bíblia mostra um Deus missionário

  A Bíblia Sagrada, de Gênesis a Apocalipse, é um livro eminentemente missionário, em razão de que a sua inspiração emana de um Deus missionário, aquEle que envia: “ [...] Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21; Jo 3.16).

   Deus possui um plano que envolve todas as coisas (1 Co 15.28). No Antigo Testamento, Israel foi o instrumento usado por Ele para alcançar o seu objetivo. Todavia, a partir do Novo Testamento, Deus passou a usar a Igreja para cumprir esse desiderato, mostrando ao mundo o grande amor de Deus. “ E é à luz dessa revelação de Deus que a igreja enfrenta o maior desafio do cristianismo — a inacabada tarefa missionária, cujo âmago é a evangelização” .

  2. Um a perspectiva missionária do Novo Testamento

   O Cristo dos Evangelhos é um Deus missionário. A mensagem principal dos Evangelhos é a vida do Filho de Deus. Jesus é o centro de cada frase dos Evangelhos. E a vida de Jesus é o exemplo maior de missão. Muitos missionários deixam as suas casas, o seu conforto e as suas famílias para irem ao encontro dos necessitados, dos sofridos, dos que estão distantes de Deus. Jesus deixou a sua glória, o seu trono e veio estar entre nós com o homem. E mais: Ele deu a vida por essa missão. Filipenses 2.7,8 diz:

  Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.

  O Senhor Jesus Cristo, o filho unigênito de Deus, foi o missionário por excelência, tendo deixado a glória que tinha com o Pai celestial e tendo sido enviado por Ele. Não foi em vão que David Livingstone (1813-1873), missionário escocês, disse: “ Deus tinha um único filho e fez dele um missionário” . Tal afirmativa enfatiza a revelação mais magnífica da Palavra de Deus que diz: “ Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

  3. A Igreja à luz dessa revelação

  Não nos esqueçamos de que servimos a um Deus de amor, que trabalha em nosso favor, que é missionário, que não desiste de nós. Somos alvos desse Deus maravilhoso; saibamos, portanto, que o Senhor conta com cada um de nós nesse processo missionário, para que, indo, façamos discípulos e anunciemos que nosso Deus missionário continua trabalhando.

  Quando olhamos para os Evangelhos, vemos a face de um Deus missionário, que larga tudo para buscar o homem, um Deus que não só tem um belo discurso acerca do amor, mas que transforma o discurso em prática, em ação.

  De acordo com os Evangelhos, o papel de Jesus durante o seu ministério terreno é de o Enviado e tornar o seu povo missionário. O seu ministério foi marcado inteiramente por ações missionárias, demonstrando muito amor e compaixão enquanto anunciava a mensagem de salvação para as pessoas Jo 3; 4; Lc 15):

  O Espírito do Senhor J eová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me para curar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus [...] (Is 61.1,2)

  “ Os Evangelhos foram escritos quando a Igreja estava engajada em missões” . Eles foram escritos com o objetivo de que as pessoas pudessem lê-los e chegar ao conhecimento do Senhor Jesus (Jo 8.32,36). Na parábola do Semeador, Jesus, ao falar sobre os quatro tipos de terrenos, ensinava sobre a reação das pessoas confrontadas com o evangelho (Mt 13.1-23). Jesus conta uma parábola semelhante em Marcos 4.24-30.

  Cada um dos Evangelhos termina com a Grande Comissão (Mt 28,18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.44-48; Jo 20.21-23). A síntese da Grande Comissão, através desses textos bíblicos, é tornar as pessoas de todos os lugares discípulos de Jesus.

  II - MISSÕES NOS EVANGELHOS E EM ATOS DOS APÓSTOLOS

  1. Nos Evangelhos

  De acordo com os Evangelhos, o poder do Espírito Santo capacitou a Jesus para anunciar as Boas Novas através da cura dos enfermos, da expulsão de demônios e da libertação dos cativos (Lc 4.14-19; Mt 4.23; At 10.38), e os primeiros cristãos e líderes da igreja cristã tinham a missão de propagarem a salvação a todos os povos e nações em todos os tempos. O ministério público de Jesus e o ministério público da Igreja no livro de Atos tiveram o início com a experiência com o Espírito Santo.

  2. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários Filipe e Pedro

  Filipe foi o primeiro missionário transcultural da Igreja Primitiva, enviado para a estrada de Gaza, antiga região dos filisteus, onde en[1]contra um eunuco, alto oficial da rainha dos etíopes. Depois de ter-lhe anunciado o evangelho, batiza-o nas águas (At 8.26-39).

   Pedro, um missionário cheio do Espírito Santo, reconheceu que todos os seres humanos são alvos do amor de Deus, deixando claro que a sua mensagem é dirigida a todos independentemente da sua nacionalidade (At 10.34,35; 11.17,18).

  3. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários Paulo e Barnabé

  Paulo, de perseguidor dos cristãos, tornou-se o Apóstolo dos Gentios (At 9.15,16; 3.8; 1 Tm 2,7; Tt 2.11). Em Atos dos Apóstolos, vemos que, através do ministério de Paulo e seus companheiros, a Igreja esten[1]deu-se a todos os povos, culturas e nações conhecidos naquela época.

  Barnabé, após ter sido enviado pelos apóstolos a Antioquia para pasto[1]rear os que se converteram através da pregação dos dispersos de Jerusalém pela perseguição, foi enviado por aquela Igreja, juntamente com Paulo, pelo poder do Espírito Santo, para o campo missionário. Antioquia transformou-se na primeira igreja missionária gentia (At 13.1-4).

  João relata que Deus tem interesse pela salvação de todos os homens (Ap 5.9,10,13; 7.9; 11.15).

   No Pentecostes, vemos mais uma vez os olhos de Deus postos sobre todas as nações. Pois ali estavam reunidas pessoas de várias partes do mundo, e todos foram cheios do Espírito, simbolizando, assim, a ação de Deus sobre toda a carne. Dessa forma, no livro de Atos, percebemos o Espírito Missionário de Deus trabalhando incansavelmente para levar a Igreja a testemunhar o amor de Deus, para fazer com que a Igreja deixe de estar fechada nos seus muros, saindo da sua zona de conforto, e tenha no seu peito uma verdadeira paixão pelas almas.

  O Espírito Santo de Atos dos Apóstolos é um Espírito Missionário. Dentre as muitas funções dEle, está a de ungir, inspirar, separar e enviar homens e mulheres para os quatro cantos da terra com o missionários do Senhor.

  A obra missionária é uma tarefa ligada à ação exclusiva do Espírito Santo. O próprio Senhor Jesus dependeu da unção do Espírito Santo para o exercício do seu ministério (Is 61.1-3; Lc 4.17-20). Alguém já disse que o livro de Atos podería ser chamado de “Atos do Espírito Santo” , e isso porque todo o livro é pautado na ação do Espírito na vida da Igreja. Antes de receberem o poder do Espírito, os discípulos estavam meio que acovardados, sem rumo. Ao receberem a unção do Espírito, tornam-se verdadeiros missionários, impulsionados aos perdidos e cheios de ousadia para anunciar o grande amor de Cristo.

  O Espírito Santo não permitiu que os próprios apóstolos ficassem envolvidos com problemas sociais e quaisquer outras atividades que não fossem a evangelização (At 6.1-4,. Os cristãos primitivos, por seu turno, eram fiéis nas contribuições, o que proporcionava alegria e liberdade para que os apóstolos tivessem mais ousadia e poder do Espírito Santo e, assim, pregassem a Palavra de Deus (At 4.32; 9.31).

  O Espírito Santo é quem escolhe e envia missionários para anun[1]ciarem as Boas Novas de salvação ao mundo (At 8.29; 13.2; 20.28). Em Atos 16.4-7, temos uma revelação clara de como o Espírito Santo deseja que a ação missionária seja realizada, onde e por quem. O Espírito Santo também é o instrutor dos ministros da Palavra de Deus (1 Co 2.1-18).

  A ação do poder do Espírito Santo na Igreja é a característica mais surpreendente no livro de Atos, a ponto de o livro ter sido chamado de “ Os Atos do Espírito Santo” .

  Esse mesmo poder do Espírito Santo concedeu a mesma autoridade espiritual aos discípulos no capítulo 2 de Atos.

  A finalidade de Deus é que Cristo seja conhecido, amado, honrado e louvado por todos. Jesus é o Senhor da Igreja!

  O apóstolo Paulo escreveu aos Colossenses 4.2,3 o seguinte: “ Per[1]severai na oração [...]; orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra [...]” . Nenhum projeto missionário, nenhuma igreja e nenhum missionário serão bem-sucedidos se não orarem. Uma igreja missionária é uma igreja de oração.

  Durante o ministério do apóstolo Paulo, o que mais lhe confortava nas suas viagens missionárias era saber que a igreja estava sempre em contínua oração em seu favor (1 Co 1.8-11).

  Toda a igreja deve ter como prioridade a oração e a evangelização e sempre estar orando pelos que pregam a Palavra de Deus. De igual forma, cada crente deve ser um coparticipante na evangelização, orando (1 Ts 5.17).

  Paulo estava agradecido à igreja de Filipos porque era sempre apoiado pela igreja local, que cuidava dele nas suas viagens missionárias (Fp 4.10-20; 2 Co 9.1-12). O missionário deve: 1) estar sempre apoiado pela igreja local (Fp 4.14,15); 2) ser alguém que sabe contentar-se com o que tem (Fp 4.11,12); e 3) não trabalhar na obra do Senhor visando a bens materiais, mas, sim, frutos espirituais (Fp 4.17).

  III - A MISSÃO CUMPRIDA NAS CARTAS E NO APOCALIPSE

  As igrejas das epístolas são missionárias. Em primeiro lugar, porque a maioria é de cartas endereçadas a novas igrejas, nascidas do esforço missionário dos apóstolos, principalmente de Paulo.

  A partir daí, vemos expressões que demonstram que essas novas igrejas nasciam tendo a consciência da missão. Os membros da igreja de Filipos, por exemplo, são chamados a resplandecer com o astros no mundo e a preservar a palavra da vida (Fp 2.15-16). Os tessaloni[1]censes são descritos como tendo não somente recebido a palavra do Senhor, com o também feito com que ela “ repercutisse” nas regiões vizinhas (1 Ts 1.6-8).

 1. Nas Cartas Paulinas

  Paulo escreveu as suas epístolas como um missionário. O seu objetivo era instruir as igrejas nos assuntos teológicos e práticos importantes.

  Romanos é um livro universal. Todos pecaram (3.23) e são culpados diante de Deus (3.19). O Senhor é o Deus tanto de judeus quanto de gentios (3.29), deixando claro o processo pelo qual ambos são salvos (10.13-15).

  As cartas aos Coríntios ilustram a aplicação universal do evangelho, mencionando muitos problemas relacionados unicamente aos gentios. A segunda carta (5.18) declara que “ Cristo morreu por todos” e que nos foi dado por Deus o ministério de reconciliação (5.18,19).

  Em Gálatas, as Escrituras abraâmicas de Gênesis são interpretadas com referência a Cristo (3.8,16).

  A epístola aos Efésios argumenta a favor da unidade da Igreja de Cristo com o sendo um único corpo, sem respeito às origens judias ou gentílicas (3.6).

   Colossenses lida com o problema de uma cristologia diluída, resultado do ambiente não cristão no qual a Igreja foi fundada.

   Tito e 1 e 2 Timóteo lidam especificamente com qualificações para a vocação missionária, como dirigir os assuntos de uma igreja local, bem como preocupações práticas resultantes de uma escatologia falha.

  2. Nas Cartas Gerais

  As epístolas gerais dão um forte testemunho sobre missões. Hebreus, por exemplo, foi destinado aos cristãos judeus de idioma grego que viviam fora da Palestina. O escritor demonstra a descontinuidade entre a velha e a nova aliança, enfatizando a nova com o “ melhor” (7.19,22), a qual, uma vez aceita, a missão de Deus irá levá-los para o centro da vontade de Deus a fim de realizar a sua vontade como lhe agrada (13.20). No Novo Testamento, a carta aos Hebreus é única quanto à sua estrutura: “ Começa como tratado, desenvolve-se como sermão e termina como carta” (Orígenes).

  Tiago contém a sabedoria prática, tendo como temas reminiscências tanto da Literatura de Sabedoria do Antigo Testamento quando do Sermão do Monte de Jesus. John York assim enfatiza a afirmativa, dizendo: “Um mundo carregado de pecados é atraído por tal sabedoria, especialmente quando ela caracteriza uma igreja onde curas e milagres estão na ordem do dia (5.13-18) .

   Pedro assegura aos “ estrangeiros” (1 Pe 1.1) que, embora não fossem um povo, eles agora eram o povo de Deus (2 Pe 2.9,10). Na segunda epístola, Pedro relaciona a vinda de Cristo à paciência de Deus, prolongando a oportunidade de salvação aos que perecem (2 Pe 3.8,9,11,12,15).

  3. No Apocalipse

   O clímax de Apocalipse e um clímax missionário. Se encarai mos Apocalipse como uma visão do futuro, veremos que a missão da Igreja será cumprida, pois João contemplou uma multidão que vinha de todas as nações, tribos, povos e línguas (Ap 7.9-10), ou seja, as nações alcançadas, sem acepção de pessoas.

  A mensagem central de Apocalipse é o anúncio de um Cordeiro que é Leão e que venceu não para o seu beneficio próprio, mas para conceder vitória aos que nunca venceríam sozinhos. Isso sim e missão!

  No livro de Apocalipse, Jesus revela a João a conclusão da longa jornada até os confins da terra e o destino de toda a raça humana. As sete igrejas referidas nos capítulos 2 e 3 situam-se na província da Ásia e, assim, devem ter sido vistas como “igrejas missionárias” .

  João relata que Deus está interessado pela salvação de todos os homens (Ap 5.9,10,13; 7.9; 11.15).

  O Novo Testamento mostra com mais clareza a forma pela qual Deus planejou restaurar a humanidade dominada pela maldição proveniente da Queda. Para esse fim, o Senhor Deus envia o seu único Filho, que comprou com o seu sangue homens de todas as tribos, línguas, povos e nações, constituindo-os os seus cooperadores na obra de restauração de toda a criação decaída e prisioneira de Satanás, por intermédio da sublime tarefa missionária.

"MISSÕES NASCE NO CORAÇÃO DE DEUS, OPERA NA HISTÓRIA ATRAVÉS DO PODER DO ESPÍRITO SANTO, E APONTA PARA JESUS COMO SENHOR (Kvpioç) DE TODO UNIVERSO". MISSÕES ESTÁ NO CORAÇÃO DE DEUS. E ONDE MAIS? NO CORAÇÃO DE QUEM AMA A OBRA MISSIONÁRIA; NAS MÃOS DE QUEM CONTRIBUI PARA OS MISSIONÁRIOS; NOS JOELHOS QUE SE DOBRAM PARA INTERCEDER POR MISSÕES; NOS OLHOS DE QUEM HORA PELOS MISSIONÁRIOS QUE SOFREM; NA MENTE DE QUEM PENSA DIARIAMENTE EM MISSÕES; NA BOCA DE QUEM DIVULGA A OBRA DE MISSÕES E NA VIDA DE QUEM SE ENTREGA PAGANDO O ALTO PREÇO PARA FAZER MISSÕES."


   Até os Confins da Terra

 – Pregando o Evangelho a todos os Povos até a Volta de Cristo


 

 

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