segunda-feira, 8 de abril de 2024

CPAD : A carreira que nos está Proposta | Lição 02: A Escolha entre a Porta Estreita e a Porta Larga

 


TEXTO ÁUREO

“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.”

(Lc 13.24)

VERDADE PRÁTICA

A porta estreita não é uma opção, mas a única alternativa disponível para o crente entrar no céu.

LEITURA BÍBLIA EM CLASSE
Mateus 7.13,14; 3.1-10

Mateus 7
13 – Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14- E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

Mateus 3
1- E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia
2- e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.
3- Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
4- E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.
5- Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão,
6- e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
7- E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?
8- Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento
9- e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
10 – E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a analogia da “porta estreita” e da “porta larga”, mencionada pelo Senhor. Veremos que nosso Senhor teve a pretensão de mostrar aos pecadores o caminho para a salvação. Para compreendermos melhor a soteriologia de Cristo, responderemos às seguintes questões: o que significa a analogia de Jesus concernente à “porta estreita” e ao “caminho apertado”? Por que devemos escolher a porta estreita? De que maneira o pecador pode entrar pela porta que o leva para o Céu? E, por fim, aprenderemos que a consistência da vida cristã tem por base o arrependimento, a confissão de pecados e a experiência do perdão.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Explicar
a analogia da “porta estreita” e do “caminho apertado” do ponto de vista bíblico e teológico;
II) Destacar que a decisão pela porta estreita requer uma vida de renúncia e disposição para enfrentar os desafios da caminhada cristã;
III) Apontar que a entrada pelo caminho estreito está baseada no arrependimento, confissão de pecados e novo estilo de vida.
B) Motivação: As figuras da “porta estreita” e do “caminho apertado” confrontam as pessoas que ouvem a mensagem do Evangelho. Do mesmo modo, leva os crentes à reflexão a respeito de se estão, de fato, se portanto de maneira digna a entrar na eternidade com Deus. Aproveite para conversar com seus alunos sobre o estilo de vida dos que estão aguardando ansiosamente pelo Arrebatamento da Igreja. Finalize este momento, perguntando: “Estamos, de fato, trilhando pelo caminho apertado?”
C) Sugestão de Método: O primeiro tópico desta lição aborda o conceito de porta e caminhos de acordo com a perspectiva bíblica da salvação. A analogia “caminho” aparece no Antigo Testamento, especificamente, para ilustrar a vida de renúncia ao pecado e decisão pela prática da justiça. No Novo Testamento, a figura da “porta” é aplicada de maneira mais direta pelo próprio Cristo quando se compara à porta pela qual as ovelhas podem entrar, sair e encontrar pastagem (uma situação cotidiana das regiões camponesas de Israel). Relacione no quadro as duas situações e faça um exercício de correlação bíblica, isto é, identifique o sentido de cada ilustração no contexto bíblico. Você pode consultar as informações no Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, editado pela CPAD.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A trajetória da vida cristã é marcada por ofertas de prazeres e deleites terrenos que são renunciados pelos crentes à medida que vivem um relacionamento estreito com Deus. O cristão comprometido com o Evangelho mantém a obediência aos preceitos da Palavra de Deus, pois sabe que a devoção verdadeira requer disposição para viver um estilo de vida que expresse, de fato, a renúncia às obras da carne e o cultivo do Fruto do Espírito.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 97, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “Os dois caminhos: o largo e o estreito”, localizado depois do primeiro tópico, destaca a ideia de escolha entre dois caminhos presente no Antiga Testamento;
2) O texto “Porta”, ao final do segundo tópico, apresenta o uso frequente da palavra porta no contexto bíblico, bem como seu uso literal e figurativo.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o símbolo da porta estreita e da larga, do caminho apertado e do espaçoso. Nosso propósito é pontuar algumas razões que nos mostram porque devemos escolher a porta estreita e, do ponto de vista bíblico, como entrar pelo caminho apertado. Nesse sentido, veremos que o início da nossa jornada deve levar em conta o caminho que nos conduz ao Céu.

Palavra-Chave

Porta

AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICA

“Os dois caminhos: o largo e o estreito (Mt 7.13,14). O caminho da morte e o da vida aparecem no Antigo Testamento, na literatura intertestamental, nos escritos de Qumran e na literatura cristã primitiva […]. Na literatura de Qumran os dois caminhos são expostos como o ‘caminho da luz’ e o ‘caminho das trevas’. Jesus, de forma típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antitético: uma porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o caminho fácil, o qual é desastroso. A porta para a vida é difícil e restritiva; os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho da justiça, na qual Jesus há pouco instruiu as pessoas” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus-Atos. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 61).

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“Porta. Uma palavra mencionada muitas vezes na Bíblia Sagrada. Na versão KJV em inglês, é a tradução de sete palavras hebraicas e uma grega. Os dois termos hebraico frequentemente usados são: delet, referindo-se à própria porta, e petah, uma porta de entrada. A palavra ‘porta’ é utilizada tanto no sentido literal como de modo figurativo. Uso literal (por exemplo, Gn 19.6, 9; 2 Rs 9.10). As portas comuns eram feitas de madeira, mas às vezes eram feitas de espessos pedaços de pedra, tanto para casas como para tumbas. Cadeados de madeira, latão, ou ferro eram usados (Jz 3.24,25). Nas tendas as portas eram aberturas cobertas por uma aba (Gn 18.1,2). Uso figurativo. Provavelmente, o uso mais frequente de porta de modo figurativo seja como símbolo de oportunidade, especialmente para o testemunho e o serviço cristão (por exemplo, 1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl 4.3; Ap 3.8). O termo porta é também usado para representar o caminho pelo qual uma pessoa entra em algum lugar. O próprio Cristo é a porta pela qual o ser humano alcança a salvação (Jo 10.9; cf. At 14.27; Os 2.15). Aquele que está próximo é considerado como ‘estando à porta’ (Mt 24.33; Tg 5.9; Ap 3.20; Gn 4.7)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1576).

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“PORTAS DA CIDADE
No mundo antigo, as portas desempenhavam um papel crítico nas defesas de uma cidade. As portas geralmente eram o ponto mais fraco nos muros de uma cidade e, portanto, muitas vezes o ponto de ataque dos exércitos sitiantes. Para uma cidade ser forte, não bastavam muros maciços; tinha de ter portas fortes. As portas da cidade também eram o local dos tribunais judiciais, bem como o local onde os impostos eram recolhidos. Jeremias 38.7 indica que o rei realizou a corte em uma das portas de Jerusalém. Quando os profetas do AT atacam a injustiça, eles frequentemente se referem às portas da cidade como lugar de justiça (Am 5.15).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo o Dicionário Bíblico Baker, editado pela CPAD, p.400.

CONCLUSÃO

No momento que inicia sua jornada com Cristo, o cristão deve ter a consciência de que escolheu o caminho estreito e a porta apertada para trilhar o caminho do céu. Isso significa que precisamos renunciar ao eu, nossos pensamentos e desejos, para que Cristo apareça (2 Co 5.17). Isso só é possível por meio de um verdadeiro arrependimento, confissão de pecados e a experiência do perdão.

   CPAD : A carreira que nos está Proposta – O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para chegar no

| Lição 02: A Escolha entre a Porta Estreita e a Porta Larga



  O assunto envolvendo a porta estreita, à luz de Mateus 7.13, 14, faz parte do Sermão do Monte. A compreensão desse tema nos remete aos principios que foram vaticinados por Jesus Cristo aos seus seguidores para terem um viver espiritual e ético nos padrões do Deus Eterno. Esse ensino vai na contramão de tudo o que uma sociedade sem Deus adota, que ensina uma liberdade que conduz à libertinagem, que a verdade depende do conceito de cada um, que o que vale é o prazer. Nosso divino Mestre, Jesus, por meio do ensinamento da porta estreita e do caminho apertado, não é vago, mas, sim, direto, evidenciando que o seguimento para uma vida de fé requer sacrificio, compromisso (Lc 1.75).

  Um dos maiores emblemas divinos para a vida crista é a cruz, palavra que carrega três significados:

 1. Antigo instrumento de tortura e morte, formado por duas vigas, uma atravessada na outra, em que eram pregados ou amarrados os condenados. As cruzes eram de três feitios: em forma de xis, ou de tê maiúsculo, ou de sinal de somar, sendo mais longa a viga que ficava enterrada (Mc 15.30).

  2. A morte de Cristo na cruz (1 Co 1.17; Gl 6.14).

  3. Disposição de sofrer por Cristo até a morte (Mt 16.24).

  Assim, o chamado para viver a jornada com Cristo para o Céu envolve a ação de renunciar a si mesmo, os prazeres mundanos, como o tomar a cruz, que é o estar pronto a viver pelo nome de Deus e fé até enfrentar a morte, o que requer dedicação e renúncia. Jamais se pode conjecturar que a vida com Cristo seja sem sacrificio, apenas de facilidade; não é isso que a mensagem da porta estreita e do caminho apertado querem nos falar. Por outro lado, a mensagem transmitida pela porta larga e o caminho espaçoso é a de que pela nossa escolha podemos trilhar a jornada da conveniência, da prioridade dos desejos do eu, do nosso achismo, de um viver que não quer qualquer alinhamento com a Palavra de Deus, mas dominado pelo egoísmo humano. Está claro que para viver a vida cristã à luz da mensagem de Cristo é preciso crer e obedecer às Escrituras Sagradas, razão pela qual Jesus mesmo afirmou: "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de águas viva correrão do seu ventre" (Jo 7.38). Nossa vida só pode ser bem alinhada nos valores divinos se vivermos pela Palavra de Deus, na qual constam os ensinamentos divinos.

  O homem pode tomar dois caminhos nesta vida: um que leva ao Céu, que é apertado, cujas placas de sinalização ao longo do caminho são os mandamentos e ensinos de Cristo Jesus, requerendo um viver santo, justo, ético, ações marcadas pelo amor, verdade, dessa forma se chegará ao Pai (Hb 12.14). O outro caminho é o espaçoso, é livre, sem placas de exigências, prevalecem todos os desejos de um eu não regenerado (Gl 5.19-21).

  Por meio desses dois versículos, Mateus 7.13,14, somos chamados por Cristo a refletir sobre as nossas escolhas e que tipo de decisões iremos tomar nesta vida, em que uma delas pode nos levar a uma verdadeira espiritualidade, que resultará na vida eterna, em uma comunhão verdadeira com Deus. É a escolha da porta estreita e do caminho apertado. A outra escolha, que não requer sinceridade, diligência, compromisso, poderá nos levar à perdição, que é a porta larga e o caminho espaçoso. Portanto, a decisão está diante de você se escolher o caminho certo (Jesus), terá vida (Jo 14.6); se escolher o caminho da perdição, terá a morte eterna.

 I-Portas e Caminhos

  No que diz respeito à distinção entre a porta estreita e a larga, tais ensinamentos tratam sobre as escolhas que as pessoas fazem. É importante dizer que porta e caminho expressam escolhas. Se fizermos boas escolhas, as consequências serão grandiosas, porém, o contrário disso, é que péssimas escolhas geram consequências desastrosas. As metáforas da porta e do caminho não estão tratando de julgamento, mas de consequências de escolhas erradas. Assim, por meio do ensino de Cristo, é possível fazer a distinção e refletir sobre a decisão certa que devemos tomar quanto às nossas escolhas.

  Por meio do ensino de Cristo, somos desafiados a tomar as decisões certas, que podem contribuir para o bem da nossa vida espiritual, em especial da nossa salvação. Para a vida eterna, no aspecto soteriológico, à luz do Novo Testamento, está preconizado que Jesus é a porta e o caminho (Jo 10.9).

  Em relação a Jesus sendo apresentado como o caminho, como Ele mesmo afirmou em João 14.6: "Eu Sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". Fica claro em suas palavras que Ele não estava falando que a meta ou destino final não seria um lugar fisico, mas, sim, uma pessoa, o Pai, e que o caminho para o Pai era outra pessoa, seu Filho.

  É importante analisar três palavras destacáveis nesse versículo: caminho, verdade e vida. Pelo caminho se compreende o acesso ao Pai; pela verdade, trata-se da realidade, que envolve as promessas feitas por Deus para o bem e salvação do homem; pela vida, compreendemos que a vida divina é colocada em nós pelo novo nascimento.

 1. A porta estreita

  A primeira coisa que devemos levar em consideração é que a porta aqui representa as escolhas do ser humano, porém, pode-se falar da porta como entrada para o caminho, que simbolicamente expressa o início de uma experiência do homem com Cristo Jesus, razão pela qual os cristãos primitivos foram chamados de "Caminho" (At 9.2; 19.9,23; 22.4; 24.14-22).

   O versículo 13 começa falando sobre a porta estreita, στενς (stenés), adjetivo que quer dizer apertado. Quando se fala de ser estreito, não quer dizer que é muito dificil ser cristão, pois para isso o Pai providenciou tanto a porta como o caminho (Jo 10.9; 14.6), mas a ênfase aqui é que Jesus Cristo é o único acesso para o homem obter a salvação, visto que Ele morreu pelos pecados da humanidade. Assim, fora dEle não há como ser salvo (At 4.12), porém, é estreito porque, para se obter a vida eterna, é necessário bater de frente com as inclinações naturais.

  Por estreito, apertado, objetiva-se falar que para seguir o caminho para a vida eterna é preciso obedecer, guardar, atentar para os ensinos de Cristo. O ser humano não pode passar por essa porta com a bagagem do eu, do pecado, da vida narcisista, hedonista, mas requer um negar-se, que envolve o ato de sacrificar seus próprios interesses, desejos e opiniões, priorizando então a gloriosa vontade de Deus, um viver segundo seus princípios (Mt 7.21). Os que desejam entrar pela porta estreita precisam nascer de novo, pois irão se despir do velho eu (Gl 2.20), estando prontos para viver uma vida em total e plena obediência aos ensinos de Cristo Jesus, especialmente em poder praticar a justiça e o amor ao próximo, exercendo a misericórdia e a humildade. A máxima da lei, como bem pontuado por Cristo, está apoiada primeiramente no amor verdadeiro para com Deus, em segundo lugar, no amor ao próximo (Mt 22.37-40).

 2. O caminho apertado

  Nos ensinos de Cristo Jesus, as características do caminho apertado são faustas, que realmente só coloca em prática aquele que nasceu de novo e que deseja ir para o Céu, pois envolve a ação de amar a Deus sobre todas as coisas (Mt 22.37, salientando que Deus deve sempre ser prioridade), de perdoar os que nos ofendem (Mt 6.14,15), ser servo dos outros sempre com toda humildade (Mt 23.11-12), colocar em prática a justiça, buscando fazer aquilo que é justo, reto (Mt 5.6), carregar constantemente sua cruz (Mt 16.24), o que quer dizer que mesmo tendo que enfrentar diversos desafios e lutas por causa da fé em Cristo, o cristão precisa manter-se incólume, vivendo e batalhando pela fé que foi dada aos santos (Jd 3).

   O caminho é apertado porque não tem facilidade, os que realmente desejam a vida eterna com Deus têm que manter a perseverança, verdade, santidade, disciplina, dedicação, para com os tais que assim vivem, o Senhor jamais os abandonará, mas estará com cada um até o momento final (Mt 28.20).

  3. Porta larga e caminho espaçoso

  As metáforas da porta larga e do caminho espaçoso apresentam a vida que o ser humano vive no seu egoísmo, negligenciando a vontade de Deus e procurando estabelecer seu próprio estilo de vida. Os que vivem na porta larga e no caminho espaçoso são autoindulgentes, querem glorificação pessoal, priorizam suas vontades e desejos, isso porque não querem fazer qualquer tipo de renúncia. É a vida totalmente dominada pelo materialismo; procuram apenas viver dominado pelos bens materiais, querem conforto, riqueza, há uma ganância que domina o coração dessas pessoas. Os que priorizam a porta larga e o caminho espaçoso são individualistas e insensíveis, querem saber apenas de si, jamais dos outros, são dominados pela imoralidade, tendo comportamento totalmente fora da Palavra de Cristo, sendo promiscuos, infiéis, não atentando sob hipótese alguma para os valores do Reino de Deus.

  Na estrada que leva à perdição, porta larga e caminho espaçoso, os transeuntes vivem de modo orgulhoso, na arrogância, se acham maiores do que todos, não há qualquer sentimento de humildade, o que era algo prioritário no ensino de Jesus (Mt 11.29). Os que adotam a vida que leva à perdição não possuem qualquer reverência à Palavra, oração, fé, perdão, uma comunhão com Deus. Os que desejam viver na jornada que conduz ao Céu de glória jamais devem pensar em entrar pela porta larga e pelo caminho espaçoso, pois seus valores são contrários ao querer de Deus. É bem verdade que aparentemente pode oferecer uma vida prazerosa, marcada pela liberdade, mas tudo é ilusão. O servo do Senhor deve atentar para o conselho do salmista, de não andar segundo o conselho dos ímpios, não se deter nos seus caminhos, nem se assentar na roda dos escarnecedores, pois tudo isso perecerá (SI 1.1, 16).

  II - Por que Entrar pela Porta Estreita É Dificil?

  Entendemos que a porta estreita é a porta da renúncia, descrita em Mateus 16.24, requer autonegação, autoindulgência, desprezo ao espírito egoísta, mundanismo, imoralidade (1 Ts 4.3;1 Jo 2.15).   Envolve sacrifício pessoal, isto é, desprezo aos prazeres mundanos, o que requer um alinhamento aos ensinos de Cristo. A porta estreita aponta para o novo nascimento (Jo 3.3,5); assim, a velha natureza com seus desejos pecaminosos não podem prevalecer, de modo que é preciso despir-se dela com toda a sua bagagem (Ef 4.22; Cl 3.9).

  Os que entram pela porta estreita, além de fazer uma renúncia própria, terão que enfrentar oposições oriundas do lado de fora, as quais combaterão fortemente para levar o seguidor de Cristo a negar a fé. Essa oposição vem do mundo dominado por Satanás (2 Co 4.4), isso pelo fato de não se coadunarem com os ensinos da Bíblia, dos valores cristãos, de modo que suas ideologias e valores confrontam fortemente o que as Sagradas Escrituras ensinam. Assim, o cristão poderá ser perseguido por causa de sua fë e posição. Para resistir, o cristão precisa ser fiel, perseverando na fé em Cristo Jesus.

  Outro ataque que pode vir contra os que entram pela porta estreita é a dita contracultura. Uma sociedade que vive sem Deus, nas práticas do pecado, tendo mente e corações corruptos, jamais concordará com os valores cristãos. O apóstolo Paulo descreve muito bem como é a sociedade separada de Deus (Rm 1.18-32). Os valores cristãos e seus defensores sempre serão confrontados. Nesse sentido, diz   David Platt:

O Evangelho é a força vital do cristianismo e proporciona o fundamento para confrontar a cultura, pois, quando cremos de verdade no evangelho, começamos perceber que ele não só constrange o cristão a confrontar as questões sociais à sua

Mata compra volta, mas também cria de fato uma confrontação com a cultura ao seu redor e de dentro de nós. (PLATT, 2016, p. 17)

  Um cristão que diz que não se envolverá em assuntos que a sociedade tem como normais e que a Bíblia é contra mostra que não tem em sua vida 0 real evangelho, pois quem vive o evangelho de Cristo jamais compartilhará ou se conformará com este século (Rm 12.2). A revolta da sociedade contra o evangelho é visível; qualquer ponto que trata sobre alguma questão social já é rotulado como ofensivo.

  O evangelho é ofensivo hoje para uma sociedade sem Deus não somente por causa da questão do aborto e da homossexualidade, mas, sim, porque combate todas as práticas do pecado de um povo que opta por entrar pela porta larga e pelo caminho espaçoso. Jesus deixou claro que o mundo o odiava porque combatia suas obras pecaminosas, das trevas (Jo 3.19,20); o mesmo acontece com os que procuram falar as verdades bíblicas.

 1. Porque as oportunidades da porta larga e do caminho espaçoso são atraentes

  Ao se falar da porta larga e do caminho espaçoso, Jesus disse: "[...] muitos são os que entram por ela" (Mt 7.13). Há um poder de atração que carrega um número maior para trilhar o caminho espaçoso. Podemos numerar algumas placas que atraem seus transeuntes, vivendo a experiência da porta larga. No caminho espaçoso, pode acontecer aparentemente uma imediata gratificação, isso pelo fato de as escolhas serem livres, sem qualquer exigência, atendendo o gosto do cliente da forma que ele quer e deseja, como diz Paulo, "amigos dos prazeres" (2 Tm 3.4, ARA). Prevalece nesse caminho espaçoso a realização de todas as concupiscências da carne, as paixões mundanas.

  Na porta larga, as oportunidades são atraentes porque não há perseguição, contrariedade, oposição, ninguém é dono de ninguém, cada um é livre para viver do jeito que quer e pensa, não há críticas. Há, na verdade, uma sensação de absoluta liberdade, não há qualquer expressão que gere um sentimento de consequência, de responsabilidade. Não se pede mudança de vida nem questões éticas e morais, o que vale é seguir seus impulsos. Todo esse tipo de vida é combatido pela Palavra (1 Pe 2.11). A sociedade hodierna não somente aprecia as atrações da porta larga e do caminho espaçoso, como também aprova esse tipo de conformidade social, isso pelo fato de seus ensinos e valores corresponderem como ela mesma pensa. A mentalidade do mundo sem Deus é desprendida, livre de qualquer princípio bíblico.

   Jesus falou que é bem verdade que a porta larga e o caminho espaçoso levam uma multidão maior, porém, deixou claro que o destino final é a perdição, substantivo feminino que aponta para apoleia, ato de destruir, destruição total, deterioração, ruína, destruição, a destruição que consiste no sofrimento eterno no Inferno (Mt 7.13). É a perda do bem-estar, da felicidade. Não haverá felicidade eterna para os que seguem a porta larga, posto que viverão separados de Deus. Na verdade, todos quantos passam a entrar pela porta larga e trilhar o caminho espaçoso têm um destino triste, horrível, pois caminham para a destruição, para a aniquilação, para a perdição eterna (Dn 12.2; Mt 3.12; 18.8; 25.41,46; Mc 9.43; Lc 3.17; 2 Ts 1.9; Jd 6.7; Ap 14.9-11; 19.3; 20.10).

 2. Porque a porta estreita e o caminho apertado têm muitas exigências

  Quem deseja seguir a Jesus Cristo precisa alinhar sua vida aos seus ensinos e exigências. Crer nEle envolve voltar-se plenamente para a Palavra, sem opiniões próprias, conjecturas, achismo (Jo 7.38). Seja para o mais humilde homem, seja para o mais culto, Cristo só se apresenta como o Salvador. Foi assim que disse para o letrado e culto Paulo: "Eu sou Jesus" (At 9.5). Como bem fala Pedro, "em nenhum outro há salvação" (At 4.12).

   A porta estreita e o caminho apertado são bem restritos. Podem ser descritos, conforme já destacado, como uma passagem que fica pressionada por dois penhascos. Isso tudo aponta para a nova vida que o crente vive, certo de que ainda há no seu interior, mesmo como a implantação da nova natureza, a velha natureza, de maneira que terá que lutar contra as tentações do lado de fora e de dentro, porém, com um diferencial, a luta de dentro pode ser vencida pela presença do Espírito Santo (Gl 5.16).

  Há uma luta tamanha na vida do crente, que é entre a carne e o Espírito (Gl 5.17). Podemos dizer que é nesse particular que se diz também que o cristão deixou de trilhar o caminho dos pecadores para viver no caminho dos justos. Assim, quem passa a entrar pela porta estreita e o caminho apertado vai viver na autonegação, priorizar a santidade e a justiça, pureza moral, buscando ser como o Pai é (Mt 5.48). Envolve também a abnegação, não priorizando seus desejos e vontades, mas, sim, o querer do Senhor, abandonando o pecado de vez, reconhecendo sua pequenez, falhas, erros, iniquidades, anelando um viver pela obediência à Palavra.  

   Conforme esclareceu Jesus Cristo, a porta estreita e o caminho apertado têm muitas exigências pelo fato de que o convite para viver a vida cristă requer compromisso de uma vida espiritual transformada e genuina, segundo os padrões da vontade de Deus e seus ensinos. Há exigências para viver uma vida de santidade, posto que o cristão segue sua jornada de fé para o Céu, de modo que deve proceder em justiça e pureza moral em todos os momentos (Lc 1.75). Esse estilo de vida tem que se ajustar para ser conforme o Pai (Mt 5.48). Quem assim procede está em consonância plena com os ditames divinos de Cristo Jesus.

  Na porta estreita e no caminho apertado, exige-se que aquele que entrou por essa nova vida com Cristo expresse um amor verdadeiro para com o próximo, que é a segunda máxima do resumo da Lei e dos Profetas (Mt 22.37-40), viver em plena humildade, estando sempre pronto para servir aos outros (Mt 23.11, 12), amar e orar pelos seus inimigos (Mt 5.44), renunciar a todos os pecados e aos desejos egoístas, rendendo-se perante os ensinos de Cristo e permanecendo fiel até o fim (Mt 16.24).

  As exigências para trilhar o caminho estreito não são para dificultar a entrada do cristão no Céu, mas, sim, para torná-lo mais puro a fim de ser como Jesus é (Rm 8.29; 1 Jo 3.2) e colocá-lo em uma perfeita condição de poder caminhar plenamente com o Pai Eterno, o qual é Santo e exige santidade (1 Pe 1.15,16), a verdadeira comunhão (Hb 12.14). Portanto, a vida do cristão que caminha para o Céu deve envolver um novo nascimento, sacrificio, amor, santidade e humildade.

 III- Entrando pela Porta e pelo Caminho do Céu

  Nas palavras de Cristo, por meio do que ensinou em Mateus 7.13-14, por parte daqueles que anelam uma eternidade feliz, para se ter uma vida em comunhão gloriosa com o Pai, é preciso ter ação a atitude certa, priorizando o estilo de vida que corresponda ao querer do Senhor. À luz do Novo Testamento, evidenciam-se as condições imprescindíveis para entrar pela porta estreita e trilhar o caminho apertado. A primeira atitude a ser tomada é arrepender-se, um abandono total do pecado e um voltar- se para Deus. Esse foi o primeiro tema da mensagem do Divino Mestre, Jesus (Mt 4.17). Segue-se a isso a necessidade de ter uma vida em plena obediência aos mandamentos de Cristo (Jo 14.15), o amor a Deus sobre todas as coisas (Mt 22.39), a prioridade ao Reino de Deus (Mt 6.33), desenvolver os atos piedosos (oração, meditação na Palavra, jejum isso firma mais e mais a comunhão com Deus), jamais se amoldar ou se conformar com o mundo pecaminoso (Rm 12.2) e perseverar firme até o fim (Mt 24.13; Dn 12.13).

  1. Arrependimento de pecados

  Lamentavelmente, esse tema já não se faz presente nas mensagens de muitos pregadores da atualidade, pois estes estão priorizando a exaltação pessoal, ou preferem falar aquilo que os outros desejam ouvir. Esse tipo de situação iria acontecer no fim dos tempos, como foi dito pelo apóstolo Paulo: querem ouvir aquilo que satisfaz, que impressiona, que emociona, mas não transforma (2 Tm 4.3). O arrependimento é descrito biblicamente como aquela atitude verdadeiramente sincera em reconhecer que é um pecador e necessitar de um Salvador. É descrito também como um pesar sincero de algum ato ou omissão. O verbo grego metanoeő é uma palavra composta primeiramente temos meta, que quer dizer "depois", trazendo no seu bojo a questão de mudança; em seguida, vem поеб, "perceber", que envolve a questão da mente. Daí o surgimento de nous, mente, que se trata do lugar em que acontece a reflexão moral. Assim, arrependimento quer dizer mudar de mente ou propósito, é mudar para melhor (Lc 17.3,4). Na verdade, toda essa mudança está envolvendo o arrependimento do pecado por intermédio do poder do evangelho de Cristo na vida do pecador (Rm 1.16). Na obra Teologia Sistemática Pentecostal, o pastor Antonio Gilberto, falando sobre o arrependimento, diz:

  O verdadeiro arrependimento é o que produz convicção do pecado; contrição do pecado; confissão do pecado; abandono do pecado, e conversão do pecado. Se essas cinco reações por parte do homem não ocorrerem, não se trata de arrependimento verdadeiro, completo, mas apenas tristeza e remorso: "Porque a tristeza segundo

Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte (2 Co 7.10). (GILBERTO, 2009, p. 358)

  Arrepender-se implica a pessoa reconhecer seus próprios pecados e falhas diante de Deus e ser consciente de que depende dEle para salvação (1 Jo 1.9). Quando acontece o arrependimento na vida de uma pessoa, prontamente ela está manifestando a busca por uma vida transformada e restaurada para viver em comunhão com o Pai (1 Co 1.9). Ο arrependimento envolve a confissão de pecado, isso pelo fato de a própria pessoa os reconhecer.

  Doravante, estará pronta para abandoná-los de uma vez por todas, lembrando-se das palavras que nosso divino Mestre disse à mulher pecadora: "[...] vai-te e não peques mais" (Jo 8.11). É preciso ser consciente de que arrependimento não se trata de uma emoção aparente, um simples movimento, todavia, trata-se de uma atitude que envolve mudança de comportamento e comprometimento, e estar pronto para viver e obedecer aos ensinos de Cristo.

  O arrependimento não é um remorso, pois ele leva a pessoa a uma reflexão de seus pecados, consciente de que precisa abandoná-los, mudar de vida e compreender que só Jesus é quem pode perdoar os pecados cometidos (Mt 9.6; 1 Jo 1.9).

  O remorso se manifesta de modo intenso como sentimento de culpa, o qual pode até parar a vida de uma pessoa, levando-a diversas doenças.

 2. Confissão de pecados

  Biblicamente, o verbo confessar quer dizer declarar o que se crê ou sabe. A pessoa confessa os seus pecados (Sl 32.5) e afirma que crê no Deus Poderoso e Salvador (Rm 10.9,10). O ato de confessar os pecados faz parte do processo envolvendo o arrependimento. É afirmar e confirmar perante Deus que pecou, errou, que não cumpriu seus mandamentos e leis, não viveu conforme a sua vontade. O ato de confessar envolve uma atitude de humildade, pois revela o quanto somos falhos e fracos em nossa natureza, razão pela qual nos voltamos plenamente para o Deus verdadeiro, o qual pode nos socorrer. No momento em que acontece a confissão por parte do pecador, a pessoa está demonstrando uma atitude também de responsabilidade, pois de fato assumiu o que praticou, sem transmitir para outros as suas culpas, como fez Adão no Éden. A confissão

é por demais relevante porque mostra que nesse ato a pessoa não quer mais conviver com uma vida dissimulada, escondendo seus pecados, mantendo uma vida de aparência, antes, quer seguir em frente com uma vida santa, limpa e verdadeira diante de Deus, por isso busca em Cristo o perdão (1 Jo 1.9).

  É preciso entender o quanto a confissão de pecados é maravilhosa. Por meio dela pode acontecer a cura como também a liberdade, como é bem pontuado por Salomão: "o que as confessa e deixa alcançará misericórdia" (Pv 28.13). Na confissão, o peso da carga do pecado é deixado de lado, não há mais aquele sentimento de culpa, medo e desespero, pois Jesus alivia tudo (Mt 11.28,29). Pela confissão, Cristo concede o perdão, o qual vem acompanhado da restauração espiritual e emocional, pois o amor de Deus concede o perdão. Quando acontece a verdadeira confissão, a pessoa recebe não somente o perdão, mas uma mudança de vida, de comportamento, de atitudes, não há mais espaço para arrogância, sentimento de grandeza, pois foi humilhando-se diante do Cristo Eterno, por reconhecer os pecados e suas fraquezas, que o perdão foi concedido. Um cristão que é consciente de que foi perdoado sabe perdoar o seu semelhante, pois sabe o quanto isso é glorioso e maravilhoso.   A razão de a mulher pecadora agir daquela maneira com Jesus, quebrando todas as normas e etiqueta da época, foi porque ela sabia o tamanho do perdão que Ele lhe concedeu (Lc 7.44-48).

  Não podemos jamais considerar o ato de confissão como mera religiosidade, um rito; isso resultará em uma prática vazia. Porém, à luz da Bíblia, a confissão é uma atitude que nasce de um coração arrependido,

,,,,,, EM CONSTRUÇÃO

 

 


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